Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Ross • Westerfield • Jordan Princípios de Administração Financeira Segunda Edição Introdução à Administração Financeira INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA Espera-se que, ao terminar a leitura do capítulo, você tenha adquirido boa noção sobre: e tipos básicos de decisões em administração llnanceira e o papel do administrador financeiro. objetivos do administrador financeiro. implicações financeiras das diferentes modalidades de organização de empresas. e conthtos de interesse que podem surgir entre administradores e proprietários de empresas. 36 PARTE I VISÁ() <õl RAt. IJA AIJMtNISTRAÇÃO FINANCEIRA P ara iniciar nosso estudo sob re administra ÇiiO financeira, analisamos dois assuntos fundamentais. Primeiro: o que são finanças corporativas ou <'mprcsariais, c qual é o papel do administrador financeiro? Segundo: qual é o obje tivo da adminimação financeira? 1.1 Finanças: uma Visão Geral Resumida do Conceito Antes de ingressarmos no estudo das finan ças corporati vas, achamos que seria uma boa idéia dar uma breve visao geral do campo das finanças. Nosso objetivo ê alenar sobre quais são algumas das ;\r�as mais imJ>Ortantes cm finanças, bem como algumas das oportunidades de c;lrreira exisLentcs em cada uma delas. Gostaríamos também de ilus ll ar algumas maneiras pelas quais a �rea de finan ças interage com ounas �reas, tais como marketing, adminis1 ração c contabilidade. AS QUATRO ÁREAS BÁSICAS Tradicionalmcmc, os tópicos em finanç:•s são agrupados cm qumro áreas principais: 1. Finanças Corporativas. 2. lnvestimenros. 3. Instituições Financeiras. 4. Finonças Internacionais. Discutimos a seguir cada uma dessas áreas. Finanças corporativas A primc.ra dessas quatro áreas, finanças corporativas. é o rema principal deste lhTo. Inicia mos a abordagem desse rema em nossa próxima seçáo e, ponanto, esperaremos até lá para forne cer mais detalhes. Uma coisa que devemos salien· ta r é que, aparentemente, a expressão finanças corporari•·a., implica que o que será cobeno é rele vante apenas para corporações (sociedades anóni mas), mas na realidade quase rodos os tópicos que consideraremos sao muiro mais amplos que isso. Talvez finança., empre.,ariais seja um pouco mais de�crit ivo, mas mesmo esse termo é muito estrei to, pois pelo menos metade dos assuntos que dis cutiremos nas i>óginas seguintes constitui, na rea lidade, idéias básicas de finanças e princípios apli c<lvt!is em vtirias ou1rns áreas. além de finanças. Investimentos Falando de maneira geral, a área de investi mentos lida com ativos financeiros, tais como açôes e obrigações. Algumas das questões mais importan tes são: 1. o que determina o preço de um ativo financei ro. como uma açâo ou uma obrigaçao? 2 . Quais são os riscos e retornos potenci;�is asso· ciados ao investimento em um ativo financei· ro? 3. Qual é a melhor composição que se deve ter de diferentes tipos de ati\ os financeiros? Os alunos que se especializarem na área de investimentos terão diversas OJ>Ortunidadcs de car reira. Operador de Bolsa é uma das mais genéricas. Operadores de Bolsa geralmente trabalham para grandes empresas, como Menill Lynch, aconselham os clientes sobre os tipos de investimentos que de· vem considerar e ajudam-nos a tomar decisões de compra e venda. Assessores financeiros descmpe· nham papel semelhante, mas não são nccessaria mente operadores. Administração de carteira é uma segunda carreira relacionada a investimenlos. Administra dores de carteira, conforme sugerido pelo nome, gerem o di nheiro de investidores. Por exemplo, investidores individuais freqüentcmente compram quotas de fundos mútuos. làis fundos nada mais são do que maneiras de agregar recursos monenl rios investidos pelo <�dministrador de carteira. Ad ministradores de carteira também investem e gerenciam recursos de fundos de pensão, de com· panhias de seguro e de muitos outros tipos de ins tituições. Análise de títulos é uma terceira área. Um analista de títulos pesquisa in\eslimemos indivi duais, como ações de UJik1 empresa específica, e de termina se o preço do título é justo. Para isso. pes· quisa atentamente os relatórios da empresa e do setor, assim como diversas outras fomes de infor mação. Geralmente, operadores e administradores de carteira baseiam-se nas infonnações e recomen dações dos analistas de títulos. Essas atividades relacionadas a investimen tos, assim como muitas outras áreas de finanças, têm uma caractetistica intere�santc cm comum. Se são bem executadas, podem ser bastame recom pensadoras financeir<�ment e (traduzindo: você J>Ode ganhar muito dinheiro). A noticia ntim, na turalmcnte, é que elas s�o muito cxigcnLes c com· J>elitivas e, ponanto, defini! ivamentc, não são para qualquer pessoa. Instituições financeiras Instituições financeiras são basicamente ne gócios que lidam primeiramente com assuntos fi nanceiros. Bancos e companhias de seguros ralvez sejam as mais conhecidas pelos alunos. Tais insti tuições empregam pessoas que desempenham grande \'ariedade de tarefas reladonadas a finan ças. Por exemplo, um gerente de banco responsá \'el por empréstimos avaliará se determinado negó cio tem uma posiçào financeira suficientemente sólida para garantir um aumento de emp réstimos. Em uma seguradora, um analista decidirá se deter· minado riS<:O é adequado para ser coberto e qual de\eria ser o prêmio. Finanças internacionais Finanças internacionais não são tanto uma área, mas uma especialização na qual uma das principais funções é descrita a seguir. F.m outras palavras, carreiras cm finanças internacionais geralmente envolvem aspectos internacionais tan to de finanças corporativas quanto de investimen tos, ou instituições financeiras; por exemplo, ad ministração de carteira e ar1�lise de rtrulos das companhias nilo ameticnnas. De maneira análoga, muitas emJ>resas americanas têm Ol>erações no ex terior e precisam de empregados familiarizados com questões imernacionais, como taxas de câm bio e risco político. Os bancos geralmente são soli citados para realizar empréstimos em outros paí ses, e especialistas internacionais são necessários para isso. POR QUE ESTUDAR FINANÇAS? Quem precisa conhecer finanças? Em uma só palavra: você. De fato. existem muitas razões �s quais ,·océ precisa ter conhecimento de fi nanças, mesmo que nao planeje seguir carreira nessa área. Exj>loramos a seguir algumas dessas razões. Marketing e finanças Se você estiver interessado em markering, precisará conhecer finanças, porque, por exemplo, profissionais de markeling constantemente traba lham com orçamentos, e precisam entender como obter o maior beneftcio das des1>esas e dO$ progra mas de marketing. Analisar custos e benefícios de diversos tipos de projetes é um dos 3$pectos mais importantes em finanç as, assim como as ferra mentas que você aprende em flnanç<1s são vitais INTRQlllJÇÂO À AllMJNISTRAÇÃO FINANCHIRA 37 em pesquisas de mercado, projeto de mercado e de canais de distribuição, precificaçiio de produ tos, apenas para citar algumas poucas áreas. Os analistas financeiros apóiam-se bastante nos analistas de mercado, c geralmente os dois tra balham juntos para avaliar a lucratividade de pro jetas e produtos propostos. Como veremos em ca pítulo posterior, projeções de vendas sào dados essenciais para praticamente todos os tipos de aná lise de novos produtos, e tais projeções normalmen· te sào desenvolvidas conjuntamente por marketing e finanças. Além disso, a indústria financeira emprega profissionais de markering para auxiliar a venda de produtos financeiros, tais como contas bancárias, apólices de seguro e fundos múmos. O markeling de serviços financeiros é um dos segmentos de marketing que vêm crescendo mais rapidamente, e profissionais de markering especializados em ser viços financeiros são muito bem recompensados. Para trabalhar em tal área, você, obviamente, pre cisa conhecer produtos financeiros. Contabilidade e finanças Para os contadores, finanças é uma leitur<l necessária. Em peque nas empresas em especial, os contadores geralmente são solicitados tanto a tomar decisões financeiras como cumprir as obri gações tradicionais da contabilidade. Cada vez mais, como a complexidade do mundo financei ro continua a crescer, os contadores precisam conhecer finanças, para entender as implicações de muitos dos novos tipos de contratos financei ros, c seu impacw sobre as demonstrações finan ceiras. Além disso, contabilidade de custos e finan ças empresariais estão intimamente relacionadas, dividindo muitos dos mesmos assuntos e preocu pações. Os analistas financeiros fazem uso intensivo das informações contábeis: estão entre seus usuá rios mais irnponantes. Conhecer finanças ajuda os contadores a reconhecer os tipos de informac;ões mais \"aliosas e, mais genericamente, como as in· formações contábeis serão realmente usadas (e ma nipuladas) n a prática. Administração e finanças Uma das áreas mais importantes da adminis rração é estratégia. Pensar sobre estratégia empre sarial sem pensar ao mesmo tempo sobre estnlté· gia financeira é receita exceleme Q!Jra o desastre. Conseqüentemente, _os estrategistas E!ecisam ter Clara compreensão das implicações financei r·as de seus planos estratégicos. 