Aula_Inaugural_Estado_Globalização

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*Giorgio Romano, 14.maio.2008
 
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Estado x Globalização
Aula Inaugural
Curso Estado e Relações de Poder
Prof. Giorgio Romano
 25 de maio de 2010
*Giorgio Romano, 14.maio.2008
 
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Estado instrumento da burguesia
“ O Estado esmaga o oprimido
Não há direito para o pobre
Ao rico tudo é permitido” 
Internacional Socialista
	Eugéne Pottier, membro da Comuna de Paris, 1871, durante a qual foi eleito maire do 2.º Bairro de Paris. 
*Giorgio Romano, 14.maio.2008
 
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Estado como problema para a elite
	
	“ O Estado é parte do problema e não da solução” 
	Tatcher, 1979; Reagan 1980
*Giorgio Romano, 14.maio.2008
 
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O que é o Estado?
Governo x Estado
Poder executivo x Estado
Estado x mercado
Estado x sociedade
Estado x instituições
*Giorgio Romano, 14.maio.2008
 
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Estado x Mercado
Como o Estado (processos políticos) afeta a produção/ distribuição de riqueza
Efeito dos mercados (forças econômicas) sobre a distribuição de poder
*Giorgio Romano, 14.maio.2008
 
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Estado x Mercado
Mecanismos do mercado geram desigualdades e instabilidade
Estado precisa estabelecer mecanismos de compensação e estabilidade
	
O funcionamento efetivo do mercado depende de regulação pelo Estado	
*Giorgio Romano, 14.maio.2008
 
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Estado x Mercado
Estado e contrato social originário são anteriores ao mercado capitalista
Estado foi essencial para criação do mercado (garantir direito de propriedade; condições concorrenciais; moeda)
	
*Giorgio Romano, 14.maio.2008
 
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Estado x Mercado
Externalidades negativas: 
próprio mercado não dispõe de
instrumentos de resolução
(fiscalização,controle, punição) 
ex. poluição
Externalidades positivas:
interesses coletivos (escolas, infra)
*Giorgio Romano, 14.maio.2008
 
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Estado x Mercado
Noção de falhas de mercado:
Decisões racionais individuais (teoria da
escolha racional) tomadas de forma
descentralizada seguindo sinais de
preços pode levar a resultados 
ineficientes de ponto de vista coletivo:
necessidade mecanismos políticos
*Giorgio Romano, 14.maio.2008
 
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Estado x Mercado
Estado esfera para determinar objetivos
não-econômicos para definir interesse
coletivo/ social:
Arena na qual os conflitos políticos da sociedade se expressam e são equacionados
Instrumento de poder usado por grupos sociais/ pol/ econ em prol de seus interesses particulares
*Giorgio Romano, 14.maio.2008
 
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Estado x Mercado
North: O Estado/ instituições refletem as
correlações de força para servir os interesses
daqueles com poder de barganha, não
necessariamente os socialmente eficientes.
Cada grupo de interesse argumentará que a
sua concepção de instituições e valores
sociais é melhor para promover o
desenvolvimento.
Gramsci: conceito de hegemonia de classe
*Giorgio Romano, 14.maio.2008
 
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Liberalismo x New Deal
Mercantilismo (Estado-Nação):
Estado papel central
Visão estática do crescimento
Forte relação política comercial e
	política-estratégica/militar
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Liberalismo x New Deal
Clássicos (Adam Smith; David Ricardo) 
rompem com paradigma mercantilista:
ênfase nos objetivos dos agentes
econômicos (motivação do indivíduo) e
não objetivo da nação
Neoclássicos (Pareto, Marshall): 
desenvolvimento determinado pela 
eficiência micro-econômica de produção
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Liberalismo x New Deal
Pressuposições liberais:
Progresso econômico contínuo, gradativo, harmonioso
Concorrência perfeita
Preços/salários flexíveis
Eficiência alocativa do mercado garante justiça distributiva>
Crença nos mecanismos automáticos de ajuste
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Liberalismo x New Deal
Crise 1929/1930
Surge espaço para nova economia
Keynes; Franklin Delano Roosevelt-FDR
Regulação do capitalismo pelo
Estado:
Estado do bem-estar social (Europa Ocidental)
Estado nacional desenvolvimentista (periferia)
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Estado regulador
Teoria de Regulação (Aglietta)
Teoria da Escolha Pública (Buchanan)
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Teoria de Regulação
Regulação em sentido mais amplo
que a keynesiana e envolve:
produção/consumo
relação entre atores sociais
função de integração e coesão
 social
*Giorgio Romano, 14.maio.2008
 
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Teoria de Regulação
Estado tem o papel não somente na
regulação econômica, e como
coordenador das relações macro-
econômicas, mas também na coesão
social e coordenação institucional:
Gestão políticas sociais
Mediação relações entre atores econômicos e sociais
*Giorgio Romano, 14.maio.2008
 
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Teoria de Regulação
Crises inerentes ao capitalismo:
No plano econômico (crise de
	superacumulação e realização)
No plano do conflito social
	(antagonismo de relações sociais)
Papel Estado: neutralizar a tendência 
	 a crise 
*Giorgio Romano, 14.maio.2008
 
