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Aula 2_Aspectos legais

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CEDERJ – CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA 
DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MATERIAL DIDÁTICO IMPRESSO 
 
 
 
 
 
CURSO: Administração 
DISCIPLINA: Planejamento e Gestão de Projetos 
CONTEUDISTA: Pítias Teodoro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fevereiro de 2009 
 2 
Curso: Administração 
Disciplina: Planejamento e Gestão de Projetos 
Conteudista: Pítias Teodoro 
 
UNIDADE 1: Fundamentos da Gestão de Projetos 
AULA 2 – ASPECTOS LEGAIS 
 
META 
Apresentar os principais aspectos legais que estão envolvidos na contratação de fornecedores 
de produtos ou serviços na realização de projetos. 
 
OBJETIVOS 
1. Explicar a importância de um contrato. 
2. Diferenciar conceitos, componentes e tipos de contratos. 
3. Definir os princípios e as condições de validade para elaboração de um contrato. 
4. Identificar a licitação como forma de contratação e as principais especificidades de sua 
contratação junto ao Poder Público. 
 
1 CONTEXTO DE APLICAÇÃO E IMPORTÂNCIA DOS CONTRATOS 
Muitas alterações ocorreram, e ainda estão em curso, nas relações pessoais e 
institucionais decorrentes do fenômeno da globalização. Dentre essas, destacam-se as 
econômicas, onde a busca pela remuneração crescente dos capitais investidos, e em períodos 
cada vez mais curtos, têm valorizado aquelas estruturas que permitem maior agilidade, como 
por exemplo, estrutura gerencial por projetos, ao mesmo tempo em que importam em menores 
custos, decorrentes das transações. 
Como resultado, as empresas buscam concentrar esforços em áreas estratégicas e 
relacionadas aos seus principais negócios. Consequentemente, as demais atividades tornam-se 
complementares, logo, passíveis de terceirização. Estas podem ser tratadas como projetos, 
visto que em sua contratação junto aos fornecedores as variáveis críticas – escopo, prazo, 
custo e qualidade – apresentam-se como as principais referências para elaboração de um 
contrato. 
 
 
 
 3 
Início do Verbete 
Terceirização é a transferência de atividades de uma empresa para outra(s) – terceiras 
– que integram o todo de um mesmo produto/serviço. 
Fim do Verbete 
 
Podem existir vários níveis de terceirização: desde serviços básicos, como limpeza e 
conservação predial, passando por atividades mais elaboradas, que demandam recursos e 
competências técnicas específicas, como o sistema de transporte de uma empresa de médio 
porte, chegando a processo de terceirização de grande abrangência e complexidade; tal como 
o sistema de comunicação e informática de uma grande empresa, onde as atividades de 
desenvolvimento e instalação de softwares, dimensionamento, instalação e manutenção de 
hardwares e operação de todo o sistema de informação ficam sob a responsabilidade de uma 
empresa contratada. 
Ao transferir para terceiros parte de suas atividades, uma empresa espera que o 
esforço e o envolvimento com aquelas funções sejam direcionados para outras consideradas 
mais importantes. Para tanto, espera-se que a empresa contratada cumpra as atividades dentro 
de parâmetros pré estabelecidos. Para que os limites desse acordo sejam explicitados, 
normalmente um contrato é elaborado e assinado pelas partes envolvidas. A não elaboração 
de um contrato, embora válida na consolidação de um acordo, deve ser evitada para que não 
haja dúvidas entre as obrigações e direitos das partes envolvidas. 
O contrato – instrumento de regulação da transação entre comprador e vendedor – 
possui, entre outras, duas funções principais: 
1) garantir uma troca eficiente: este aspecto do contrato visa garantir que a parte 
contratante irá receber o objeto do contrato dentro dos parâmetros acertados – especificações, 
prazo, qualidade, etc ao mesmo tempo em que a parte contratada assume essa obrigação. 
2) distribuir os ganhos da troca: este aspecto contratual vincula aos parâmetros 
acertados entre as partes os pagamentos pelos produtos e ou serviços referentes ao contrato. 
 
Para Santos (2004), as incertezas envolvidas nas transações econômicas podem ser 
agrupadas em dois tipos: 
1) incertezas do ambiente: diz respeito às incertezas no ambiente das transações (ou 
de negócios). Estas podem ser gerais, compreendidas pelas alterações sociais, políticas, 
econômicas e sociais ou nas referências básicas para as relações comerciais em determinado 
setor, como, por exemplo, a escassez de determinada matéria-prima básica ao processo 
 4 
produtivo, entrada de um concorrente, ou ainda, a alteração das técnicas produtivas de 
referência para um setor produtivo. 
2) incerteza comportamental: refere-se ao comportamento dos agentes após o mútuo 
comprometimento em determinado contrato e está diretamente associada à hipótese de que os 
agentes econômicos tendem a agir de forma oportunista, ou seja, em benefício particular. 
 
O autor afirma que é importante observar que a distribuição de risco entre os agentes 
envolvidos em determinada relação comercial está diretamente determinada pelo formato do 
contrato. Não obstante, mecanismos de monitoramento e de criação de incentivos são 
atributos que estão presentes nos contratos para minimizar os problemas decorrentes da 
incerteza comportamental (SANTOS, 2004). 
A relevância dos mecanismos contratuais para tratar das interações entre os 
interessados será proporcional à singularidade do bem ou serviço transacionado, 
considerando, também, o grau de dedicação exigido por qualquer das partes envolvidas na 
transação e o tempo necessário para realizar a produção ou a prestação de serviços. O contrato 
será o instrumento que irá determinar os direitos e as obrigações envolvidos naquela relação. 
Tanto na execução de um projeto quanto na condução das atividades das empresas é 
normal a existência de diferentes contratos. Esses podem estar relacionados aos processos de 
aquisição, implementação e pós-implementação de produtos e serviços, como por exemplo, os 
processos associados à aquisição de uma máquina, sua instalação e a preparação da equipe 
que irá operá-la quando estiver em funcionamento. Ainda podem ser apresentados como 
exemplos de contratos que irão regular o relacionamento entre instituições, ou pessoas, 
iniciativas como a locação de imóveis, de admissão/demissão de funcionários, investimento 
de acionistas, acordos entre empresas (compra e venda, joint venture (parceria), 
licenciamento de marcas etc), entre outros (STEPHEN, 1993). 
 
Início do Verbete 
Joint venture – processo de associação de empresas, não definitivo, com fins 
lucrativos, para explorar determinado negócio, sem que nenhuma delas perca sua 
personalidade jurídica. 
Fim do Verbete 
 
A análise e a avaliação da legalidade e da correção dos contratos são 
responsabilidades dos advogados, mas sua gestão e controle são responsabilidades de 
 5 
especialistas qualificados. Esses especialistas efetuam uma avaliação e interpretação dos 
contratos em termos técnicos, tendo como referência as especificações inerentes ao projeto ao 
qual o contrato está vinculado, mas também realizam uma análise da sua razoabilidade em 
termos de implementação, tendo como referência as propostas recebidas para execução da 
atividade que será contratada. 
Deste processo – aquisição de bens e ou de serviços – pode-se observar um fato 
muito comum: todos os profissionais, representando organizações nos papéis de contratantes 
ou contratadas em projetos, ou mesmo na gestão do dia a dia das empresas, podem relatar 
alguma experiência onde o relacionamento entre as partes foi prejudicado em função dos 
resultados parciais do projeto, ou ainda de uma atividade continuada, excederem às 
expectativas iniciais em pelo menos uma das variáveis críticas de um projeto – escopo, prazo, 
custo e qualidade. 
Quando é feita uma análisemais detalhada é possível identificar alguns aspectos em 
comum que contribuem para a materialização dos problemas, principalmente nas seguintes 
situações: 1) ambiguidade e falta de clareza ou de entendimento dos requisitos; 2) 
incapacidade para realizar estimativas confiáveis; 3) domínio parcial do problema ou sujeito a 
uma dinâmica intensa e 4) pressões externas não gerenciadas. 
1) Ambiguidade e falta de clareza ou de entendimento dos requisitos: com a correta 
aplicação das técnicas atuais de levantamento, análise e gerenciamento de requisitos esse 
ponto pode ser superado. Entretanto, nem sempre o interessado em um resultado apresenta de 
forma clara pelo ponto de vista do contratado, criando, assim, um vazio na relação. Em 
consequência, o contratante tem expectativas acima do resultado que o contratado espera 
oferecer, e de outro, o contratado espera que irá atender a demanda com especificações 
inferiores às esperadas pelo contratante. Para que expectativas não sejam frustradas, elas 
devem ser claras, realistas e direcionadas à solução esperada 
2) Incapacidade para realizar estimativas confiáveis: esse deveria ser um problema 
solucionada, já que existe um grande avanço nos métodos de estimativa. Porém, ainda é 
necessário que esses métodos sejam disseminados entre os profissionais da área de projeto. 
Não há nenhum método mágico; sem uma base de informações que retrate adequadamente a 
situação existente de forma adequada, a estimativa fornecida também será inadequada. Se a 
base de informações não é boa, as projeções serão falhas. Essa habilidade deve estar presente 
tanto no cliente (para elaboração de previsões orçamentárias e validação de propostas) quanto 
no fornecedor (para a elaboração de sua proposta). 
 6 
3) Domínio parcial do problema ou sujeito a uma dinâmica intensa: neste caso, o 
risco do projeto é maior. Se o problema ou a oportunidade a ser tratado não é de domínio do 
responsável pelo projeto há grande chance de que os objetivos não sejam atingidos. Também 
uma mudança significativa de requisitos acarretará em alterações no custo e ou no prazo e ou 
na qualidade. Um gerenciamento eficaz do escopo é decisivo para que esses desvios não 
comprometam o projeto. A forma de contratação também deve ser flexível para acomodar 
essas mudanças. 
4) Pressões externas não gerenciadas: muitos projetos têm seu prazo ou custos 
definidos (ou impostos) por pressões externas. Do lado do cliente, por exemplo, há a 
necessidade de disponibilizar um produto ao mercado em um prazo determinado. Esse prazo 
representa uma janela de oportunidade que, se for perdida, inviabilizará o produto. Se o 
fornecedor aceita esta pressão (com receio de perder o negócio) sem analisar se o projeto é 
exequível naquele prazo e escopo, um problema está criado. Por exemplo, uma empresa é 
contratada para fornecer camisas de divulgação de em evento. Caso o produto não fique 
pronto antes do evento, não existirá mais razão para a aquisição daquele lote de camisas. 
Um contrato que contemple de forma adequada as variáveis envolvidas dará suporte 
ao alcance dos objetivos acordados. Desta forma, direitos e obrigações, logo, esforços e 
recompensas, de cada uma das partes, serão apresentados antes que a relação seja 
sacramentada. 
 
