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Resumo Emília no pais da gramática

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Monteiro Lobato e a língua portuguesa
Para aqueles que acreditam que certos assuntos não podem render uma boa literatura, este livro mostra que é possível transformar a aridez de regras e normas em textos leves e divertidos. Nesta obra original diferente Monteiro Lobato fala sobre a língua portuguesa e seus conceitos gramaticais de forma simples, clara e direta. Conjugação verbal, colocação pronominal, crase, fonemas e tantos outros temas que envolvem a nossa língua perdem sua sisudez característica através das explicações lúdicas da turma do Sítio, revelando o prazer que deve acompanhar toda busca pelo conhecimento.
Tudo começa com Dona Benta ensinando Pedrinho. Vendo o menino chateado por perder horas preciosas de diversão, Emília tem mais uma das suas ideias geniais. Por que, em lugar de ficar só estudando, não ir pessoalmente conhecer o pais da Gramática? Não precisou perguntar duas vezes. Viagens desse tipo eram com ele mesmo. Em poucos minutos, o garoto parte rumo a mais uma aventura junto com a boneca, Narizinho e o Visconde. Agora o grupo pega carona com Quindim, que encontra facilmente o caminho por ter engolido um volume inteiro de uma gramática.
Neste passeio entre os sons que representam letras, os padrões que regem o uso do português transformam-se em um jogo curioso e inteligente. Monteiro lobato nos mostra que o uso da gramática pode ser prazeroso e cheio de surpresas. Por isso, quando foi lançado, em 1934, bem como edições que vieram depois, Emília no País da Gramática fez a alegria da criançada.
O autor recebeu cartas do Brasil inteiro contando como ele tinha ajudado na escola e nas lições de casa. Tudo ficava fácil a ser entendido de um jeito especial em que se aprende brincando.
Mas como o idioma é uma espécie de organismo vivo e dinâmico, sujeito a alterações no decorrer do tempo, algumas coisas mudaram desde a época em que o pai da boneca Emília escreveu esta obra.
Monteiro Lobato, que utilizou letras maiúsculas ou em negrito, mantidos ao longo destas páginas exatamente como ele os criou.
 Marcia Camargos
Para aprender brincando
“A Lobato deve muito o Brasil. Em primeiro lugar o exemplo magnífico e raro do intelectual que não se vende e não se aluga não se coloca a serviço dos poderosos ou nos sabidos. Depois, foi ele um homem de ação e um descobridor. Devem-se a ele a campanha do livro e a campanha do petróleo. Foi ele o criador da nossa literatura infantil. ” 
 Oswald de Andrade
A citação de Oswald de Andrade dá uma ideia do imenso arco de interesses que movia o escritor, editor, jornalista, homem de negócios e cidadão do mundo Monteiro Lobato.
Na ampla obra que desenvolveu assumindo esses diferentes papéis, tem grande destaque sua obra infantil. Por meio de Emília, Pedrinho, Narizinho e seus companheiros, Lobato cria representação de uma infância viva, feita de curiosidade, aventura, fantasia, esperança, inquietação, com a qual as crianças facilmente podem identificar. O Sítio do Picapau Amarelo é um verdadeiro país onde, como pretendia o próprio Lobato, todas as crianças podem morar.
A reedição da literatura infantil do autor nos coloca em contato com esse país ao qual em vários momentos de nossa vida adulta queremos retornar (por que todos os sonhos eram possíveis): o país da infância. E reafirma o engenho da astúcia narrativa lobatiana-mestre em fazer fácil o difícil, em envolver seus leitores. 
O livro Emília no País da Gramática parece ter sido escrito com o propósito de apresentar os conceitos gramaticais de maneira a tornar mais fácil e prazeroso um conjunto de regras que as crianças pudessem achar difícil ou enfadonho. O passeio tem evidente objetivo didático: ensinar regras e classificações gramaticais de modo mais agradável, com certo humor e, de preferência, sem a sisudez escolar.
No campo dos estudos da linguagem, porém, a gramática passou por atualizações e vem sendo alvo de intensas discussões desde que a linguística passou a integrar os currículos dos cursos de Letras e ganhou divulgação. Algumas nomenclaturas caíram em desuso e foram substituídas por outras. Alguns fenômenos são hoje entendidos de modo diferente. É o caso das gírias ou dos neologismos, por exemplo, condenados por uma gramática mais dogmática e impermeável a um entendimento de língua que reconhece a legitimidade desses recursos de expressão em determinados contextos de interlocução.
Alem disso uma nova ortografia entrou em vigor no Brasil a partir de 2009. A reforma tem criado polêmica. Os que a defendem argumentam que a unificação aumenta a força política dos países de língua portuguesa e permite uniformização de documentos internacionais. Destacam ainda a possibilidade de se ampliar a comercialização de livros entre países lusófonos. As notas nesta edição alertam sobre essas e algumas outras mudanças.
 Maria Tereza Rangel Arruda Campos
 (Professora de língua portuguesa e consultora em Educação)
Inventor de histórias 
A imaginação sempre teve um papel marcante na vida e na obra de Monteiro Lobato. Nascido na cidade paulista de Taubaté, no Vale do Paraíba, em 18 de abril de 1882, ainda menino começou a mandar artigos para os jornaizinhos do colégio. Pegou gosto pela coisa e não parou mais. Formou-se em Direito, casou-se com Purezinha em 1908, morou em Areias e depois na fazenda do Buquira, herdada do avô. Voltou para a capital, fez traduções, trabalhou como jornalista e fundou uma editora. 
Disposto a apostar no progresso abriu siderúrgicas e empresas de prospecção de petróleo. Os filhos foram crescendo e ele percebeu que as fábulas estrangeiras não falavam da nossa gente nem dos nossos costumes. Já havia publicado alguns livros para adultos, quando decidiu escrever para crianças. Surgem então as deliciosas aventuras da turma do Sitio do Picapau Amarelo, que povoaram a infância de gerações inteiras de leitores. Mas ele também queria que os estudantes aprendessem as matérias escolares de maneira fácil e divertida. Daí inventou histórias que explicam os mais diferentes conceitos com inteligência, senso de humor e muita criatividade. Assim algumas informações aqui contidas, que eram válidas na época de Lobato, agora mudaram. Nada disso, porém, tira o sabor destas páginas, que a gente lê de um fôlego só. 
Uma ideia da Senhora Emília
Pedrinho foi passar as férias na casa de Dona Benta, todos os dias sua avó queria dar explicações de gramática. No começo Pedrinho não quis disse que queria somente brincar, mas Dona Benta insistiu dizendo que ao menos meia por dia ainda lhe sobraria muito tempo livre até que o menino cedeu.
Ficou empolgado com a explicação, elogiou a senhora dizendo que se o professor ensinasse como ela estaria bom, ao contrário, ele obriga as crianças a decorar definições ditongos, fonemas, gerúndios. . .
Emília sempre assistia as aulas, quando surgiu uma idéia de irem passear no País da Gramática foi então contar a Pedrinho que aprovou a idéia, e saiu correndo para convidar Narizinho e o Visconde de Sabugosa.
