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Evolução do conceito de gestão de projetos conceituar o que é um projeto e gerenciamento de projetos; definir e reconhecer os processos que compõem o ciclo de vida de um projeto, assim como suas variáveis críticas; reconhecer as classifcações e as origens de um projeto; identificar os fatores que contribuem para a complexidade e o risco de um projeto; distinguir projetos sociais de projetos empresariais. 1 ob jet ivo s Meta da aula Apresentar a evolução da área de gerenciamento de projetos e os principais aspectos conceituais associados à mesma. 1 2 A U L A 3 4 5 8 C E D E R J C E D E R J 9 Planejamento e Gestão de Projetos | Evolução do conceito de gestão de projetos 8 C E D E R J C E D E R J 9 introdução O objetivo deste curso é apresentar os principais aspectos relacionados à gestão de projetos. A gestão de projetos pode, resumidamente, ser definida como a atividade de planejar um determinado trabalho e executar seu plano. O curso está organizado em duas unidades. A primeira unidade – Fundamentos de Gestão de Projetos – trata dos aspectos que cercam a gestão de projetos. Essa parte do curso aborda fundamentos de áreas do conhecimento que são suporte à atividade de gerenciamento de projetos. A segunda unidade – Processos e Ferramentas de Gestão de Projetos – trata dos processos que são aplicados no gerenciamento de projetos. A primeira parte do curso, relacionada aos Fundamentos de Gestão de Projetos, aborda a definição de um projeto bem como a evolução dessa área ao longo do tempo; trata dos aspectos legais ao evidenciar os principais elementos que devem estar presentes em um instrumento de formalização de contratação de um projeto; apresenta os principais elementos da administração estratégica, evidenciando que sua operacionalização deve ser realizada através de um conjunto de projetos; apresenta e discute a estrutura organizacional e a equipe de pessoal, e é finalizado com a discussão sobre a aplicação de técnicas para análise da viabilidade econômico-financeira de projetos. A segunda parte do curso, relacionada aos Processos e Ferramentas de Gestão de Projetos, inicia-se com uma abordagem geral sobre gestão por processos seguida da apresentação de técnicas e ferramentas de gestão. A seguir os processos que compõem o Ciclo de Vida de um projeto: 1) iniciação; 2) planejamento; 3) execução; 4) controle e 5) encerramento são discutidos de forma detalhada evidenciando-se as Áreas de Conhecimento de Gestão de Projetos. O curso traz ainda uma aplicação específica ao discutir a aplica- ção de todos os aspectos até então tratados também em projetos sem fins lucrativos. Os aspectos ora apresentados podem ser expressos também de forma esque- mática, conforme a figura que segue. 8 C E D E R J C E D E R J 98 C E D E R J C E D E R J 9 A U LA 1 Figura 1.1: Principais elementos de planejamento e gestão de projetos. Planejamento e gestão de projetos Planejamento e gestão de projetos Fundamentos de gestão de projetos Processos e ferramentas de gestão de projetos Aplicação em projetos sem fins lucrativos Conceitos e evolução Aspectos legais Administração estratégica Estrutura organizacional Análise econômico- financeira Gestão por processos Técnicas e ferramentas Processos de iniciação Processos de planejamento Processos de execução Processos de controle Processos de encerramento 10 C E D E R J C E D E R J 11 Planejamento e Gestão de Projetos | Evolução do conceito de gestão de projetos 10 C E D E R J C E D E R J 11 Gestão de Projetos: como tudo começou Gerenciamento de projeto significa “planejar o trabalho e depois executar o plano” (GIDO; CLEMENTS, 2007, p. 10). O Gerenciamento de Projetos surgiu como ciência no início da década de 1960, mas foi a partir da criação do PMI – Project Management Institute (Instituto de Gestão de Projetos) –, em 1969, que sua disseminação ocorreu com maior intensidade. Sediado na Pensilvânia, Estados Unidos, o PMI é uma organização internacional sem fins lucrativos, composta por pro- fissionais da área de gerenciamento de projetos. O PMI visa promover e ampliar o conhecimento existente sobre gerenciamento de projetos, assim como melhorar o desempenho de profissionais e organizações da área (PMISP, 2005). O PMI produziu a primeira versão do PMBOK – Project Management Body of Knowledge (Guia de Conhecimentos sobre a Administração de Projetos) – em 1987. O guia fornece uma referência básica em nível de conhecimentos e práticas do gerenciamento de projetos, constituindo-se em um padrão mundial. Posteriormente, o PMI se tornou uma das principais instituições que agrega profissionais da área de Gerenciamento de Projetos. Os asso- ciados e interessados em Gerenciamento de Projetos têm à sua disposição uma extensa relação de produtos e serviços oferecidos pelo PMI, e, entre esses, destaca-se o programa de certificação profissional, cujo principal objetivo é promover o crescimento da profissão de Gerenciamento de Projetos e reconhecer as realizações do profissional nesse tema. O primeiro capítulo a ser constituído fora dos Estados Unidos, no início da década de 1980, foi no Brasil. Apesar do interesse já existente na época e de um crescimento significativo do número de associados, o Capítulo Brasil foi destituído em 1984. Com a nova diretriz de expansão internacional do PMI e o avanço do Gerenciamento de Projetos em nosso país, no final dos anos 1990 houve uma nova iniciativa para o restabelecimento de uma representa- ção do PMI no Brasil. Em função de sua grande dimensão territorial, foi incentivada a criação de Capítulos por estado. O primeiro Capítulo a ser estabelecido nesta nova fase foi o de São Paulo, em 1998. Atualmente, estão estabelecidos os seguintes Capítulos brasileiros: São Paulo; Bahia; Distrito Federal; Espírito Santo; Fortaleza, capítulo Escritório regional; pode ser visto como uma “representação” local do PMI – Associação Profissional Internacional de Gerenciamento de Projetos – sediada na cidade de Newtown Square, no Estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos da América. 10 C E D E R J C E D E R J 1110 C E D E R J C E D E R J 11 A U LA 1 Ceará; Goiânia, Goiás; Joinville, Santa Catarina; Manaus; Minas Gerais; Paraná; Recife; Pernambuco; Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Observe que não há um padrão na denominação dos Capítulos, ora apresentam-se com o nome do estado, ora com o nome do município em que situa. Atualmente, o PMI conta com aproximadamente 250.000 asso- ciados em 170 países. Os associados do PMI são indivíduos praticando e estudando o Gerenciamento de Projetos nas mais diversas áreas, tais como aeroespacial, automobilística, administração, construção, enge- nharia, serviços financeiros, tecnologia da informação, farmacêutica, telecomunicações etc. Para maiores informações sobre a atuação do PMI no Brasil acessar o site http://pmi.org.br O PMBOK teve sua primeira apresentação em português no ano de 2000, através de uma tradução livre, elaborada por associados do Capítulo de Minas Gerais. O guia apresenta cinco grupos básicos de processos de planejamento e gestão de projetos, reconhecidos como ciclo de vida de um projeto: 1) iniciação; 2) planejamento; 3) execução; 4) controle e 5) encerramento. Os mesmos são apresentados na Figura 1.2. Processo de iniciação Processos de planejamento Processos de controle Processos de execução Processos de encerramento Figura 1.2: Processos do