2 CONCEITO, COMPONENTES, E ESPÉCIES DE CONTRATO 
2.1 O contrato 
Juridicamente falando, em sua concepção tradicional, contrato é um acordo de 
vontades, entre duas ou mais partes, com conteúdo patrimonial, para adquirir, conservar ou 
extinguir direitos. 
O contrato pode ser tratado como um acordo mútuo que obriga o fornecedor a 
entregar o produto especificado e o comprador a pagar por ele. Assim, um contrato representa 
uma relação legal sujeita aos recursos da lei. O acordo pode ser simples ou complexo e, 
geralmente, mas não sempre, reflete a simplicidade ou complexidade do resultado esperado: 
produto e ou serviço. 
Os contratos são também chamados de um acordo, um subcontrato, um pedido de 
compra, uma carta de intenções, entre outros. A elaboração de contratos é liberada a todos os 
indivíduos capazes, conforme a razão, e nos limites da função social do mesmo. 
 7 
Meirelles (2000) afirma que contrato é “todo acordo de vontades, firmado 
livremente pelas partes, para criar obrigações e direitos recíprocos” 
Para Haddad (1992), os contratos “são, acima de tudo, um concurso de vontade 
entre as partes, que procuram acordar sobre um tema determinado”. 
Segundo Fiúza (1998), contrato 
 
“é todo acordo de vontades de fundo econômico realizado entre 
pessoas de Direito Privado que tem por objetivo a aquisição, o 
resguardo, a transferência, a conservação, a modificação ou a extinção 
de direitos, recebendo o amparo do ordenamento legal” (p. 204) 
 
 
Início do Boxe Explicativo 
Pessoa jurídica de direito privado são as sociedades civis ou comerciais, associações, 
partidos políticos, fundações e entidades paraestatais, como as empresas públicas, as 
sociedades de economia mista e os serviços sociais autônomos. São assim denominadas por 
serem instituídas por iniciativa de particulares, conforme o art. 16 do Código Civil. 
Fim do Boxe Explicativo 
 
A maioria das organizações possui políticas e procedimentos documentados que 
definem especificamente quem pode assinar tais acordos em nome da empresa, na forma de 
um documento, denominado ordem de competências para a aquisição de bens e serviços. 
Embora todos os documentos que circulem nas organizações estejam sujeitos a 
alguma forma de revisão e aprovação, a natureza de vínculo legal de um contrato, significa, 
geralmente, que ele estará sujeito a um processo mais extenso para sua aprovação. 
Em todos os casos, o foco primário do processo de revisão e aprovação de um 
contrato será assegurar que sua linguagem descreva o produto ou serviço que satisfará a 
necessidade identificada. No caso de projetos importantes executados por órgãos públicos, o 
processo de revisão pode incluir também a revisão pública do acordo. 
Consideremos sua aplicação na seguinte situação: uma empresa está verificando a 
possibilidade de expandir sua capacidade de produção. Entretanto, ela não dispõe em sua 
equipe de pessoas com tempo e competência suficientes para fazer um estudo da viabilidade 
econômico-financeira para realizar a expansão. Como alternativas a essa questão, a empresa 
possui duas opções: 1) admitir um funcionário para responder por esta atividade; 2) contratar 
um profissional – ou empresa – que poderá executar o estudo. 
 8 
É possível verificar que no primeiro caso (admissão de um funcionário) a empresa 
não terá, a princípio, ocupação para o contratado, findo o estudo de viabilidade. No segundo 
caso, haverá um vínculo temporário específico para realização do estudo. Consideremos que, 
após a apresentação de seus interesses, a empresa que quer expandir suas atividades contrate 
os serviços de um terceiro – profissional ou empresa de desenvolvimento de estudos de 
viabilidade econômico-financeira – para realização do estudo. Assim, há a necessidade de um 
acordo de vontades, firmado livremente pelas partes, para criar obrigações e direitos 
recíprocos. Podemos afirmar que esse acordo de vontades para realização do estudo possui 
escopo definido: verificar a viabilidade de expandir a capacidade de produção da empresa. 
Ainda é possível inferir que a empresa interessada no estudo vinculará ao mesmo tempo um 
orçamento – custo – um período para ser realizado – prazo – além de exigir que o estudo 
apresente determinadas especificações técnicas como, por exemplo, qualidade. 
O instrumento que irá regular os direitos e as obrigações das partes envolvidas nessa 
atividade é o contrato. O mesmo deve apresentar de forma clara e objetiva todos os elementos 
que nortearão as ações dos envolvidos na realização do objeto do contrato – o estudo deviabilidade técnica econômico-financeiro para expansão das atividades da empresa 
contratante. Devemos recordar, ainda, que a atividade de contratação desse estudo de 
viabilidade possui todos os conceitos de um projeto e como tal deve ser tratado. Resumindo, 
para realização de um projeto de viabilidade econômico-financeiro de expansão das atividades 
será firmado, de livre vontade entre as partes, um documento que cria obrigações e direitos 
aos envolvidos. Esse documento é o contrato. 
 
Atividade 1 (Objetivo 1) 
1) Conceitue com suas palavras o que é um contrato. 
2) Exemplifique sua utilização a partir de uma relação cliente e fornecedor na qual o 
primeiro adquiriu embalagens (sacolas plásticas e caixas de papelão) do segundo a serem 
entregues em uma data futura. Discuta a importância de um contrato na relação entre duas 
empresas – cliente e fornecedor evidenciando, pelo menos, as três variáveis críticas de um 
projeto: 1) escopo (ou objetivo) do contrato: qual o motivo pelo qual fornecedor e cliente 
formalizaram o contrato; 2) prazo: prazo de validade do contrato, prazo para pagamento, 
prazo de entrega das mercadorias etc. e 3) custo: qual o valor do desembolso que o cliente 
deve realizar e de que forma será feito n(à vista, à prazo, parcelado em quantas vezes etc.) a 
forma do mesmo. 
 
 9 
Início da resposta comentada 
Contrato é a “lei” que irá regular o relacionamento entre as partes contratantes. Pode 
ser tratado como um acordo mútuo onde uma parte se obriga a fornecer um serviço ou um 
produto (ou ambos) e a outra a pagar pelos mesmos. Trata-se, então, de uma relação legal e, 
por isso mesmo, sujeita à lei. 
A importância de um contrato reside na formalização das condições em que a relação 
entre os contratantes deverá se desenvolver. Quanto aos objetivos do contrato, pelo ponto de 
vista do cliente o mesmo pode planejar suas atividades, contando com o fornecimento das 
embalagens dentro das especificações acordadas e o fornecedor faz o mesmo, planeja suas 
atividades considerando que parte dos itens produzidos terão destino (comprador) 
estabelecido. Quanto aos prazos, além da própria validade do contrato, deverá ser 
estabelecido, pelo menos, quando os produtos e ou serviços serão entregues e ou realizados 
contribuindo para o planejamento das atividades operacionais do cliente e do fornecedor e em 
relação ao custo as partes vão apresentar no contrato os valores acordados pelos produtos e ou 
produtos, especificando, inclusive, quando deverão ser realizados os desembolsos por parte do 
cliente bem como o valor das parcelas, se for o caso. Associados aos desembolsos deverão, 
ainda, constar, multas por atraso de pagamento ou por atraso no fornecimento por parte do 
fornecedor. Dessa forma, o contrato cria condições mais favoráveis para o desenvolvimento 
das atividades das partes envolvidas. Para a empresa que está adquirindo o material, trará a 
segurança de que, quando for embalar seus produtos, terá as sacolas e as caixas de papelão na 
quantidade, especificações e no prazo acordados. Para a empresa que está fornecendo as 
embalagens, traz a segurança que dos desembolsos para atender a esta encomenda serão 
ressarcidos com o pagamento da mesma. 
Fim da resposta comentada 
 
