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AÇÃO DE INDENIZAÇÃO CUMULADA COM REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA 8º VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO PAULO– ESTADO DE SÃO PAULO 
 
 João Macedo, brasileiro, solteiro, escritor, inscrito sob o RG de nº 8747113 SPT- SP e sob o CPF de nº 874.946.342-87 residente e domiciliado na Rua Patrícia Mendes, 555, Vila Boa, localizado na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, CEP: 19.999-786, através de seu advogado que esta subscreve, vem perante V. Exa. para propor a AÇÃO DE INDENIZAÇÃO CUMULADA COM REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS , com fulcro com fundamento no art. 6º, VI do Código de Defesa do Consumidor e art. 186 do Código Civil, contra Brasil Connection, localizada na cidade de Manaus , CEP 85.987-989, pelas seguintes razões: 
I- DOS FATOS
Durante o mês de julho de 2016 o Requerente comprou um microcomputador portátil de última geração da loja ABC ELETRONICS LTDA, localizada na Avenida 7 de setembro, em Curitiba- PR, no valor de R$ 15.000,00 diante o exposto o produto é fabricado pela empresa PEARL INC. Norte-Americana, que é importado, com exclusividade, pela BRASIL CONNECTION LTDA, sediada na cidade de Manaus-AM.
Ocorre que, após ligar o aparelho pela primeira vez, depois de alguns minutos de funcionamento o aparelho apresentou defeitos, problemas de superaquecimento, tendo iniciado um incêndio. Por ter inalado a fumaça expelida pelo aparelho, João apresentou problemas respiratórios, que demandaram atendimento médico- hospitalar, que custou R$ 3.000,00, e também duas semanas absoluto repouso, que impossibilitou a realização do projeto para o qual foi contratado no qual receberia no final do projeto 50.000,00. 
Objetivando evitar maiores transtornos e resolver rapidamente a situação e agindo sempre de boa fé o requerente entrou em contato por telefônico com a ABC ELETRONICS, em Curitiba para que fosse substituído o produto, a qual lhe ofereceu um endereço de assistência técnica, onde foi constatado o defeito de alimentação elétrica do aparelho, na qual constatou que apesar de ligar o aparelho apresenta defeito na tela. João exigiu a restituição da quantia paga, concordou em devolver o aparelho defeituoso juntamente com a nota fiscal.Neste ínterim, o requerente teve seu pedido negado, após inúmeras tentativa, João enviou, por carta registrada um documento informando sua insatisfação e exigindo a devolução do seu dinheiro. No qual não foi atendido novamente.
Diante de tamanho desrespeito, desprezo e descaso demonstrado por meio de todas as informações relatadas acima, agora trazidas a este cenário comum em situações semelhantes nas relações de consumo, não vê o Requerente outra alternativa a não ser socorrer-se da Justiça para ver o seu caso solucionado e reparar os danos sofridos em virtude.
II - DO DIREITO
O consumidor efetua uma compra, inconscientemente ele exige do fornecedor que o produto esteja pronto para uso, e que este não possua nenhuma avaria ou algum vício que lhe diminua o valor ou que o impossibilite de utilizá-lo normalmente.É sabido que a responsabilidade por qualquer vício no produto refere-se a qualquer defeito no próprio produto, seja ele de quantidade ou qualidade.
Entretanto diante o exposto, sempre que o produto adquirido se torne impróprio ou inadequado ao consumo à que se destina, ou tenha o seu valor diminuído em virtude de eventual defeito, caberá a exigência de substituição das partes viciadas, em 30 (TRINTA) dias. Não sendo sanado tal defeito pelo fornecedor, nos termos do art. 18, § 1º, do Código de Defesa do Consumidor, ao consumidor será possível optar por qualquer das três alternativas nas quais a lei dispõe que; 
I- a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;
II-a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
III- o abatimento proporcional no preço.
Deste modo, diante do que estabelece a lei, o consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas mencionadas, a seu exclusivo critério, sempre que o vício apresentado pelo produto não for sanado no período de 30 (trinta) dias. No caso em tela, a assistência técnica, agindo no intuito de descaracterizar o direito do consumidor previsto no artigo acima, devolve, pela primeira vez, o aparelho após 11 dias sem efetuar o conserto, ou seja, não consumando o prazo legal, porém, o aparelho foi novamente entregue mais 02 (duas) vezes para a assistência técnica pelo mesmo defeito, e o problema não foi resolvido.Assim, somam-se os prazos em que o produto está sob a posse da assistência técnica para fins de caracterização do direito previsto no art. 18.Entretanto, o contexto da lei é bastante claro ao dispor que caberá ao CONSUMIDOR, e somente a ele a escolha alternativamente das possibilidades abertas pelos incisos do art. 18, § 1° não cabendo ao fornecedor opor a este. Ora, no caso em tela, até a última entrega do aparelho na assistência técnica, já se passaram 48 dias sem que o vício fosse sanado, de modo que a única medida legal cabível é facultar-se ao Requerente a opção por uma das alternativas.
