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1 APOSTILA HISTÓRIA DA ARTE PROFESSORA: MEIRE DE FALCO 1 História da Arte Linha do Tempo o Pré-História Arte Pré-histórica o Idade Antiga Arte Egípcia Arte Grega Arte Romana Arte Paleocristã Arte Bizantina Arte Islâmica o Idade Média Arte Românica Arte Gótica o Idade Moderna Renascimento Maneirismo Barroco Rococó o Idade Contemporânea Neoclássico Arte Romântica Realista Impressionismo Expressionismo Cubismo Abstracionismo Fauvismo Construtivismo Surrealismo Dadaísmo Op Art Pop Art Instalação Interferência Cobra Futurismo Arte Naif Pintura Metafísica o Arte Brasileira Pré-História Arte Indígena Arte Colonial Arte Holandesa Barroco Missão Francesa Arte Acadêmica Semana de 22 Expressionismo Arte Naif 2 PRÉ HISTÓRIA A arte nasceu com o homem e deu-lhe a consciência de sua capacidade criadora, a possibilidade de imaginar. É muito importante lembrar que a arte revela o ser, independente de cor, religião, locais geográficos, independente de qualquer coisa. Se a arte não revela o ser ela não será arte. A arte é comunicação. Esse sistema de comunicação é sempre ligado a um processo histórico. A arte pressupõe um público. Mesmo que ela não seja feita para o público sempre haverá um que irá olhar. A arte é emissora e receptora, ela emite e recebe ao mesmo tempo. Na pré-história, o homem se tornou artista há 400 séculos ou 40.000 anos. Esse homem apareceu na fase da Pedra Lascada, em um período chamado PALEOLÍTICO (Paleo=Velho, Litico=Pedra). Esses homens tinham uma sensibilidade criadora incrível, habilidade e inteligência para a arte quase como os homens de hoje. Homens da pedra-lascada, homens primitivos, homens das cavernas tem o mesmo significado. Ha 4 milhões de anos antes dos homens paleolíticos já existia homem na terra quase como macaco. Dessa época não temos nenhum registro. Não sabemos o que eles fizeram, apenas que eles sobreviveram. De arte só sabemos a partir de 400 séculos atrás. Nesses 2 últimos milhões dos 4 milhões de anos agente já sabe que o homem se utilizava de pedras e de paus. O homem, com certeza, desde 4 milhões de anos atrás já usava um instrumento, porque o macaco como exemplo pega uma planta ou uma pedra para jogar em outro macaco. Então tudo isso o homem já devia usar. Só que transformar pedras em utensílios levou séculos. Primeiro ele pensou o que fazia com os seixos (pedras lascadas) ou com gravetos. A partir dai ele vai associar forma à função, criando assim o utensílio. A madeira por não ser resistente não durou para que pudéssemos ter como prova mas, os objetos de pedra permanecem até hoje. Esse objetos pessoais foram se aperfeiçoando. Com o aperfeiçoamento desses objetos iremos entrar no Paleolítico, época da pedra lascada. O mundo era totalmente diferente, os homens viviam em cavernas, a temperatura era baixa, sempre no gelo. Viviam em regiões que correspondem hoje a França, Espanha, Inglaterra, Alpes, Síria, Palestina, Norte da África, em plena Ásia, no Himalaia. Viviam em grupos bem grandes para se protegerem. A caça era abundante nessas regiões. Apesar de se chamarem homens das cavernas, eles pouco habitavam nelas. Ficavam muito mais do lado de fora, por serem sufocantes, malcheirosas, sem luz,e feias. Do lado de fora eles podiam ver a mudança do dia e noite, o que achavam fantástico e completamente inexplicável para eles. As cavernas eram mais usadas como abrigos das intempéries do que como moradas. Esses homens são chamados de primitivos, não por serem mais simples do que nós, porque eles foram os primeiros do local mais próximo de onde começou a humanidade. O processo de pensamento deles era muito complicado, muito complexo. 