2.2 Componentes contratuais 
Para que a relação entre as partes contratantes seja adequada aos fins a que propõe, 
um contrato deve conter, em forma de cláusulas, os itens listados a seguir. Entretanto, deve-se 
ressaltar que, em função da especificidade do objeto de cada contrato, alguns elementos 
poderão ser inseridos e ou suprimidos: 
1) Objeto do contrato – define o que vai ser executado. 
2) Partes envolvidas – identifica o contratante e o executor, que deve ser, 
necessariamente, uma entidade (pessoa física ou jurídica) legalmente autorizada a exercer a 
atividade para a qual se propõe. 
 10 
3) Documentos contratuais – relação de documentos necessários à execução do 
objeto do contrato. São projetos aprovados, especificações, normas técnicas, legislação 
aplicável etc. 
4) Definição das obrigações mútuas – define tanto as obrigações do contratante como 
do contratado. 
5) Prazo e força maior – define em quanto tempo devem ser concluídos os serviços 
estabelecidos no contrato, e em que condições (caso fortuito ou força maior) esse prazo pode 
ser ultrapassado sem ônus para o contratado. 
6) Multas – define as penalidades aplicadas ao contratado, caso este não cumpra com 
as obrigações estabelecidas no contrato. 
7) Condições comerciais – custos relativos a impostos e taxas, condições de 
faturamento, prazo, forma e local de pagamento, preço dos serviços etc. 
8) Fiscalização – garante ao contratante o direito de enviar às instalações do 
fornecedor um fiscal para verificar a execução dos serviços. 
9) Responsabilidade e garantia dos serviços – define a responsabilidade técnica, civil 
e trabalhista na execução do contrato, além da garantia da perfeita execução dos serviços em 
questão. 
10) Rescisão do contrato – define as condições em que poderá ser rescindido o 
contrato. 
11) Tolerância – estabelece os limites para o descumprimento de cláusulas ou 
condições do contrato. 
12) Vigência do contrato – define o prazo de validade do contrato. 
13) Foro contratual – estabelece em que lugar (município) serão dirimidas as 
questões contratuais. 
Na figura a seguir é apresentado o exemplo de um contrato celebrado entre uma 
empresa prestadora de serviços – Escola de Inglês ABC – e um usuário desses serviços – o 
aluno Antônio José da Silva. A mesma apresenta os elementos mínimos para que a relação de 
prestação de serviços seja formalizada entre as partes interessadas: escola e aluno. 
 11 
 
 
Contrato que entre si celebram a Escola de inglês ABC e 
o aluno Antônio José da Silva nos termos e condições 
abaixo pactuados 
 
 Pelo presente instrumento, de um lado a Escola de idiomas ABC ... [inserir dados da empresa] daqui 
em diante denominada CONTRATANTE, e de outro lado, o aluno Antônio José da Silva ... [inserir dados do 
aluno] daqui em diante denominado CONTRATADO, ajustam entre si o presente contrato de prestação de 
serviços de aula de idiomas mediante as seguintes cláusulas: 
 
Cláusula Primeira - Do Objeto 
 Por este instrumento, as partes contratadas regulam direitos e obrigações, com vistas ao oferecimento de 
serviços de aula de inglês. 
 
Cláusula Segunda - Das Obrigações da CONTRATADA 
 A CONTRATADA, visando atingir o objetivo proposto, compromete-se a executar as atividades e tomar 
as providências abaixo: 
• Oferecer aulas ministradas por professores com experiência internacional; 
• Oferecer duas aulas semanais com duração de uma hora cada; 
• Seguir o plano pedagógico apresentado na ocasião da contratação – Anexo 1. 
 
Cláusula Terceira - Das Obrigações da CONTRATANTE 
• Frequentar todos dos módulos do curso; 
• Fazer a reposição das aulas perdidas em horários especiais; 
• Obter rendimento de, pelo menos, 80%, para aprovação nos módulos. 
 
Cláusula Quarta - Das Obrigações financeiras 
 Pagar à CONTRATADA a execução dos serviços concernentes ao objeto deste contrato, a quantia de 
R$300,00 (trezentos reais) por mês, com vencimento dia 10 e reajuste anual pelo índice ... [inserir índice]. 
 
Cláusula Quinta - Da Vigência 
 A vigência deste contrato será de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2009, prorrogando-se somente por 
acordo expresso. 
 
Cláusula Sexta – Da Rescisão 
 Este instrumento de contrato será rescindido pelo seu decurso normal, de pleno direito, ou pelo 
descumprimento das cláusulas pactuadas, aplicando-se neste caso as penalidade da Cláusula 7. 
 
Cláusula Sétima – Da Cláusula Penal 
 O descumprimento de qualquer cláusula acima pactuada, ensejará para a parte infratora aplicação de 
multa no valor de 20% sobre o valor total do contrato.§1º. O atraso por prazo superior a 60 (sessenta) dias implicará também na rescisão contratual; 
§2º.Atraso de pagamento incorrerá em multa de 2% (dois por cento) ao mês sobre o valor da parcela. 
 
Cláusula Oitava – Do Foro Competente 
As partes elegem o Foro da Comarca de Juiz de Fora, com exclusão de qualquer outro, para dirimir as 
eventuais controvérsias oriundas da execução deste contrato. 
 
Por estarem justos e contratados, firmam o presente instrumento em 3 (três) vias de igual teor e validade, e para 
um só fim, na presença das testemunhas abaixo indicadas. 
 
Juiz de Fora, 15 de dezembro de 2008 
 
 
Diretor Presidente da ABC Aluno: Antônio José da Silva 
 12 
2.3 Espécies (tipos) de contrato 
O Código Civil apresenta no Título VI – Das várias espécies de contrato – os tipos 
de contratos previstos pela legislação brasileira. Os mesmos são apresentados a seguir e seus 
conceitos foram extraídos do livro O Novo Código Civil – doutrina e legislação 
(BELMEONTE, 2002). Os artigos que regulam os vários tipos de contratos não foram 
apresentados e nem discutidos nesse tópico; assim, se o leitor precisar de informações 
adicionais deverá consultar o próprio Código Civil. 
 
Início do Verbete 
Código civil – Conjunto de normas agrupados pela lei 10.406, de 10 de janeiro de 
2002, que regulam as relações entre as pessoas – físicas ou jurídicas. 
Fim do Verbete 
 
1) Contrato Preliminar – art. 462 ao 466: o contrato preliminar, exceto quanto à 
forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado. Concluído o 
contrato preliminar, com observância dos aspectos apresentados, e desde que não apresente 
cláusula de arrependimento, qualquer das partes terá o direito de exigir a celebração do 
definitivo, estipulando prazo à outra parte para que o efetive. 
2) Contrato de Compra e Venda – art. 481 ao art 532: pelo contrato de compra e 
venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio (posse) de certa coisa, e o outro, a 
pagar certo preço em dinheiro. 
3) Contrato de Troca ou Permuta – art. 533: aplicam-se à troca e à permuta as 
disposições referentes a compra e venda, com as seguintes modificações: a) salvo disposição 
em contrário, cada um dos contratantes pagará por metade das despesas com instrumento da 
troca; b) é anulável a troca de valores desiguais entre ascendentes e descendentes, sem 
consentimento dos outros descendentes e do cônjuge do alienante. 
4) Contrato Estimatório – art. 534 ao 537: pelo contrato estimatório, o consignante 
entrega bens móveis ao consignatário, que fica autorizado a vendê-los, pagando àquele o 
preço ajustado, salvo se preferir, no prazo estabelecido, restituir-lhe a coisa consignada. 
5) Contrato de Doação – art. 538 ao 564: considera-se doação o contrato em que uma 
pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra. 
6) Contrato de Locação de Coisas – art. 565 ao 578: na locação de coisas, uma das 
partes se obriga a ceder à outra, por tempo determinado ou não, o uso e gozo de coisa não 
fungível, mediante certa retribuição. 
 13 
Início do Boxe Explicativo 
Fungível é o bem que pode ser substituído por outro de mesma natureza e com as 
mesmas características. Por exemplo, considere que você e seus colegas aluguem uma quadra 
de futebol society e também dois jogos de camisas para os times. Considere, ainda, que 
durante a partida de futebol uma das camisas tenha se rasgado de forma irreparável. Por ser 
um bem fungível, a camisa danificada pode ser reposta (substituída) por outra camisa de 
mesma natureza e características. Considere, agora, uma pessoa que irá tomar posse em um 
cargo importante – por exemplo, a presidência de um museu histórico. Considere, ainda, que 
para a cerimônia de posse o novo presidente tenha pego emprestado do acervo do museu a 
caneta que foi utilizada na formalização da criação desse mesmo museu. Após a cerimônia de 
posse, a mesma caneta deve ser devolvida para o acervo do museu. Trata-se de um bem 
infungível, então, não pode ser substituído. 
Fim do Boxe Explicativo 
 