No dia marcado partiram muito cedo a cavalo, chegando próximo ao País da Gramática ouviram zumbidos e o rinoceronte explicou que eram SONS ORAIS, significa o som produzido pela boca, A, E, I, O, U. Quando se diz A ou O está produzindo um som.
Os sons espalhados pelo ar, e que são representados por letras, fundem-se logo adiante em SÍLABAS, e essas Sílabas formam PALAVRAS com VOGAIS e CONSOANTES.
Derrepente o rinoceronte olhou e disse que no País da Gramática havia cidades, Portugália onde moram as palavras da língua portuguesa, Anglópolis palavras inglesas, Galópolis palavras francesas, Castelópolis palavras espanholas, a outra é Italópolis onde as palavras são italianas. Disse ele que a cidade das palavras latinas e cidadedas velhas palavras gregas não existem mais.
Mais adiante encontraram com as sílabas, viram então que são os sons quando se juntam, formam sílabas que é um grupinho de amigos e gostam de andar sempre juntos; o G o R o A, por exemplo gostam de formar sílabas Gra, que entra em muitas palavras – Graça, Gravata, Gramática, explicou Pedrinho para Emília. Quindim elogiou dizendo que estava correto e completou dizendo que em cada palavra há uma sílaba mais importante que as outras pelo fato de ser depositária do ACENTO TÔNICO é chamada de Sílaba TÔNICA e as palavras se dividem em OXÍTONAS, PAROXÍTONAS e PROPAROXÍTONAS. Conforme trazem o acento tônico na ultima Sílaba, na Penúltima ou na Antepenúltima.
Portugália
Chegando a Portugália puderam observar que gente importante morava no centro e gente de baixa condição morava nos subúrbios. Entrando nos bairros pobres viram palavras que os gramáticos classificam de ARCAÍSMOS quer dizer coisa velha.
 O Neologismo que só depois de velho poderia se mudar para o centro da cidade. A Gíria, criada e empregada por malandros estava lá, mas só eles entendem e para o resto do povo nada significam, entravam nas grandes cidades se tivesse aspada ou grifada. Explicou o rinoceronte que as palavras estrangeiras com o passar do tempo acabam "naturalizando-se."
Perto havia uma elevação donde se descortinava toda a cidade; o rinoceronte levou os meninos para lá.
Gente importante e gente pobre
Havia um bairro antigo, onde só existiam palavras portuguesas e depois se misturaram com palavras indígenas locais, e formou-se o grande bairro de Brasilina.Que é uma parte de Brasil e de Portugal, Narizinho propôs que fossem logo conhecer e percorrer a cidade nova sendo o que mais interessava a todos eles.
 Encontraram um bairro dos NOMES, ou SUBSTANTIVOS muito importante, pois sem eles é impossível haver linguagem, porque os Substantivos é que dão nome a todos os seres vivos e a todas as coisas. Viram os Nomes PRÓPRIOS, que servem para designar as pessoas, os países, as cidades, as montanhas, os rios, os continentes.
 Pedrinho se atentou aos Nomes indicativos de países e continentes, Quindim falou sobre os Nomes Próprios, Nomes comuns e foi explicando as diferenças, disse também que Nomes Concretos são os que marcam coisas ou criaturas, Nomes Abstratos são os que marcam coisas que a gente quer que existam, ou imagina que existem, Nomes Compostos formam-se de dois Nomes Simples e Nomes COLETIVOS que indicam uma coleção, ou uma porção de coisas.
Em pleno mar dos Substantivos
Havia muita coisa a ver no bairro dos Substantivos, e por essa razão todos protestaram quando Emília falou em visitar as INTERJEIÇÕES., Quindim disse para Emília ter calma, informou- a que todos os Nomes estão divididos em dois gêneros, o MASCULINO e o FEMININO, conforme o sexo das coisas ou seres que eles batizam até mesmo objetos e Substantivos terminados em O, U, I, Em, Im, Om, Um, En, L, R, S e X são quase sempre masculinos, quase sempre são femininos os Nomes terminados em A, Ã, Cão, Gem, Dade e Ice.Narizinho logo disse que os homens mostram o seu egoísmo em tudo, o rinoceronte continuou dizendo que há ainda Nomes que possuem dois sexos, isto é, que tanto servem para indicar seres ou coisas do gênero feminino como do masculino nome muito feio designar tais substantivos se chama EPICENOS.
O rinoceronte pediu a atenção de todos para contar outra particularidade dos Substantivos. Além de Gênero, ou Sexo, eles têm NÚMERO, quer dizer ter SINGULAR e PLURAL. Quando um Substantivo designa uma coisa só, vai para o Singular; quando designa duas ou mais coisas, vai para o Plural.
Visconde chegou dizendo estar envergonhadíssimo por ter passado pelo bairro das PALAVRAS OBSCENAS e sugeriu que ninguém fosse lá. Ao andarem mais adiante se encontraram com a palavra GRAU que serve para dar idéia do tamanho das coisas, há o Grau AUMENTATIVO, para aumentar, e o Grau DIMINUTIVO, para diminui. O rinoceronte disse chega de substantivos e chamou todos dar uma volta pelo bairro dos Adjetivos.
Entre os Adjetivos
No bairro dos ADJETIVOS O aspecto das ruas era muito diferente o rinoceronte explicou que os adjetivos designam as qualidades dos Nomes. Quindim apontou um exemplo se referindo ao homem Substantivo e magro Adjetivo, porque indica a qualidade de ser magro, logo viram que todas as coisas possuem qualidades.
Na sala vizinha viram as LOCUÇÕES ADJETIVAS e logo foi informado que são expressões equivalentes a um adjetivo e são empregadas no lugar deles, por exemplo, quando se diz: O calor da tarde aborrece o Visconde, está sendo usada a locução Da tarde em lugar do Adjetivo Vespertino; ou quando digo Presente de Rei, em lugar de Presente Régio. Aquele Presente Régio agradou Emília, que ficou pensativa.
Quindim explicando disse para que reparassem na talzinha. É o Substantivo Maria, que vem em busca de Adjetivos. Com certeza trata-se de algum namorado que está a escrever uma carta de amor a alguma Maria e necessita de bons Adjetivos para melhor lhe conquistar o coração. E desse modo, para fazer uma cortesia à sua namorada, ele usa os dois GRAUS DO ADJETIVO. Partindo da forma normal que é a palavra Bela, usa o GRAU COMPARATIVO, com a expressão Mais Bela, e usa o GRAU SUPERLATIVO, com a palavra Belíssima.
 Finalizou dizendo que o SUPERLATIVO serve para exagerar as qualidades do Adjetivo, forma-se principalmente com um íssimo ou com um Érrimo no fim da palavra, como Feliz, Felicíssimo; Salubre, Salubérrimo. Ou então usa o O Mais, como O Mais Feliz.