3 Existem milhares de pinturas rupestres (como são chamadas as pinturas das cavernas). Mesmo hoje vai ser chamada de “pintura rupestre” aquela pintura feita em tons crus, marrons, ocres. As mais importantes cavernas citadas na História da Arte são: Altamira na Espanha e Lascaux na França. São cavernas lotadas de pinturas rupestres. Antes do homem pintar os mamutes, bisontes, ele passava o dedo no pó da caverna e este nas paredes. Séculos depois ele vai pegar um osso e soprar o pó sobre sua mão na parede da caverna deixando a marca do contorno de sua mão nela. Depois começaram a pintar os animais sempre no fundo da caverna, em locais inóspitos, bem escondidos. Pintavam mamutes, bisontes (era como avô do elefante ou do boi). Esses locais eram bem inacessíveis e provavelmente subiam um em cima do outro para alcançarem. Foram descobertos vestígios de luz artificial, tochas recobertas de gordura animal, para poder iluminar o fundo da caverna. A explicação disso tudo é “a magia propiciatória”. O homem era monista, quer dizer, o mundo para eles era uma realidade só e única. Não separavam o visível do invisível. Não sabiam a diferença do mundo material do espiritual. Ele pintava o que via. Não sabia a diferença do real para o irreal. A magia propiciatória era o pintar e o matar o animal através do desenho, como se fosse uma mágica, não distinguindo o real do irreal. Essa pintura vai ser uma “pintura realística e figurativa” porque ele vai pintar tal qual ele vê. É a primeira vez que existe um estilo na história da arte. O homem pré-histórico desenhou muito bem os animais. Ele não desenhou nunca homens porque ele não queria matar outro homem dessa forma, do mesmo jeito que não pintava a flora. Ele precisava do outro homem para preencher aquela imensidão do mundo que estava totalmente vazia. Se ele tivesse um poder sobre outro homem isso iria causar muito medo. Ele precisava do animal para sobreviver e não do homem. Se ele não matasse o animal, ele morria. O animal dava a carne para ele se alimentar, a pele para ele se vestir,e os ossos para ele usar. O domínio técnico dos homens da caverna é surpreendente. Primeiro utilizou o dedo como pincel, depois o pincel bem rudimentar feito de pêlos e penas de animais. As cores empregadas eram ocre, vermelho, sépia. Essas cores eram devido aos materiais orgânicos de que eram feitas como: fibras, sangue, sementes, ossos carbonizados, carvão vegetal (que usamos até hoje). Não existia requinte por não haver intenção de fazer arte, decorar. O padrão de qualidade não difere do nosso hoje. É tão bom quanto os de hoje. O que difere são as idéias. Não iríamos pintar hoje com a finalidade de fazer magia propiciatória. A história da arte não é uma história de progressos de técnicas. É uma história de artistas, de pessoas em mutações, com criações, idéias (conteúdo e formas, mas mais de conteúdo), e não de técnicas. Você pode ter muita técnica mas se não tiver uma concepção artística dificilmente fará alguma coisa. As ferramentas rudimentares que usaram foram feitas com a mão. 4 A caverna de Lascaux foi descoberta em 1940, há pouco tempo, e é chamada a catedral das cavernas. Tem dezenas de representações de animais como: cavalos, vacas, bisontes, mamutes, touros pintados de tamanho natural e de corpo inteiro. Tem uma ordem entre as figuras que parecem um código de composição. Altamira, na Espanha, tem 2 metros de altura, 18 metros de comprimento e 9 metros de largura. Foi descoberta em 1879, ao acaso, quando um pai fazendo um picnic com sua filha, essa descobre um buraco que a leva a outras salas com muitos desenhos. Ela corre para avisar o pai e esse chama os peritos para estudar a caverna. Se não fossem os terremotos e os deslocamentos de terra que tamparam essas cavernas, não saberíamos nada sobre esses “museus do mundo”. E, como as tintas foram feitas com materiaisorgânicos, elas permaneceram até hoje. Nas cavernas do período paleolítico foram descobertas algumas simbologias inexplicáveis como o “quadrado”, que não existe na natureza. Obs. O auge do abstracionismo é fazer quadrado, porque não existe na natureza. Os cientistas não gostam de que sejam fotografados esses desenhos. Eles acham que podem ser desenhos referentes a extra-terrestres. É um estudo muito sério e não se sabe a realidade. É através do carbono 14 que se constata tudo da época pré-histórica, paleolítica. A arte é realmente a expressão de uma época. O pré-histórico da era paleolítica fez esculturas de figuras femininas em pedra, mulheres de seios enormes, ventre saltado e nádegas enormes, que seria a representação de mulheres grávidas, como “deusas da fertilidade”. É a conquista do