7) Contrato de Empréstimo – art. 579 ao 592: pode ser de coisas fungíveis ou não 
fungíveis. O comodato é o empréstimo de coisas não fungíveis e se perfaz com a tradição 
(transferência) do objeto. O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis e o mutuário é 
obrigado a restituir ao mutuante o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e 
quantidade. 
8) Contrato de Prestação de Serviço – art. 593 ao 609: toda espécie de serviço ou 
trabalho lícito, material ou imaterial, pode ser contratada mediante retribuição. A prestação de 
serviço que não estiver sujeita às leis trabalhistas ou a lei especial, será regida pelo Código 
Civil. 
9) Contrato de Empreitada – art. 610 ao 626: o empreiteiro de uma obra pode 
contribuir para ela só com seu trabalho ou com ele e os materiais. A obrigação de fornecer os 
materiais não se presume; resulta de lei ou da vontade das partes. O contrato para elaboração 
de um projeto não implica a obrigação de executá-lo, ou de fiscalizar a execução. 
10) Contrato de Depósito – art. 627 ao 652: pelo contrato de depósito recebe o 
depositário um objeto móvel, para guardar, até que o depositante o reclame. 
11) Contrato de Mandato – art. 653 ao 692: opera-se o mandato quando alguém 
recebe de outrem poderes para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses. A 
procuração é o instrumento do mandato. 
12) Contrato de Comissão – art. 693 ao 709: o contrato de comissão tem por objeto a 
aquisição ou a venda de bens pelo comissário, em seu próprio nome, à conta do comitente. O 
 14 
comissário fica diretamente obrigado para com as pessoas com quem contratar, sem que essas 
tenham ação contra o comitente, nem este contra elas, salvo se o comissário ceder seus 
direitos a qualquer das partes. O comissário é obrigado a agir em conformidade com as ordens 
e instruções do comitente, devendo na falta destas, não podendo pedi-las a tempo, proceder 
segundo os usos em casos semelhantes. 
13) Contrato de Agência e Distribuição – art. 710 ao 721: pelo contrato de agência 
uma pessoa assume, em caráter não eventual e sem vínculos de dependência, a obrigação de 
promover, à conta de outra, mediante retribuição, a realização de certos negócios, em zona 
determinada, caracterizando-se a distribuição quando o agente tiver à sua disposição a coisa a 
ser negociada. O proponente pode conferir poderes ao agente para que este o represente na 
conclusão do contrato. 
14) Contrato de Corretagem – art. 722 ao 729: pelo contrato de corretagem, uma 
pessoa não ligada a outra em virtude de mandato, de prestação de serviços ou por qualquer 
relação de dependência, obriga-se a obter para a segunda um ou mais negócios, conforme as 
instruções recebidas. O corretor é obrigado a executar a mediação com a diligência e a 
prudência que o negócio requer, prestando ao cliente, espontaneamente, todas as informações 
sobre o andamento do negócio; deve ainda, sob pena de responder por perdas e danos, prestar 
ao cliente todos os esclarecimentos que estiverem ao seu alcance, acerca da segurança ou 
risco do negócio, das alterações de valores e do mais do que possa influir nos resultados da 
incumbência. 
15) Contrato de Transporte – art. 730 ao 756: pelo contrato de transporte, alguém se 
obriga, mediante retribuição, a transportar de um lugar para outro, pessoas ou coisas. 
16) Contrato de Seguro – art. 757 ao 802: pelo contrato de seguro, o segurador se 
obriga, mediante pagamento de prêmio, a garantir interesse legítimo do segurado, relativo a 
pessoa ou coisa, contra riscos pré-determinados. Somente pode ser parte, no contrato de 
seguro, como segurador, entidade para tal fim legalmente autorizada. 
17) Contrato de Constituição de Renda – art. 803 ao 813: pode uma pessoa, pelocontrato de constituição de renda, obrigar-se para com outra com uma prestação periódica, a 
título gratuito. 
18) Contrato de Jogo e da Aposta – art. 814 ao 817: as dívidas de jogo ou de aposta 
não obrigam a pagamento; mas não se pode recobrar a quantia que voluntariamente se pagou, 
salvo se foi ganha por dolo, ou se o perdedor é menor ou interdito. 
19) Contrato de Fiança – art. 818 ao 839: pelo contrato de fiança, uma pessoa garante 
satisfazer ao credor uma obrigação assumida pelo devedor. Caso este não a cumpra. 
 15 
Início do Boxe de curiosidade 
O texto do Código Civil, sancionado em 10 de janeiro de 2002, teve sua origem no 
anteprojeto datado de 1972, apresentado pela Comissão Especial coordenada pelo professor 
Miguel Reale. O referido texto foi publicado em junho de 1974. Em 6 de janeiro de 1975 o 
Ministro da Justiça – Armando Falcão – encaminhou à Presidência da República o Projeto do 
Código Civil. Em 10 de junho de 1975, o texto foi submetido pelo Presidente Ernesto Geisel à 
apreciação do Congresso Nacional. 
Iniciando a tramitação na Câmara dos Deputados, recebeu a denominação de Projeto 
nº 634-B, de 1975, vindo a ser aprovado em 1984, com remessa ao Senado Federal, que, por 
sua vez, veio a aprová-lo em dezembro de 1997, com emendas. Em 1998, retornou à Câmara 
dos Deputados para a reapreciação em virtude das emendas feitas no Senado. 
Na Câmara, por empenho do Deputado Ricardo Fiúza, foi então feita a 
compatibilização do texto do projeto às alterações legais ocorridas durante sua tramitação e 
produzido um texto consolidando, simulando as referidas alterações e a incorporação das 
emendas feitas no Senado. 
Em 2 de maio de 2000 foi apresentada a simulação do Novo Código Civil, 
incorporando as alterações legais ocorridas durante sua tramitação e a incorporação das 
emendas feitas no Senado. Esse trabalho foi submetido pelo último Relator Geral do Projeto 
ao Presidente da Comissão Especial de Reforma do Código Civil, culminando em sua 
aprovação em 20 de novembro de 2001, e no final, encaminhamento à Presidência da 
República, para sanção ou veto. 
Sancionado pela Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002, entrou em vigor em 11 de 
janeiro de 2003. O Novo Código Civil substituiu o Código então vigente que havia sido 
sancionado pela Lei 3.071, de 1º de janeiro de 1916. Este havia sido criado com base no 
Código Civil alemão (1900) e no francês (1804). O Código aprovado tramitou no Congresso 
por vinte e seis anos e já em 2002, ano em que foi sancionado, tinha em tramitação no 
Congresso cento e oitenta e oito propostas de alteração. 
Fim do Boxe de curiosidade 
 
Atividade 2 (Objetivo 2) 
Considere que uma empresa irá alugar uma nova sede – um galpão industrial. Em 
uma relação dessa natureza, o proprietário do imóvel quer assegurar basicamente duas coisas 
por meio do contrato: o recebimento do aluguel e a integridade do imóvel. Quanto ao aluguel, 
o proprietário quer determinar valor, datas de recebimento e garantias de que irá receber 
 16 
dentro dos prazos determinados. No que se refere à estrutura do imóvel (pintura, grades, 
muros, janelas, portas, vidros, instalação elétrica, instalação hidráulica etc) o proprietário quer 
que sejam conservadas pelo inquilino e que, no caso de avaria, o mesmo tenha a obrigação de 
reparar para que, ao fim do contrato, o imóvel seja devolvido nas mesmas condições em que 
foi alugado. Nessa relação (aluguel do galpão), o inquilino também tem dois interesses 
principais: garantia de que o imóvel ficará disponível para seu uso durante a vigência do 
contrato, desde que realize os devidos pagamentos, e que o valor do aluguel não sofrerá 
alterações não previstas. 
Diante do exposto, e considerando os itens apresentados na tabela que segue, 
descreva as funções daqueles que você acredita que devem compor o contrato. Caso considere 
que alguns dos itens apresentados não sejam necessários na composição de um contrato de 
locação, justifique o motivo. 
Além dos itens apresentados, apresente pelo menos uma cláusula que poderia ser 
acrescentada em um contrato como o apresentado – locação de imóvel industrial. 
 
Início da resposta comentada 
Item/Cláusula Descrição 
Apresentação 
Apresenta os contratantes – locador e locatário – e suas referências pessoais/empresariais. 
Do Objeto 
Descreve imóvel que está sendo locado – localização, área construída e área total, 
descrição das dependências – escritório, banheiro, porteiro eletrônico, etc. 
Das Obrigações da 
CONTRATADA 
Descreve as obrigações do locatário – manutenção do prédio, entrega nas mesmas 
condições, permissão ou não para fazer adequações físicas etc. 
Das Obrigações da 
CONTRATANTE 
Descreve as obrigações do locador – benfeitorias, manutenção corretiva etc. 
Garantia dos 
serviços 
Em um contrato de locação de imóvel não cabe cláusula de garantia de serviços. Está 
associado ao contrato de prestação de serviço. 
Das Obrigações 
financeiras 
Descreve o valor do aluguel, IPTU, taxas etc, que devem ser pagas pelo contratante. 
Da Vigência 
 
Apresenta as datas de validade, determinando a data em que o locatário pode começar a 
usar o imóvel e a data em que o mesmo deve desocupá-lo. 
Da Rescisão 
Descreve as formas pelas quais o contrato pode ser rescindido por uma das partes. 
Normalmente por descumprimento das cláusulas ou pelo decurso (término) da vigência. 
Da Penalidade 
Descreve as multas que deverão ser imputadas às partes caso o acordo não seja realizado 
conforme definido na época em que o imóvel foi alugado. 
 17 
Do Foro Competente 
Apresenta a Comarca (cidade) em que deverá ser decidida alguma pendência jurídica. 
 
Em um contrato de aluguel caberia, por exemplo, cláusulas exigindo que certos 
documentos fossem apresentados na ocasião da assinatura do contrato. Poderia, ainda, 
apresentar cláusula de tolerância, ou seja, apresentar os limites que poderiam ser extrapolados 
por uma das partes sem que a outra tivesse o direito a pedir a rescisão do contrato. 
Poderíamos, ainda, inserir cláusulas de incentivo, onde o locatário obteria descontos 
financeiros se pagasse o aluguel antes do prazo estabelecido, nesse caso, supondo que a data 
de vencimento seja todo dia dez do mês e para pagamentos até dia cinco teria um desconto de 
3% no valor do aluguel. Verifica-se, então, que um contrato será mais, ou menos, complexo 
(ou completo), dependendo da vontade das partes que estão contratando. 
Fim da resposta comentada 
 