38 PARTE I-VlSÃO CERA� DA AQMINISTRAÇÃO FINANCEJRA Em termos gerais, espera-se que todos os ri- 2.0S de administradores tenham grande entendi mento de como seus negócios afetam a lucra \ tividade e que sell!m c�azes d� aumentar a I uI cratividade de suas áreas. Isso é precisamente o que o estudo de finanças lhe ensina: Quais são as ca racterísticas das arividades que criam valor? Você e finanças Talvez a razão mais importante para conhe cer finanças é a de que você terá que tomar deci sões financeiras que serão muito importantes em termos ill'SSOais. Hoje, por exemplo, quando você for trabalhar para praticamente qualquer tipo de empresa, será questionado sobre como prefere que seu fundo de pensão privado seja investido. Mos traremos cm capítulos posteriores que sua escolha poderá fazer enorme diferença em seu bem-estar futuro. Seu sonho é começar seu próprio negócio? Precisará contar com boa sorte, caso não tenha conhecimentos básicos de finanças: você acabará aprendendo pelo caminho mais árduo. Quer saber qual será o tamanho de seu crédito educativo an tes de assumir sua dívida? Talvez não, mas mostra remos como calculá-lo de qualquer maneira. Essas são apenas algumas maneiras pelas quais as finanças o afetarão pessoal e profissional mente. Queira ou não, você terá que examinar e entender assuntos financeiros, e precisará tomar decisões f'inanceiras. Queremos que aja com inte ligência; portanto, prossiga com a leitura. --:, O..."tf I'-"' CWf< '.Y:;.o'f Questões conceituais 1.1 a Quais são as áreas principais em fi. nanças? l.l.b Além de querer ser aprovado nesse curso, por que você precisa entender de finanças? 1.2 Finanças Empresariais e o Administrador Financeiro Agora, definiremos fmanças empresariais e o trabalho do administrador financeiro. QUE SÃO FINANÇAS CORPORATIVAS? Imagine que você estivesse para começar seu próprio negócio. Independentemente do ripo, de alguma forma teria que responder às três questões seguintes: 1. Em quais investimentos a longo prazo você deveria aplicar? Ou seja, em que linhas de ne gócio você aruará e quais tipos de construções, maquinários e equipamentos serão necessá rios? 2. Como você obterá o fi nanciamemo a longo prazo para pagar seus investimentos? Você tra rá outros acionistas ou pedirá dinheiro empres· tado? 3. Como você administrará suas arividades finan ceiras cotidianas, como cobrança e pagamen to a fornecedores? Essas não são as únicas questões, mas estão entre as mais importantes. As finanças empresa riais, em tem10s gerais, consistem no estudo das respostas dessas crês questões. Discutiremos cada uma nos capítulos a seguir. O ADMINISTRADOR FINANCEIRO A função do administrador financeiro fre qüemememe está associada a um alto executivo da empresa, geralmente denominado direror financei ro ou vice·presidente de finanças. A Figura 1.1 é um organograma simplificado que destaca a atividade financeira em uma grande empresa. Conforme ilus· trado, o diretor financeiro coordena as atividades de tesouraria e controladoria. A controladoria lida com contabilidade de custos e financeira, pagamen to de impostos e sistemas de informações geren ciais. A tesouraria é responsável pela administra ção do caixa e dos créditos da empresa, pelo pla nejamento financeiro e pelas despesas de capital. Essas arividades de tesouraria estão todas relacio· nadas às três questões levantadas acima, e o capf· tu lo a seguir lida principalmente com esses assun· tos. Nosso estudo enfatiza principalmente as arivi dades em geral associadas com a tesouraria. Em pequenas empresas, a tesouraria e a controladoria podem ser desempenhadas pela mesma pessoa, e haverá apenas um departamento. I Di rl'lor ti•· M.nketing 0il't11()1' F Í0.11K� ·i lO 1.. ões INTRODUÇÃO À AOMINISTR/IÇÃO FINANCEIRA 39 Diretor de Produção Figura 1.1 Organograma simplificado. Os títulos e a estrutura organizacional exatos variam de empresa para en1presa. C onrroller t C.l•rt•nte de Caix.l Gerente de Crédito Ct•rtmtt! de PI.Ult.'i�lmcnto fi'o<:.ll Gerente de Contabilidade de C ustos Ga;tos de Capital Plancjam<•nto FinancC'iro CNente de <.:olltd bil idade I in�lf"'C('Í r a Gerente de Processamenl de Dados DECISÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA Conforme indicado por nossa discuSS<iO pre· cedente, o administrador financeiro deve preocu par-se com três tipos básicos de questões. A seguir, discutimos esses tipos em detalhes. Orçamento de capital A prime ira questão diz respeito aos Investi· mcntos a longo prazo da empresa. O processo de planejamemo e gerência dos investimentos a lon go prazo da empresa é denominado orçamento de capital. Nessa função, o administrador finan· ceiro procura identificar oponunidades de investi· mento que possuem valor superior a seu custo de aquisição. Em termos gerais, isso significa que o valor dos fluxos de caixa gerados pelo ath o excc· de o custo de tal ativo. Independentemente do investimento em consideração, o administrador financeiro precísa preocupar-se com o montante de fluxo de caixa que espera receber, quando irá recebê-lo e qual a probabilidade de recebê-lo. A avaliação da mag- nitude, da distribuição no rempo e do risco dos fluxos de caixa futuros é a essência do orçamen to de capital. Na verdade, sempre que avaliamos decisões empresariais, a magnitude, a distribuição no tempo e o risco do fluxo de caixa serão, de lon ge, os fatores mais imponanres a serem considera dos. Orçamento de capital ) O processo de plancJar e !lCrtr investimentos a longo prazo da l'lllJliCS<l. Estrutura de capital A segunda questão para o administrador financeiro diz respeito a como a empresa obtém os financiamentos necessários para sustentar os in ' estimemos a longo prazo. A estrutura de ca pital (ou estrutura financeira) refere-se a combi· nação específica enrre capiral de terceiros a lon go prazo e capital próprio que a empresa utiliza para financiar suas operações. O administrador financeiro possui duas preocupações nessa área. Primeiro, qual o montante que a empres;� deve 40 PARTE I VIS.�O GERAL DA ADMINlSTRAÇAO I INI\NCEIRA tomar emprestado? Segundo, qual a fonte mais ba· rata de fundos para a empresa? Adiciona lmente à combinaç<io de recursos, o administrador financeiro deve decidir exata mente como e onde levantará os recursos. As des· pesas associadas à obtenção de financiamentos a longo prazo podem ser consideráveis; portanto, devem ser analisadas diversas J>Ossibilidades. Além disso, as empresas tomam recursos empres tados de diversos tipos de fontes e das mais diver sas maneiras. A escolha entre fonles e 1 ipos de empréstimos é outra tarefa que cabe ao adminis· trador financeiro. Estrutura de capital Combmaçào entre capital de terreiro c caplt.ll proprio que a emprt.> a po UI ' . Administração do capito.l I tro A terceira questão diz respeito à admi nisrra· ção do capital de giro. A expressão ca1mul de giro refere-se aos ativos a curto prazo da empresa, tais como estoques, e aos passivos a CUJlO prazo, tais como pagamentos devidos a fornecedores. A admi nistração do capital de giro da emp•·esa é uma aci vidade cotidiana que assegura que os recursos se jam suficientes para continuar a operação, visan do evitar interrupções dispendiosas. Isso envolve diversa s atividades relacionadas aos recebimentos e desembolsos da empresa. A seguir, colocamos algumas questões que precisam ser respondidas sobre capital de giro: (I) Quais devem ser os volumes disponíveis de caixa e estoque? (2) Devemos vender a crédito para nos sos clientes? (3) Como obteremos os recursos finan ceiros a cuno prazo que venham a ser necess.1rios? Se tomarmos emprestado a curto praz;o, como e onde devemos fazê-lo? Isso é só uma pequena amosm1 dos assuntos que surgem na adminis�raçiio do capital de giro de uma empresa. Capital d e giro A I\ os e pass1vos a cuno prazo d.1 emprc n. Conclusí\o As rrês áreas da adminisrraçào de finanças corporati\.asQliedescrevemos- orcam�nto de ca pital�esrrurura d e capital e administração do ca pital de giro são categorias amplas. Cada uma inclui grande variedade de tópicos, e indicamos apenas algumas questões que surgem nas diferen· res áreas. Os capftulos a seguir comerão mais de talhes. Ques õe c: L 1.2a Qual é a decisão associada a orça mento de catlital? 1.2b Como você denomina a combinação especi fica entre capital próprio e ca pital de tercci•os a longo prazo esco lhida pela empresa? 1.2c Em qual c;Hegoria da administração financeira se enquadra a gestão de caixa? 