pré-histórico de sua capacidade de representar as três dimensões. Outras formas de arte são as gravuras. Eles fazem incisões nas cavernas aproveitando os relevos para dar volume nos desenhos. Os retângulos, triângulos, quadrados, não se sabe como eles tinham conhecimento dessas formas. Nunca ele fizeram representação escultórica de macho, só da fêmea. Deve ser por causa da fertilidade. Começa o período neolítico, na pedra-polida, 8000 anos depois (dos 40.000). A temperatura era mais amena. Os homens abandonaram a vida nômade, porque com a temperatura amena podiam ficar mais tempo no mesmo local. Na época do paleolítico ficavam pouco tempo na caverna, pois esta começava a deteriorar, entrar água, amontoar um monte de ossos, sem deixar espaço para andar. Eles então largavam tudo lá e escolhiam outro lugar. Com o tempo mais estável eles passam a ter uma vida sedentária. O homem neolítico consegue o controle sobre a sua alimentação. Começa a plantar, a cultivar e se organizar socialmente formando aldeias. Nessas aldeias não tinha chefe, nem rei por não haver ainda uma hierarquia. A arte passa a ser feita do lado de fora na entrada das cavernas com o objetivo de serem vistas. Vai surgir as primeiras figuras masculinas. O homem será representado mais forte e mais alto do que a mulher. Não é mais uma magia propiciatória. A arte é feita pela arte. Pintam do lado de fora mostrando os atos da vida coletiva deles, como uma forma de leitura de suas vidas. Eram pinturas sobre a caça, como eles pintavam, etc. Assim vão documentar para as vidas futuras o que a sua comunidade fazia. Eles também começaram a dançar e a cantar. 5 O cantar era um ajuntamento de sons para cultivar os trabalhos coletivos do plantio e da colheita. Eles percebem que se derem as mãos e saírem cantando a colheita iria ser muito mais interessante. É a primeira mudança de estilo na história da arte. O homem passa de figurativo realista para a pintura geométrica. Tudo é geometrizado e certinho. Vai pintar de uma forma muito esquematizada e muito pior que o homem paleolítico. A arte neolítica dá um passo atrás pintando da mesma forma que a criança pinta hoje. As suas preocupações são outras. Passa a ser um ser social. Vai acontecer uma revolução social, artística econômica e política. Uma das coisas muito interessantes do homem pré histórico é quando ele toma consciência da dependência que vivia do bem e do mal. Ele percebe que tem uma coisa que domina e toma conta dele, que é a natureza. Ele percebe que a colheita não depende dele, mas de alguma coisa além dele. Ele pode cultivar e, de repente, não ter essa colheita por causa de uma chuva de granizo ou de uma tempestade. Ele percebe que quem rege o destino do solo é a natureza. Ele tem a concepção que existe um ser, benéfico ou maléfico, alguma a coisa a mais que é dono de tudo isso e que precisa tomar cuidado. A partir da consciência desse ser vai surgir a necessidade da crença e do culto. Começa então a surgir a religião para protegê-lo, ajudá-lo. Vão surgir também mitos, símbolos sagrados, cerimônias fúnebres, sepultamento. Vai aparecer tudo. Vão aparecer as primeiras esculturas dos “deuses”. Ex.: “deus da colheita” Não tinha ainda a definição de uma mulher para um homem. O sexo era um ato animal, e feito na posição (por trás) como os animais. Eram muito primitivos. Acha-se que a primeira plantação foi feita na região Mesopotâmica indo depois para o resto da Europa. Eles cultivavam trigo, cevada, ervilhas, lentilhas, papoulas, linho, maçãs, uvas, cenouras e nozes. Com certeza esse cultivo começou no oriente médio por causa do clima muito seco. O primeiro animal domesticado pelo homem foi o cão. Ele auxiliava na caça, era fiel, amigo. Depois domesticou o boi, o porco e a cabra que abastecia de carne, leite e fibra para tecido. A última animal a ser domesticado foi o cavalo porque eles se alimentavam dele. O cavalo como besta de carga só vai aparecer na idade do bronze e como montaria só no final da idade do bronze quase na Idade Média. Uma das atividades artísticas mais importantes do neolítico é a cerâmica. A cerâmica era super importante porque utilizavam-na para tudo. Ex.: prato. Vai existir