3 PRINCÍPIOS E CONDIÇÕES DE VALIDADE PARA ELABORAÇÃO DE 
CONTRATOS 
3.1 Princípios para elaboração de contratos 
São cinco os princípios mais importantes que norteiam a elaboração de um contrato: 
1) obrigatoriedade contratual; 2) consensualismo; 3) autonomia de vontade; 4) boa fé e 5) 
relatividade dos efeitos dos contratos. Os mesmos serão discutidos a seguir. 
1) Princípio da obrigatoriedade contratual: por esse princípio, quando celebrados, os 
contratos não podem ser modificados, são irretratáveis, salvo por mútuo acordo. Faz lei entre 
as partes envolvidas (pacta sunt servanda), sendo importante em nossa sociedade para 
garantir segurança jurídica às relações comerciais. 
O Poder Judiciário somente pode atuar nos contratos para declará-los nulos ou para a 
sua resolução, nunca podendo proceder à modificação de cláusulas contratuais. Após a 
celebração, o contrato, “com a observância de todos pressupostos e requisitos necessários à 
sua validade, deve ser executado pelas partes como se suas cláusulas fossem preceitos legais 
imperativos” (GOMES, 1997, p.). 
Por exemplo, considere que uma pessoa (locatário) alugou um imóvel por um 
período de 24 meses. Considere que seis meses após a assinatura do contrato o proprietário 
(locador) resolva aumentar o valor do aluguel. Considere ainda que o contrato prevê reajuste 
anual e o índicea ser aplicado é a inflação declarada pelo governo para os últimos doze meses 
na data do aniversário do contrato. Se os contratantes – locador e locatário – não entrarem em 
 18 
acordo, o contrato deverá ser cumprido conforme foi assinado, ou seja, o locador não pode 
aumentar o aluguel. Trata-se da lei que regula essa relação e o Poder Público só poderá 
manifestar-se para fazer cumprir o contrato ou torná-lo nulo, caso alguma exigência legal for 
identificada. 
2) Princípio do consensualismo: de acordo com esse princípio, a celebração de 
contratos, por regra geral, acontece no momento em que as partes chegam a um consenso, na 
conformidade da Lei, sendo dispensada quaisquer formalidades adicionais. Esse princípio é a 
regra geral, sendo limitado quando a lei exigir formalidades extras para alguns contratos. O 
princípio do consensualismo (ou consentimento) é aquele pelo qual o acordo de vontades é 
suficiente à perfeição do contrato. Assim, o contrato redigido e assinado que conhecemos é 
apenas um dos tipos de contrato existentes. 
Por exemplo, se uma pessoa trata com outra a venda de um móvel por determinado 
preço e o adquirente aceita o estado em que o móvel se apresenta e o preço pedido, na 
realidade há um contrato de compra e venda. Apenas não foi um contrato formalizado, tal 
como reconhecido pelo senso comum das pessoas, visto que, na maioria das vezes, 
reconhecem o contrato formalizado – “assinado”. 
3) Princípio da autonomia da vontade: trata-se do princípio que faculta às partes a 
total liberdade para contratarem. Esse princípio está fundado na vontade livre de contratar, 
sem a lei impor limites, e desde que o contrato trate de assunto que esteja dentro dos limites 
legais imperativos, ou seja, a contratação é livre se as partes o fizerem de livre vontade e 
também se o objeto do contrato for legal. 
Por esse princípio, ninguém é obrigado a contratar ou não contratar; as pessoas são 
livres para escolherem com quem contratar. As cláusulas contratuais são livremente 
escolhidas, atendendo-se aos limites legais; e no caso de não atendimento das cláusulas 
contratuais por uma das partes a outra pode ir ao Poder Judiciário para fazer com que o 
mesmo seja respeitado. Entretanto, é importante destacar que muitas vezes, em função do 
desequilíbrio da capacidade de influenciar os contratados, a parte mais fraca acaba tendo que 
aderir a um contrato padrão. 
Por exemplo, apesar da afirmação de que somos livres para contratar e da forma 
como as partes quiserem, ao abrir uma conta corrente em um banco, o futuro cliente estará 
aceitando as condições contratuais apresentadas por esse banco. Na prática, nem sempre 
temos liberdade de contratar e esses contratos, padronizados, tratados como contratos de 
adesão – pegar ou largar – invadem todos os setores da vida moderna: a compra de uma 
passagem para viajar de avião, ônibus ou trem é a aceitação de um contrato padronizado; 
 19 
assim também o são a aquisição de apólice de seguro, uma hipoteca bancária ou um 
arrendamento mercantil. Outros exemplos são a contratação do fornecimento de energia, 
água, serviços telefônicos, entre outros (STEPHEN, 1993). 
4) Princípio da boa fé: esse princípio preconiza que o sentido literal não deve 
prevalecer sobre a intenção das partes no momento da celebração do contrato. As partes 
devem agir com lealdade e confiança recíproca, devem ter boa-fé. O credor e o devedor 
devem se ajudar na execução do contrato. Esse princípio tem a finalidade de evitar lesão no 
contrato, oriunda de má fé de uma das partes, como cláusula abusiva, enganadora, leonina etc. 
Por exemplo, considere que uma empresa adquire um equipamento baseado nas 
informações prestadas pela empresa que o comercializa. Conduto, ao utilizar o equipamento, 
o comprador descobre que o mesmo não possui todas as características apresentadas (força, 
consumo, desempenho, velocidade etc.). Se ficar configurado que houve má fé do vendedor 
para convencer o adquirente a realizar a compra, o contrato não é válido. Uma das partes não 
sabia, no momento da contratação, das limitações do equipamento, então, um dos princípios 
na elaboração de um contrato – boa fé – não foi respeitado. 
5) Princípio da relatividade (efeitos dos contratos): esse princípio diz que os 
contratos produzem efeitos somente entre as partes envolvidas, não atinge terceiros. Seus 
efeitos são internos. Ninguém pode tornar-se credor ou devedor contra a sua vontade. O 
princípio da relatividade não é absoluto e tem exceções, como a estipulação em favor de 
terceiros, contrato coletivo de trabalho, locação em certos casos e o fideicomisso inter vivos. 
Início do Verbete 
Fideicomisso – é o ato em que o testador (fideicomitente) impõe a um herdeiro 
(fiduciário) a obrigação de depois da sua morte, a certo tempo ou sob certa condição, 
transmitir a outro e último destinatário (fideicomissário) sua herança ou legado. Definição 
extraída de http://www.mp.rs.gov.br/imprensa/clipping/id57712.htm?impressao=1& 
Fim do Verbete 
 
Por exemplo, o sindicato de uma categoria de profissionais, ao fazer um acordo com 
o sindicato patronal dessa categoria, estará levando aos seus associados direitos e obrigações, 
trata-se de uma das exceções. Entretanto, este mesmo Sindicato, ao adquirir um imóvel para 
construção de uma nova sede, não poderá imputar a dívida a seus associados a menos que 
estes se manifestem favoravelmente, visto que, uma pessoa jurídica, ou física, não pode criar 
obrigações a terceiros sem sua concordância. 
 
 20 
Início do Boxe Multimídia 
Assista o filme Eles não usam Black Tie. Ele explora questões associadas ao dia-a-
dia de um Sindicato evidenciando as diferenças de interesses das pessoas envolvidas. 
Fim do Boxe Multimídia 
 
3.2 Condições de validade de contratos 
Para que um contrato tenha validade e produza os efeitos legais é necessário 
preencher certos requisitos: 
1) Condições objetivas (relativas ao contrato): a regra geral do direito é que todos os 
atos jurídicos devem realizar-se na forma que a lei determina ou que, pelo menos, não proíba. 
Para o Direito Contratual a regra se mantém. A regra é o consensualismo, da forma que as 
partes desejarem: por escrito, verbalmente, até tacitamente (quando o silêncio das partes levar 
a conclusão do contrato). 
Existem determinados momentos em que a lei exige a observância de forma solene 
para que o contrato seja reconhecido como válido. Exemplo: contratos de compra e venda de 
imóveis e ou de veículos, procuração por pessoas relativamente incapazes, entre outros. 
A regra geral para os contratos é a forma livre. A invalidade somente se caracteriza 
se for da essência do contrato, como, por exemplo, se seu objeto é ilegal (contraria a lei) ou 
ainda que não seja possível de ser executado. Uma outra situação em que a invalidade poderá 
ser caracterizada em função da essência do contrato seria a contratação de uma empresa de 
transporte que teria que realizar uma entrega, em tempo comprovadamente inferior ao 
necessário, como por exemplo, transportar a mobília de uma casa do Rio (Capital) para 
Manaus, em um dia (24 horas), utilizando caminhão. Nulo, por exemplo, é o contrato de 
compra e venda de bem imóvel, não celebrado por escritura pública, uma vez que a legislação 
determina que a transferência de imóvel tem que ser registrada em cartório. Sempre que uma 
pessoa ou empresa for contratar, ainda que não haja exigência, a forma escrita é preferencial. 
Em relação às condições e aos objetos que serão negociados em um contrato, os 
mesmos devem ser passíveis de negociação, tanto material (possível de ser feito), quanto 
juridicamente (não proibido em lei). O contrato é destinado a regular interesses. O objeto do 
contrato deve ser determinável, no momento da celebração e ou da execução. 
2) Requisitos subjetivos (relativasaos contraentes): segundo Gomes (1997), todo 
negócio jurídico pressupõe agente capaz, isto é, pessoa apta a realizá-lo. Para o autor, 
capacidade é a: 
 
 21 
‘aptidão que tem a pessoa para exercer, por si, os atos da vida civil. É 
um atributo essencial da personalidade; é o modo pelo qual ela se 
exercita. Se em todo o vigor se manifesta a personalidade, a 
capacidade é plena, se enfraquecida por qualquer circunstância, é 
menos plena. A capacidade é a regra geral, as incapacidades devem 
ser declaradas por lei’ (GOMES, 1997, p.). 
 
A Lei 10.406 de 10 de janeiro de 2002, em seu Artigo 3º, define os absolutamente 
incapazes e, em seu Artigo 4º, os parcialmente capazes. Tanto estes quanto aqueles estão 
impossibilitados de contratar. 
“Art. 3º - São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: 
I - os menores de dezesseis anos; 
II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário 
discernimento para a prática desses atos; 
III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. 
Art. 4º - São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer: 
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; 
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, 
tenham o discernimento reduzido; 
III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; 
IV - os pródigos. 
Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial”. 
 