1.3 Modalidades de Organização de Empresas Nos Estados Unidos, as grandes empresas, como por exemplo IBM e Exxon, quase sempre são sociedades por açõcs. Examinaremos as três dife rentes modalidades legais de organização de em presas - firma individual, sociedade por quotas e sociedade por ações- para que se entenda por que isso acontece. FIRMA INDIVIDUAL Firma individu •I é a empresa que perten· ce a uma única pessoa. É a maneira mais simples de se começar uma empresa> e é a menos re8\lla: menrada das modalidades de empr�sas. Por essa ra zão, há mais firmas individuais d�e qualquer out ra modalidade de empresa, e muiros negó cios que posteriormente se transformam em gran des sociedades por �ões começam como firmas in dividuais. O proprietário de firma individual tem direi· to a todo o lucro da empresa. Essa é a notícia boa. A notícia ruim é que o proj>rietário tem re.1ponsa· bilidude ilimitada pelas d fvid�s da empresa. Isso significa que os credores podem recorrer aos bens pessoais do proprietário 1>ara pagamento de seus direitos. De maneira análoga, não há disti nção entre rendimentos da pessoa ffsica e da pessoa ju rídica e, portanto, todo o lucro da empresa é tribu tado como rendimento de pessoa física. A vida da firma individual é limitada à vida do proprietário e, o que é mais importante, o mon tante do patrimônio Hquido que pode ser obtido está limitado à riqueza pessoal do propri e· tário. Essa limitação geralmente significa que a empresa é incapaz de explorar novas oportunida· des em vista da insuficiência de capital. É difícil rransferir a propriedade de uma firma individual, pois isso implica a venda de toda a empresa a novo dono. Firma individual l·mpr esa com um único dono. SOCIEDADE POR QUOTAS Uma sociedade por quotas é semelhan te a uma firma individual, exceto pelo fato de que existem dois ou mais donos (sócios). Numa sacie· dade geral, todos os sócios dividem lucros e pre juízos e possuem responsabilidade ilimitada por todas as dividas da empresa, não apenas por uma proporção delas. A maneira pela qual lucros (e prejuízos) sào divididos é descrita no corrrroro da sociedade. Esse contrato pode ser um acordo 'er· bal informal, como e m "vamos monrar um negócio p.1ra conar grama?" ou um longo c;l�rmento for- mal, por escrito. ""L\&- Numa sociedade limirad_(!,_ u m ou mais s6· cios gerais serão responsáveis PeJã&esrão da em presa e terão responsabilidade ilimitada, mas ha· verá um ou mais sócios limitados que não terão par ticipaçllo ativa no negócio. A responsabilidade de um sócio limitado por dívidas da empre�a é restri· ta ao montante com que tenha contribuído para o capital da sociedade. Essa forma de organização é comum em empreendimentos imobiliários, por exemplo. As vamagens e desvantagens da sociedade por quotas são basicamente as mesmas de uma firma individual. As sociedades com base e m con· tratos relativamente informais podem ser consti· ruídas facilmente e a baixo custo. Sócios gerais possuem responsabilidade ilimitada nas dívidas da empresa, e a sociedade acaba quando um só cio geral mostra o desejo de vender ou morre. Todo o lucro é tributado como rendimento da pessoa flsica dos sócios, e o montante do patri mónio Hquido que pode ser obtido é limi1ado à ri· queza agregada dos sócios. A participação de um sócio gera I não pode ser transferida com faci I ida· de�is é necessário� se forme uma nova so· ciedade. A participação de um sócio com respon· sabilidade limitada pode ser vendida sem que a SO· ciedade seja desfeita, mas enconrrar um compra· dor pode ser diffcil. Como um sócio de uma sociedade &eralpode ser responsável por todas as dívidas da empresa, a existência de um conrrato por escrito é muito im· portante. Se os direitos e as obrigações dos sócios não forem explicitados, freqüentemente ocorrerão desentendimentos futuros. Além disso, se você for um sócio com responsabilidade limitada, não se INTRODUÇÃO À ADMINISffiAÇÃO FI NANCEIRJI 41 envolverá muito com as decisões da empresa, a menos que pretenda assumir as obrigações de um sócio geral. O motivo é que, se as coisas forem mal, você poderá ser tratado como um sócio geral, mes mo que diga que é um sócio com responsabilidade limitada. Sociedade por quotas Uma empresa formada por dois ou mais indivíduos ou entidades. Com base em nossa discuss�o. as principais desvantagens da firma individual e da socieda de de quotas como modalidades de organização de empresas são: (1) responsabilidade ilimi1ada dos proprietários emrefação às dívidas da et�e sa, (2) vida limitada da empresa e (3) dificulda· de de transferência de proP!!..edade. Essas três áeSvantagens resumem-se a um único problema crucial: a capacidade de crescimento de tais em _presas pode ficar seriamente prejudicada pela impossibilidade de levantar recursos para investi· mento. SOCIEDADE POR AÇÕES A sociedade por ações é a modalidade mais importante (em termos de tamanho) de orga nização de empresas nos Estados Unidos. A socie dade por ações consiste cm uma entidade lega I separada e distinta de seus proprietários e J>2SSui muitos dos direitos, obrigações e privilégios de uma pessoa de verdade. Sociedades por ações podem tomar dinheiro emprestado e possuir imó,·eis, po dem processar e ser processadas, e podem firmar contratos. A sociedade por ações pode até mesmo ser um sócio geral ou um sócio com responsabili· dade limitada em outra sociedade, pode possuir ações de outras sociedades por ações. Nào é surpreendente o fato de que começar uma sociedade por ações é muito mais complica do do que começar outras modalidades de orga nização de empresas. A formação de uma socie· dadc por ações envolve a preparação de um do cumento de incorporação e um estatuto. O doeu· mento de incorporação precisa conter diversos itens, entre eles o nome da sociedade, sua dura· ção (que pode ser indeterminada), sua fmalida de e o número de ações que podem ser emitidas. Geralmente, essas informações precisam ser forne cidas ao Estado no qual a empresa será incorpo rada. Para a maior pane dos objetivos legais, a so ciedade por ações é "residente" desse l;stado. O estatuto consiste em regras que descrevem como a empresa norteia sua existência. Por exem plo, o estatuto descreve como a diretoria será elei· 42 I'ARTE I -VISÃO GERAL DA AO�UNISTRAÇAO riNANCFIRA ta. O estatuto pode ser emendado ou ampliado de tempos em tempos pelos acionlstas Em grandes sociedades por ações, os acionis· tas e os administradores geralmente são grupos distintos. Os acionlstas elegem o con<elho de ad ministração que, por sua vez, seleciona os adminis· rradores. A administração é responsável pela con duta das atividades da empresa de acordo com o imcrcsse dos acionistas. Em princípio, os acionis tas controlam a empresa, pois são eles que elegem o conselho de administração. Como conseqüência da separ�çJo entre pro- r priedade e admi nistração, a sociedade por ações é uma modalidade que traz diversas vanragens. A propriedade (representada pelas ações da compa nhia) pode ser prontamente transferida, e a vida da empresa, portanto, é ilimitada. A sociedade por ações toma dinheiro emprestado em seu próprio nome. Conseqüentemente, os acionistas da empre- sa tem responsabilidade limitada pelas dfv1das da emp1 esa. O máximo que podem perder está limi tado a seu investimento. A facilidade relativa de transferência da J>ro pliedade, a responsabilidade limitada pelas dívidas da empresa e a vida ilimitada da empresa silo as razões pelas quais a modalidade de sociedade por t1çõcs é uma alternativa superi or às demais no que se refere a levantar capital. Se a empresa necessi tar aumentar o capital próprio, poderá vender no vas ações, atraindo novos investidores. O número de donos pode ser enorme; as maiores sociedades por ações possuem milhares e até mesmo milhões de adonistas. �r exemplo, a JIJ'& T po.o;.sui por volta de rres milhões de aóonistas e a General Motors, por volta de dois milhões. Essa modalidade possui uma desvantagem significativa. Como a sociedade por ações é urna entidade legal, precisa recolher impostos. Além disso, o dinheiro pago aos acionistas sob a forma de dividendos é tributado novamente como rendi mento desses acionistas. Isso é dupla tributação, significando que os lucros da empresa são tributa dos duplamente: n a pessoa jurídica, ao ser gerado lucro, e na pessoa física, quando esse lucro é dis tribuído. - Sociedade tJOr ações Empresa criada como uma 111 dade legal dJStin ta, possuída por um ou m.11s hui" oduos. ou enu<! de UMA SOCIEDADE POR AÇÕES COM OUTRO NOME ... A sociedade por ações rem muitas variações em rodo o mundo. As leis e os regulamentos parti culares são naturalmente difercnrcs, mas as carac terísticas essenciais de propriedade difusa e respon sabilidade limitada petmaneccm as mesmas. Geral mente, essas empresas são de nominadas compa nhias decapitai co/etivo, companhias abertas deres ponsabilidade limitada, ou companhias de responsa bilidade limitada. A Tabela 1.1 apresenta o nome de algumas sociedades por ações conhecidas, seus países de origem e uma tradução da abreviarura que se se gue ao nome da empresa. Tabela 1 . 1 Emprew Pa11 dr-origem Tipo ... Of11Jlfftol Trllliu{.IO 1---" Sociedades por ações internacionais. Porschc> AG Buy�riM"h<.• MOtolt'11 Werke (8MWI AC, Oo•nil.'f GmBH Roll> Ro�tc f'l( Shell UK Lld. Uml.,.,cr NV f1,11 c;f>A Volvo All Peugt'Ot SA Alenl<lnh<l Alt>1nanha Al<.'m<lnha Rl'H'IO Unido Remo Unido Holdnda ll.lh.l Suéoa frJnça A kt ieng.,..ll se h a fi SO<'í('(t,1de por •�ões Akli�nsesel bd ,.,r, So< ic<I.1Cie por �ções Gesellschafl mil Coopc:r,aliv,, com Beschraenkter u• ... pon\.lbilid.lde limatada Haftung Pubhc Limited Comp.1nhi,1 .1h.·rta de Comp;my rt.--.pon\.clbtl•d�1<1e limaMda limited Socí•��llk• por .tçõe> Naamloze Socot'(bd� ck' VennOOlsch.lfJ rt. ... pon ... lhilidJde limitada Società pe.- A710n i COilii>Jilho,J aberta de ll''f'On',1bilidade l1mnada Aktiebolag ( ompo111ho,1 de capital C"0f('11V0 Socoélé Anonyme (ompJnhli-l dr cr�pil<ll <.o k•hvo l. t ( ·-:>nce"tuél'"s Quais são as três modalidades de or· ganização da empresa? 1. Quais são as principais vantagens e desvantagens da firma individual c da sociedade por quotas? 1. Quais são as diferenças entre uma so ciedade geral e uma sociedade li mi· ta da? t.3d Por que a sociedade por ações é uma alternativa superior quando se trata de levantar recursos? 1.4 Os Objetivos da Administração Financeira P:ua estudarmos a tomada de decisões finan ceir�s, inicialmente precisamos entender o objc li vo da administração financeira. 