Ciclo de Vida de um Projeto Fonte: Tradução livre do PMBOK,V1.0 (SOARES; TIBO, 2000, p. 28) 12 C E D E R J C E D E R J 13 Planejamento e Gestão de Projetos | Evolução do conceito de gestão de projetos 12 C E D E R J C E D E R J 13 Estes processos são genéricos e aplicam-se à maioria das ativida- des que desempenhamos. Para ilustrar o ciclo de vida de um projeto, considere que uma família queira construir uma casa. As fases que irão compor a realização desse projeto podem ser apresentadas através dos processos apresentados na Figura 1.1. No processo de iniciação, o problema ou a oportunidade – a necessidade do cliente – é identificada e apresentada ainda de forma geral. Nesse caso, o casal irá verificar, de forma ainda pouco estruturada, quais são os aspectos do novo imóvel (localização, área construída, disposição dos cômodos etc.), qual o volume de recursos aproximado para a cons- trução da casa, quando deverá iniciar e encerrar a obra, entre outros aspectos. Poderá inclusive, já nessa fase, buscar o apoio de especialistas da área para que a concepção da ideia fique mais elaborada. Devemos destacar que a proposição aqui apresentada é uma refe- rência. Com certeza, a condição financeira do interessado na construção da casa irá interferir na forma como os processos serão conduzidos. Em certos casos poderíamos encontrar pessoas que chamariam para si a responsabilidade por todas as etapas da construção, inclusive, eliminado algumas atividades, como, por exemplo, as de arquitetura e ou engenharia. Essas situações não deveriam existir, mas devem ser reconhecidas como fatos concretos em função da restrição econômica de muitas famílias. Ainda assim, o ciclo de vida de um projeto seria aplicado nesse tipo de construção, sem a formalização que um projeto dessa natureza merece, mas o interessado na construção irá passar pela concepção, vai planejar a casa, ainda que informalmente, vai executar a construção, realizar o controle, ainda que por tentativa e erro, e em determinado momento dará a obra como finalizada. Voltando ao nosso exemplo inicial, consideremos que após a determinação do objetivo passa-se para o processo de planejamento, quando as “ideias” deverão tomar corpo, e se o casal não atuar profis- sionalmente na área de construção civil, deverá contar com serviços de arquitetos e engenheiros, entre outros, para que o projeto da casa seja elaborado conforme as normas que regulam essa atividade. Nessa fase, haverá a definição e o detalhamento de todas as atividades necessárias, para que o objetivo geral e os objetivos parciais, determinados na fase anterior, sejam atingidos, destacando o custo envolvido na execução do projeto, o prazo para sua realização e a apresentação do objetivo de forma clara, e detalhada. 12 C E D E R J C E D E R J 1312 C E D E R J C E D E R J 13 A U LA 1 O processo de execução será iniciado após o refinamento do pla- nejamento, ou seja, clientes e responsáveis pelo planejamento chegaram a um consenso em relação ao que será feito e qual a melhor forma de fazê-lo. Nessa fase há a implementação (nesse caso construção) propria- mente dita do projeto. No processo de controle, os esforços são de acompanhamento do planejamento e da execução para aproximar os resultados ao máxi- mo possível do plano, corrigindo possíveis desvios. Entretanto, nem sempre é possível realizar exatamente o que foi planejado. Nesse caso, o processo de controle tem a função de realimentar o processo de planeja- mento para que os ajustes necessários sejam realizados e implementados. Ao final da construção, o responsável pelo processo de controle irá liberar o resultado – a casa construída – para o processo de finalização. O processo de finalização irá tratar da conclusão do projeto. Além da entrega do objeto do projeto, nesse caso uma casa que satisfaça as expectativas do cliente, algumas atividades de encerramento também devem ser realizadas, tais como: fechamento de contrato, quitação com clientes e fornecedores e o aceite formalizado do cliente. Destaca-se que o aceite depende da concordância do cliente com o resultado, ou seja, da qualidade do resultado. Uma importante atividade da fase de encer- ramento é a avaliação, por parte da equipe do projeto, dos resultados obtidos. Essa reflexão leva ao amadurecimento da equipe e a prepara para projetos futuros. Verificou-se então, a partir do exemplo anterior, a presença das cinco fases que compõem o Ciclo de Vida de um projeto: 1) ini- ciação; 2) planejamento; 3) execução; 4) controle e 5) finalização. Figura 1.3: Seria possível fazer desse material disperso uma casa sem o uso de um projeto? 14 C E D E R J C E D E R J 15 Planejamento e Gestão de Projetos | Evolução do conceito de gestão de projetos 14 C E D E R J C E D E R J 15 Esses processos estão associados às atividades a serem desempenhadas durante a execução e vão se sobrepor, ou interagir entre si, conforme a fase do projeto. Com o avanço da apresentação e discussão sobre o tema, os processos de planejamento e gestão de projetos serão apresentados de forma detalhada, evidenciando, inclusive, as áreas de conhecimento de Gestão de Projetos. São elas: 1) escopo; 2) prazo; 3) custo; 4) recursos humanos; 5) comunicação; 6) qualidade; 7) contratação; 8) riscos; 9) integração. Estas áreas são conhecidas também como áreas de conheci- mento aplicáveis ao desenvolvimento de projetos, e serão detalhadamente apresentadas e discutidas ao longo desse curso. A evolução mais sensível do gerenciamento de projetos deu-se em suas áreas de aplicação. A atividade que foi predominantemente relacionada à construção e montagem de obras de grande porte e, posteriormente, também no desenvolvimento de projetos no campo da informática. Hoje é aplicada a praticamente todos os campos da atividade humana. Isto só se tornou possível a partir do momento em que o con- ceito de projeto foi sendo difundido de forma mais ampla, como sistema interligado de atividades de relativa complexidade, não repetitivas, com objetivo pré-especificado, com restrições de custo e prazos. O conceito de projeto pode ainda ser apresentado de forma mais estruturada na afirmação de que trata-se de “um empreendimento temporário ou uma seqüência de atividades com começo, meio e fim programados, que tem por objetivo fornecer um produto singular, dentro de restrições orçamentárias” (MAXIMIANO, 2002, p. 26). No gerenciamento de um projeto, vários são os aspectos que merecem atenção dos envolvidos para que os resultados finais se apro- ximem ao máximo do que foi estabelecido inicialmente. Nesse sentido, existem muitas variáveis a serem definidas e acompanhadas. Dentro dessas, destaca-se um conjunto que por sua importância são tratadas por Maximiano (2002) como variáveis críticas: 1) escopo; 2) prazo; 3) custo. O autor não apresenta de forma explícita a qualidade do resultado como uma das variáveis críticas a serem identificadas e acompanhadas em um projeto, entretanto, aqui, a mesma será incluída e tratada como tal. Assim há uma quarta variável crítica: qualidade. Verifica-se que o conceito do autor para projeto: “um empre- endimento temporário ou uma seqüência de atividades com começo e 14 C E D E R J C E D E R J 1514 C E D E R J C E D E R J 15 A U LA 1 fim programados; que tem por objetivo fornecer um produto singular e dentro de restrições orçamentárias” (MAXIMIANO, 2002, p.26) evi- dencia a importância dessas variáveis. Deste conceito podem-se, então, destacar os seguintes aspectos: 1) Começo e fim programados: ao enunciar que o projeto é um empreendimento com começo e fim programados, há o reforço da ideia de que, por conceito, umprojeto é temporário, possui prazo definido, ou seja, é finito. Deve-se destacar que não se trata apenas do prazo para o resultado final do projeto, visto que, para que este seja atendido, as várias atividades intermediárias, bem como os resultados parciais, devem ter um cronograma de realização como referência. 