Decorre dos artigos 3º e 4º que são incapazes para contratar: os menores, os 
alienados, os surdos-mudos, que não sabem exprimir a sua vontade, os pródigos interditos e 
os comerciantes falidos. Os menores e os maiores privados da capacidade poderão contratar 
somente por seus representantes legais, exclusivamente, ou com autorização do juiz. 
As partes contratuais devem ser capazes, ou seja, serem maiores de 18 anos de idade 
ou emancipadas de acordo com o Código Civil Brasileiro, em seu Artigo 5º. Além dessa, 
existe a capacidade negocial ou contratual, a qual é exigida por lei para determinados 
contratos. 
Por exemplo, uma pessoa casada, mesmo maior de 21 anos de idade, necessita do 
consentimento da esposa ou do marido para a venda de bem imóvel, isto é, da capacidade 
genérica e da concordância conjugal, ou seja, se não houver a concordância por uma das 
partes a capacidade negocial fica prejudicada. 
 
 22 
Atividade 3 (Objetivo 3) 
Considere que o Sr. João, um autônomo que atua há mais de 45 anos no ramo de 
transporte, sem uma queixa de clientes sequer, proprietário de um caminhão baú, tratou, 
verbalmente, de fazer a mudança de Maria para o imóvel que ela acabara de adquirir. Para 
tanto, cobrou pelo serviço R$450,00. O valor foi aceito por Maria, solteira, funcionária há 
mais de vinte anos, com reconhecida competência, da prefeitura do município. Os dois 
trataram dia e hora do serviço; no valor cobrado pelo Sr. João está incluído os serviços de dois 
ajudantes que trabalham em parceria com ele, desmontando e montando, além de carregarem 
a mobília. Diante da situação apresentada, comparar os aspectos objetivos (relativos ao 
contrato) e subjetivos (relativos aos contraentes) associados ao contrato realizado pelas partes. 
 
Início da resposta comentada 
Para que um contrato seja válido, é necessário que apresente requisitos objetivos e 
subjetivos. Os primeiros estão associados ao contrato em si. O objeto do contrato deve ser 
determinado, lícito e possível. A mudança contratada preenche esses requisitos: pode ser 
determinada, é lícita e com o veículo e a mão-de-obra contratada para o serviço é possível que 
o mesmo seja realizado. A forma escolhida para o contrato foi a verbal, prevista na lei, 
portanto, legal. Em relação aos aspectos subjetivos, relativos aos contraentes, verifica-se que a 
pactuação entre as partes foi consensual, pois ambos são capazes: são maiores, estabelecidos 
em suas atividades (com reconhecimento, inclusive) há muito tempo e o compromisso 
acordado não depende de anuência de terceiros, ou seja, eles próprios poderiam acordar sem a 
necessidade de anuência de terceiros, tal como um dos cônjuges precisa do outro para vender 
um imóvel. 
Fim da resposta comentada 
 
4 LICITAÇÕES 
4.1 Conceito 
A licitação é um processo mediante o qual o proprietário, ou representante, de uma 
entidade qualquer, coloca em oferta para terceiros a realização de uma obra, a prestação de 
um serviço, o fornecimento de um bem específico, entre outros. Podemos entender uma 
licitação como a comunicação de uma organização aos fornecedores em geral que tem 
necessidade de adquirir bens ou serviços. 
A licitação serve, então, para manifestar o interesse de uma organização em adquirir 
alguma coisa que é especificada no Edital de Licitação. Ao contrário do que muitos pensam, 
 23 
as licitações não são promovidas apenas por órgãos públicos, também podem, e muitas vezes 
são promovidas por entidades privadas. 
Início do Verbete 
Edital de Licitação – também conhecido como instrumento convocatório, é o 
documento que contem todas as regras reguladoras da licitação: condições de habilitação, de 
pagamento e de recebimento. 
Fim do Verbete 
 
A grande diferença entre licitações privadas e públicas é que na esfera privada as 
condições de licitação são estabelecidas livremente, de acordo com seus interesses, desde que 
não firam as leis que regem o comércio, enquanto que as entidades da Administração Pública 
estão sujeitas a preceitos legais específicos a serem atendidos na licitação e na contratação. 
Estes preceitos são regidos pela Lei 8.666, de 21 de junho de 1993, alterada pela Lei 8.883, de 
8 de junho de 1994. 
Diante da liberdade que a entidade privada tem de elaborar e executar uma licitação e 
das obrigações que as entidades públicas têm em seguir nesse mesmo tipo de processo, o foco 
de nossa discussão será a licitação pública. 
 
4.2 Modalidades de licitação pública 
Segundo as leis que regem a licitação pública as mesmas podem ocorrer sob diversas 
modalidades: 
1) Concorrência Pública – é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados 
que, na fase de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de 
qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto. A convocação deve se dar com 
30 dias de antecedência, mediante publicação de aviso no Diário Oficial e em jornais de 
grande circulação. Um exemplo dessa modalidade de licitação pode ser verificado na notícia 
abaixo, veiculada no jornal Valor Econômico, de 8 de janeiro de 2009, promovida pela 
Secretaria de Defesa Social do Governo do Estado de Pernambuco, para contratação de 
serviços especializados de monitoramento em vias públicas. 
 
 24 
 
Figura: Extrato de jornal com chamada para edital de concorrência pública 
Fonte: Jornal Valor Econômico de 8 de janeiro de 2009 
 
2) Tomada de Preços – é a modalidade de licitação entre interessados devidamente 
cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro 
dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação. Dois 
exemplos dessa modalidade de licitação podem ser verificados na notícia abaixo, veiculada no 
jornal Valor Econômico, de 13 de janeiro de 2009, promovida pela Companhia Catarinense 
de Águas e Saneamento. 
 
Figura: Extrato de jornal com chamada para edital de concorrência pública 
Fonte: Jornal Valor Econômico de 8 de janeiro de 2009 
 
3) Convite – é a modalidade de licitação, entre interessados do ramo pertinente ao 
seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de três pela 
unidade administrativa – órgão público que está realizando a licitação – que deverá afixar em 
local apropriado, cópia do instrumento convocatório eo estenderá aos demais cadastrados na 
correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 
 25 
horas da apresentação das propostas. A Prefeitura de Juiz de Fora – MG utilizou essa 
modalidade para convidar fornecedores já cadastrados a atender sua necessidade de fazer o 
paisagismo de uma área da cidade. O convite foi assim apresentado aos cadastrados e 
também, possíveis interessados: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4) Concurso – é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha 
de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração 
aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial, com 
antecedência mínima de 45 dias. O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) 
promove um concurso anual de cunho científico na área de Economia e, a seguir, é 
apresentada uma parte do edital de da chamada para participação no concurso. 
 
 
 
 
CONVITE Nº. 008/2009 – CPL/SO 
PROCESSO Nº 1747/2009. 
 
AVISO 
 
A Presidente da Comissão Permanente de Licitação da Prefeitura de Juiz 
de Fora, faz saber, a quem interessar possa, que receberá às 09:30 (nove e trinta) 
horas, do dia 07 (sete) de julho de 2009, na sala de reuniões da Comissão 
Permanente de Licitação, situada na Avenida Brasil, nº 2001 - 4º andar, nesta 
cidade de Juiz de Fora – MG, os documentos relativos à habilitação e proposta 
objetivando a contratação de sociedade empresária especializada para a prestação 
de serviço de covação e plantio de gramíneas através de hidrossemeadura, com 
fornecimento de insumos e mão de obra especializada, com replantio incluso, na 
Av. JK / Rua Onofre de Oliveira Souza s/nº - Bairro Barbosa Lage (talude situado 
entre a Av. JK e loteamento Santa Maria) com um total estimado em R$ 6.000,00, 
CONVITE Nº 008/2009, tipo MENOR PREÇO, nos termos da Lei Federal nº 
8.666/93 com suas alterações posteriores, Lei Complementar nº 123 de 2006 e 
pelas demais condições fixadas no Edital, as quais os interessados devem 
submeter-se sem quaisquer restrições. 
 
 Além dos convidados, poderão participar da licitação os interessados que 
atuam no ramo pertinente ao objeto licitado, devidamente cadastrados, que 
manifestem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da 
apresentação dos envelopes, na forma do disposto no parágrafo 3o, do art. 22, da 
Lei 8.666/93. 
 
 O Edital completo poderá ser obtido pelos interessados, devidamente 
cadastrados, na CPL (endereço supra), em meio magnético, mediante entrega de 
um disquete vazio, de segunda a sexta-feira, no horário de 08:30 às 11:30 e de 
14:30 às 17:30 horas. Quaisquer dúvidas contactar pelos telefones (32) 3690 – 
8179 ou (32) 3690 - 8190. 
 
Juiz de Fora, 29 de junho de 2009 
 
 
Lúcia Maria Tarchi Crivellari 
Presidente da Comissão Permanente de Licitação 
 
 26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura: Chamada para edital de concurso 
Fonte:http://www.bdmg.mg.gov.br/estudos/arquivo/premio/XXI_PREMIO_MINAS_Regula
mento.pdf 
 
5) Leilão – é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para venda de 
bens. Muito utilizado na comercialização de bens móveis que não servem para a 
Administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para alienação de 
bens imóveis prevista em artigo de lei, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao 
valor de avaliação. Um exemplo dessa modalidade de licitação pode ser verificado na notícia 
abaixo, veiculada no jornal Valor Econômico, de 6 de janeiro de 2009. A Companhia Hifro 
elétrica de São Francisco – CHESF - usou essa modalidade de licitação para venda de energia 
elétrica. 
 