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Teoria de Regulação
Necessidade regulação oferta/ 
	demanda;
Transferência parte custos
	reprodução força de trabalho;
Canalizar poder político
	trabalhadores;
Autonomia Estado perante grupos
	hegemônicos
*Giorgio Romano, 14.maio.2008
 
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Teoria de Regulação
Wallerstein- essência de regulação
estado de bem-estar: em troca da
legitimação da propriedade privada
dos meios de produção, os
capitalistas concordam com
instituições políticas que permitem
aos trabalhadores controlarem parte
da economia
*Giorgio Romano, 14.maio.2008
 
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Teoria de Regulação
Priore e Sable - essência das políticas
de regulação:
Processo de negociação coletiva
Gastos do governo que complementam a demanda privada
Sistema de seguridade social>>
Parte significativa da demanda
decidida por mecanismos políticos
*Giorgio Romano, 14.maio.2008
 
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Teoria de Regulação
1) Grandes crises funcionam como
mecanismos para provocar
mudanças no regime de acumulação
(liderança bloco histórico – Gramsci)
2) Associação entre mudança de
regime de acumulação e uma
mutação da forma de organização e
atuação do Estado (Boyer)
*Giorgio Romano, 14.maio.2008
 
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Teoria de Regulação x Globalização
Concentração: aumento das massas
de capital
Centralização: aumento das massas
com redução relativa de
proprietários – F&A 
Novas geografia da esfera econômica x
Espaço de regulação do Estado-
Nacional
*Giorgio Romano, 14.maio.2008
 
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Teoria de Regulação x Globalização
Tensão entre Estado ligado às
fronteiras territoriais (unidade
política) e o mercado que busca
eliminar qualquer obstáculo político
para o seu processo de acumulação
cada vez mais globalizado.
*Giorgio Romano, 14.maio.2008
 
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Teoria de Regulação x Globalização
Globalização x Neoliberalismo
Com a globalização o Estado
Nacional perde autonomia para
controlar e coordenadar
movimentação de capitais.>>
Procura de regulação em nível global
*Giorgio Romano, 14.maio.2008
 
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Teoria da Escolha Pública
Questiona papel do Estado como
guardião do interesse público:
Interesses pessoais de
	políticos/burocratas/ grupos de
	interesse
rent-seeking
Estado controlado para satisfazer
interesses pessoais
*Giorgio Romano, 14.maio.2008
 
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Teoria da Escolha Pública
Pressuposto: pessoas sempre
egoístas e instrumentais, agindo para
ter o máximo de benefícios com
menor custo.
Esse comportamento na esfera do
mercado gera resultados positivos;
na esfera política negativos.
*Giorgio Romano, 14.maio.2008
 
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Teoria da Escolha Pública
Legitimidade Estado: impossibilidade
de uma escolha racional coletiva gera
necessidade de organizações para
conseguir vantagens coletivas.
Indivíduos são capazes de escolher
racionalmente as restrições dentro
das quais vão agir (economia
constitucional- Kenneh Arrow)
*GiorgioRomano, 14.maio.2008
 
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Teoria da Escolha Pública
Mas: Estado tem por definição 
comportamento prático perverso:
Propensão para excessiva alargamento (superando legitimização dada). Todos os Estados estão para lá da sua legitimidade inicial
Programas começam ter vida própria
*Giorgio Romano, 14.maio.2008
 
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Teoria da Escolha Pública
Estado procura presença excessiva
na regulação da economia (resultado
atuação grupos de interesse que se
beneficiam de ação específica em
detrimento do bem estar geral)
Estado não é internamente coerente
e cria sua própria lógica.
*Giorgio Romano, 14.maio.2008
 
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Teoria da Escolha Pública
Exemplo gastos sociais: distorção
legítima da alocação pelo mercado.
Mas gera burocracia preocupado com
sua própria expansão sem atenção
para custos de oportunidade,
qualidade e eficiência>> distorção
de alocação sem legitimidade.
*Giorgio Romano, 14.maio.2008
 
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Teoria da Escolha Pública
Resultado Estado regulador:
Proteção de produção com custo alto
Privilégios (rent-seeking; marajás)
Objetivos irracionais impostos pela classe política
Incentivo a lobby e corrupção
Solução: Estado mínimo
*Giorgio Romano, 14.maio.2008
 
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Globalização x Estado
Estado não desaparece, nem diminui
Gastos públicos/PIB UE: 45,6%
			 EUA: 33,5%
			 (2007)
Mas, muda de estratégia/
paradigma: de Estado Keynesiano
para Estado Schumpeteriano 	 
*Giorgio Romano, 14.maio.2008
 
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Globalização x Estado
Rivel States (Susan Strange):
Competição entre Estados para
	gerar riqueza dentro seu território
	(atração investimentos)
Novas formas de competição (P&D; F&A)
Papel organizador da ET
Volatilidade
*Giorgio Romano, 14.maio.2008
 
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Conclusão
Noção do Estado pós-fordista:
Estado que atende às demandas da
nova dinâmica do capitalismo global.
Prior e Sabel: pós-fordismo precisa
de coordenação/ regulação em nível
Internacional. 
Bloco hegemônico?