Visconde estava preparando alguma. Deu de ficar tão distraído, que até começou a atrapalhar o trânsito. Tropeçou em várias palavras, pisou no pé de um Superlativo e chutou um O maiúsculo, certo de que era uma bolinha de futebol. Que seria que tanto preocupava o Senhor Visconde?
Na casa dos pronomes
Emília resolve visitar os pronomes, que são importantes, porque são todos indispensáveis à expressão dos pensamentos dos homens.
Logo, é recebida pelo pronome EU que estava junto com os pronomes TU, ELES, NÓS, VÓS, ELES, ELA e ELAS.
Juntos estavam os pronomes oblíquos, o ME, MIM, MIGO (hoje em dia se usa comigo), NOS, NOSCO (usa se hoje em dia conosco), TE, TIGO, VOS, VOSCO (atualmente usado convosco), O, A, LHE, SE, SI e SIGO (transformado em consigo).
Os pronomes pessoais servem para substituir os nomes das pessoas, quando se fala Tu, a pessoa está se referindo a alguém.
Logo, era notável a rivalidade entre o pronome TU e VOCÊ, a palavra VOCÊ começou a ser aplicada ao invés do TU, que hoje em dia e usado somente em algumas regiões do Brasil.
Havia também, os pronomes adjetivos que são usados para substituir pessoas ou coisas que não estão presentes, sendo eles os pronomes Demonstrativos - O, ISTO, ISSO, AQUILO. Há também os chamados Pronomes Indefinidos – ALGUEM, ALGO, NINGUEM, NADA, OUTREM, TUDO, QUAL. E há os pronomes relativos – QUEM e QUE.
No acampamento dos verbos
Depois dos substantivos, são os Verbos as palavras mais importantes da língua. Verbo e uma palavra que muda muito de forma e serve para indicar o que os substantivos fazem.
Na primeira conjugação dos verbos infinitivos, havia um aviso: Só era permitido a entrada dos verbos terminados em ar. Já na segunda conjugação, era para os verbos terminados em er. O acampamento seguinte era o da terceira conjugação, para os verbos terminados em ir, e o último, a quarta conjugação era para os verbos terminado em or (nos dias atuais a gramatica não considera mais o uso de uma quarta conjugação para os verbos, os verbos terminados em or, agora são considerados irregulares de segunda conjugação).
Na quarta conjugação, havia apenas o verbo PÔR junto com sua família, só existia PÔR, COMPOR, PROPOR, DISPOR, DEPOR, ANTEPOR, SUPOR e outros do mesmo naipe. Antes PÔR pertencia a segunda conjugação e chamava se POER.
Na segunda conjugação, com o verbo TER, que se compunha –se de 65 pessoas, distribuídas em modos e tempos.
No modo Indicativo, vinha o tempo presente que era composto com um Pronome junto,pois os verbos, tem que andar juntos a alguém ou a alguma coisa, que é o sujeito, quando o sujeito não está presente coloca-se no lugar dele um pronome.
No tempo presente vinha, TENHO, TENS, TEM, TEMOS, TENDES e TÊM, trazendo os pronomes EU, TU, ELES, NÓS, VÓS e ELES.
Em seguida o segundo tempo, pretérito imperfeito, consigo vinha TINHA, TINHAS, TINHA, TÍNHAMOS, TÍNHEIS e TINHAM.
Depois veio o terceiro tempo, o pretérito perfeito, junto consigo os verbos: TIVE, TIVESTE, TEVE, TIVEMOS, TIVESTE e TIVERAM.
Logo em seguida veio o quarto tempo, pretérito mais-que-perfeito, - TIVERA, TIVERAS, TIVERA, TIVÉRAMOS, TIVÉREIS e TIVERAM.
E depois o quinto tempo, chamado futuro – TEREI, TERÁS, TERÁ, TEREMOS e TIVERAM.
Havia também o modo condicional, que e composto apenas de seis verbos: TERIA, TERIAS, TERIA, TERÍAMOS, TERÍEIS e TERIAM.
Já no modo imperativo, com apenas dois verbos, o TEM e TENDE.
No modo subjuntivo, com três tempos de seis pessoas cada um, o primeiro tempo, o Presente, vinha com os verbos, TENHA, TENHAS, TENHA, TENHAMOS, TENHAIS e TENHAM.
Em seguida o segundo tempo, de nome pretérito perfeito – TIVESSE, TIVESSES, TIVESSE, TIVÉSSEMOS, TIVÉSSEIS e TIVESSEM.
E por fim, o terceiro tempo, ou futuro – TIVER, TIVERES, TIVER, TIVERMOS, TIVERDES e TIVEREM. Assim, acabou o modo subjuntivo que indica alguma coisa possível.
Vindo em seguida, o modo Infinitivo, esse modo só tem dois tempos, O Presente impessoal, com um único Verbo TER; e o Presente pessoal, com seis verbos – TER, TERES, TER, TERMOS, TERDES e TEREM.
O Particípio presente era composto por um único verbo, o TENDO, e logo em seguida o Particípio passado composto também por um único verbo - TIDO.
Narizinho quis saber o que era os verbos regulares e irregulares, Quindim explicou que os verbos regulares são os que seguem a regra direitinho, já os irregulares são os que não seguem o Paradigma da Segunda conjugação, além de Irregular eles são auxiliares, os verbos SER, ESTAR e HAVER são chamados de auxiliar porque ajudam os outros verbos, quando alguém diz: Tenho brincado muito, está botando o verbo TER, como auxiliar do verbo BRINCAR.
Há os verbos Defectivos, que não tem Modo, Tempo ou Pessoas. Há os verbos Pronominais, que sempre tem um pronome oblíquo adiante ou atrás, como exemplo o verbo queixar-se. Há também, os verbos ativos, que dizem o que o sujeito faz, é os verbos passivos, que dizem o que fizeram para o sujeito, como por exemplo, a frase: Eu comi um doce, está com um verbo ativo, já na frase: O doce foi comido por mim, está com o verbo passivo (Foi comido).
Tem também, os verbos que não sabem viver sem o complemento adiante, que são os verbos Transitivos, há os que dispensam o complemento adiante, e por isso se chamam Intransitivos, queimar, por exemplo, e um verbo transitivo, porque exige complemento. Quando alguém diz: O fogo queimou, a frase fica incompleta, porque exige a pergunta, o que é que o fogo queimou, seja mato, lenha ou alguém, constitui o Complemento Objetivo de queimou.
Emília na casa do verbo ser
Emília teve a ideia de visitar o verbo SER, para isso se disfarçou de jornalista de um jornal.
O verbo SER, logo disse que era o mais importante de todos, pois ele fazia tudo quanto existe ser.
Ele era chamado de verbo substantivo (a nomenclatura do verbo substantivo não e mais usado, hoje é considerado verbo de ligação), fazia parte das palavras latinas, na época era chamado de ESSE, na forma francesa, se chamava ÊNTRE, já na forma italiana, era ESSERE, e depois em espanhol ficou da forma que é hoje.