a cerâmica crua e cozida. A cerâmica cozida era feita mais no período neolítico. Eles guardavam as coisas nas cerâmicas porque elas conservam a quentura. Depois da cerâmica é que vai surgir a madeira. Eles faziam para dormir uma grande cama de cerâmica em formato de barco para segurar o calor. Restaram apenas pedaços dessas peças e muitos desenhos desse período neolítico documentando isso tudo. No período neolítico é que o homem podia ter quantas mulheres quisesse e a mulher não. A mulher só poderia ter outro homem quando o dela morria. A mulher fica em casa cozinhando, tecendo e fazendo tarefas domésticas. O 6 homem sai para o campo para caçar e fazer a plantação. Na hora de colher a colheita a mulher e os filhos participavam. O homem não cozinhava. O único homem que cozinhava era o mágico da tribo para ele fazer rituais. Não vai cozinhar comida. Eles achavam que se o homem cozinhasse a comida seria uma comida envenenada. Durante séculos o homem vai ser proibido de cozinhar. Somente depois na Idade Média é que o homem vai aparecer cozinhando. Os grandes cozinheiros vão ser na época de Luís XIV, no Barroco. Eles passam a cozinhar a carne, não comendo mais carne crua e vão usar sal pela primeira vez. A idade do Bronze também foi descoberta por acaso, quando estavam fazendo uma fogueira em um acampamento quando, de repente, derreteram uma pedra que tinha cobre e estanho. Esses minérios derretidos formaram o bronze que quando esfriava endurecia rapidamente. Essa liga possibilitou modelar uma infinidade de coisas. Os utensílios ficaram bem melhores. No final da idade do bronze já não é mais considerado pré história. É quando eles fazem rodas, carros, etc. Uma grande descoberta sempre leva a outra grande descoberta. E, para finalizar, a Idade do bronze foi muito pobre artisticamente. A preocupação do homem na idade do bronze era em cima das descobertas técnicas, e utilitárias para a época, mais do que com a beleza. Obs. Vários pintores do século XX vão trabalhar em cima da história da arte primitiva, é o caso de Picasso. 7 MESOPOTÂMIA MESOPOTÂMIA: quer dizer em grego região entre os rios Tigre e Eufrates. Situada no Oriente Antigo. Foi tão importante quanto o Egito. Quando as civilizações européias ainda estavam na pedra polida, a Mesopotâmia já era uma civilização. Até a metade do século XIX pouco se sabia da Mesopotâmia. Tudo o que sabíamos sobre a Mesopotâmia era através da Bíblia. Em 1927 os arqueólogos, depois de muita procura, acharam a cidade de “Hur” que começou 5000 A.C..Tinham tesouros soberbos como os dos egípcios. A Mesopotâmia foi uma civilização fantástica como a Egípcia, só que eles não faziam como os egípcios que trabalhavam em pedras, eles trabalhavam com adornos (quesão tijolos pequenos de terra). Faziam tijolos pequenos um a um à mão, colocavam para secar e depois construíam palácios, sepulturas, etc. Com o passar do tempo essas construções não resistiram às mudanças e nada restou. Os rios Tigre e Eufrades inundaram toda a Mesopotâmia. Foi o dilúvio que a Bíblia comenta. Era como se tivesse acabado o mundo. Aparece Noé com seu barco e os animais para se salvar do dilúvio. A arte Egípcia teve poucas variações, enquanto a arte da Mesopotâmia teve muitas. Eles eram muitos povos como: caldeus, assírios, babilônios, fenícios, etc. Todos tinham uma forma muito diferenciada de falar, pintar, escrever, etc. O Museu do Louvre está lotado sobre as peças da cultura Mesopotâmica. Os arqueólogos descobriram vários montes chamados tells (téus) e que tinham lá no fundo tinham a civilização. Em 1927 eles escavaram os montes e descobriram as cidades da Mesopotâmia. Entre os muitos povos que faziam parte da Mesopotâmia, os Sumerianos foram os primeiros a dominá-la. As cidades eram independentes umas das outras, somente a força da religião era que unia todas elas. O culto aos deuses era muito forte. A religião era magia, tinha força de lei. Os templos para os sacerdotes era a construção mais bem organizada. Existia uma cidade chamada Uruqui, dos sumerianos, na Mesopotâmia. Nessa cidade tinha um templo fantástico todo branco, lindíssimo. No interior tinha tijolos bem pequenos e coloridos, surgindo