2) Produto singular: ao tratar do resultado de um projeto como um produto singular, fica claro que o objetivo de um projeto é único. Aquele conjunto de atividades está associado a um resultado que será diferente de qualquer outro esforço semelhante. Ainda que as referências para atingir determinado resultado sejam equivalentes (ou semelhantes), até mesmo pelo fato de serem realizadas em ocasiões diferentes e ou por pessoas diferentes, tratam-se de resultados singulares, únicos. 3) Dentro de restrições orçamentárias: ao tratar das restrições orçamentárias, o conceito está evidenciando que a realização de um projeto está associada a um custo. Há uma restrição no investimento associado ao projeto, a partir da qual deverá ser realizada nova avaliação para verificar se os esforços financeiros demandados são compatíveis com os resultados esperados, e mais, se os interessados nesses resultados têm condições de arcar com esses custos. 4) Qual idade : essa área da gestão não é claramente evidenciada no enunciado do conceito, entretanto, fica subentendido que o objetivo a ser alcançado deve apresentar um conjunto de atributos sem os quais não se pode considerar que o projeto possui os resultados esperados em sua concepção. A inclusão dessa variável – qualidade – como crítica está pautada na necessidade de que o resultado do projeto atenda às expectativas dos interessados no mesmo. O projeto deverá ter “sucesso”, tratado aqui não apenas como o alcance dos resultados previstos, mas também que esses resultados atendam às necessidades dos interessados no projeto. Essa situação pode ser ilustrada através de um exemplo: supo- nha que uma organização queira realizar um projeto para reestruturar seu quadro de pessoal. A partir dessa iniciativa, seus gestores têm a Qual idade é adequação ao uso” (JURAN, 1996, p. 52). Provavelmente, não se conseguirá definir qualidade com tanta proprie- dade e com tão pou- cas palavras. Deste conceito surge uma grande verdade: ape- sar de uma varieda- de muito ampla de conceitos com a qual é definida, entendi- da ou praticada, a qualidade dentro da gestão de projeto, deve ser redefinida, para orientar-se para o seu alvo específico: o consumidor. 16 C E D E R J C E D E R J 17 Planejamento e Gestão de Projetos | Evolução do conceito de gestão de projetos 16 C E D E R J C E D E R J 17 expectativa de que a empresa obtenha melhores resultados operacionais. Para atender essa demanda, o setor responsável pela reestruturação do quadro de pessoal pode fazer um trabalho dentro das expectativas que foram inicialmente apresentadas e criar toda uma nova estrutura de pessoal, contratando e ou qualificando e ou desligando funcionários. Considerando que essas atividades coloquem o grupo de funcionários dentro do perfil desejado pela empresa, ou seja, atenda ao objetivo do projeto – reestruturar o quadro de pessoal – dentro de um prazo e custos predeterminados, a princípio pode-se considerar que esse projeto foi um sucesso. Entretanto, só é possível considerar que isso realmente aconteceu se os ajustes no quadro de pessoal atenderam ao motivo que originou o projeto: a busca por melhores resultados operacionais. Dessa forma, o projeto utilizado no exemplo atendeu ao escopo – reestruturação do quadro de pessoal – e vamos considerar que atendeu prazo e custos estabelecidos. Entretanto, por supostamente não melhorar os resultados gerais da empresa no nível desejado, não pode ser considerado um projeto de sucesso, ou seja, não possui a qualidade necessária. Dessa forma, não é possível afirmar que um projeto foi um sucesso apenas pelo atendimento das variáveis críticas de escopo, prazo e custo. Também é necessário considerar a efetividade dos resultados obtidos pelo ponto de vista dos interessados e ou contratantes do projeto. As atividades que compõem um projeto podem ser diferenciadas daquelas que uma organização normalmente realiza em função de sua frequência. Enquanto as atividades de uma organização em seu dia a dia são repetitivas e ou rotineiras, aquelas associadas a um projeto são específicas para a realização de um objetivo determinado. 16 C E D E R J C E D E R J 1716 C E D E R J C E D E R J 17 A U LA 1 A linha de produção de uma indústria pode representar muito bem uma atividade rotineira, ou seja, um esforço cujas atividades não podem ser caracterizadas como aquelas associadas a um projeto, visto que, ao longo do tempo, o ciclo de produção se repete, caracterizando uma atividade cíclica, inerente à razão da existência daquela empresa. Por outro lado, as atividades de um projeto não se repetirão após a conclusão do mesmo. A partir do conceito de Maximiano (2002), pode-se inferir, utilizando ainda a mesma suposta empresa citada com sua linha de produção, que antes de o produto entrar na linha de produção, o mesmo foi fruto de um projeto, ou seja, houve um esforço para realizar um objetivo específico – criar o produto – dentro de um prazo e com custo especificado. Esse esforço teve fim quando o objetivo do projeto foi alcançado e o produto ficou à disposição da linha de produção. Com o passar do tempo, os conceitos de Gestão de Projetos foram se ampliando, assim como a abrangência do projeto, compreendendo desde o momento da tomada de decisão de executar um projeto até sua implantação propriamente dita. Também o escopo foi alargando-se, incluindo as atividades de implantação da operação, atingindo o que podemos chamar de gerenciamento integral. A partir dessa situação, além dos conhecimentos de engenharia de sistemas, foi sendo neces- sária a incorporação de outros conhecimentos, tais como: administra- ção, economia, finanças, relações humanas, organização e métodos, entre outros. A palavra “escopo” pode ser entendida como o objetivo central de um projeto, ou seja, o resultado esperado de um conjunto coordenado de atividades.!! Assim, a atividade de planejamento e gestão de projetos, antes muito direcionada a algumas áreas profissionais, foi ganhando auto- nomia. Hoje, apresenta-se como parte do trabalho de profissionais das mais diversas áreas. 