A tribo dos Advérbios
Os Advérbios moravam no bairro das Palavras Inflexíveis (hoje chamadas de invariáveis, ou seja, as que não variam de forma). Advérbio é uma palavra que modifica os verbos, e que modifica os adjetivos, que as vezes modificam os próprios advérbios. Modificam de Lugar, modificam de Modo, ou Qualidade, modificam de Quantidade e modificam de Ordem.
Há os advérbios de Lugar, AQUI, ALI, LÁ, ALÉM, LONGE, ADIANTE, ATRÁS, FORA, ABAIXO, ACIMA entre outros. Os advérbios de Tempo, HOJE, AGORA, CEDO, AMANHÃ, ONTEM, TARDE, NUNCA, DEPOUIS, AINDA, ENTREMENTE. Havia também os advérbios de Modo ou Qualidade- BEM, MAL, ASSIM, APENAS, RENTE, AINDA, TAMBÉM e outros. Os advérbios de Quantidade- MUITO, POUCO, BASTANTE, MAIS, MENOS, TÃO, TANTO, QUANTO, QUE, QUASE, METADE, TODO entre outros. Os advérbios de Ordem- PRIMEIRO, ANTES, DEPOIS, etc. Emília, perguntou o porquê que havia um PRIMEIRO nos Adjetivos, e um nos Advérbios, a resposta e que eles são iguais na forma, mas diferentes no sentido, quando alguém diz o primeiro homem, está usando a palavra PRIMEIRO como Adjetivo, porque está numerando, mas quando diz primeiro vou eu, está usando um Advérbio, porque está dizendo em qual ordem vai.
Havia os Advérbios de Afirmação- SIM, DEVERAS, CERTAMENTE. Os Advérbios de dúvida- TALVEZ, CASO, ACASO, PORVENTURA, QUIÇA.
Também os Advérbios de Negação- NÃO, NUNCA, JAMAIS, NADA. E por fim os Advérbios de Designação- EIS, EIS QUE, EIS AQUI, EIS AÍ, EIS ALI.
Logo, Emília notou que as maiorias dos Advérbios terminavam em MENTE, a explicação é que hoje em dia e chamado de terminação adverbial, se grudarmos um desse em um adjetivo, sai se um advérbio, como exemplo a palavra CONSTANTE, que é um adjetivo, mas se colocarmos a terminação adverbial, ela vira um advérbio, ficando assim CONSTANTEMENTE.
Os adjetivos, gostam as vezes de figurar o advérbio, mesmo sem o uso da terminação adverbial, como exemplo, pode se dizer: eu grito alto, ao invés de dizer eu grito altamente, o adjetivo ALTO, aí faz o papel de Advérbio.
Existem também os Advérbios de ares estrangeiros, são advérbios latinos que tem uso no Brasil, como o MÁXIME, INFRA, SUPRA, GRÁTIS, BIS, PRIMO, SEGUNDO, e outros. Há também os verbos que não são inflexíveis, como os demais, porque mudam de forma quando querem exagerar, significa que eles tem Grau, como os Adjetivos, exemplo é o PERTO, que vira PERTINHO e PERTÍSSIMO. 
As preposições
As preposições servem para ligar outras palavras entre si, ou para ligar a uma que está adiante. O Advérbio modifica, a Preposição liga, sem ela a frase ficaria telegráfica, ou desamarrada.
Emília observava as preposições, para decorar bem, viu lá a preposição A, ANTE, APÓS, ATÉ, COM, CONTRA, CONFORME, CONSOANTE, DE, DESDE, DURANTE, EM, ENTRE, PARA, POR, SEM, SOBRE, SOB, entre outras.
Entre as conjunções
O Verbo Ser leva Emília para a Casa das Conjunções, ele explica que as conjunções ligam grupos de palavras ou orações, que são frases de sentido perfeito e que podem ser simples ou compostas, comparando as conjunções com barbantinhos que amarram as orações. Logo após, Emília vê na Casa das Conjunções dois armários, um com as Conjunções Coordenativas e outro com as Conjunções Subordinativas. No armário das Coordenativas ela encontra muitas palavras conhecidas, como E, Também, Então, Que, Ou, Mas, Pois, e várias outras.
Emília fica surpresa com o tanto de fios necessários para amarrar as senhoras orações. Já no outro armário estava as Conjunções Subordinativas, que ligam as orações de modo especial, escravizando uma à outra, e são muitas também: Quando, Apenas, Enquanto, Porque, Conforme, Embora e outras.
Emília se sente enjoada depois de tantas conjunções e quer ver outra coisa, então o Verbo Ser diz que só falta visitar as Interjeições e depois de tirar uma caixinha do bolso, Emília pergunta se é pó de pirlimpimpim, mas o Senhor Verbo não sabe o que é esse tal pó, assim Emília passa a contar as suas aventuras e viagens com o pó de pirlimpimpim.
A casa da gritaria
Ao se aproximar da Casa das Interjeições, Emília escuta muito barulho e o Verbo Ser diz que são as próprias Interjeições, que não passam de gritinhos, então a boneca pergunta de que são os gritos e o senhor Verbo responde que são gritos de tudo, dor, alegria, aplauso e tantos outros. A casa parecia um viveiro de papagaios, assim que entrou, Emília viu vários gritos de Dor, Alegria, Desejo, Animação, Aplauso, Aversão, Apelo, Silêncio e Admiração.A boneca de pano já estava tonta com tantos gritos, mas o Verbo Ser tinha mais para mostrar, então apontou uma pequena caixa com as Onomatopéias, ou Interjeições Imitativas de certos sons. Nessa caixa Emília viu muitas dessas palavras que imitam o som de qualquer coisa, dizendo que no sítio eles também usam algumas destas Interjeições e outras que eles inventam. 
Mudando de assunto a boneca convidou o Verbo Ser para aparecer pelo Sítio e conhecer Dona Benta, Tia Anastásia, Rabicó, Vaca Mocha, Quindim e os famosos bolinhos de Tia Anastásia, deixando bem claro para o Verbo, que Dona Benta é viúva e que poderia até dar casamento.
A Senhora Etimologia
Depois de se despedir do senhor Verbo, Emília foi correndo em procura de seus companheiros e encontrou-os na praça da Analogia, rodeados de várias palavras. O Visconde estava conversando com as palavras Pena (dó) e Pena (de escrever) iguais na forma, mas de sentido diferente. Então, Emília já se metendo na conversa, perguntou se elas não poderiam usar um sinal para diferenciar uma da outra, e elas responderam que palavras não podem se modificar sozinhas assim. Foi explicado a boneca que essas palavras são homônimas, que têm a mesma forma, embora o significado seja diverso, e assim usaram várias palavras Homônimas da cidade como exemplo. Mas havia outra diferença, se eram iguais somente no som, eram chamadas de homófonas e se eram iguais na forma de escrever, eram homógrafas, concluindo que é pelo sentido da frase que se conhecem as palavras.