Com o intuito de se afastar qualquer dúvida quanto ao prazo supracitado, a forma de se contar tal prazo não gera nenhuma celeuma, pois a cada vez que o produto vai à Assistência, deve ser somada a quantidade de dias pelo qual este permaneceu por lá até que tenha sido de fato reparado, ficando, ainda, suspenso o prazo decadencial para o consumidor reclamar do produto (CDC, art. 26, §2º, I). Se a soma de mais de 30 dias e o vício for o mesmo, gera-se o direito do consumidor. Fato que está plenamente evidenciado na presente.Nesta situação específica, o esclarecedor ensinamento do ilustre Rizzatto Nunes que expõe:
“O fornecedor não pode beneficiar-se da recontagem do prazo de 30 dias toda vez que o produto retorna com o mesmo vício. Se isso fosse permitido o fornecedor poderia na prática, manipulando o serviço de conserto, sempre prolongar indefinidamente a resposta efetiva de saneamento. Bastaria fazer um conserto ‘cosmético’, superficial, que levasse o consumidor a acreditar na solução do problema, e aguardar sua volta, quando, então, mais 30 dias ter-se-iam para pensar e tentar solução (...) Quando muito e essa é também nossa opinião, o prazo de 30 dias é o limite máximo que pode ser atingido pela soma dos períodos mais curtos utilizados. Explicamos: se o produto foi devolvido a primeira vez no décimo dia, depois retornou com o mesmo vício e se gastaram nessa segunda tentativa de conserto mais 15 dias , na terceira vez em que o produto voltar o fornecedor somente terá mais 5 dias para solucionar definitivamente o problema, pois anteriormente despendeu 25 dias, sem ter levado o produto à adequação esperada. (NUNES, Rizzatto. Curso de direito do Consumidor, Ed. Saraiva. 2005, p.184-185). – gf. nosso.
“Ressalte-se que uma vez iniciado o curso do prazo para o saneamento do vício, ele não se interrompe nem suspende – tem natureza decadencial. Mesmo que devolvido ao consumidor antes do término do prazo, não solucionado o vício, não há que se falar em novo prazo; pelo contrário, aquele prazo já iniciado segue até o seu exaurimento – Rizzatto entende que o prazo, sendo um direito do fornecedor, deve ser contado como a soma dos períodos em que o produto viciado esteve à sua guarda. É claro que surgindo um novo vício, não relacionado, abre-se novo prazo para que seja remediado esse vício, tão somente.” (Chamone, Marcelo Azevedo)
Haja vista que o fornecedor e consumidor, que antigamente caracterizava-se por uma relação igualitária, com a sociedade de consumo torna-se cada vez mais discrepante, com grandes fornecedores, possuindo sólidos escritórios jurídicos e grande poder de barganha e consumidores, vulneráveis nas relações de consumo, seja por práticas comerciais abusivas ou por odiosos recursos de propagandas enganosas ou distorcidas da realidade.Desta forma, para qualquer estudo na seara de defesa do consumidor, devemos possuirem mente sempre a vulnerabilidade do consumidor nas relações de consumo, característica essencial consagrada pelo Código de Defesa do Consumidor, estando no atual Código de Defesa do Consumidor elencado como princípio básico, ex vi do art. 4º, I, da Lei 8.078/90.
Exposto em breves linhas a respeito do dano moral:
A personalidade é um bem extrapatrimonial resguardado, acima de tudo, pela Constituição Federal, dentre os direitos fundamentais e princípios da República Federativa do Brasil, essencialmente por meio da dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III).A dignidade da pessoa humana abarca toda e qualquer proteção à pessoa, seja física, seja psicológica. Tanto que dela decorrem os direitos individuais e dentre eles encontra-se a proteção à personalidade, cabendo indenização em caso de dano, conforme estabelece o art. 5º, inc. V:
 Art. 5º (...)