18 C E D E R J C E D E R J 19 Planejamento e Gestão de Projetos | Evolução do conceito de gestão de projetos 18 C E D E R J C E D E R J 19 Toda esta evolução afetou muito a formulação da equipe do projeto e especialmente o gerente, cujo perfil foi sendo modificado, exigindo que entre suas qualificações passasse a incluir a capacidade de solucionar conflitos, articular pessoas, versatilidade ante a necessidade de mudanças de escopo em função das pressões que circulam o projeto, entre outras. torre eiffel – um projeto revolucionário O conjunto das atividades de inicialização (for- malização da ideia), concepção, planejamento, execução, controle e encerramento (entrega do produto) da Torre Eiffel, localizada em Paris, na França, pode ser apresentado como uma referência na área de projetos. Trata-se de uma das grandes obras de engenharia realizadas pelo homem, tanto pelo porte da construção, ainda diferenciado para os dias de hoje, como pelas soluções inovadoras empregadas durante o esfor- ço de realizar tal obra. Naquela época, o conceito de gerenciamento de projetos ainda era muito direcionado a algumas áreas específicas e às atividades quetinham bens físicos como resultados esperados. Nesse sentido, destacam-se os esforços para atingir especifica- ções de qualidade e os limites de prazo e custo. A literatura então existente, em sua maioria, tratava dos projetos deste ponto de vista e constitui o que pode ser chamado de linha clássica do gerencia- mento de projetos. Inaugurada em maio de 1889, a Torre Eiffel é um prodígio de engenharia e o símbolo de um tempo. Em março de 1885, Eiffel exibiu o projeto à Sociedade dos Engenheiros Civis (...) e durante o Ciclo de Vida do projeto cinqüenta engenheiros desenharam nada menos que 5.300 plantas. As 18.038 peças da torre foram pré-fabricadas, algo até então nunca tentado em obras de grande porte (nesses casos, as peças eram produzidas no local da monta- gem). De 150 a 300 operários trabalharam na construção da torre propriamente dita, enquanto outros tantos fabricaram os 2,5 milhões de parafusos e o milhão de rebites que uniriam com precisão de décimos de milímetro todas as partes desse gigantesco brinquedo de montar. As vigas já subiam no tamanho certo e devidamente furadas – só os parafusos eram fixados no local. Em 31 de março de 1889, a construção estava pronta. Nos exatos dois anos, dois meses e cinco dias de trabalho, vários recordes foram batidos. Em primeiro lugar, pelos 300,65 m, a torre permaneceria a estrutura mais alta do mundo até a inauguração do Empire State Building, em Nova York, com 380 m, 41 anos depois. (Atualmente, a mais alta construção é a torre da TV nacional da Polônia, em Varsóvia, com 646 m). Fonte: Superinteressante (2008). Figura 5: Torre Eiffel. Fonte: http://www.stockx- pert.com/browse_image/ view/7008791/?ref=sxc_hu 18 C E D E R J C E D E R J 1918 C E D E R J C E D E R J 19 A U LA 1 Conceitue com suas palavras o que é um projeto e o que é o gerenciamento de projetos. Resposta Comentada Projeto é um conjunto de atividades coordenadas que tem um objetivo específico a ser realizado dentro de um prazo, com um orçamento determinado e um padrão de qualidade preestabelecidos. Seu gerenciamento é composto pela determinação e coordenação das atividades necessárias para que um projeto seja realizado, dentro de parâmetros aceitáveis e de acordo com a expectativa dos interessados nos resultados do projeto. Atividade 1 1 Suponha que você faça parte de uma equipe de pessoas que deverá organizar uma festa de confraternização. A festa é em função da comemoração pelos resultados alcançados ao final do semestre por um grupo de alunos do CEDERJ, dos quais você faz parte. Esses alunos destacaram-se não apenas pelo conhecimento demonstrado nas avaliações, mas pelo interesse em desenvolver a habilidade de aplicá-los no dia a dia e, principalmente, na vontade de fazê-lo. Esse conjunto de fatores que diferencia os profissionais é tratado na área de recursos humanos como CHA – Conhecimento (ter posse do conhecimento); Habilidade (saber como usar o conhecimento); e Atitu- de (querer aplicar o conhecimento). Trate a organização da confraternização como um projeto. Descreva os conceitos envolvidos em um projeto de forma sucinta e depois, utilizando como referência as proposições já indicadas no quadro que segue, exempli- fique cada uma das etapas do ciclo de vida da confraternização. Atividade 2 2 20 C E D E R J C E D E R J 21 Planejamento e Gestão de Projetos | Evolução do conceito de gestão de projetos 20 C E D E R J C E D E R J 21 Descrição da atividade Processo de iniciação Processo de desenvolvimento Processo de execução Processo de controle Processo de finalização 20 C E D E R J C E D E R J 2120 C E D E R J C E D E R J 21 A U LA 1 Comentário Durante o processo de iniciação, a “ideia” a ser desenvolvida como um proje- to, e que deverá ser expressa como um objetivo, pode ser decorrente de um problema, uma oportunidade, uma data, uma confraternização etc. Durante o processo de desenvolvimento do objetivo, ou planejamento do projeto, determina-se as atividades que deverão ser realizadas para que o objetivo seja alcançado. Durante o processo de execução, as atividades que foram planejadas durante o processo anterior são colocadas em prática, ou seja, nessa etapa é que há a realização propriamente dita das tarefas. O processo de controle é realizado em todos os processos do ciclo de vida de um proje- to. Acompanha os processos de iniciação e planejamento e posteriormente é intensificado no processo de execução. Nesse processo, busca-se verificar se os resultados obtidos em cada tarefa estão em conformidade com o que foi planejado. Se sim, mantém-se o planejado, se não, são realizadas ações corretivas. O processo de finalização irá tratar das atividades que encerram um projeto. Especificamente no caso solicitado, apresentação do ciclo de vida de uma confraternização, teríamos, em linhas gerais, os seguintes aspectos a serem abordados. Descrição da atividade Confraternização de um grupo de colegas por ocasião dos resultados obtidos no CEDERJ durante o semestre letivo. Processo de iniciação Nesse caso, o objetivo pode ser expresso, de forma simplificada, da seguinte forma: realizar uma festa de confraternização. Processo de desenvolvimento Quem e quantos serão os convidados, quem será o responsável pelos convites; qual o local, a data e o horário, quais serviços serão contratados (música, comida, bebida, ambientação etc.), além da fonte de recursos para pagar por todas as despesas que serão realizadas. Processo de execução No caso de um evento, compreendem as atividades de preparação e realização do mesmo. Pode-se citar: confecção e envio de convites, locação de local, mesas, cadeiras, utensílios, contratação de cozinheiros e garçons, decoração do ambiente, instalação de iluminação e som, e a realização da festa propriamente dita, quando serão utilizados os serviços e instalações preparados, além do consumo da comida e bebida adquiridas. Processo de controle Para a realização do evento, há a vistoria das condições do local, quan- do aspectos como disponibilidade de água e energia são verificados etc. Durante o evento, verifica-se se a bebida e a comida estão sendo servidas na quantidade e qualidade encomendadas, se o repertório e o volume da música estão de acordo, se os banheiros estão sendo mantidos limpos etc. Processo de finalização No caso do evento, irá tratar da devolução dos utensílios e equipamen- tos alugados, da limpeza e entrega do local onde ocorreu o evento, do pagamento pelos serviços prestados (DJ, garçom, cozinheiro, serviço de limpeza etc.), da elaboração de relatório financeiro prestando contas apresentado com o quê e quanto foi gasto no evento. 