 
XXI PRÊMIO MINAS DE ECONOMIA – 2009 
R E G U L A M E N T O 
 
O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais S.A. - BDMG, o Conselho Regional de 
Economia - 10ª Região – MG e a Associação dos Economistas de Minas Gerais - ASSEMG, 
em esforço conjunto, instituíram, a partir de 1988, o PRÊMIO MINAS DE ECONOMIA. 
Com edição anual, o PRÊMIO MINAS DE ECONOMIA tem por objetivo incentivar a 
investigação econômica em geral e o desenvolvimento de estudos e pesquisas voltadas para 
o conhecimento da realidade. 
 
O PRÊMIO contempla trabalhos apresentados por estudantes de graduação em faculdades de 
Economia com sede no Estado de Minas Gerais. 
 
Nessa perspectiva, as entidades promotoras buscam incentivar, nos estudantes de economia, 
o gosto pela pesquisa e pela redação de trabalhos científicos e contribuir com as Faculdades 
de Economia no Estado de Minas Gerais, no desenvolvimento da atividade de produção de 
monografias, que é tarefa obrigatória, conforme currículo do curso aprovado pelo Conselho 
Federal de Educação. 
 
I – DOS TRABALHOS 
 
Art. 1º. Somente poderão concorrer ao PRÊMIO os trabalhos de monografia de conclusão 
de cursos de Economia, de natureza teórica ou aplicada, sem qualquer limitação temática, 
elaborados em Faculdades com sede no Estado de Minas Gerais. Os trabalhos serão 
previamente selecionados pelo órgão competente dessas faculdades responsáveis pela sua 
inscrição no PRÊMIO conforme previsto no Art. 5º. 
§ 1º. Os trabalhos deverão ter no mínimo 25 (vinte e cinco) páginas e no máximo 70 
(setenta) páginas, incluindo tabelas, com 25 linhas por página e 72 toques por linha. 
§ 2 º. Excluem-se do total de páginas os anexos econométricos. 
 
Art. 2º. Os trabalhos serão identificados apenas por pseudônimos, mencionados de forma 
destacada no alto da primeira página do texto, não contendo referências de escola, nem 
orientadores. 
 
Art. 3º. Os trabalhos deverão ser entregues em 03 (três) vias, acondicionados em um único 
envelope, fechado, no qual será indicado apenas o pseudônimo do autor. 
Parágrafo único. Os autores deverão entregar cópia do trabalho em meio magnético. 
 27 
 
Figura: Extrato de jornal com chamada para edital de leilão público 
Fonte: Jornal Valor Econômico de 6 de janeiro de 2009 
 
6) Pregão – é a modalidade de licitação para aquisição de bens e serviços comuns, 
promovida exclusivamente no âmbito da União, qualquer que seja o valor estimado. Em que a 
disputa pelo fornecimento é feita por meio de propostas e lances em sessão pública. O pregão 
pode ser realizado por meio de utilização de recursos de tecnologia de informação, e aplica-se 
aos fundos especiais, às sociedades de economia mista e às demais entidades controladas 
direta ou indiretamente pela União. Um exemplo desse tipo de modalidade pode ser 
verificado na chamada promovida pelo Sebrae para contratação de serviços de manutenção e 
reparos na rede de transmissão de dados e voz. 
 
 
Figura: Chamada para edital de pregão 
Fonte: http://www.sebraemg.com.br/Licitacao/Licitacao_lst.aspx?canc=true&cod_lct=55. 
 
4.3 Etapas do processo de licitação 
O processo de licitação é composto de três etapas distintas: 1) Qualificação, 2) 
Licitação em sentido restrito e 3) Adjudicação do contrato. As mesmas estão representadas 
na Tabela 1 e detalhadas a seguir. 
Início do Verbete 
Adjudicar – conceder, por ordem da justiça, a posse de algo a alguém. 
Fim do Verbete 
 
 28 
Tabela 1 – Resumo das atividades envolvidas em uma licitação pública 
Etapas Atividades envolvidas 
Habilitação jurídica 
Regularidade Fiscal 
Qualificação Técnica 
1) Qualificação 
Qualificação Econômico-Financeira 
Divulgação do Edital 
Recebimento das propostas 
Avaliação das propostas 
2) Licitação em sentido 
restrito 
Relatório final – apresentação do resultado 
Aprovação da licitação 3) Adjudicação do 
contrato Assinatura do contrato 
Fonte: Adaptado de DiPietro, 2002 
 
1) Qualificação – esta é a fase em que se procura determinar as condições das 
entidades de executar o serviço licitado. Para isso, as empresas devem apresentar uma série de 
documentos, provando a sua capacidade de cumprir com o contrato em questão. Essa 
documentação pode ser dividida em quatro grupos: Grupo I – Habilitação jurídica; Grupo II - 
Regularidade Fiscal; Grupo III - Qualificação Técnica e Grupo IV- Qualificação Econômico-
Financeira. 
Grupo I – Habilitação Jurídica: cédula de identidade; registro comercial; ato 
constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, devidamente registrado, em se tratando de 
sociedades comerciais, e, no caso de sociedade por ações, acompanhado de documentos de 
eleição de seus administradores; inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis, 
acompanhada de prova de diretoria em exercício; decreto de autorização, em se tratando de 
empresa ou sociedade estrangeira em funcionamento no país, e ato de registro ou autorização 
para funcionamento expedido pelo órgão competente, quando a atividade assim o exigir. 
Grupo II – Regularidade Fiscal: prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas 
(CPF) ou no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ); prova de inscrição no cadastro de 
contribuintes estadual ou municipal, se houver, relativo ao domicílio ou sede do licitante, 
pertinente ao seu ramo de atividade e compatível com o objeto contratual; prova de 
regularidade para com as Fazendas Federal, Estadual e Municipal do domicílio ou sede do 
licitante, ou outra equivalente, na forma da lei; prova de regularidade relativa à Seguridade 
 29 
Social e ao Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando situação regular 
no cumprimento dos encargos sociais instituídos por lei. 
Grupo III – Qualificação Técnica: registro ou inscrição na entidade profissional 
competente; comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível 
em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das instalações, 
e do aparelhamento e do pessoal técnico adequados e disponíveis, bem como da qualificação 
de cada um dos membros da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos; 
comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que recebeu os documentos, e, quando 
exigido, de que tomou conhecimento de todas as informações e das condições locais para o 
cumprimento das obrigações, objeto da licitação; prova de atendimento de requisitos previstos 
em lei especial, quando for o caso. 
Grupo IV – Qualificação Econômico-Financeira: balanço patrimonial e 
demonstrações contábeis do último exercício social, já exigíveis e apresentáveis na forma de 
lei, que comprovem a boa situação financeira da empresa, vedada a sua substituição por 
balancetes ou balanços provisórios, podendo ser atualizados por índices oficiais quando 
encerrados a mais de três meses da data de apresentação da proposta; certidão negativa de 
falência ou concordata expedida pelo distribuidor da sede da pessoa jurídica, ou de execução 
patrimonial, expedida no domicílio da pessoa física; garantia limitada a 1% do valor estimado 
do objeto da contratação. 
Terminada essa etapa de qualificação das empresas concorrentes, passa-se à etapa 
seguinte que consiste no processo de licitação propriamente dito. 
2) Licitação em sentido restrito – A etapa da licitação, em seu sentido restrito, inicia-
se pela divulgação de um documento elaborado pelo contratante, chamado de Edital ou Termo 
de Referência da Licitação. Este edital é geralmente constituído de dois ou mais volumes, 
dependendo da quantidade de documentos que estarão incluídos nele. O primeiro volume, 
normalmente, contém as instruções aos licitantes, as condições da licitação, a minuta do 
contrato a ser executado, requisitos para apresentação da proposta etc. 
O segundo volume contém a documentação técnica, constituída por desenhos de 
execução, especificações e padrões, assim como a relação das normas técnicas a serem 
cumpridas. Em anexo, podem ser apresentados outros documentos como quadros 
quantitativos de serviços, quadro de preços unitários, cronogramas etc. 
Caso haja alterações em algum documento do edital, deve-se enviar a todos os 
convocados um adendo aos termos de referência, detalhando as alterações e fornecendo os 
esclarecimentos necessários. Divulgado o edital, passa-se para o recebimento de propostas. 
 30 
A proposta de cada convocado deve ser apresentada em duas partes contidas em 
envelopes separados, na mesma data, hora e local designados, contendo a primeira parte a 
proposta técnica e a segunda, a proposta comercial. Dependendo do vulto da licitação, esta 
poderá ser realizada em um único estágio, com todos os documentos contidos em um só 
envelope, a ser aberto na presença de todos os participantes, que ficam conhecendo o que cada 
concorrente propôs em termos de preços, prazos, condições técnicas e de pagamento, bem 
como a situação jurídico-fiscal de cada um, caso não tenha havido pré-qualificação. 
O próximo passo consiste na avaliação das propostas previamente apresentadas. As 
propostas, contidas em envelopes lacrados, são abertas por uma comissão julgadora designada 
pelo contratante na presença dos licitantes, comissão esta que irá analisar e julgar todas as 
propostas, a fim de se obter a mais interessante. 
Após todas as análises necessárias, a comissão elabora um relatório final sobre a 
colocação dos licitantes e, no caso das licitações públicas, segue-se a homologação da 
concorrência e, posteriormente, a última etapa do processo licitatório, que é a de adjudicação 
do contrato. 
3) Adjudicação do contrato – Após a aprovação ou homologação da licitação pelo 
proprietário ou seu representante, é preparado o contrato para assinatura das partes, com base 
na minuta anexada aos termos de referência, e à qual se incorporam todos os dados resultantes 
do processo licitatório. Essa etapa corresponde à contratação propriamente dita. 
Caso seja urgente o início da execução do objeto do contrato, este poderá ser 
temporariamente substituído, até que se ultime a sua redação e assinatura, por uma carta de 
intenção, autorizando o licitante vencedor a iniciar os trabalhos e estabelecendo, de maneira 
sumária, os direitos e deveres de cada parte envolvida. No contrato, devem estar devidamente 
detalhados os itens necessários a sua execução em forma de cláusulas. 
 
