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Direito Penal II- RESUMO

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Direito Penal II
TIPICIDADE
É a conduta praticada pelo agente, com dolo ou culpa, que provocou resultados, e é prevista na lei penal como uma conduta proibida. É a perfeita subsunção do fato e a norma. Seus requisitos são:
Conduta: exteriorização do pensamento + consciência + vontade + finalidade. Esta conduta pode ser positiva (ação) ou negativa (omissão).
Dolo: consciência e vontade de praticar o ato; seu resultado é pretendido. 
Culpa: o resultado não fora pretendido, e o agente agiu com imprudência, negligência ou imperícia; ou seja, foi negligente naquilo em que devia ter sido cuidadoso, imperito quando algo dependia de sua habilidade e imprudente quando se era exigida cautela. Ainda, a culpa pode ser consciente, quando o agente prevê o resultado e tenta evita-lo, ou, inconsciente, quando o agente sequer o prevê. Havendo concorrência de culpa, todos os que contribuíram com o resultado responderão por este, na medida de sua culpabilidade. 
Resultado: modificação do mundo exterior provocada por sua conduta.
Nexo de Causalidade: é o vínculo que une a causa ao resultado que produziu.
Excludentes da tipicidade: coação física irresistível, hipnose, movimentos involuntários, erro de tipo e o princípio da insignificância. 
ANTIJURIDICIDADE 
É a contrariedade de um fato, com o ordenamento jurídico, por meio da exposição a perigo de dano ou lesão, um bem jurídico tutelado. 
Elementos da antijuridicidade: tipicidade e não pode estar presente na excludente.
Excludentes da ilicitude: estado de necessidade, legítima defesa, exercício regular de um direito, estrito cumprimento de um dever legal; além destas, a doutrina admite a existência de causas supralegais, como é o caso do consentimento do ofendido. 
Estado de necessidade: Art. 24, CP: “Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se”. Ocorre uma situação limite, que demanda uma atitude extrema e, por vezes, radical. A teoria adotada pelo CP, foi a unitária, que diz que, em quaisquer hipóteses, há exclusão da ilicitude. 
Legítima defesa: Art. 25, CP: “Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem”. Esta, é vinculada ao instinto de sobrevivência e necessária defesa. Requisitos: existência de uma agressão injusta, atual ou iminente, que ameaça um direito próprio ou alheio e cujo há conhecimento da situação justificante. Deve ser feita através de meios necessários e moderação.
Exercício regular de um direito: É um excludente da ilicitude “em branco”, ou seja, o conteúdo definitivo da regra e seu fundamento se dá através de outra norma jurídica. Ex: Um policial que cumpre mandado de prisão, e para isso, utiliza força física na medida necessária, para conter o agente. É a combinação do Art. 23, III, CP + Art. 292, CPP.
Estrito cumprimento do dever legal: É quando a própria lei obriga um agente público a realizar condutas, dando-lhe poder para praticar fatos típicos para executar o ato legal. Ex: prisão em flagrante efetuada por policiais, e o cumprimento de ordens judiciais. 
Consentimento do ofendido: Ocorre em relação aos bens jurídicos disponíveis, e, o sujeito passivo é pessoa capaz. Ex: Art. 163, CP – crime de dano.
CULPABILIDADE
É o juízo de reprovação que recai sobre o autor, culpado por um fato típico e antijurídico. 
Elementos da culpabilidade: imputabilidade, potencial consciência da ilicitude e exigibilidade de conduta diversa. 
Imputabilidade: A reprovação da conduta típica e antijurídica pressupõe que ele seja imputável, ou seja, que ele tenha a possibilidade de compreender o caráter ilícito de sua conduta. É a possibilidade de se estabelecer o nexo entre a ação e seu agente, imputando a alguém a realização de um determinado ato.
Potencial consciência da ilicitude: A potencial consciência da ilicitude é um elemento da culpabilidade, que determina que, para tornar-se merecedor de uma pena, o agente deve ter consciência do caráter ilícito de sua conduta; ou seja, só é possível puni-lo quando diante das condições em que está inserido, há possibilidade de compreender o caráter criminoso da conduta que fora praticada. 
Exigibilidade de conduta diversa: É a possibilidade que tinha o agente de, no momento da ação ou omissão, agir de acordo com o direito, considerando-se sua condição de pessoa humana. Consiste na expectativa acerca de uma conduta diversa daquela que o agente decidiu executar.
Excludentes da culpabilidade: inimputabilidade, falta da potencial consciência da ilicitude e inexigibilidade de conduta diversa. 
Inimputabilidade: é a falta de capacidade do agente, de responder entender o teor ilícito do ato que praticou. Art. 26, CP: “É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.” As causas legais de exclusão da imputabilidade são: A) doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado; Art. 26, CP. B) embriaguez completa e involuntária, decorrente de caso fortuito ou força maior; Art. 28, 1º, CP. C) dependência ou intoxicação involuntária decorrente do consumo de drogas ilícitas; Lei n. 11.343/2006, Art. 45. D) menoridade; Art. 27, CP.