22 C E D E R J C E D E R J 23 Planejamento e Gestão de Projetos | Evolução do conceito de gestão de projetos 22 C E D E R J C E D E R J 23 classiFicação e oriGens de Projetos Os projetos podem ser categorizados de três formas, apresentando como referência o tipo de resultado esperado pelos esforços empreendidos em sua consecução. Conforme Maximiano (2002), são eles: a) Projeto cujo resultado é um produto (bens tangíveis) como, por exemplo, um veículo, um componente eletrônico ou uma casa. b) Projeto cujo resultado é um conceito (bens intangíveis) como, por exemplo, uma ideia, um programa de computador, um trabalho de conclusão de curso ou um livro. c) Projeto cujo resultado é um evento (conjunto de atividades onde a realização de tarefas é parte final de um conjunto de planejamentos) como, por exemplo, um festival de música, uma peça de teatro ou uma palestra. Deve-se ressaltar que essas três classificações não são estanques, ao contrário, na maioria dasvezes o resultado final de um projeto pos- sui um pouco de cada uma dessas categorias. A referência adotada é aquela que predomina: produto, conceito ou evento. Um caso que pode ilustrar essa situação são as embalagens Tetra Pak; aquelas que conser- vam alimentos fora da geladeira, tais como, molhos, leite, sucos etc. Não há dúvida que se trata de um produto, entretanto, antes que viesse a ser um produto era um conceito, como tudo que o homem fabrica, antes do resultado final há a concepção e, se as avaliações de utilização forem positivas, transforma-se o conceito em produto (serviço) ou evento. tetra Pak A história da Tetra Pak tem início quando seu fundador, o sueco Ruben Rau- sing, na época cursando a Universidade de Harvard (EUA), descobriu as lojas de autosserviço. Ruben Rausing achou que a novidade americana iria, em breve, se espalhar pela Europa. As empresas, então, precisariam de embalagens práticas para acondicionar e preservar os alimentos, muitos até então vendidos a granel. Nascia a primeira embalagem da Tetra Pak. Em 1951, já de volta à Suécia, o Dr. Ruben Rausing idealizou a embalagem, em formato de tetraedro (quatro faces, triangular, com base horizontal). Um ano depois, em 1952, a empresa já comercializava sua primeira máquina de embala- gens cartonadas. O creme de leite foi o primeiro produto a ser embalado pela Tetra Pak. Três anos depois as embalagens da Tetra Pak começaram a acondicionar leite pasteurizado. A embalagem tipo longa vida, no entanto, seria criada apenas em 1961. Foi neste ano que Dr. Ruben Rausing uniu os conceitos de ultrapasteuri- zação e embalagem asséptica, criando a embalagem que protegeria o leite, sem necessidade de conservantes e refrigeração. 22 C E D E R J C E D E R J 2322 C E D E R J C E D E R J 23 A U LA 1 A realização de um projeto pode ser estimulada ou ter como finali- dade uma necessidade própria. A partir dessas situações, uma pessoa, ou empresa, identifica uma necessidade e ela mesma desenvolve um projeto para responder a essa necessidade. Para ilustrar essa situação, pode-se utilizar a realização de uma campanha de vendas para o lançamento de um produto de uma empresa. Observe que todos os projetos, e também o tomado como exemplo, possuem, pelo menos três características: 1) objetivo específico (escopo); 2) prazo e 3) custo. No exemplo citado anteriormente, a campanha de vendas tem um objetivo específico: lançar (e vender) o novo produto da empresa no mercado. Possui ainda um prazo determinado. Embora o mesmo não tenha sido apresentado no exemplo, podemos afirmar que qualquer campanha de lançamento de produtos é finita, ou seja, possui prazo para ser encerrada. A campanha também possui um custo específico: em sua realização, um orçamento deverá ser previsto e gasto para atingir o objetivo proposto. Um projeto pode, também, ser originado de uma encomenda. Falta de interesse, de tempo, de competência, de estrutura, entre outros, são alguns dos motivos que podem levar uma pessoa ou uma organi- zação a encomendar um projeto a outra. Utilizando ainda o exemplo da campanha de vendas, uma empresa industrial pode não querer, por exemplo, tratar diretamente com aspectos de divulgação de um produto que está sendo lançado. Dessa forma, para divulgar esse produto, ela encomenda esse serviço a um especialista ou a uma outra empresa, que atua na área de publicidade e propaganda. Verifica-se, então, que um mesmo projeto pode se originar de uma decisão de fazê-lo ou de uma encomenda a terceiros. A empresa expandiu suas atividades na década de 1990 e está presente em mais de 165 países –, é uma organização global que produz sistemas integrados para pro- cessamento, envase, distribuição e embalagens cartonadas para alimentos como leite e derivados, sucos, chás, derivados de tomate, cremes, molhos e outros. Para ver como é o processo de produção das embalagens Tetra Pak entre no link http://www.tetrapak.com.br/tetraleite/audiovideo/index_audiovideo.asp. Fonte: Tetra Pak (2009). 24 C E D E R J C E D E R J 25 Planejamento e Gestão de Projetos | Evolução do conceito de gestão de projetos 24 C E D E R J C E D E R J 25 Há ainda uma outra forma muito comum para originar um projeto – chamada pública através de licitação. Utilizado também por empresas privadas, mas obrigatoriamente pelas organizações públicas, as chamadas públicas através de licitação são uma forma muito comum para realização de um projeto. A empresa faz uma chamada pública por meio de divulgação de edital de licitação em que serão apresentados os aspectos que deverão ser atendidos pelos candidatos a realizar o projeto – objeto do contrato. As licitações públicas também são comunicadas por meio de edital de licitação e são regulamentadas pela Lei das Lici- tações: Lei 8.666/93. O que difere um projeto oriundo de uma licitação pública e os demais é a forma de contratação, visto que, ao contratar junto ao Poder Público, uma série de exigências tem que ser atendidas. Ainda assim, o projeto que segue a Lei 8.666/93 também apresentará objetivo, prazo e custos associados. Como exemplo dessa afirmação é possível utilizar a necessidade de realizar a divulgação de uma campanha de vacinação de animais contra raiva. Verifica-se que, da mesma forma que nos exemplos anteriores, a campanha tem um objetivo específico: divulgar o serviço prestado por uma organização pública, por exemplo, vacinação de cães e gatos contra raiva; dentro de um prazo determinado: a campanha ocorrerá, por exemplo, nos finais de semana do mês de abril e a campanha possui um custo específico: em sua realização um orçamento deverá ser previsto e gasto para atingir o objetivo proposto. O que não é visível nesse tipo de projeto é o trâmite adminis- trativo. Antes de contratar algum serviço, a organização pública deve dar publicidade de sua necessidade para que todos aqueles que estão em condições de prestar o serviço se interessem pelo mesmo e tenham condições de apresentar uma proposta. Esse trâmite é regulamentado pela Lei 8.666/93, e será mais discutido na parte do curso que fala espe- cificamente dos aspectos legais que envolvem a contratação e realização de projetos. 