 V - é assegurado o direito de resposta, proporcional a 
 agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
 
Privilegiando os aludidos dispositivos está o Código Civil:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Consoante a este diploma legal encontra-se o Código de Defesa do Consumidor:
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos;
Todos estes dispositivos vêm demonstrar que a proteção à personalidade está plenamente presente em nosso ordenamento jurídico pátrio, privilegiando o Estado Democrático de Direito e o indivíduo como sujeito principal da proteção estatal. O aparato legal de proteção à personalidade dos indivíduos, necessário se faz tecer algumas poucas linhas sobre o dano moral. No caso vertente, é cristalino o grande abalo moral que sofreu o demandante diante dos fatos narrados, haja vista que, como é cediço por todos, o microcomputador, constitui bem indispensável ao deslinde positivo das atividades profissionais, mormente em se tratando de profissional liberal na área escritor, que necessita fazer uso diário do referido aparelho para que seja elaborado o grande projeto, no qual receberia grande valor ao seu termino do mesmo. Ora, a recusa no conserto satisfatório do bem, ou no fornecimento de outro ou na restituição do valor pago para aquisição de outro bem, como é o caso, privou o demandante de usufruir de seu microcomputador recém adquirido, notadamente ficando impedido de receber algumas informações úteis e necessárias seja relativa ao seu trabalho, seja relativas a sua vida privada. Até porque, o requerente constantemente está viajando a trabalho, não possuindo outro meio de comunicação próximo.
Entretanto, apesar de toda proteção que recai sobre o autor, o mesmo se vê, até a presente data, de mãos atadas, necessitando, pois, a propositura da demanda a fim de ter o seu direito restaurado, a fim de evitar maiores prejuízos, já que o pleno exercício de seu trabalho de forma satisfatória estava se tornando inviável.Agrava ainda mais a situação, o fato de uma empresa taxada de “idônea, preocupada com os consumidores, com responsabilidade social”, fez do CDC tabula rasa não reconhecendo a sua vigência e eficácia, pois passado o prazo de 30 dias para sanar o problema do vício do produto não restituiu o valor ao autor ou entregou-lhe aparelho novo, tendo a audácia de informar que a garantia adotada pela empresa não engloba tais opções, mas tão somente a substituição de peças danificadas.Entretanto, caso ocorra qualquer evento danoso ou defeito no referido bem, espera que o mesmo seja solucionado, seja da forma que for, dentro do prazo legal, o que, em hipótese alguma ocorreu na presente situação.Além disso, após a frustração de ver que o bem apresenta vício, o qual decorreu por culpa exclusiva da Ré, o demandante depositou sua confiança nos serviços de manutenção prestados pela empresa, o qual se demonstrou totalmente ineficaz, pois não sanou o problema, mas, longe de tal solução, tampouco se apresentou propícia a restituir-lhe um novo aparelho ou o respectivo valor pago.
A indenização consiste numa compensação, numa tentativa de substituir o sofrimento por uma satisfação, além do aspecto retributivo e verdadeiramente punitivo no tocante ao causador do dano que, vendo-se obrigado a indenizar os danos causados, certamente entenderá que ainda se faz valer as normas editadas e vigentes em nosso ordenamento jurídico.Isto tudo revela que o ser humano tem uma esfera de valores próprios que são postos em sua conduta não apenas em relação ao Estado, mas, também, na convivência com os seus semelhantes. Respeitam-se, por isso mesmo, não apenas aqueles direitos que repercutem no seu patrimônio material, de pronto aferível, mas aqueles direitos relativos aos seus valores pessoais, que repercutem nos seus sentimentos, postos à luz diante dos outros homens.
Presentes os requisitos ensejadores do dano moral, quais sejam, o dano sofrido, a culpa exclusiva da ré e o nexo causal e a culpa, hão de ser arbitrados, a bem do demandante e como forma de fazer valer o Estado Democrático de Direito, ressarcimento por danos morais no importe de 08 (oito) salários mínimos, ou no importe que V. Exa. entender por bem estipular.
III - DO PEDIDO 
Diante do exposto acima requer:
a) A concessão do benefício da justiça gratuita nos termos da Lei 1.060/50 e CF no art. 5º, LXXIV, por ser o requerente pobre na acepção jurídica do termos, de reconhecimento da relação de consumo (Arts. 2º e 3º do CDC) e inversão do ônus da prova, nos termos do art. 6º, VIII, do CDC;
b)Condenação da parte ré a pagar os danos morais no montante justo de R$ 15.000,00 e a restituição dos valores gastos para manutenção do mesmo no montante total de R$ 1.000,00+ R$ 3.000,00 com demais despesas;
c) Citação da parte ré para que, querendo, apresente a contestação no prazo legal, bem como provas que achar pertinente para presente caso (nos termos da lei), sob pena de revelia;
A fixação do honorário advocatício em 20% do valor da sentença, bem como as despesas processuais que se antecipou (Art. 20 CPC);
dá-se à causa o valor de R$ 22.800,00(vinte e dois mil e oitocentos reais)
Nestes termos, 
Pede o deferimento.
São Paulo, 10 de setembro de 2016.
___________________________
Thayane Barbosa-Advogada
 OAB/SP 86.900

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