Falta da potencial consciência da ilicitude: Faltará a consciência da ilicitude quando o indivíduo, por ignorância ou falsa percepção da realidade, supõe ser lícito o seu comportamento ilícito. Conforme o Art. 21, CP: “O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência”.
Inexigibilidade de conduta diversa: De acordo com o Art. 22, CP, “se o fato é cometido sob coação irresistível (...) só é punível o autor da coação ou da ordem”. A coação moral corresponde a intimidação exercida pelo coator, obrigando este a realizar ou não uma conduta. A coação moral irresistível exclui a culpabilidade.
A emoção e paixão NÃO excluem o crime, conforme o Art. 28, CP.
CONCURSO DE PESSOAS
Refere-se à hipótese em que duas ou mais pessoas envolvem-se na prática de uma infração penal, visto que, alguns crimes só podem ser praticados por duas ou mais pessoas em conjunto. Conforme disposto no Art. 29, CP: “Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. §1º: Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. §2º: Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave”.
Os crimes unissubjetivos: são aqueles que podem ser praticados por uma só pessoa.
Os crimes plurissubjetivos: são aqueles que SÓ podem ser praticados por duas ou mais pessoas em concurso. Estes, são assim classificados:
Crimes onde é necessário condutas paralelas, onde os agentes auxiliam-se mutuamente. Ex: Associação criminosa. Art. 288, CP. 
Cremes onde é necessário condutas convergentes, nos quais as condutas se fundem gerando o ilícito. 
Crimes onde é necessário condutas contrapostas, em que os envolvidos agem uns contra os outros. Ex: Crime de rixa. Art. 137, CP.
TEORIA QUANTO AO CONCEITO DE AUTOR
O Código brasileiro adotou a teoria restritiva, ou seja, distingue autores e partícipes. Autores são os que realizam a conduta descrita no tipo penal; são os executores do crime pelo fato de seu comportamento enquadrar-se no verbo descrito no tipo. Partícipes são aqueles eu não realizamo ato executório descrito no tipo penal, mas contribuem para a realização do delito. 
MODALIDADES DE CONCURSO DE AGENTES
Autor: aquele que comete o ato executório.
Coautoria: são aqueles que cometem, conjuntamente, atos de execução do delito. É necessário que exista o liame subjetivo entre os coautores. É admissível a coautoria em crimes culposos, onde cada um dos agentes coopera para ação, embora não queiram o resultado final. Ex: o passageiro de um veículo incentiva o motorista a empregar velocidade excessiva, vindo a causar uma morte por atropelamento.
Participação: diz respeito ao agente que não realiza ato de execução, mas concorre intencionalmente para o crime. Subdivide-se em: a) participação moral: se dá por induzimento (faz surgir a ideia do crime em outra pessoa) ou instigação (reforça a intenção criminosa já existente; b) participação material: é o auxílio realizado de alguma forma para a execução do crime. Ex: fornecer armas ou instruções para roubo.
Autoria mediata: ocorre quando o agente serve-se de pessoa sem discernimento ou com falsa percepção da realidade, para executar para ele um delito. Neste caso, NÃO existe concurso de agente. A autoria mediata acontece quando: a) há falta de capacidade em razão da menoridade, doença mental ou embriaguez; b) coação moral irresistível; c) erro de tipo escusável (Ex: motorista de caminhão) e d) obediência hierárquica, onde o autor da ordem sabendo que é ilegal, mas faz o executor pensar ao contrário. 
Autoria colateral: é quando duas ou mais pessoas querem cometer o mesmo crime e agem ao mesmo tempo sem que uma saiba da intenção da outra. Nestes casos não há liame subjetivo entre os envolvidos. 
Autoria incerta: ocorre quando, na autoria colateral, não se consegue apurar qual dos dois envolvidos provocou o resultado. Neste caso, tratando-se de um homicídio, os dois seriam responderiam apenas por tentativa
TEORIA QUANTO AO CONCURSO DE PESSOAS
Teoria unitária: é a teoria adota pelo CP; diz que, todos os que colaboram para determinado resultado criminoso, incorrem no mesmo crime. Há uma única tipificação para autores, coautores e partícipes. 
Teoria dualista: o qual há dois crimes; um cometido pelos autores e outro pelos partícipes.
Teoria pluralista: cada um dos envolvidos responde por um crime autônomo, havendo pluralidade de fatos típicos.
REQUISITES PARA A EXISTÊNCIA DE CONCURSO DE AGENTES
Pluralidade de condutas: para que haja punição de duas ou mais pessoas em concurso, é necessário que cada uma delas tenha realizado ao menos uma conduta.
Relevância causal das condutas: apenas as condutas que tenham contribuído para o resultado podem responder pelo delito. 
Liame subjetivo: é necessário que os envolvidos atuem com intenção de contribuir para o resultado criminoso; é necessário ter ligação de vontades.
Identidade de crimes para todos os envolvidos: todos os envolvidos devem responder pelo mesmo crime, em razão da teoria unitária. 
Somente haverá concurso de pessoas, quando existir os quatros requisitos juntos. Sem um dos quatro requisitos não há concurso de pessoas, portanto não podendo os agentes serem condenados com as mesmas penas. E sim com penas proporcionais a participação no delito.

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