'Jàl compreensão é importante porque gera uma base concreta para tomar e avaliar decisões financeiras. MAXIMIZAÇÃO DE LUCROS Maximização de lucros talvez seja o objetivo empresarial mais freqüememente citado, mas não é um objetivo muito preciso. Estamos fal;mdo do ano cm curso? Se for isso, atintdes como postergar manutenção, a não-reposição de estoques c outras medidas de corte de custos a curto prazo tenderão a aurnemar o lucro agora, mas essas atitudes não são necessariamente desejáveis. O objetivo de maximi1..ar os lucros pode refe rir-se a algum tipo de lucro a longo prazo ou mé· dio, mas não é claro o sentido exato disso. F.m pri· meiro lugar, queremos dizer lucro liquido con tábil ou lucro por ação? Como veremos, esses nú meros pouco têm a ver com o que é bom ou mau para a empresa. Em segundo lugar, o que queremos dizer com longo prazo? Como disse um famoso economista, a longo prazo todos estaremos mortos! I ndo direto ao assumo, esse objetivo não nos diz qual é o equilíbrio adequado entre lucros corren tes e lucros fut\liOS. tNTRODUÇAO À AI)MINIS'fi\AÇÀO HNANCEII\A 43 O OBJETIVO DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA NUMA SOCIEDADE POR AÇÕES O adminisuador financeiro de uma socieda de por ações toma decisões e m nome dos adonis tas da empresa. Em vista disso, em vez de enume rarmos os possíveis objetivos para o administrador financeiro, devemos, na realidade, responder a uma questão mais fundamental: do pomo de vista do acionista, o que é uma boa decisão de adminis· tração financeira? Se supusermos que acionis1as compram ações porque buscam ganhos financeiros, a resposta é óbvia: boas decisões aumentam o valor da ação e decisões ruins o diminuem. Com base em nossas observações, segue que os administradore s financetros agem de acordo com os melhores interesses dos acionistas ao toma rem decisões que aumentam o valor da açào. O objetivo apropriado para o administrador financei ro em uma empresa pode, portanto, ser facilmen te enunciado: O objetivo da administraçuo financdra é ma ximizar o valor corrcncc dt• mdu uçào e:ris· tente. O objetivo de maximizar o valor da ação evi ta problemas associados com os diferentes objeti· vos discutidos anteriormente. Não existe ambigui dade no critério, e não há questões sobre curto ou longo prazos. Fomos explícitos ao dizer que nosso objetivo é maximizar o valor acual da açào. Na· ntralmente, maximizar o valor da ação é a mesma coisa que maximizar o preço de mercado da ação. UM OBJETIVO MAIS GERAL DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA Com base em nosso objctivo estabelecido anteriormente (maximizar o valor da ação), surge uma questão óbvia: qual é o objetivo adequado quando a empresa não tem açõcs negociadas? So· ciedades por ações certamente não sào a única modalidade de empresa, e ações de diversas com panhias raramente mudam de mãos e, portamo, é diffcil avaliar o valor da empresa em um momento qualquer. Desde que estejamos lidando com empresas com fins lucrativos, basta fazer uma pequena mo dificação. O valor total das açõcs de uma socieda de por ações é simplesmente igual ao valor do ca pital dos proprietários. Portanto, umn versão mais geral de nosso objetivo é: 44 PARTE I- VISAO CRRAL DA ADMINISTRAÇÃO FINANCPJRA Maximizar o valor d,· "" rcado do capilal dos propricJurlo., exi.\tenteo;. Com esse objerivo em mente, n;lo impona se a empresa é uma firma individual, sociedade por quotas ou sociedade por ações. Para cada uma, as boas decisões financeiras aumentarão o valor de mercado do capital próprio dos donos, e as decisões ruins o diminu1rao. Finalmente, nosso objetivo não significa que o administrador financeiro deva agir de maneira ilegal ou aética na esperança de aumentar o va lor do capital próprio da empresa. O que quere mos dizer é que os administradores financeiros ser. em melhor aos donos da empresa identifican· do produtos e serviços que agregam valor à empre sa, porque eles são desejados e valorizados no mercado. Quest(: :or c •ltuais 1.41t Qual é o Ob)etívo da admlnistraçao fi nanceira? 1.4b Quais são ;llgumas das I imitações do objetivo de m<Lximlzar o lucro? 1.5 O Problema de Ageney e o Controle da Sociedade por Ações Vimos que o administrador fmanceiro numa sociedade por ações age de acordo com o interes se dos acionistas, tornando decisões que aumentam o valor da ação da empresa. No entanto, vimos rambém que em grandes sociedades por ações a propriedade pode estar repartida por grande nú mero de acionistas. F.ssa dispei'Siio da proprieda de significa na prática que os administradores, na maioria das vezes, controlarão a empresa. Nesse caso, será que os administradores necessa riamente agirão de acordo com o melhor interesse dos adonisras' Em outras pala,Tas, será que os ad ministradores podem atender a seus próprios ob jerivos prejudi cando os acionistas? Consideremos resumidamente alguns dos argumentos a esse res· peito. RELAÇÕESDE AGENCY A relação entre acionistas e administrado res é denominada r·elaçllo de agency. Tal relação existe toda vez que alguém (principal) contrata outra pessoa (agente) para cuidar de seus interes ses. Por exemplo, você poderia com ratar alguém (um agente) para vender seu carro enquanto esti vesse fora do pais, esrudando. Nessa relação, exis te sempre a possibilidade de conniro de interesse enrre o principal e o agente. Tal conflito é denomi nado problema de agency. Suponha que' ocê contrate alguém para ' en der seu carro e concorde em pagar-lhe uma comis são fixa quando o carro for vendido. O incentivo do agenre, nesse caso, é realizar a \enda, e nao neces· sariamente conseguir o melhor preço. Se você pa gar urna comissão, digamos, por exemplo. de I 0% do valor da venda, em vez de uma comiSS<io fixa, talvez esse problema não exista. Esse exemplo ilus rra que a maneira pela qual o agente é remunera do é um dos fatores que mais afetam o problema deagency. Problema de agency A possibilidade de haver conflitO de interesse entre os proprietários e os administradort·s da empresa. OBJETIVOS DOS ADMINISTRADORES Para ilustrar como os interesses de adminis tradores e acionistas podem ser diferentes, imagi. ne que uma sociedade por ações esteja consideran do um novo investimento. Espera-se que o novo investimento afere favoravelmente o preço da ação, mas, por outro lado, esse também é um imestimen· to relativamente arriscado. Os donos da empresa gostariam de realizar o investimento (pois o preço da ação irá aumentar), mas os administradores talvez não queiram, pois existe possibilid.1de de que as coisas saiam errado e, nesse caso, haverá demis· sões. Se os administradores não realizarem o inves timento, os acionistas poderão ter desperdiçado urna oporrunidade valiosa. Isso é um exemplo de custo de agency. Argumenta-se que, se deixados por sua con· ta, os administradores renderiam a maximizar os recursos sobre os quais têm conrrole, ou, em ter mos mais amplos, renderiam a maximizar seu po· der ou riqueza na empresa. Esse objetivo poderia levar a enfatizar excessivamente o tamanho ou crescimento da empresa. Por exemplo, não são ra ros os casos em que administradores são acusados de pagar preços excessivos para adquirir outra empresa apenas para aumentar o wmanho do ne· gócio que di•igem, ou demonsrr11r poder empresa· rial. Obviamente, se o preço pago foi excessivo, a aquisição não beneficiou os proprietários da empre sa compradora. Nossa discussão indica que os administrado res tendem a enfatizar em excesso a sobrevivência da organização para preservarem seu emprego. Além disso, os administradores podem não gostar de interferências externas e, portanto, independên cia e auto-suficiência podem ser objetivos impor tantes. OS ADMINISTRADORES ATUAM DE ACORDO COM O INTERESSE DOS ACIONISTAS? A atuação efetiva dos administradores de acordo com o interesse dos acionistas depende de dois fatores. Primeiro: até que pomo os objetivos dos administradores esrão alinhados com os obje tivos dos acionistas? Essa questão está relacionada à maneira pela qual os administradores são remu nerados. Segundo: os administradores podem ser substimídos se não atendem aos objetivos dos acionistas? Essa questão refere-se ao controle da empresa. Conforme discutiremos, existem várias razões para se pensar que, mesmo nas maiores em presas, haja grandes incentivos para que os admi nistradores atuem de acordo com o interesse dos acionisras. Remuneração dos administtadores Geralmente, os adrrúnistradores terão incen tivos financeiros significativos para aumentar o valor da ação por duas razões. Em primeiro lugar, a remuneração dos administradores, particular mente daqueles de escalões mais altos, geralmen te está ligada ao desempenho financeiro geral e, em muitas vezes, ao próprio valor da ação. Por exem plo, freqüentemente os administradores recebem opções para comprar ações da empresa a preço fiXo. Quanto maior for o valor da ação, maior será o valor da opção. O segundo incentivo relaciona se às perspectivas de emprego dos adnúnistradores. Os que tiverem melhor desempenho tenderão a ser promovidos. Em termos gerais, existe maior de manda no mercado de trabalho por administrado res bem-sucedidos no atendimento dos objetivos dos acionistas, os quais, portanto, conseguirão sa lários mais altos. Na realidade, os administradores que forem bem-sucedidos em atender aos objetivos dos acio nisras podem receber recompensas enormes. Por exemplo, os mais bem pagos executivos america nos, em 1996, talvez tenham sido Millard Drexler, da Gap (por causa de todas (lquelas roupas que INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO ANANCEIRA 45 você comprou), e Lawrence M. Coss, da Green Tree Financial. Os dois levaram para casa uma remuneração total anual da ordem de $ 100 mi lhões (mais ou menos o mesmo que Oprah Winfrey!). Apenas o bônus de Coss, em 1996, foi $ 102 rrúlhões, e sua remuneração total pelo pe ríodo de