Atividade 4 (Objetivos 4) 
Considere que duas empresas, uma pública e outra privada, que atuam no mesmo 
ramo de atividade, como por exemplo, duas empresas de geração, transmissão e distribuição 
de energia elétrica. Suponha que cada uma das empresas irá alugar o mesmo tipo de veículo 
de transporte de passageiros (uma Van), pelo mesmo período de tempo (dois anos) e que os 
veículos terão a mesma utilização nas respectivas empresas: transportar seus técnicos de 
inspeção de rede de distribuição elétrica até seu local de trabalho. 
Descreva o processo de contratação do veículo das respectivas empresas, destacando 
as principais diferenças. 
 31 
Início da resposta comentada 
A empresa privada poderia contratar o serviço de locação do referido veículo da 
forma como melhor lhe conviesse, desde que não praticasse nenhum ato ilegal, como por 
exemplo, alugar um veículo roubado sabendo desse fato. Poderia realizar desde uma licitação 
com ampla concorrência entre os interessados em locar o veículo desde a contratação direta 
de um fornecedor já cadastrado. A empresa privada é livre para contratar desde que 
legalmente. 
Já a empresa pública tem restrições legais para esse tipo de contratação. 
Condicionado aos valores do contrato, a empresa pública poderia realizar uma concorrência 
pública, criando a oportunidade para todos os interessados em alugar o veículo participar da 
mesma. Poderia, ainda,fazer uma tomada de preços junto a fornecedores, cadastrados ou não 
ou, que participasse de um pregão eletrônico. Em todos os casos, o processo teria que ser 
público e criar condições para todos os fornecedores que se interessarem pela locação do 
veículo participar do processo de licitação. Esse deve ocorrer conforme determina a Lei 8.666 
que prevê, pelo menos, três grandes fases no processo de contratação pública: a qualificação 
dos fornecedores; a licitação propriamente dita e a adjudiciação (ou validação) do processo 
que deve culminar com a elaboração e assinatura de um contrato entre as partes: vencedor da 
licitação (fornecedor do veículo) e a empresa pública (usuária do veículo). 
Fim da resposta comentada 
 
CONCLUSÃO 
O contrato está presente no dia-a-dia das pessoas. Cada vez que adquirimos um bem 
qualquer (um eletrodoméstico, uma roupa, alimentos etc.) ou utilizamos um serviço 
(telefonia, energia etc.) estamos realizando um contrato. Ocorre que pela simplicidade ou 
pelos baixos valores envolvidos (em uma compra numa padaria, por exemplo), vários desses 
contratos nem sempre o formalizamos. Ele existe, apenas não é revestido de formalidade. 
A organização, até mesmo por sua complexidade estrutural, reveste de formalidade a 
maioria de seus contratos. Esse comportamento é baseado na busca por reduzir as incertezas 
associadas às transações relacionadas ao ambiente e também ao comportamento dos 
contraentes. 
A importância de registrar uma transação – elaborar um contrato – reside na 
necessidade de garantir que direitos e obrigações acordados estão sendo, ou foram, cumpridos 
pelos envolvidos. Dessa forma, caso haja descontentamento de uma das partes, a lei que rege 
a relação – o contrato – é que servirá como base para solução. Em sua elaboração, vários tipos 
 32 
de contrato, devem apresentar os elementos necessários para determinação do objeto, as 
condições em que o mesmo será cumprido e quais as obrigações dos envolvidos. 
Sua operacionalização pode ser apresentada a partir de um paralelo com as etapas de 
um projeto (Ciclo de Vida) apresentados na Aula 1: 1) elaboração do contrato (escopo); 2) 
contratação entre as partes (desenvolvimento); 3) implementação (execução das atividades); 
4) acompanhamento (controle) e 5) finalização do contrato (finalização). Assim, o próprio 
contrato de uma etapa de um projeto pode ser tratado como um subprojeto. 
 
Atividade final (Todos os objetivos) 
Considere que uma escola pública tem a necessidade de contratar o fornecimento de 
lanches para seus alunos. Considere, ainda, que a mesma tem autonomia administrativo-
financeira, ou seja, ela possui recursos financeiros e autonomia para aplicá-los conforme suas 
necessidades. Analise o caso e responda às questões abaixo: 
1) Identifique que tipo de contrato a escola deve utilizar e explique por quê. 
2) Apresente e descreva as principais etapas que devem ser desenvolvidas nesse 
processo, sendo que para cada etapa descrita, apresente, pelo menos, duas atividades 
relacionadas ao caso. 
3) Destaque o papel e a importância do contrato em um processo dessa natureza, 
destacando, pelo menos, dois aspectos a ele relacionados. 
 
Início da resposta comentada! 
1) A escola deve utilizar no processo de contratação dos serviços uma licitação - 
processo que dá publicidade ao interesse de uma organização em adquirir produtos ou 
serviços. Toda organização pública, por lei, é obrigada a realizar uma licitação antes de 
adquirir produtos e contratar serviços. Esse interesse tem que ser manifestado formalmente e 
tem que ser dada publicidade utilizando os meios de comunicação adequados – normalmente 
jornais. Apesar de não terem obrigação legal, muitas empresas privadas utilizam o processo 
de licitação em suas compras, a diferença é que estas têm liberdade para definir o processo, 
desde que não ultrapasse a legalidade enquanto a instituição pública tem que atender à Lei 
8.666, de 21 de junho de 1993, alterada pela Lei 8.883, de 8 de junho de 1994. 
 
2) As principais etapas que devem ser desenvolvidas no processo de licitação são 
qualificação, licitação e validação. Na primeira etapa – Qualificação – a partir das exigências 
do Edital, os interessados em fornecer os produtos ou serviços, apresentam a documentação 
 33 
exigida para comprovar que estão em condições técnicas e legais de atender à licitação. 
Alguns dos aspectos relacionados a esta etapa são: 1) Recepção e cadastramento dos 
fornecedores interessados, no caso, empresas que fornecem lanches; 2) Avaliação da 
documentação, verificando se a empresa realmente atua na área do objeto de licitação e 3) 
Divulgação dos candidatos aptos a participarem da licitação. Na segunda etapa – Licitação 
(composta pela licitação propriamente dita) – a partir da divulgação do edital, os interessados 
habilitados apresentam suas propostas. Estas serão analisadas pelos responsáveis pelo 
processo de escolha que irão avaliar entre as que atendem ao Edital àquela que oferece a 
melhor relação custo versus benefício, divulgando o vencedor do processo. Alguns dos 
aspectos relacionados a esta etapa são: 1) Recebimento das propostas dos candidatos 
considerados aptos na fase anterior; 2) Abertura das propostas em local e data pré-definidos e 
em sessão pública; 3) Avaliação das propostas, ou seja, verificar se as propostas atendem às 
quantidades e qualidade exigidas no edital e 4) Divulgação da empresa que irá assinar o 
contrato de fornecimento do lanche. Na terceira etapa – Validação – é verificado se todo o 
processo seguiu as obrigatoriedades legais, atestando sua validade e realizada a contratação do 
vencedor do processo. Alguns dos aspectos relacionados a esta etapa são: 1) Verificação de 
que todas as etapas foram realizadas de acordo com a Lei e as necessidades da instituição que 
promove o edital e 2) Contratação da empresa vencedora do edital para fornecimento dos 
lanches pelo preço e períodos acordados e assinatura do contrato 
 
3) O contrato será a “lei” entre a Escola que está contratando e o fornecedor do 
lanche. Dessa forma, o responsável pela gestão da escola terá a certeza de que os alunos 
receberão os lanches contratados na quantidade, qualidade e tempo acertados; enquanto o 
fornecedor terá a certeza de que parte de sua produção já está previamente comercializada. O 
contrato gera um clima de segurança tanto para quem precisa dos produtos adquiridos quanto 
para quem precisa de clientes para seus produtos, facilitando as atividades de ambos. Alguns 
dos aspectos inerentes a um contrato são: 1) O contrato tem que ser formal, ou seja, 
apresentado na forma escrita; 2) O contrato tem que descrever, detalhadamente, as 
características do lanche a ser fornecido: quantidade, peso, ingredientes permitidos e não 
permitidos etc; 3) O contrato tem que prever os dias e os horários da entrega e 4) O contrato 
tem que apresentar multas por não cumprimento do acordo. 
Fim da resposta comentado 
 
 34 
RESUMO 
Contrato é um acordo de vontade onde as partes, de forma voluntária, criam 
obrigações e direitos recíprocos. Por ser um negócio jurídico, o contrato deve ter os seguintes 
elementos: declaração de vontade, com circunstâncias negociais; agente; objeto e forma. 
A aplicação dos contratos na esfera econômica é decorrência das incertezas do 
ambiente e da incerteza comportamental dos agentes. Assim, busca-se, pelo contrato, regular 
as transações entre esses, formalizando direitos e deveres das partes, destacando-se duas das 
principais funções de um contrato: 1) garantir uma troca eficiente e 2) distribuir os ganhos da 
troca. 
 Os principais elementos básicos que devem ser observados na confecção de um 
contrato são: 1) identificação das partes (entidades) envolvidas; 2) caracterização das 
obrigações e direitos: o quê (dimensões, quantidades, qualidade), quando

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