Emília logo viu as palavras Sinônimas e Antônimas, e perguntou sobre elas, então a Pena (dó) explicou que as Sinônimas são as que significam a mesma coisa, ou quase a mesma coisa, embora tenham formas diferentes, e que as Antônimas são as que têm sentido oposto. 
O rinoceronte, que estava pensativo todo o tempo, refletia sobre a história das palavras, sua origem e como o tempo as modificou, dizendo que esse estudo das palavras chama-se Etimologia. Como a senhora Etimologia morava perto, todos foram visitá-la, já sabendo de sua grande sabedoria e experiência com a história da gramática. Lá encontraram uma velha coroca, em uma casa de gramáticos, e logo ficaram espiando, escutando a senhora, que explicava sobre o uso correto de certas palavras.
Uma nova Interjeição
Houve um rebuliço de pânico dentro da casa e todos os gramáticos foram embora, deixando tudo vazio, assim a turma entrou e começou a conversar com a senhora Etimologia. Logo, Emília quis saber o significado da palavra Boneca, então a velha explicou que a palavra Boneca veio do holandês Manneken, que significa homenzinho, até evoluir ao que temos hoje. O povo influi muitíssimo na língua, pois as pessoas cultas aprendem com os professores e repetem certas as palavras, mas os incultos aprendem o pouco que sabem com os outros incultos, repetindo os mesmos erros e cometendo novos erros.
Pedrinho então pergunta a Etimologia sobre a origem das palavras, ela por sua vez esclarece que as palavras desta nova cidade vieram todas da cidade velha, que fica do outro lado do mar, e no começo essas terras eram povoadas pelos romanos, que falavam latim. Esses soldados eram incultos e misturavam o latim com outros termos e modos de falar local, construindo um dialeto que hoje chamamos de língua portuguesa. A língua francesa, a espanhola e a italiana não passam de outros dialetos desse mesmo latim, que no início eram pobres, mas depois foram se enriquecendo e aumentando com novas palavras.
A senhora Etimologia também explicou a eles, que a derivação é quando uma palavra sai da outra e que nesse processo há certas palavras sem sentido próprio, que possuem uma função muito importante. São os Prefixos e Sufixos. Os Prefixos grudam no começo da palavra, e os Sufixos grudam no fim, ambos constituem rabinhos, que pregados a outras palavras, servem para dar uma nova forma e um novo sentido.
Outra coisa importante dita na conversa, é que antes de colocar esses rabinhos é necessário cortar primeiro a Desinência da palavra, senão o Sufixo não pega. Cada palavra se divide em duas partes, a Raiz e a Desinência. A Raiz é a parte fixa da palavra e a Desinência é a parte final, mudável. Além disso, a velha estava sempre citando algumas palavras como exemplo, para o pessoal entender melhor.
Emília forma palavras
Ar raiz das palavras não muda, para formar novas palavras fazemos como a jardineira: Poda o que não e raiz e enxerta o sufixo. Os sufixos são como o rabo dos animais, só e utilizado na parte de trás.
Assim também, os prefixos, “pré” quer dizer que vem antes, assim, como RE, TRANS, A e COM. Se grudarmos, prefixos na palavra FORMAR, teremos, diferentes palavras com diferentes sentidos, assim como REFORMAR, TRANFORMAR e CONFORMAR.
Emília, juntamente com Pedrinho e Narizinho, resolveu testar seus novos conhecimentos, sobre os sufixos no substantivo PEDRA, primeiro ela retirou a dissidência da palavra, deixando só a raiz, e em seguida grudou o sufixo ARIA, formando assim a palavra PEDRARIA.
Depois, disso Emília prosseguiu na sua tentativa de formar diferentes palavras, muitas deram certas outras não. Percebeu então que haviam diferentes tipos de sufixo, o que ela estava usando era o sufixo de coleção, então vasculhou e descobriu o sufixo de dignidade e profissão. No fim, Emília formou 24 palavras derivadas de Pedra.
Dona Etimologia, explicou então que além dos sufixos próprios (que servem para fazer substantivos) existem também os sufixos que servem para fabricar verbos e enquanto explicava que o que ela acabou de aprender se chama derivação própria das palavras, a experta Emília por suas próprias conclusões (corretas) explicou que derivação imprópria é a que ocorre sem sufixação nem prefixo. 
O susto da velha
Admirada com a esperteza de Emília, Dona Etimologia continuou explicando que substantivos, adjetivos, preposições, conjunções e interjeições podem ser formadas com a ajuda dos sufixos e com o emprego de uma mesma palavra, mas dando a ela um sentido diferente, aproveitando, deu o exemplo de NARIZINHO, que é um simples diminutivo mas que pode se tornar nome próprio, com base nisso Pedrinho notou que muitos nomes próprios são nomes comuns apropriados e que toda classificação gramatical, deve considerar o contexto em que as palavras estão inseridas.
Dessa forma, dona Etimologia prosseguiu sua explicação com alguns exemplos, dizendo que muitos adjetivos podem virar substantivos e pronomes também assim como advérbios e outras palavras inflexíveis viram substantivos, e substantivos viram advérbios e também interjeições.
Explicou também que existem ainda outras formações de palavras como a justaposição, que nada mais é do que quando duas palavras se ligam para exprimir uma terceira coisa diferente de aglutinação, na qual uma das palavras perde um pedacinho para melhor fundir-se com outra e o hibridismo que significa mestiça, onde metade da palavra é grega e a outra é latina.
Gente de fora
Em meio a tantas coisas que aprenderam, viram que existem palavras exóticas com a origem de países estrangeiros e notou que muitas delas se difundiram com as palavras que já existiram naquele lugar, como as das tribos indígenas, formando assim uma língua bastante variada com palavras usadas até hoje no nosso dia a dia, mas com diferentes origens estrangeiras como a grega, hebraica, árabe, francesa, espanhola, italiana, inglesa, africana, russa, húngara, chinesa, da pérsia e da Turquia.
Desse modo vai se formando, e foi se formando, uma língua que nunca para e está sempre em evolução. Mas é claro, que ela varia muito, de forma que uma mesma palavra tem diferentes significados e diversas formas de ser pronunciada, coisa que muda de lugar para lugar, e se transforma com o passar do tempo. Entretanto, o fato de existir essas variações não significa que apenas uma está correta, os costumes, natureza e necessidades de expressão diferem de lugar para lugar e ambas estão corretas.
Nesse momento da explicação, Emília reparou que Visconde ainda não tinha voltado, se despediramentão de dona Etimologia e foram atrás dele, antes que ele arrumasse encrenca.
Nos domínios da sintaxe
Enquanto procuravam Visconde, foram parar no bairro da sintaxe e descobriram que esta era dividida em duas zonas, a Lexeologia, onde as palavras vivem soltas e a zona da sintaxe onde as palavras só andam em família, chamada de oração. Curiosos para entender, pediram explicação para Quindim, o rinoceronte, que disse a oração e uma frase que carrega o sujeito na frente e logo após vem o verbo com o atributo escondido dentro dele e por último o complemento. Explicou também que sem o sujeito e impossível formar uma oração pois é ele quem determina a frase e que o sujeito sempre será um substantivo ou uma frase que corresponde a um substantivo.