cinco anos encerrado em 1996 foi supe rior a $ 200 núlhões. Isso pode parecer demasia do, mas os acionistas da Green Tree tiveram um retorno anual por volta de 50% ao ano nesse pe ríodo, uma proeza que foi em grande parte credi tada a Coss. Os campeões de remuneração nesse período de cinco anos aparentemente foram Stephen C. Hilbert, da seguradora Conseco, e Sanford I. Weill, da potência fmanceira Travelers Group. Os dois receberam por volta de $ 275 mi lhões no período. Conttole da empresa O controle da empresa pe1tence, em última instância, aos acionistas. Eles elegem o conselho de adrrúnistração que, por sua vez, contrata e derrúte administradores. O mecanismo pelo qual os acio nistas insatisfeitos podem agir para substituir os adrrúnistradores é denominado disputa de procura ções. Procuração é um instrumento que dá direito de voto a terceira pessoa. A disputa de procurações ocorre toda vez que um grupo solicita procurações para substituir o conselho existente e, desta manei ra, substituir a administração. Outra maneira pela qual a administração pode ser substituída é por meio de um takeover. As companhias mal geridas são alvos mais atrativos para aquisições do que aquelas bem gerenciadas, pois existe um potencial de aumento da lucra tividade. Dessa maneira, o desejo de evitar um cakeover consiste em outro incentivo para agir de acordo com o interesse dos acionistas. Conclusão A teoria e as evidências existentes são com patíveis com o ponto de vista de que os adonis tas controlam suas empresas e de que a maximi zação da riqueza dos acionistas é o objetivo mais relevante para a empresa. Mesmo assim, sem dúvida, existirão momentos em que os adminis tradores atenderão a seus próprios objetivos, pre judicando os acionistas, pelo menos temporaria mente. Problemas de agency não são exclusivos de sociedades por ações. Estão presentes toda vez que a propriedade e a administração são separadas. Essa separação é mais evidente em sociedades por ações, mas certamente existe em firmas indivi duais e sociedade por quotas. 46 PARTE I -VISÃO GERAL DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA Incentivos de Mercado para o Comportamento Ético, segundo Clifford W Smith Jr. Ética é um tópico que vem ganhando interesse cres· cente na comunidade em· presaria!. Grande parte dessa discus· são tem sido liderada por filósofos e tem-se concentrado em princípios morais. Em vez de rever essas ques tões, gostaria de discutir um conjun to complementar (mas geralmente ignorado) de questões, do ponto de vista económico. O mercado impõe custos potencialmente elevados a in dividuas e institui�ões que possuem comportamento antiético. Essas for· ças de mercado, portanto, fornecem incentivos importantes ao comporta mento ético na comunidade empresa rial. Economia é sobretudo o estudo de fazer escolhas. Gostaria, portanto, de examinar o comportamento ético simplesmente como uma das esco· lhas disponíveis ao indivíduo. As análises econômicas sugerem que, ao considerar uma alternativa, você identifica seus custos e benefícios. Se os benefícios estimados excederem os custos estimados, você adotará <l ai· temativa; caso contrário, não a ado tará. Para nos concentrarmos nessa discussão, consideremos a seguinte situa �-ão específica: suponhamos que você tenha sido contratado para en tregar um produto de determinada qualidade. Você trapacearia reduzin· do a qualidade para abaixar os cus tos, em uma tentativa de aumentar o lucro? A economia implica que, quanto maior o custo de trapacear, maior a probabilidade de as atiwdes éticas serem escolhidas. Esse prind· pio banal possui diversas implica ções. Em primeiro lugar, quanto maior a probabilidade de ser apa nhado, menor a probabilidade de um individuo trapacear. Essa impli· cação nos ajuda a entender diversos esquemas institucionais para fisca· lizar o mercado. Por exemplo, uma empresa concorda em ter suas de· monstrações contábeis auditadas por firmas de auditoria externa. Essa fiscalização profissional perió dka aumenta a possibilidade de se detectarem problemas, reduzindo, portanto, qualquer incentivo a fraudar as condições financeiras reais da em presa. Em segundo lugar, quanto maio res as sanções impostas, menor a probabilidade de os indivfduos trapa· cearem. Uma transação comercial que se espera repetir entre as mesmas partes possui probabilidade menor de trapaça, pois a perda de lucros pro· venientes do fluxo de vendas futuras fornece poderoso incentivo para obe· decer às regras do contrato. No en tanto, se a existência futura da em presa for mais incerta, os custos es perados de vendas futuras também o serão. Portamo, empresas em dificul· dades estão mais sujeitas a trapacear do que empresas com boa saúde fi. nanceira. As empresas, portamo, têm incentivos a adorar políticas fi. nanceiras que auxiliem a garantir, com credibilidade, que não trapacea· râo. Por exemplo, se for difícil ava liar a qualidade do produto antes da compra, os clientes duvidarão das alega�ões da empresa sobre a quali· GRUPOS DE INTERESSE (STAKEHOLDERS) Até agora nossa discussão dá a entender que administradores e acionisras são as únicas partes que têm interesse nas decisões da empresa. Isso é naturalmente uma simplificação. Empregados, clientes, fornecedores e até governo possuem inte· resse financeiro na empresa. Grupos de interesse (stakeholders) Alguém que não seja nem acionista nem credor, mas que também possui direitos potenciais sobre os fluxos de caixa da empresa. Esses vários grupos, em conjunto, são deno· minados grupos de interesse associados à em presa, ou stakeholders. Em geral, grupo de inte· resse é alguém que não é nem acionista nem cre dor, mas tem direito potencial sobre os fluxos de caixa da empresa. Esses grupos também tentarão exercer controle sobre a empresa, muitas vezes em detrimento dos acionistas. Questões conceituais l.Sa Que é relação de agency'! 1.5 b Que são problemas de agency e como podem surgir? O que são custos de agency? L Se O que incentiva os administradores de grandes sociedades por ação a maximizar o valor das ações? dade do produto. Se a qualidade for mais incerta, os clientes só estarão dis postos a pagar preços menores. Tais empresas, f)Ortanto, possuiriam fortes incentivos para adotar politicas finan ceiras que implicassem menor proba bilidade de insolvência. Assim sendo, tais empresas deveriam possuir níveis de endh1damento mais baixos, fariam menor número de contratos de arren damento c recorreriam mais a opera ções de ltedging. Em lerceiro lugar, os custos es perados serão maiores se as informa ções sobre trapaças puderem ser rá pida e amplamente disseminadas a potenciais clientes futuros. Port..nto, serviços de informação, como relató rios de consumidores, que monitoram e divulgam suas análises de qualida de do produto, auxiliam a limitar componamenms anriéticos. Por redu zirem os custos do moniroramento da qualidade por clientes potenciais, esses serviços aumentam os custos es perados de comportamentos antié· ticos. Por fim, os custos impostos a uma empresa que seja apanhada tra paceando dependem da avaliação desse comportamento pelo mercado. Algumas atitudes são vistas como INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO PINANCEIRA 4 7 claras transgressões por alguns, mas poderiam ser consideradas como compomunentos justifidveis por ou tros. Os padrões éticos podem va Iiar muito de mercado para mercado. Por exemplo, um pagamento que, se divulgado nos Estados Unidos, pode ria ser encarado como suborno, po deria ser considerado como uma prá tica usual de negociação em outro país. Os custos impostos serão tanto mais elevados quanto maior for o consenso de que o comportamento não é ético. O estabelecimenLo e a manu tenção de um compo1tamento ético é um ativo institucional valioso na comunidade empresarial. Essa análi se sugere que a empresa que se preo cupa com a conduta ética de seus em pregados deve prestar bastante aten ção aos conniros potenciais entre ad ministração da empresa, emprega dos, clientes, credores e acionistas. Considere-se o caso da Sears, a gi gantesca loja de departamentos que foi apanhada cobrando de seus clien tes serviços de reparo de automóveis de necessidade duvidosa. Num esfor ço para tomar a empresa mais orien· tada para a prestação de serviços (como ocotTe com seus concorrentes, como a Nordstrom), a Sears implantou uma política geral de venda com base em comissões. ConLudo, o que fun· cio na em vestuário e utensílios domés· ticos nem sempre funciona da mesma forma em uma oficina mecânica. Um cliente que deseja comprar um terno masculino sabe tanto sobre o produto quanto o vendedor. Entretanto, mtJitos clientes de uma oficina mecânica co· nhecem pouco a respeito do funciona· mento interno de seu automóvel e são, portanto, mais dependentes das reco· mendações dos funcionários. A políti ca de remuneração da Sears resultou em recomendações de reparos desne cessários. A Sears não teria tido que lidar com esses problemas em suas oficinas nem com a conseqüente que da de sua reputação caso tivesse pre visto que StJa politica de comissio namento das vendas iria encorajar os empregados das oficinas a enganar seus clientes. Clifford W. Smith Jr. é titular da Cátedra Clarey de Finanças na Simon School of Business Administration, University of Ro chester, e editor doJoumal o/Financial Economic.s. Sua linha de pesquisa está liga da a polllica de finanças empresariais e es Lrutura de institlliÇões (inanceiras. 