24 C E D E R J C E D E R J 2524 C E D E R J C E D E R J 25 A U LA 1 A incerteza em relação aos resultados é uma das características intrínsecas a um projeto. O desconhecimento antecipado do resultado ou do caminho para chegar até ele – ou ambos – muitas vezes estarão presentes. Tomemos como exemplo dessa situação a nossa pesquisa científica, seja na elaboração de um artigo por um professor ou na ela- boração do trabalho de conclusão de curso de um aluno; em função da natureza da iniciativa, nível de experiência das pessoas envolvidas, tipo e disponibilidade de recursos necessários, entre outros, pode-se afirmar que dificilmente será possível antecipar resultados e as melhores formas de obtê-los. O gerenciamento acurado das variáveis críticas contribuirá para reduzir a incerteza quanto aos resultados esperados das atividades que compõem um projeto, mas não eliminá-la. Essa característica dos projetos – incerteza – pode ser aferida a partir de uma escala . Quanto maior o desconhecimento acerca das ati- vidades necessárias para obtenção dos resultados esperados, maior será o grau de incerteza, e por consequência, maior será o risco associado a um projeto. A principal consequência da incerteza é a dificuldade de fazer previsões, então, em função de sua presença, um projeto pode começar com definições imprecisas a respeito de suas variáveis críticas. Lei 8.666/93 e Obrigatoriedade de Licitação: “A Constituição Federal exige licitaçãopara os contratos de obras, serviços, compras e alienações (art.37, XXI), bem como para a concessão e a permissão de serviços públicos (art.175). A Lei 8.666/93 exige a licitação para as obras, serviços, inclusive de publici- dade, compras, alienações, concessões, permissões e locações (art 2º). Estão obrigados à licitação todos os órgãos da Administração Pública dire- ta, os fundos especiais e as autarquias, as fundações públicas, as empre- sas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta e indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios (art 1º, parágrafo único)” (DI PIETRO, 2002, p. 309). ?? escala Método de ordenação de grandezas qualitativas ou quantitativas que permite a comparação entre dois ou mais resultados de medições. 26 C E D E R J C E D E R J 27 Planejamento e Gestão de Projetos | Evolução do conceito de gestão de projetos 26 C E D E R J C E D E R J 27 A complexidade, outro elemento comum a todos os projetos, pode ser mensurada pelo número de variáveis que o mesmo contém. Conforme Maximiano (2002), deve-se, portanto, avaliar pelo menos os seguintes quesitos para mensurar o grau de complexidade de um projeto: 1) multidisciplinariedade; 2) número de pessoas envolvidas; 3) diversidade e volume de informações a serem processadas; 4) duração do projeto; 5) número de organizações que precisam ser envolvidas para realizar o projeto; 6) risco e segurança. Os projetos podem ser categorizados de quatro formas a partir da relação entre complexidade e incerteza, sendo que o grau de presen- ça dessas características irá determinar o nível de risco associado aos mesmos. Assim, um projeto será considerado de alto risco em função da complexidade em realizá-lo ou pela incerteza quanto aos resultados ou ainda pela combinação dessas características, conforme apresentado de forma esquemática na Figura 1.5. – IN C ER TE ZA + – COMPLEXIDADE + Fácil de ser realizado Incerteza quanto ao resultado final Ex.: Venda de sorvete italiano no inverno Difícil de ser realizado Incerteza quanto ao resultado final Ex.: Exploração de petróleo na Lua Fácil de ser realizado Certeza quanto ao resultado final Ex.: Venda de sorvete italiano no verão Difícil de ser realizado Certeza quanto ao resultado final Ex.: Jogos Olímpicos Figura 1.5: Relação entre complexidade e incerteza. Fonte: Maximiano apud Santos (2007). Decorre do nível de risco associado a um projeto o nível de retor- no esperado do mesmo. Dessa forma, dos projetos com elevado nível de risco, espera-se um elevado nível de retorno. Nesse sentido, Gitman (2005) afirma que quanto maior o risco associado a um projeto, maior deverá ser o retorno financeiro que o mesmo deverá proporcionar. 26 C E D E R J C E D E R J 2726 C E D E R J C E D E R J 27 A U LA 1 Dessa forma, para um projeto muito arriscado a taxa de juros – ou retorno exigido – sobre os recursos nele aplicados será mais alta, já em projetos com pouco ou quase nenhum risco a taxa de retorno do investidor será mais baixa. Ambas as situações são indesejáveis pelo ponto de vista financeiro, visto que, no primeiro caso, poucas pessoas têm coragem para investir em projetos demasiadamente arriscados e, no segundo, sempre existirá uma aplicação alternativa que proporcionará resultados melhores. Assim, os melhores projetos estarão na diagonal esquerda da Figura 1.6, que é replicada destacando as melhores opções. – IN C ER TE ZA + – COMPLEXIDADE + Fácil de ser realizado Incerteza quanto ao resultado final Ex.: Venda de sorvete italiano no inverno Difícil de ser realizado Certeza quanto ao resultado final Ex.: Jogos Olímpicos Figura 1.6: Relação entre complexidade e incerteza adaptada. Fonte: Maximiano apud Santos (2007). 28 C E D E R J C E D E R J 29 Planejamento e Gestão de Projetos | Evolução do conceito de gestão de projetos 28 C E D E R J C E D E R J 29 Considere que os profissionais de uma empresa de confecção estão estudando o lançamento da coleção de roupas femininas de inverno. A empresa tem setores de criação, produção e comercialização. Destaca-se que o setor de comercializa- ção sempre faz um desfile para seus principais clientes na ocasião do lançamen- to de cada coleção. As atividades realizadas por cada um desses setores podem ser tratados como projetos individuais? Como esses projetos seriam classificados? Justifique. Resposta Comentada As atividades de cada um dos setores podem ser tratadas como projetos individuais. É possível verificar que cada uma tem objetivos específicos, têm prazos determinados, que as atividades são interdependentes, visto que, o setor seguinte não conseguirá realizar suas obrigações sem o resultado do anterior e, certamente apresentam custos associados às suas atividades. Esses projetos podem ser classificados de acordo com a característica predominante. O setor de criação vai produzir conceitos, os modelos que serão apresenta- dos têm valor em função da ideia que está por trás dos mesmos, ou seja, predomina o aspecto intangível no setor de criação. O setor de produção vai fabricar as roupas a partir dos modelos desenvolvidos pelo setor de criação, então, o valor dessa atividade está associado a quantidade e qualidade das peças produzidas; os aspectos tangíveis serão predominantes nesse setor. O setor de comercialização possui elementos tangíveis e intangíveis, visto que a forma de apresentar os produtos aos clientes tem valor pela criatividade – é intangí- vel – e a roupa a ser comercializada é um produto tangível. Pode-se destacar, ainda, que o lançamento de cada coleção é um evento. Assim, em função das caracte- rísticas predominantes, o resultado do setor de criação é classificado como um Atividade 3 3 28 C E D E R J C E D E R J 2928 C E D E R J C E D E R J 29 A U LA 1 conceito, o resultado do setor de produção é classificado como um produto e o resultado do setor de comercialização um misto dos dois, predominando o produto, entretanto, destaca-se que o início das atividades de comercialização – o desfile – é classificado como um evento. Um projeto de pesquisa na área biomédica para desenvolvimento de um princípio ativo a ser utilizado no tratamento de uma doença tem um grau de incerteza muito maior que um projeto de reestruturação do quadro de pessoal de uma empresa. Por quê? Justifique a partir de elementos (variáveis) que possam interferir na complexidade e incerteza de um projeto. Como estas variáveis podem interferir no risco de um projeto? Resposta Comentada A complexidade de um projeto pode ser verificada pelo número de variáveis envolvidas no mesmo. Quanto maior o número de variáveis, maior a comple- xidade. Também contribui para o aumento da complexidade a necessidade da aplicação de conhecimentos de várias áreas, ou seja, quanto maior o número de profissionais de áreas distintas, mais complexo é o projeto. A impossibilidade de prever os resultados de uma pesquisa para desenvolvimento de um medica- mento, o número de pessoas