Conforme a explicação foi acontecendo, a dúvida ficou no que era um predicado, que é o que se diz do sujeito e por último aparecem os complementos que servem para completar a oração com o que falta dizer do sujeito ou a propósito o que ele fez ou faz, e como há vários modos de complementar, também existem vários complementos, como o complemento objetivo(ou objeto direto) que é uma vítima do que o sujeito faz ou do que acontece, ou o complemento terminativo(ou objeto indireto) que é exigido pela palavra que ele complementa, ou ainda o complemento circunstancial(ou adjunto adverbial) que não são exigidos pelas palavras que complementam, mas que servem para esclarecer melhor o assunto.
Continuou dizendo que existem muitos complementos circunstanciais de lugar, tempo, de modo, de fim, de distância, de preços e de dúvidas. Bem como o complemento atributivo (adjunto adnominal) que diz como é o substantivo que ele completa e é sempre formado por um adjetivo.
Ainda à procura de Visconde, encontraram a dona Sintaxe, que governa e dirige a concordância das palavras nas frases, esta resolveu explicar o seu trabalho “Forço o verbo a concordar sempre com o sujeito e o adjetivo a concordar com o substantivo. Também, não deixo que o pronome discorde do substantivo[...] Também tenho que cuidar dá colocação ou da ordem das palavras na frase’’. Tinha enorme preocupação em deixar as orações bem claras.
Empolgada, disse que usava várias regras, umas de ordem direta, onde colocava o sujeito antes do verbo, depois os complementos, seguidos pelos adjetivos e por último os substantivos que eles modificam, é ainda as palavras de ligação entre os termos que elas ligam. Outras de ordem indireta, com algumas regras. Uma delas é que o verbo deve vir antes do sujeito se a frase estiver na forma interrogativa. Nas frases optativas e imperativas, também põe o sujeito em seguida do verbo, explicou também que o adjetivo determinativo vem antes dos substantivos por eles determinados. Os pronomes oblíquos, e distribuídos de três formas diferentes: antes, no meio e depois do verbo.
Prosseguindo ainda com a conversa empolgante sobre o trabalho e as regras, dona Sintaxe explicou sobre pronome proclítico, que é o nome dado ao que vem antes do verbo, sobre pronome enclítico que é o que vem depois do verbo e ainda sobre o mesoclítico que vem no meio do verbo. 
As figuras da Sintaxe
A grande dama explica a Emília, Narizinho, Pedrinho e ao rinoceronte o que são as Figuras de Sintaxe, que são um grupo de figuras que a ajudam a manter as orações arrumadas.
Ela começa com o senhor Pleonasmo, cujo serviço consiste em reforçar o que a gente diz. Exemplo: Quando uma pessoa declara que VIU COM OS SEUS PRÓPRIOS OLHOS, esta usando um Pleonasmo. Caso dissesse somente que VIU já a idéia estaria completa. A expressão usada de maneira pleonástica fica mais forte. O Pleonasmo tem que ser discreto e exato, não se repete porque senão vira defeito.
Pleonasmo se retira depois de uma curvatura e a Dona Sintaxe continua a explicação apontando pra figura Elipse. A Elipse suprime da frase tudo quanto pode ser facilmente subentendido. GOSTO DE UVAS E VOCÊ, DE LARANJAS, a senhora Elipse corta duas palavras sem que o sentido mude. Sem o corte, a frase ficaria (EU) GOSTO DE UVAS E VOCÊ (GOSTA), DE LARANJAS, mais comprida e menos elegante.
Dona Sintaxe prosseguiu apontando para a Senhora Anástrofe, que inverte os termos da frase. Quando alguém diz ACABOU-SE A FESTA, em vez de dizer A FESTA ACABOU-SE, está usando do bom gosto da Anástrofe. Graças ao concurso das tais amigas, Dona Sintaxe consegue dar muita graça e elegância ás frases.
Emília acaba fazendo uma comparação entre Anástrofe e Catástrofe, se referindo a serem irmãs. Dona Sintaxe explica a diferença entre elas e que são irmãs por parte de pai somente: Anástrofe é formada de ANA (entre) e STREPHO (eu viro) que dá uma vira entre, e CATÁSTROFE é formada de KATA (debaixo) e o mesmo STREPHO (eu viro), que da vira de pernas pro ar. Mas ambas viram...
Entre conversas, Narizinho se refere à Dona Sintaxe como uma espécie de costureira. A mesma não concorda, dizendo que costureira propriamente não, mas sim de arrumadeira.
Dona Sintaxe quer que eles conheçam os Vícios de Linguagem, dos quais os preservam presos em gaiolas.
Os Vícios de Linguagem
Dona Sintaxe mostra aonde conserva os Vícios, presos em gaiolas como feras perigosas. A cadeia tinha grades nas janelas e toda dividida em cubículos, também gradeada. Dentro de cada um estavam o Barbarismo, o Solecismo, a Anfibologia, a Obscuridade, o Cacófato, o Eco, o Hiato, a Colisão, o Arcaísmo, o Neologismo e o Provincianismo.
Pedrinho nota que havia ainda um cubículo sem nenhuma fera dentro e pergunta qual estava ali. Dona Sintaxe explica que esse Vício já se reabilitou e anda solto pela cidade nova, só não tem licença de aparecer na cidade velha. Que era o Brasileirismo.
Emília começa a perguntar sobre cada um deles, se referindo ao primeiro como “cara de coruja”.
O Barbarismo, que estava a roer as unhas todo cabeludo, gosta de fazer as pessoas errarem na pronúncia e no modo de escrever as palavras. PORIBIR, SASTIFEITO, PÚDICO, PERCURAR, PERCISA ao invés de PROIBIR, SATISFEITO, PUDICO, PROCURAR e PRECISA são erros causados por esse cretino.
Emília passa para o próximo cubículo onde estava outro cara de coruja. Este é o Solecismo, outro idiota que faz mal á língua. Quando uma pessoa fala HAVIAM MUITAS MOÇAS NA FESTA, em vez de HAVIA MUITAS MOÇAS, esta cometendo um Solecismo. Outros exemplos: FUI NA CIDADE (FUI À CIDADE), VI ELE NA RUA (VI-O NA RUA), NÃO VÁ SEM EU (NÃO VÁ SEM MIM).
Emília passa para o terceiro cubículo e vê uma mulher com duas caras. Dona Sintaxe explica que é a Anfibologia, que faz muita gente dizer frases de sentido duplo, ou duvidoso, como ELE MATO-A EM SUA CASA. Em casa de quem, dele ou dela?
Dona Sintaxe explica que a próxima, uma mulher muito feia e preta que nem carvão é a Obscuridade, que faz as pessoas dizerem frases sem nenhuma clareza. 
No próximo cubículo, esta o Cacófato, que faz muita gente ligar palavras de modo a formar outras de sentido feio, como aquele sujeito que ouviu no teatro uma grande cantora e foi dizer a um amigo: ELA TRINA QUE NEM UM SABIÁ...