1.6 Mercados Financeiros e Sociedades por Ações FLUXOS DE CAIXA DA EMPRESA E PARA ELA Vimos que as principais vantagens da socie dade por ações como modalidade de organização de empresas são a transferência de propriedade, que pode ser feita de maneira mais rápida e mais simples do que nas outras modalidades, e o capi tal, que pode ser levantado de maneira mais rápi da. Essas duas vantagens são significativamente acentuadas pela existência de mercados financei ros, e os mercados financeiros desempenham pa pel de extrema importância nas finanças das so ciedades por ações. A relação entre as sociedades por ações e os mercados financeiros está ilustrada na Figura J .2. As setas na Figura 1.2 indicam o fluxo de recursos dos mercados financeiros para as empresas e das empresas para os mercados financeiros. Suponha-se que iniciemos nosso processo com a empresa vendendo ações e tomando dinhei ro emprestado para levantar recursos. Os recursos fluem dos mercados financeiros para a empresa (A). A empresa investe os recursos em ati vos fixos (a longo prazo) e a curto prazo (B). F.sses ativos geram caixa (C). Uma parcela do caixa gerado ser ve para pagar impostos da pessoa jurídica (D). Após o pagamento de impostos, uma parte do caixa é reinvestida na empresa (E). O restante volta para os mercados financeiros, como pagamemos a cre dores e acionistas (F). ---- - i 48 PARTE 1-VISÃO GERAl DA ADMINISTI\AÇÃO FINANCEIRA Figura 1.2 Valor Total dos Ativos da Empresa Valor Total da Emr>resa para investidores no Mercado Financeiro Fluxo de recursos entre a empresa e os mercados financeiros. B. A Empresa irW("'.teem Ativo� v---'-A"-.'-'A,_,e:::m=re=:s.a=c:cn.::'it'-"c,_,r"'itu,l,os::._ ___ -L Mercados fin.;�r'l{t>iro' E. Reinveste c..aixa F. Paga dividendos e divida Ativos. J {Urto 1-------.J C. Caixa proveniente ....__,1 ___ "'- Dívida., ,) n.1rto prazo e longo prazo rlru; ativo;; da empresa Dí\' rd�1' a longo prato Ações A. Empresa emite titulos para levantar caixa. 6. (mpreS(I irweste em ativo�. E. Caixa reinvestido volta para a empresa. C. Operações da empresa geram caixa. F. Caixa é pago a investidores sob forma de juros c dividendos. D. EmpreSJ paga impostos ao governo. O mercado financeiro, assim como qualquer mercado, é apenas uma forma de reunir compra· dores e vendedores. Nos mercados financeiros, os produtos vendidos e comprados são títulos de dí· vida e ações. Os mercados financeiros, no entanto, são diferentes entre si em alguns dera lhes. As dife· renças mais importantes dizem respeito ao tipo de título negociado, ao modo pelo qual as transações são conduzidas, a quem são os compradores e ven· dedores. Algumas dessas diferenças são discutidas a seguir. MERCADO PRIMÁRIO VERSUS MERCADO SECUNDÁRIO Os mercados financeiros funcionam tanto como mercados primários quanto como mercados secundários para títulos de dívidas e ações. A ex· pressão mercado primário refere-se à venda origi· na I dos títulos por governos e empresas. Os merca· dos secundários são aqueles nos quais os títulos são comprados e vendidos após a venda original. Ações, obviamente, são emitidas apenas por socie· dades por ações. Títulos de dívida são emitidos tanto por governos quanto por empresas. Nas dis· cussões a seguir, discutiremos apenas os títulos emitidos por empresas. Mercado primário Em uma transação no mercado primário, a empresa é o vendedor, e a transação levanta recur· sos para ela. As empresas envolvem-se em dois ti· pos de nansação de mercado primário: ofertas públicas e colocações privadas. Ofertas públicas, como o nome sugere, envolvem a venda de títulos ao público em geral, e uma colocação pr ivada é uma negociação que envolve um comprador espe· cífico. De acordo com a lei, ofertas públicas de dí· vida e capital próprio precisam ser registrados na Securities and Exchange Commission (SEC). O regisno requer que a empresa divulgue uma gran· de quantidade de informações antes da venda de qualquer título. Os custos contábeis, legais e de venda de uma oferta pública podem ser considerá· veis. Em parte para evitar vários dos regulamen· tos requeridos e as despesas de oferta pública, dívidas e ações geralmente são vendidas priva damente para grandes instituições financeiras, como companhias de seguro de vida ou fundos mútuos. Essas colocações privadas não necessi· tam ser registradas com a SEC nem requerem o envolvimento de underwrirers (bancos de inves· rimemo especializados na venda de títulos ao público). Mercados secundários As rransações de mercado secundário envol vem um proprietário ou credor que vende a outra pessoa. Porranro, é o mercado secundário que fornece os meios para a transferência da proprie· dade dos títulos de empresas. Embora as socieda· des por ações estejam apenas diretamenrc envol vidas nas rransações do mercado primário (quan do elas vendem os títulos para levantar recursos), os mercados secundários também são críticos para as grandes �mpresas. A rauio é que os investido res estão muito ma1s dispostos a comprar drulos no mercado primário quando sabem que esses drulos podem posteriormente ser revendidos, caso assim o desejem. Mercado de balcao versus balsas organiza das Existem dois tipos de mercado secundário: boL..as 0'8anLSOda.s e mercado., de balcão. Em ter mos gerais, os distribuidores no mercado de bal cão compram e vendem a seu próprio risco. Um dis tribuidor, ou revendedor de carros, por exemplo, compra e vende automó,eis. Já corretores e agen tes procuram casar compradores e vendedores, e não necessariamente possuem a mercadoria que será comprada ou vendida. Um correto• de imóveis, por exemplo, normalmente não compra e vende ca sas. O mercado de distribuidores de ações c dívi das a longo prazo � denominado mercado de bal cão (over-rile-couruer - OTC). A maior pane dos negócios de títulos de dívida aconrece no mercado de balcão. A CXI>ress3o mercado ele balciio refere-se aos tempos antigos. quando os tfrulos eram literal mente comprados e vendidos nos balcões de escri tórios por todo o pais. Hoje, uma parcela significa tiva do mercado de ações e qua;e todo o mercado de dívidas a longo prazo não têm localização cen tral; os diversos clisrrihuidores estão ligados eletro nicamente. As bolsas de valores diferem dos mercados de balcão de duas maneiras. Em primeiro lugar, a bol sa de valores possui uma localização física (como, por exemplo, Wall Street). Em segundo lugar, no mercado de balcao. a maior parre da compra e ven da é realizada por distribuidore;. O primeiro obje úvo de urna bolsa de valores, por ourro lado, é jun tar os que desejam vender aqueles que desejam comprar. Os distribuidores desempenham papelli nutado. 1\egodaçao de túulos corporatilos As ações da maior parre das grandes empresas dos Estados Unidos sao negociadas em bolsas de \'alares orga nizadas. A maior delas é a Bolsa de Valores de New York (Nyse), que res1>0nde por mais de 85% de todas as ações negociadas em bolsas de valores. Outras bolsas incluem a American Stock Exchange (Arnex) e bolsas regionais, como a Pacific Stock Exchange. Além das bolsas de valores, existe um gran de mercado de balcão para negociação de ações. INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO HNANCE.It\11 49 Em 1971, a Nacional Assodacion of Securilie> Oealers (Nasd) disponibilizou aos distribuidores e correto res um sistema de cotação eletrõnico denominado Nasdaq (Na.sdAucomaced Quocations). Grosso modo, o número de empresas regisrradas no Nasdaq é tres vezes maior do que o de regisrradas na Nyse, mas as empresas do Nasdaq tendem a ser menores em tamanho e são negociadas com menor frequência. Existem, obviamente, exceções. Por exemplo, Microsoft e I mel são negociadas no OTC. No entan to, o valor total das ações do Nasdaq corres ponde a apenas 20% do valor total das ações da Nyse. Existem vários mercados financeiros grandes e imponantes fora dos Estados Unidos e, natural mente, as empresas americanas procuram cada 'ez mais esses mercados para levantar recursos. A Bol sa de Valores de Tóquio e a Bolsa de Valores de Londres (TSE e LSE, respectivamente) são dois exemplos famosos. O fato de os mercados de bal cão não possuírem localização física significa que as fronteiras dos países não representam grandes barreiras e que existe atualmente enorme merca do inremacional de balcão para dívidas. Em decor· rência da globalização, os mercados financeiros atingiram um ponto em que a negociay.io de diver· sos insrrumentos nunca pára: apenas viaja pelo mundo. Registro Diz-se que as ações negociadas em bol sa de valores estão registradas. Para ser registrada, a empresa precisa obedecer a determinados crité rios mínimos que dizem respeito, por exemplo, a seu tamanho e à quantidade de acionistas. lisses critérios diferem de bolsa para bolsa. A Nyse possui os requerimentos mais r!gidos de todas as Bolsas dos Estados Unidos. Por exem plo, para obter registro na Nyse, as ações de uma empresa devem ter valor de mercado estimado de pelo menos S 18 milhões e um total de pelo menos 2.000 acionistas com pelo menos 100 ações cada um. Existem, além disso, critérios mínimos em re· lação a lucro, aóvo e número de ações. Questões conceituais 1.6a Que é um mercado de balcao? Como diferem os mercados de balCilO e as l>Olsas de valores? 1.6b Qual a maior bolsa de valores dos lis tados Unidos? 1.6e Que quer dizer OTC? Qual é o maior OTC existente para açoes? 