envolvidas, o volume de conhecimento necessário etc. irão fazer com que o mesmo seja mais complexo que a reestruturação do Atividade 4 4 30 C E D E R J C E D E R J 31 Planejamento e Gestão de Projetos | Evolução do conceito de gestão de projetos 30 C E D E R J C E D E R J 31 quadro de pessoal de uma empresa. Ambos os projetos possuem um grau de complexidade, porém, o desenvolvimento do medicamento apresenta a impossibilidade de prever o resultado, enquanto os resultados da reestruturação podem melhor se dimensionados. Todos os projetos têm, também, um grau de incertezaassociado. Esta pode ser apresentada pelo desconhecimento do resultado ou o caminho para chegar até ele. A necessidade de insumos em quantidade e qualidade específicos em determinado momento pode também influir no grau de incerteza acerca de um projeto. Em função de sua natureza, alguns projetos têm um maior grau de incerteza. Ainda que pese as diferenças, a incerteza como componente de todo projeto pode ser mensurada através de uma escala. Se um projeto tem um grau de complexidade e um grau de incerteza alto, logo, pode-se afirmar que o risco associado à decisão de realizar o projeto é muito alto. Nesse sentido, quanto maior a complexidade e/ou a incerteza, maior é o risco do projeto. Ainda é possível agravar o risco de qualquer atividade, logo de um projeto, pelos imprevistos (alteração do ambiente, rotatividade de pessoal, falta de acesso às informações etc. são alguns exemplos), porém, estes não são passíveis de mensuração. Projetos emPresariais e Projetos sociais Os projetos podem ser apresentados, também, de acordo com sua finalidade: com ou sem fins lucrativos. A referência deste curso – Plane- jamento e Gestão de Projetos – são os projetos que deverão apresentar resultados econômico-financeiros. No entanto, todos os conceitos e fun- damentos que estão sendo apresentados podem (e devem) ser aplicados também aos projetos sem fins lucrativos. A exceção fica por conta de alguns dos indicadores de resultados. Enquanto os responsáveis por projetos sem fins lucrativos, em sua maioria, irão apresentar como parâmetros de indicadores de resultados variáveis do tipo número de pessoas atendidas, volume de doações recolhidas etc., os projetos com fins lucrativos irão ter parâmetros que apresentam a rentabilidade e/ou lucratividade dos recursos empregados. Entretanto, antes que possam chegar aos resultados esperados, os projetos sem fins lucrativos deverão obter recursos em volume compatível com os objetivos, ou seja, ainda que não visem lucro, medidas monetárias também fazem parte do processo de avaliação desses projetos. 30 C E D E R J C E D E R J 3130 C E D E R J C E D E R J 31 A U LA 1 Uma mesma organização pode desenvolver projetos com e sem fins lucrativos. Como exemplos é possível citar a Petrobras, empresa que mantém projetos de apoio a atividades, sociais, culturais e esportivas, além daqueles associados à razão de sua constituição. Dois desses tipos de projetos realizados por essa empresa são apresentados a seguir e é possível verificar a diferença da natureza dos mesmos pelos seus objetivos. orquestra mirim armando Prazeres O projeto tem como objetivo a socialização de crianças e adoloscentes carentes através da música. Incentivando a expressão artística como forma de desenvolvimento da solidariedade e da cidadania, a Orquestra Mirim Armando Prazeres dá a oportunidade desses jovens ampliarem seus horizontes e concretizarem seus sonhos. Através dessa experiência, eles podem ter a possibilidade de ingressarem, posterior- mente, em orquestras profissionais e, ainda, tornarem-se participantes multiplicadores de ações sociais em suas comunidades. Realizado desde julho de 2003, junto à comu- nidade do Morro do Cintra, no Catete, Rio de Janeiro, o projeto envolve 30 jovens entre 6 e 14 anos. A meta é aumentar o número de par- ticipantes para 60. A Orquestra Mirim Armando Prazeres realiza seus ensaios no espaço da Orquestra Sinfônica Petrobrás Pró Música e faz parte do programa Criança e Adolescente da Fundação Centro de Defesa de Direitos Huma- nos Bento Rubião (FBR). Fonte: Petrobras, 2009a usinas de biodiesel ultrapassam metas de produção As usinas de biodiesel de Candeias (BA) e de Quixadá (CE), operadas pela Petrobrás Biocom- bustível, superaram suas metas de produção para 2008. As duas unidades chegam ao final deste ano com uma produção total de 8,8 milhões de litros de biodiesel entregues ao mercado, ultrapassando os 8 milhões de litros nos 10º e 11º leilões de biodiesel da ANP. As duas usinas iniciaram sua produção em outu- bro deste ano, marcando a entrada da Petrobrás no produção comercial de biodiesel. Em três meses Candeias e Quixadá entregaram, cada uma, 4,4 milhões de litros de biodiesel. A Usina de Candeias, primeira a ser inaugurada em 29 de julho passado, já iniciou a entrega antecipada do biodiesel vendido no 12º leilão, contratado para o 1º trimestre de 2009. Fonte: Petrobras, 2009a 32 C E D E R J C E D E R J 33 Planejamento e Gestão de Projetos | Evolução do conceito de gestão de projetos 32 C E D E R J C E D E R J 33 Dentro de uma abordagem de projetos cuja referência são as organizações que têm a finalidade de apresentar retorno econômico- financeiro aos investidores, os mesmos podem ser apresentados, de forma genérica, a partir das seguintes categorias: 1) expansão; 2) substituição; 3) modernização; e 4) outros (GITMAN, 2004). A decisão de realizar esses projetos é baseada pelo princípio econômico da Análise Marginal, em que, pelo ponto de vista econômico-financeiro, nenhum projeto deverá ser implementado se seus resultados são inferiores aos seus custos. 1) Projetos de expansão: o motivo mais comum de se fazer um dispêndio de capital é expandir o nível de operações – usualmente atra- vés de aquisição de ativos imobilizados (máquinas e equipamentos, por exemplo). Uma empresa em crescimento acha muitas vezes necessária a aquisição de novos ativos imobilizados; às vezes, isso inclui a compra de infraestrutura adicional como imóveis e instalações fabris. 2) Projetos de substituição: à medida que o nível de crescimento da empresa reduz, atingindo a maturidade, a maior parte de seus dis- pêndios de capital será direcionado para substituir e/ou renovar ativos obsoletos ou gastos. Toda vez que uma máquina ou equipamento precisa ser reparado, é necessário avaliar o desembolso exigido para seu reparo em relação ao desembolso exigido para substituir a máquina e quais os benefícios de sua substituição. 3) Projetos de modernização: frequentemente é uma alternativa à substituição. A modernização pode incluir a reconstrução, o recondicio- namento ou a adaptação de uma máquina ou das instalações existentes. Por exemplo, um equipamento de acionamento mecânico pode ganhar acessórios modernos e passar a ser acionado eletronicamente. 4) Outros: alguns desembolsos de capital não podem ser enquadra- dos nos três tipos já apresentados. Trata-se de despesas que têm resultados a longo prazo, tais como pesquisas de desenvolvimento de produtos e/ ou processos de produção e que eventualmente não são reconhecidos pela legislação fiscal como investimentos, mas, de fato, o são. Deve-se, ainda, destacar que a decisão de criar uma nova empresa é, certamente, um dos tipos de projetos mais importantes de investimentos que não se enquadram nos tipos anteriormente apresentados. 