No sexto cubículo, estava um maluco barulhento. O nome dele era Eco, que faz muita gente formar frases cheias de latidos, ou com uma desagradável repetição de sons. O PÃO DE SABÃO CAIU NO CHÃO, late três vezes numa só frase.
O sétimo cubículo tinha um homem com cara de gago. Este era o Hiato, que faz muita gente formar frases com acentuação incômoda para os ouvidos. A AULA É LÁ FORA, quem fala essa frase esta sendo vítima desse senhor.
No oitavo cubículo havia uma mulher da qual era toda requebrada. Ela era a Colisão, que faz muita gente dizer frases cheias de consonâncias desagradáveis. ZUMBINDO AS ASAS AZUIS é um exemplo.
O nono cubículo era o Arcaísmo, que faz muita gente usar palavras que já morreram há muito tempo e que ninguém mais entende. No penúltimo cubículo tinha um homem muito chique, Dona Sintaxe explica que é o Neologismo, ele tem a mania de fazer as pessoas usarem expressões novas demais, e que pouca gente conhece. Emília acaba não concordando com isso e o solta.
No ultimo cubículo tinha umhomem da roça, que fumava seu pito, esse era o Provincianismo, que faz muita gente usar termos só conhecidos em certas partes do país. NAVIU, MÉNINO, MECÊ, NHÔ etc. esta cometendo Provincianismo. Emília também não concorda em deixar ele preso e o solta, alegando que ele esta trabalhando na evolução da língua.
Dona Sintaxe termina as explicações e Pedrinho pede para conhecer como as Orações se formam.
As Orações ao ar livre
As orações são frases que formam sentido.
Foram todos ao jardim e a Dona Sintaxe começa a explicar que um Período Gramatical é mais que uma Oração, é um composto de várias Orações. A Oração é uma banana e o Período é um cacho de bananas.
Os Períodos são compostos de três classes – Períodos SIMPLES, COMPOSTOS e COMPLEXOS. Período Simples é o que se compõe só de uma Oração. O Composto é o que se compõe de duas ou mais Orações. EMÍLIA SOLTOU O PRESO, MAS NÃO GANHOU NEM UM MUITO OBRIGADO. SOLTOU é verbo, MAS amarra a segunda Oração à primeira, GANHOU é verbo. Tem dois verbos na frase.
O VISCONDE ESTÁ COM MEDO, Período Simples pois só tem um verbo, o ESTÁ.
O RINOCERONTE, QUE É UM SABIDO, ESTÁ CALADO. Período Complexo, pois traz uma Oração pendurada em outra. É uma Oração que se for separada, não estraga o resto. QUE (pronome) é o gancho que pendura uma Oração à outra.
As Orações se classificam em Independentes, Principais e Subordinadas. A Independente forma sentido sem complemento nenhum. O PICA-PAU PICOU O PAU E FUGIU QUANDO VIU O QUINDIM, onde existem três orações no período. É Independente O PICA-PAU PICOU O PAU, FUGIU é a principal e QUANDO VIU O QUINDIM é Subordinada da principal. Oração principal é a que pensa que é Independente, mas não é, porque depende das outras para completar o que ela quer dizer. Outro exemplo: QUINDIM ESTÁ COM FOME PORQUE NÃO ENCONTROU CAPIM POR AQUI. QUINDIM ESTÁ COM FOME é a PRINCIPAL. Mas não fica bem sem o final da frase. A outra parte ajuda a completar a principal. Orações principais trazem sempre o verbo no modo Indicativo, Condicional ou Imperativo.
Dona Sintaxe continuou a explicação dizendo sobre a Voz Ativa, dando exemplo O GATO COMEU O PICA-PAU, aonde GATO é substantivo e PICA-PAU Objeto Direto. Isso é uma voz ativa. O PICA-PAU FOI COMIDO PELO GATO, PICA-PAU é sujeito e GATO um complemento, desse modo já é uma voz passiva. Objeto direto é aquilo que completa o sentido do Verbo diretamente.
Exame e Pontuação
Dona Sintaxe faz um exame para verificar se eles aprenderam. TIA NASTÁCIA FAZ BOLINHOS, QUE TODOS ACHAM MUITO GOSTOSOS. Tem 2 ORAÇÕES na frase. A Primeira é a Principal e a segunda é Subordinada. O sujeito da primeira é Tia Nastácia e da segunda Todos. Predicado da 1° é Faz Bolinhos e da segunda Acham muito gostosos. Complemento da primeira, Bolinhos, que é Complemento Objetivo do verbo FAZ. E QUE é o complemento Objetivo da segunda, que se refere a bolinhos.
Começa a apresentação dos Sinais de pontuação postos cada um em uma caixinha. As Vírgulas servem para indicar uma pausa (de leve) na frase. Ponto e Vírgula também servem para separar, mais com um pouco mais de energia. Dois-pontos separam a frase, porém com maior energia ainda.
Pontos finais separam de uma vez (cortam). A frase acabou. Pontos de interrogação (ganchinhos) servem para fazer perguntas. Pontos de exclamação servem para ‘espantar’ os outros (Oh! Ah!!! Ih!!!!). Reticências servem para indicar que a frase foi interrompida em certo ponto. 
Parênteses servem para encaixar numa frase alguma palavra, ou mesmo outra frase explicativa, que a gente lê variando o tom de voz e por ultimo mais não menos importante os Travessões, que servem no começo das frases que tem diálogo.
E o Visconde?
Tornava-se preciso descobrir o Visconde. A sua misteriosa "sumição", como dizia a boneca, vinha preocupando a todos seriamente. As informações obtidas eram poucas e vagas. O vigia da Senhora Anticonstitucionalissimamente contara que o tinha visto por lá com um Ditongo debaixo do capote, a espernear. Um Ditongo disse a Emília com ruguinhas na testa.
Quindim deu a ideia de irem ao bairro das Sílabas, que é onde moram os Ditongos. AS minúsculas silabazinhas dividem-nas em DITONGOS, SEMIDITONGOS, TRITONGOS e MONOTONGOS.
Havia por ali duas espécies de Ditongos — os ORAIS, que só se pronunciam com a boca, e os NASAIS, em que o som sai também pelo nariz, AI, AU, EI, EU, IU, OU, OI, UE e ui eram os Orais, ÃE, AM, EM, ÕE eram os Nasais. Mas Quindim, que conhecia todos os Ditongos de cor e salteado, estranhou não ver entre eles o mais importante de todos Ão, que era justamente o mais importante da família, desapareceu misteriosamente. 
O Visconde explicou para Emília que sofre do coração, e por isso se assusta com as palavras que trazem o tal Ditongo Ão. O coitado assusta-se como se o Ão fosse um tiro, ou um latido de cachorro bravo. . .
Disse e Emília, sem o Ão como é que a gente se arruma para, comprar um Pão? Fica Pao. . . E Sabão fica Sabao. . . E Ladrão fica Ladrao. . . Atrapalha a língua completamente. . . 