5 0 PARTE 1-VISÃO GERAL DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA Resumo e conclusões Este capítulo introduziu algumas das idéias básicas de finanças. Vimos que: I As finanças empresariais possuem três áreas principais de preocupação: a. Orçamento de capital. Que investimentos a longo prazo deve a empresa realitar? b Estrutura de capital. Onde a empresa ob terá os financiamentos a longo prato para pagar seus investimenros? Em outras pa lavras, qual a combinação entre capital próprio e capital de terceiros que deverá ser utiliuda para financiar as operações? c. Administração do capital de giro. Como a empresa deve administrar suas atividades fmanceiras cotidianas? 2. O objetivo do administrador financeiro numa organização com fins lucrativos � tomar deci sões que aumentem o valor da ação, ou, de maneira mais geral, aumentem o valor de mer cado do património líquido. J. A alternativa de sociedade por ações é supe rior às outras modalidades de organização de empresas, no que diz respeito a levantar recur sos e transferir panicipações dos acionistas, mas possui a desvantagem significativa de du pla tributação. 4. Existe a possibilidade de conflitos entre ado DIStas e adrninisrradores de uma grande em presa. Chamamos esse conflito de problema de agency, e discutimos como ele pode ser contro lado e reduzido. Dentre os tópicos discutidos, o mais impor tante é de longe o objetivo da administraçJo finan ceira. Ao longo do texto, analisaremos diferentes decisões financeiras, mas sempre faremos a mesma pergunta: como a decisão em pauta afeta o valor do pat rimônio lfquido da empresa? Questões e problemas 1. O Processo Decisório "'111 Ad çAo Fln ... r Quais sJo os três tipos de decisões em administração financeira? Dê um exemplo de rransação que seria relevante para cada tipo de decisão. � I ma lnd iduai � o • •d •de r o r Quota . Quais são as quatro principais des vantagens da firma individual e da sociedade por quotas como modalidades de organização de empresas? Que beneficias oferecem, em comparação à sociedade por ações' 3 Sociedade por· \< ,;,.,, Qual a principal desvantagem da sociedade por ações como mo dalidade de organizaçao de empresas? Cite pelo menos duas vantagens dessa fom1a de or ganização. 4. Estrutura Organlz �cional da Área Financeira na Soded de por Ações. Numa grande empresa, quais sào os dois gru pos subordinados ao diretor financeiro? Qual dos grupos se preocupa com fmanças empre sariais' 5 O Objetn u <I<> \<lmtnbtnn; .. o !m .. neei ra Que objetivo deve nortear sempre as ati tndes dos administradores financeiros da em presa? 6 Que,.tõe de 4gcncy na Sode ... de por Ações. Quem é o dono de uma sociedade por ações? Descreva o processo pelo qual os proprietários controlam a administração da empresa. Qual é a principal razão para a exis· tência de relações de a,�ency na sociedade por ações como modalidade de organização? Nesse contexto, que tipo de problema pode Sur· gir? lnterme<ltano 7. Objetivos de Or anlzaçôes sert -ons -uer" vos. Suponha que você seja o admi nistrador financeiro de uma entidade sem fins lucrativos (talvez um hospital sem fins lucra tivos). Qual tipo de objetivos você considera ria apropriados? 8. Objetivos d .. I mp \<alor da Ação. Avalie a seguinte afirmação: Os administrado res não deveriam concentrar-se no valor cor rente da ação, porque, ao agirem dessa forma, tenderiam a enfatizar de maneira excessiva lucros a curto prazo, em detrimento de lucros a longo prazo. Objetiv• rs d • I rupl'd& e t.ucu. É possi vel que nosso objetivo de maximizar o valor da ação da empresa seja conflitante com ou· tros objeri\ os, como evitar um componamen· to amiérico ou ilegal? Particularmente, você acha que assuntos como segurança de clien tes e empregados, meio ambiente e bem-estar social se encaixam nesse modelo, ou são es sencialmente ignorados? Tente imaginar al guns cenários específicos para ilustrar sua res posta. 10. Objetivos de Empresa• e Empresas Multinacionlll� Nosso objetivo de maxi· rnizar o valor das ações seria diferente, caso estivéssemos pensando em administração fi. nanceira em um pafs estrangeiro? Por quê? I I. Problemas de Agency e Controle da Emprc�a. Suponha que você lenha ações de uma empresa. O preço corrente da ação é$ 25. Outra empresa acabou de anunciar que dese· ja adquirir sua empresa, e eStá dispoSta a pa gar S 35 por ação para adquirir Iodas as ações existentes. A admimsrraçao de sua empresa imediatamente começa a IU1ar contra essa ofer ta pública. E.s1aria a administração agindo de acordo com o imeresse dos acionistas' Por quê' 12. Problema• de Agency e Remuneração de Executivos. E.xlstem crilicas de que a re- INTRODUÇÃO À ALJMINISTRAÇÃO f'IM..;CURA 51 muneração de administradores de aho escalão nos Estados Urtidos é simplesmente muito alta, e deveria ser reduzida. Por exemplo, Michael D. Eisner, da Walt Disne)•, foi um dos presiden tes mais bem remunerados dos Estados Unidos, recebendo por volta de $ 9 milhões em 1996. e bem acima de S 200 milhões no período en • tre 1992e 1996. Taisquanriassãoexcessivas' Ao responder a essa questão, seria útil lembrar que grandes amos do espone, como por exemplo Michael Jordan, artistas famosos, como Canh Brooks e Jerry Seinfeld, e muitos ou1ros que eStão no topo de suas respectivas profissões rém remunerações tão elevadas ou até bem supe· riores a essa. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS, IMPOSTOS E FLUXO DE CAIXA Existem basicamente quatro pontos que devem ficar claros quando você acabar a leitura deste capítulo: 'ferença entre o valor comábil (ou valor de livro) e o valor de mercado. ferença entre lucro contábil e fluxo de caixa. entre alíquotas médias e marginais de Imposto de Renda. lrimmo determinar o fluxo de caixa da empresa a partir das demonstrações financeiras. 56 1'>\RTI: 11 -COMPREE.NDENOO Df.MONSTI\AÇÓf!, fiNANCfJRAS E HJJXOS DE CAIXA N este capírulo, iremos examinar demonstra· ções financeiras, impostos e fluxo de caixa. Nossa ênfase não é a preparação de de· monstrações financeiras. Em vez di<-<o, re<.-onhece mos que demonstrações financeiras. geralmente, consistem em uma fonte básica de informações para a tomada de decisões financeiras, e portanto, nosso objetivo é examinar sucintamente tais de· monstrações e indicar algumas de suas caracterís· tica' mais relevantes. Damos atenção especial a alguns detalhes práticos do nuxo de caixa. 2.1 Balanço Patrimonial O balanço patrimonial é um retrato da empresa. É uma maneira conveniente de organizar e resumir o que a empresa possui (seus ali>'<>-<). o que a empresa deve (seus exigiveiS), e a diferença entre os dois (património líquido da empresa), num dado momento. A Figura 2.1 ilustra a maneira pela qual o balanço é constmído. Na forma apresenta· da, o lado esquerdo enumera os arivos da empre· sa, e o lado direito enumera os exigíveis e o patri· mônio liquido. Demo co Balanço patrimonial tr. çao Finanrc1ra que mo tra o bc da empr�a em um det mame ..... to. ATIVOS: O LADO ESQUERDO olore do O.. ativos são classificados como cirrulames ou permanentes. Um ativo permanente tem uma vida relativamente longa. Pode ser cang(vel, como um caminhão ou um compUiador, ou imang(ve/, como uma marca ou patente. Os ativos circulantes têm \ida menor do que um ano. Isso significa que, nor· malmente, dentro de um período inferior a 12 meses, o ativo circulante será comertido em caixa. O estoque, por exemplo, pro•melmenre é compra· do ou vendido dentro de um ano e, ponanro, elas· sificado como ativo circula me. Obviamente, o cai· xa é em si mesmo um ativo circulante. Contas a receber (o dinheiro que os clientes devem à empre· sa) também são alivos circulantes. , . EXIGIVEL E PATRIMONIO LÍQUIDO: O LADO DIREITO Os exigiveis da empresa são o primeiro item apresentado no lado direito do balanço. Eles são classificados tanto como passrvo crrrulance quan· to como exigivel a longo pra:o. O passivo circu lanre, assim como o ativo circulante, tem •ida me· nor do que um ano (significando que precisa ser pago em até um ano), e é apresentado acima do exigivel a longo prazo. Contas a pagar (o dinhei· ro devido aos fornecedores) é um exemplo de pas· sivo circulame. Dívidas que não vencem em menos de 12 meses são classificadas como exigível a longo pra· zo. Um empréstimo tomado pela empresa, que será pago demro de cinco anos. é um exigível a longo prazo. A empresa toma emprestado a longo prazo por meio de di,•ersas fomes. lenderemos a utilizar os termos obrigaçtk> e obrigacioni.>tas para nos re· ferirmos a uma dívida a longo prazo e aos credo res a longo prazo, resperovameme. Finalmente, por defimçào, a diferença entre o valor total dos ativos (circulante e permanente) e o valor total do exigfvel (circulante e a longo pra· zo) é o pacrimdnio l(quido, também chamado de Figura 2.1 Valor total dos ativos Valor total do exigível e do património lfquido O Balanço Patrimonial. Lado esquerdo: valor total dos ativos. Lado direito: valor total do exigível e do património liquido. t\IIVO ( lf(UIJnle \lt\o pPrm.lnente I . \ttvo pt·rrnJ.nentt! t,lngívPI 2. Ai ovo permanente lllt.mgfwl �--.J P.h .. iVO\ cor< ul.lnt..,, hogl\el a lnugn pr.l!u P,11nmomo II!Jllldo DEMO>ISTRAÇÕES FINANCEIRAS. IMPOSfOS E FLUXO D� CAIXA 57 capital dos aciom.\W.