32 C E D E R J C E D E R J 3332 C E D E R J C E D E R J 33 A U LA 1 Considere que uma ONG (Organização Não Governamental) – que não possui fins lucrativos – e uma empresa – que possui fins lucrativos – estão interes- sados em oferecer cursos de qualificação para jovens. Considere, ainda, que am- bas instituições precisam elaborar um projeto para verificar se seus objetivos são factíveis. Qual a diferença na aplicação dos conceitos de planejamento e gestão de projetos dessas organizações, visto que possuem o mesmo objetivo, embora uma não possua fins lucrativos e a outra sim? Justifique sua resposta. Resposta Comentada Todos os conceitos apresentados para planejamento e gestão de projetos devem ser aplicados aos mesmos independente de sua finalidade – com fins lucrativos e sem fins lucrativos. A única diferençaé que as medidas de resultado dos pro- jetos são diferentes. Essa diferença é baseada nos propósitos (escopo) de cada tipo de projeto. Enquanto os resultados do projeto da ONG, que não possui fins lucrativos, são verificados a partir da eficiência em que os recursos foram aplica- dos no projeto, ou seja, quantas pessoas foram atendidas com o recurso que foi destinado para esse propósito, os resultados do projeto para criação de curso de qualificação, a ser oferecido pela empresa, será verificado pelo lucro que essa iniciativa proporcionou aos proprietários da escola de treinamento. Atividade 5 5 conclusão Os conceitos associados ao planejamento e gestão de projetos apresentam, de forma estruturada, as etapas necessárias para a conse- cução de um objetivo e podem ser aplicados na maioria das atividades das pessoas e principalmente das organizações. O que ocorre na prática é que em função de realizarmos várias pequenas atividades em nosso dia a dia as mesmas não carecem de formalização. 34 C E D E R J C E D E R J 35 Planejamento e Gestão de Projetos | Evolução do conceito de gestão de projetos 34 C E D E R J C E D E R J 35 Se formos aplicar todos os conceitos de planejamento e gestão apresentados para formalização de todas as tarefas que formos realizar é possível que os benefícios sejam inferiores ao esforço necessário na apli- cação dos conceitos. Por exemplo, fazer compras em um supermercado pode ser tratado como um projeto, mas a formalização e utilização dos conceitos poderão demandar mais tempo que a própria ida ao mesmo. Então, podemos afirmar que os conceitos de planejamento e gestão de projetos, utilizados predominantemente pelas organizações, estão presentes também no dia a dia de nossas vidas. No entanto, as atividades pessoais e empresariais mais simples, ainda que apresentem todos os elementos do Ciclo de Vida de um projeto, não são tratadas com o rigor que a teoria requer. Suponha que o gestor de uma empresa precisa decidir entre renovar o contrato de locação do imóvel atualmente ocupado pela empresa que dirige ou construir uma sede própria em terreno já adquirido e pago para esta finalidade. Consi- derando que o gestor já possui a proposta de renovação do aluguel, ele precisa elaborar um projeto para verificar qual o impacto financeiro na empresa, se a mesma optar por construir um prédio próprio. Assim, o gestor da empresa pre- cisa elaborar (ou encomendar a um especialista) um projeto de viabilidade de investimento, do tipo expansão, para verificar se a relação entre custo e bene- fício dessa possibilidade é melhor, equivalente, ou pior que a manutenção do aluguel. A partir dessas considerações indique as variáveis desse projeto que po- dem ser categorizadas como críticas à luz da teoria apresentada neste capítulo. Como estas variáveis vão influenciar na decisão de realizar o estudo de viabili- dade do investimento. (Observação: estamos tratando do estudo de viabilidade do investimento, não da decisão de investir que será derivada dos resultados do estudo ora encomendado.) Atividade Final 34 C E D E R J C E D E R J 3534 C E D E R J C E D E R J 35 A U LA 1 Resposta Comentada As variáveis que devem ser tratadas como críticas dessa proposição são: 1) escopo: o objetivo do projeto é verificar a viabilidade para construir uma nova sede; 2) custos: para levantar as informações necessárias, o projeto de viabilidade terá um custo. Lembre-se, estamos tratando da viabilidade e não da construção, então, a proposta de fazer uma nova sede irá conter os custos para tanto, mas estes não podem ser confundidos com o custo da elaboração da proposta; 3) prazo: a proposta para construção da nova sede deve atender a um prazo pré-deteminado e 4) qualidade: a proposta para construção da nova sede deve conter elementos mínimos para que atenda às novas necessidades da empresa. A decisão de elaborar o estudo de viabilidade será influenciada ao mesmo tempo por todas as variáveis críticas. Primeiro há de se verificar se o propósito – verificar a viabilidade de construir a nova sede – pode ser atingido; segundo, se o prazo e o custo do projeto de viabilidade estão em conformidade com a disponibilidade financeira da empresa, disponível dentro do tempo necessário para tomar a decisão, finalmente, é necessário que a qualidade deste estudo esteja em conformidade com a expectativa do gestor, ou seja, as informações estão em quantidade e qualidade suficientes para que uma decisão sobre o investimento possa ser tomada. Como o próprio conceito define, por serem críticas, essas variáveis serão as principais referências para a decisão de elaborar o estudo de viabilidade do investimento. 36 C E D E R J C E D E R J PB Planejamento e Gestão de Projetos | Evolução do conceito de gestão de projetos Um projeto pode ser denominado como um conjunto de atividades estruturadas com objetivo específico (escopo), a ser realizado dentro de um prazo e custo pré-estabelecidos, atendendo a um padrão de qualidade. Seu gerenciamento significa planejar as atividades necessárias e depois executar o plano. As atividades de um projeto diferem-se das atividades do dia a dia de uma organização em função de não serem repetitivas e encerrarem-se quando o objetivo do projeto é atingido ou o mesmo é abortado. As práticas agrupadas sob a área de conhecimento Gerenciamento de Projetos nem sempre tiveram a abrangência e reconhecimento hoje experimentados. A situação atual é decorrência da evolução do conceito de projeto, antes muito restrito e direcionado a algumas profissões (engenharia principalmente) e denominado como linha clássica do gerenciamento de projetos. Com o desenvolvimento dos conhecimentos aplicados à gestão de projetos, foi possível determinar um ciclo de processos genérico aplicável a qualquer tipo de projeto; o mesmo é denominado ciclo de vida do projeto e é composto por cinco processos de gerenciamento: 1) processo de iniciação; 2) processo de planejamento; 3) processo de execução; 4) processo de controle; e 5) processo de encerramento. Esses processos podem ser decompostos nas atividades que irão ser realizadas para que se obtenham os resultados parciais e, ao final do projeto, o resultado determinado em sua concepção e decisão de realizar o projeto. Um projeto será mais ou menos complexo de acordo com sua natureza, logo, do volume de atividades existente no mesmo e, dessa situação, decorre também o nível de incerteza e risco associado ao projeto. Dentro dos aspectos a serem acompanhados durante a realização de um projeto, quatro merecem destaque e são tratados como variáveis críticas: 1) Escopo; 2) Custo; 3) Prazo; e 4) Qualidade do projeto. resumo
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