Passeio ortográfico
No bairro da ORTOGRAFIA os meninos encontraram uma dama de origem grega, que tomava conta de tudo. Quindim cumprimentou a senhora e disse que levou as crianças para conhecerem a vida daquele bairro, ela logo chamou eles para descer e ver como fazia com as letras, na formação escrita das palavras. Orthos e Graphia. Orthos quer dizer "correta" e Graphia quer dizer "escrita". Ela é, portanto, a Escrita Correta, ou a que ensina a escrever corretamente.
Antigamente o sistema de escrever as palavras era o SISTEMA ETIMOLÓGICO, o qual mandava escrevê-las de acordo com a origem. Isso trazia muitas complicações e dificuldades. 
 Por esse sistema, a palavra cisma, por exemplo, escrevia-se Scisma, com uma letra inútil, mas justificada pela origem. A palavra Tísica escrevia-se Phthisica, com três letras inúteis, sempre por causa da origem. Ditongo escrevia-se Diphthongo. De modo que havia uma enorme trabalheira entre os homens para decorar a forma das palavras — e trabalheira inútil, porque ninguém ganhava coisa nenhuma com isso lembrou Narizinho que só os tipógrafos eram mais usados. 
Todos os mais perdiam tempo e fósforo cerebral. Em consequência disso iniciou um movimento para mudar, para acabar com a ORTOGRAFIA ETIMOLÓGICA e pôr em lugar dela outra mais fonética, isto é, que só conservasse nas palavras as letras que se pronunciam. Esse movimento venceu, afinal, e acabou sendo sancionado por um decreto do governo, depois de muito estudado pela Academia Brasileira de Letras.
A dama grega levou os meninos para sua casa, onde havia uma bela coleção de letras e sinais gráficos letras MAIÚSCULAS, MINÚSCULAS, ACENTOS e outros sinais. Maiúsculo todas as primeiras letras das palavras que abrem os Períodos, e também em Maiúsculo a primeira letra de todos os Nomes Próprios.
Narizinho perguntou se era somente isso e a senhora a respondeu que não, que também usa Maiúsculas nos títulos, como Vossa Senhoria, Senhor Doutor, etc. E nos Epítetos, ou Alcunhas dos homens célebres, como Napoleão, o Grande; Guilherme, o Taciturno; o Tiradentes, etc. Uso-as nas palavras que designam divindade, como: o Eterno, o Todo-Poderoso. Uso-as em certos Nomes Abstratos, quando aparecem sob forma de pessoas, como nesta frase: O monstro vinha escoltado pela Ira, pela Traição e pelo Ciúme.
Acentos AGUDO (´) e o CIRCUNFLEXO (^). E ainda lido com outros sinaizinhos parecidos com os Acentos, como o TIL (~), o APÓSTROFO ('), a CEDILHA (,), que é uma caudinha no C, e o HÍFEN, OU o TRAÇO DE UNIÃO (-). 
Introduziram-se na língua outros Acentos, como o acento grave (‘), muito usado pelos franceses, e ainda o TREMA (••). Sou contra isso: quanto menos Acentos houver numa língua, melhor. A língua inglesa, que é a mais rica de todas, não se utiliza de nenhum Acento.
 Os ingleses são homens práticos. Não perdem tempo em enfeitar as palavras com bolostroquinhas dispensáveis, e palavras com H são de origem latina, Homem, Hoje ou Haver, por exemplo, tanto faz existir o H comonão existir. Emília ficou muito tempo de prosa com a dama grega, aprendendo as regras da Nova Ortografia.
Emília ataca o reduto etimológico
Emília dirigiu-se sozinha para o bairro onde a Ortografia Etimológica se havia entrincheirado. Entrou em uma casa para saber sobre a ORTOGRAFIA SIMPLIFICADA e chamou a palavra Subscrever, que estivera assistindo à cena. 
As razoes etimológicas acabaram-se. Estamos em tempo de fonéticas. A divisão das Sílabas será de acordo com a fonética, ou com os sons apenas. Vá avisar a todas. Já! . . . subscrever saiu correndo e exclamou Emília dando um pontapé no montinho de KK e YY e CH e mais letras mudas e dobradas que ficaram no chão. — Prontérrimo! Quero agora ver a cara da tal Ortografia Etimológica. . . 
Depois da tremenda revolução ortográfica da Emília, o Brasil ficou envergonhado de estar mais atrasado que uma bonequinha e resolveu aceitar as suas ideias. E o governo e as academias de letras realizaram a reforma ortográfica. Não saiu coisa muito boa, mas serviu. Infelizmente cometeram um grande deslize: resolveram adotar uma porção de acentos absolutamente injustificáveis. Acento em tudo! Palavras que sempre existiram sem acentos e jamais precisaram deles, passaram a enfeitar-se com esses risquinhos. O coitado do "ha" do verbo haver passou a escrever-se com acento agudo — "há", sem que nada no mundo justificasse semelhante burrice. E introduziram acentos novos, como o tal acento grave (`), que, por mais que a gente faça, não distingue do acento agudo (´). O "a" com crase passou a "à", embora conservasse exatamente o mesmo som! E apareceu até um tal trema (••), que é implicantíssimo. A pobre palavra "freqüência", que toda a vida foi escrita sem acento nenhum, passou a escrever-se assim: "frequência”! . . .
A língua é uma criação popular na qual ninguém manda. Quem a orienta é o uso e só ele. E o uso irá dando cabo de todos esses acentos inúteis. Note que os jornais já os mandaram às favas, e muitos escritores continuam a escrever sem acentos, isto é, só usam os antigos e só nos casos em que a clareza os exige. Temos, por exemplo, "fora" e "fora"7. O acento circunflexo serve para distinguir o "fora" advérbio do "fora" verbo. Nada mais aceitável que esse acento no O. O que vai acontecer com a nova acentuação é isso: as pessoas de bom senso não a adotam e ela acaba sendo suprimida. O uso aceita as reformas simplificadoras, mas repele as reformas complicadoras. Emília ficou radiante com as explicações de Quindim.
Epílogo
Quando Emília voltou para onde se achavam os meninos, viu-os em preparativos para o regresso. Estavam com uma fome danada.
Visconde Apareceu, disse Emília, que ele havia raptado o Ditongo Ão e escondeu-o em qualquer lugar e pediu para ele confessar tudo.
Declarou por fim o Visconde, desde que caiu no mar, naquela aventura no País da Fábula 8 ficou sofrendo do coração e muito sujeito a sustos. O Ditongo o fazia mal. Sempre que gritavam perto de dele uma palavra terminada em Ão, como Cão, Ladrão, Pão e outras, tinha a impressão de um tiro de canhão ou de um latido de canzarrão. Por isso veio a idéia de furtar o maldito Ditongo, de modo que desaparecessem da língua portuguesa todos esses latidos e estouros horrendos. 
Meia hora mais tarde já estava todos no sítio, contando ao Burro Falante o maravilhoso passeio pelas terras da Gramática.

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