\, ou capital próprio. Esse setor do balanço procura renetir o fato de que, se a em presa vendesse seus ativos c utilizasse o dinheiro para pagar todas as suas dívidas, o valor residual penenceria aos acionistas. Assim. o balanço fecha, pois o 'alor do lado esquerdo é sempre igual ao •"lllor do lado direito. Ou seja, o valor dos ati vos da empresa é igual à soma dos exigíveis c:om o p.11ri· móruo liquido:' Pmnmômo líqmdo [2.1] Esta é a chamada identidade ou equação do balanço. e sempre se •erilica, pois o património lí quido é delinido como sendo a diferença emre ati '"0 e exigível. CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO Confom1e é apresentado na Figura 2.1, a di ferença entre o atlvo circulante c o passivo cir culante da empresa é denominada de capital de giro líquido. O capital de giro líquido é positivo quando o ativo circulante �xcede o passivo cir· culante. Com base nessa definição, isso significa que O nuxO de C<1iXa que ficar diSpOnÍvel dentrO de 12 meses excede o nuxo de caixa que precisa ser pago dentro do mesmo perlodo. Por essa raziío, o U. S. CORPORATION capital de giro líquido é normalmente positivo em empresas saudáveis. Capital de giro líquido Ati 11 rirr11lar•e m,p nc oasst o rr 1 ntc MPLO 2.1 Elaboração do balanço Uma empresa po"u ah•o corculante d� S 100. ati' o permanente líquodo de S 500, divod." a curto prazo de S 70 e dividas .1 longo praLo de S 200. Como rica seu balanço? Qual é o patromónoo líquido? Qual é o capotai <k> giro liquido/ r-.. este caso, o ato\O total e ogual a S 100 + S 500 = S 600 e o exigível total é S 70 + S 200 " S 270. Portanto, o património líquodo é a doferença S 600-S 270 = S 330. O balanço tocan.l d.l '><-guonl�> maneira: Ali\O Exig.í\el e Património Uquido �tT\0 ntn.�lante $ 1()() Pa .. '>l\10 c-u< Uldnll s 'li A.LIVO fJ(."Itnanente higi\<'l a lol"t�O pt.llo ln< I liquido ....2QQ PJirimõmo hqmrJo JJV Total du <:xiwvcl t: Ativo tOial $ 600 pJtrimõn•o liqu•tlc• � O capital de giro líquido é .1 dof{'oPnça entre o ativo circulante e o passivo circulante, ou <t•j.1, $ 1 00 - $ 70 = $ 30. ... A Tabela 2.1 apresenta um balanço patri· monial simpüficado para uma empresa fictícia, a Tabela 2 . 1 Balanço Patrimonial de 31 de dezembro de 1997 e 1998 ($milhões) Balanço patrimonial da U. S. Corporation. 11J'f7 1998 1 1J'f7 1998 Ati>O '\ti\ o corcul.mtt CJI\-l Passivo Conta' a receber E\tO<jUl ... Tocai Ati\ O permanentt• ln\lal.l�<X'' .. s 104 455 551 S I 1 12 s 160 688 ss� s ldQJ equopamt:niO'o .S..l..!i:H S.l..ZQ2 Pa<si•o circulante Contas a pagar s 232 s 2b6 Totulos a pagar 126 121 Total s 428 s 1!!9 lxogl\el ,1 longo prazo $ 408 s Patrimónoo líquido 4'j4 1 Capil(11 mil i" reservas 600 640 Lucro' retidos 1 32Q l!i22 $ l.22Q s 2 262 Total P.1"it.,ivo To1(1l $ 2.756 $ ). 1 1 2 $ 2.756 $ 3 . 11 2 :.___ __ __:::==......===-1 I. As cxpre"�s wpital f)r6plro, l<lpiral dM aâ()n/Jlas, C.{!Pl tal d!H 1Jfl)l)nrHino$, JJatruu�nlo lic1uuto sno usadas como sinônimos numa sock'dadc por açrx.�. Há outtU\ V<'ri:uues. além dessas. 58 I'ARH 11 -COMPREENDENDO DEMONS"I RAÇÓl.'i HN�NCLIRAS E H.LXOS D� CAIM U. S. Corporation. Ao examinar-se um balanço patrimonial, deve-se ter em mente três pomos par ticularmente importantes: liquidez, capit.tl próprio vcnu> capital de terceiros e valor de mercado.,.,.,..., \alor de livro. LIQUIDEZ Liquidez refere-se à velocidade � facilidade ('Om u qual um ativo pode ser convertido em cai xa. Ouro é um ativo relativamente líquido; uma instalação fabril não o é. Na realidade, a liquidez possui duas dimensões: facilidade de conversão lTI�US perda de valor. Qualquer at i•o pode 'e r con \ertido em caixa rapidamente, desde que se redu za suficientemente o preço. Um arivo de alta li quidez. portanto, é aquele que pode ser \Cndido rapidamente sem perda signifkaliva de valor. Um ati• o iltquido é aquele que não pode ser con\eni do em caixa rapidamente, sem que haja reduçao substancial do preço. :llormalmeme, os ati vos são apresentados no balanço em ordem decrescente de liquidet, signi fic;mdo que os mais líquidos vêm em primeiro lu gm. O ativo circulante é relativamente l!quido, e inclui caixa e ourros arivos que SCI50 convertidos cm caixa nos próximos 12 meses. Comas a receber, por exemplo, representam o montam<' de vendas JJ realizadas e não recebidas ainda de chentes. Naturalmente espera-se que sejam romemdas em caixa no futuro próximo. Estoques talvez sejam os menos líquidos dos arivos circulantes, pelo menos pam a maior pane das empresas. Ati vos permanentes s..io, em sua maoor parte, rela ti' amente iliquidos. Consistem em bens tangt \cis. como prédios e equipamenros, que normal mente não são convertidos em ca1x.l ao longo da .uivid.1de normal do negócio (são, naturalmente, utilizados no negócio para gerar caixa). Ativos in tangíveis, tais como marcas, embora não tenham existência física, podem ter valor. Assim como os ativos permanentes tangíveis, mio serao normal· mente convertidos em caixa e são considerados il!quidos. A liquidez tem valor. Quanro mais líquido o negócio. menor é a possibilidade de que venha a :.e encont-rar em uma situação de insol\ência (isto é, dificuldade de pagar dívidas ou comprar ativos necessarios). lnfehzmenre, os ativos líquidos geral mente são menos renráveis. Jll>r exemplo, o saldo de caixa é o mais líquido dos arivos. mas algumas vezes ele não gera retomo algum, pois apenas está la, par;1do. Existe, portanto, uma escolha entre as vantagens da liquidez e a perda de lucros poten ciais. CAPITAL DE TERCEIROS VERSUS CAPITAL PRÓPRJO Uma empresa que toma dinheiro emprestado geralmente dá prefer�ncia ao fluxo de caixa a ser pago aos credores. Os acoonistas possuem direito apenas ao valor residual, a porçao que restou após os pagamenros aos credores. Ova lor desse resíduo consiste no património Hquido da empresa. Património l.íquiclo Ativo- Exigível Total Isso é verdade em termos comábeis, pois o património líquido é dennido como sendo essa parcela residual. O mais importame, no entanto, é que isso também é verdadeiro em termos econõmi cos: se a empresa •ende �eus arivos e paga suas di' idas, todo o caixa fica à dispostção dos acionis- tas. A ulilização de dívidas na estrutura de capi tal da empresa é denominada endi•·idamento. Quanto mais df\ ida (como percentagem do ativo), maior o grau de endi,idamemo. Conforme discu tiremos nos próximos capuulos, a dívida funciona como uma alavanca, no sentido de que utilizá-la pode aumentar tanto ganhos como perdas. l'l>nan to, a a1avancagcm financeim aumenta o potencial de remuneração p;ora os acionisras, mas ao mesmo tempo aumenta o JlOicnclal de situações de insol vência e falência. VALOR DE MERCADO VERSUS VALOR CONTÁBIL O wrdadeiro valor de um ativo é seu valor de mercado, que é simplesmente a quantidade de cai xa que receberíamos se realmente vendêssemos aquele ativo. No entanto, os valores de alivos apre sentados no balan(o da empresa süo valores de li vro e, geralmente, não rep1 esentam seus verdadei ros vaI ores. De acordo com os Princípios Con tábeis Geralmente Aceltol> (PCGA), as de monstrações financeiras auditadas nos Estados Unidos geralmente apresel11ilm os seus ativos a custos históricos. Em outras palavras, os ati vos são contabilizados pelo que a empresa pagou por eles, não importando há quanto tempo tenham sido adquiridos ou quanto 'alem hoje. Quanto a ativos circulantes, o valor de mer cado e o valor de livro deveriam ser razoavelmen te parecidos, uma vez que os ati vos circulantes são comprados e convertidos em caixa em um período de tempo relativamente curto. Em outras circuns tâncias, eles podem divergir bastante. Além disso, quamo a ativos permanentes, seria uma mera CO· incidência que o valor real de mercado de um ari· vo (o 'alo r pelo qual o aó•·o seria vendido) fosse igual ao valor rontábil. Por exemplo, uma compa· nhía de cransporte ferroviário poderia ser proprie· caria de enormes lotes de terra comprados um sé· cu lo .11rás. O valor que a companhia pagou pelos lotes pode ser centenas ou mil hares de veze5 me· nor do que o valor da terra hoje. O balanço iria, apesar disso, apresentar o custo histórico. Os <ldministradores e investidores freqUente· rnence estarão interessados em conhecer o valo1· de mercado da empresa. Essa inform�çlio não con5ra do bnl,mço patrimonial. O fato de que os ativos são apresentados por seu custo significa que não e xis· r�. neressariameme, conexão entre o valor rotai dos ativos apresentados e o valor de mercado da em presa. Realmente, muiro dos ativos mais valiosos que a empresa pode possuir -boa administração, boa repuraç<"oo, empregados talentosos - não apa· rece no balanço de forma alguma. De maneira semelhante, o valor do pacri mõnio Hqllldo apresentado no balanço e seu valor verdadeiro não estão necessariamente relaciona dos. Para os administradores financeiros, porranto, o valo1 contábil do pauimônio líquido não� uma preocupação especialmente imponame; é o valor de mercado que conta. Portanto, sempre que men· cionannos o valor de um ativo ou o valor da cm· presa, estaremos, normalmente, referindo-nos ao \'alor de mercado. Assim, por exemplo, quando di· remos que o objerivo do adminisrrador financeiro � aumentar o valor da ação, estamos falando do valor de mercado da ação. Prtnetpios Contábeis Geralmente Aceitos (PCGA) <.on umo geral de padrões e procedimentos com b.1se nos quat-; ,Js demonstrações financeln1s <llldltadas sáo preparadas. EMPLO 2.2 Valor de Mercado versus Valor Contábil A Kl ington Corporation possui acivo perma ncllt<• com um valor contábil de S 700 t• um valor t••cimMlo dt> S 1 .000. O cap11al de gtro liqUido cMtJbol é S 400. mas <e todos os alivo' < irwlanc<" to,'>(•m lltjuodadn>. senam realizado por volta di.' S úOO. '' di' ida a longo prazo. tanco em 'alor wnc:ohil qu.mto em •alor de mercado, é S 500. Qu.1l é o ,,,lor contábil do patrimônio líquido? Qu.11 o •alor dt· mer< ,tdo do patrimõnio líqUido? f'od�mos construir dois balanço< simpl1iit.1 do..,, um l'n1 tt•rmos conUlbeis e outro ern termo> t-t ontll111l0> (valores
Compartilhar