aí a técnica dos mosaicos. Isso ocorre 5.000 A.C.. O sumeriano é o protótipo mais antigo das construções de dentro de casa. Durante 3.000 anos, ou seja até 2.000 A.C., todos os povos da Mesopotâmia fizeram as construções assim. Esse templo enorme que era equivalente a um prédio de 20 andares. Foi o local onde todos os povos como sumerianos, fenícios, etc, foram convidados para construir esse templo imenso. Os templos da Mesopotâmia que tinham esse formato chamavam-se Zigurat. Havia, no interior do Zigurat, os mosaicos. Tinha também só uma porta com uma escadaria que conduzia o povo a subir para rezar lá em cima, do lado de fora, onde estaria mais próximo de “deus”. Todos, escravos e não escravos, ajudaram na construção. Cada povo falava uma língua. Foi chamada de “TORRE de BABEL”, ninguém se entendia. 8 A invenção da escrita aparece na Mesopotâmia em +/- 3.000 A.C.. Os sinais da escrita ao invés de serem desenhados, foram gravados na argila. Quando a argila estava mole, eles pegavam um estilete em forma de cunha e gravavam na parede. É por isso chamado de cunheiforme. A escrita da Mesopotâmia (3.000 A.C.) vai bater mais ou menos com os hieróglifos egípcios, sendo completamente diferentes um do outro. A fase histórica é praticamente a mesma. É um passo enorme da Humanidade. Obs.: A civilização mexicana aparece bem depois de Cristo. Ex.: os Maias. A Mesopotâmia fica hoje mais ou menos onde estão os países Irã, Iraque. A arte era feita para “deus”, principalmente a escultura. A escultura era super importante, especialmente para os sumerianos. Tinha um curioso detalhe: a desproporção entre a cabeça e o corpo. A cabeça era cuidadosamente elaborada, bem feita, enquanto o corpo eles nem ligavam. Isso acontece porque para o povo sumeriano, principalmente o caráter, a alma das pessoas, estava no rosto e o corpo servia só de suporte. O material usado para fazer as esculturas era muito variado. Eles utilizavam pedras, mármore, gesso, concha marítima, sendo que estes dois últimos não duraram com o tempo. O branco dos olhos era feito de conchas. O azul era feito lápis-lasure. Os olhos eram enormes e bem expressivos, dando expressão de fé e serenidade. Os acarianos vão aparecer em 3.000 a 2.500 A.C.. É um povo interessante, guiados pelo rei Sargão. Dominam toda a Mesopotâmia e toda a Síria. São guerreadores mas não são grandes artistas. Eles copiam a arte sumeriana. Portanto a arte acariana é muito parecida com a arte sumeriana. O que vai ter de diferente são as famosas “estrelas” ou “estelas” que são as pedras desenhadas, gravadas ou esculpidas. Relembrando: Vão construir uma torre na Babilônia, chamada Zigurat para que as pessoas rezassem mais próximas de “deus”. A escrita chamava-se cuneiforme por ser em forma de cunha. A Mesopotâmia não ficou tão famosa porque o material usado nas construções não resistiu ao tempo por serem feitos de adobe (tijolinhos de pedra). Era uma cerâmica muito ruim. Descobriram que por baixo dos “tells” (montes) existia uma civilização fantástica. Era uma civilização tão rica quanto a do Egito. Eram povos unidos só pela religião. Kudurros eram os contratos feitos em pedra e escritos em cuneiforme. Era como os contratos de doações de terras. Os assírios eram tremendamente guerreiros e tinham um exército muito poderoso. Vão acabar com o primeiro Império Babilônico. Eles só não acabam com a cultura babilônica pois vão adquiri-la através da forma deles pintarem, escreverem, cantarem, e falarem. Vão implantar o terror na Babilônia. Assur é uma cidade muito famosa. Assurbanipal era o guerreiro imperador. Os assírios permaneceram na Babilônia de 1100 A.C. até 612 A.C. O poder deles chegou até o Egito. Eles chegaram a dominar o Egito e a Fenícia. O que eles produziram de arte era somente ligado às guerras e aos reis. A arquitetura era pomposa, grandiosa, imperial, gigantescas. Para construí-las pegavam cidades inteiras, prendendo as pessoas e fazendo atrocidades com elas. Fizeram desses escravos os construtores das grandes cidades. 9 O assírio foi o pior povo da antigüidade. A moradia dos monarcas eram obras arquitetônicas fantásticas só que construídas com tijolinhos de barro. Muito do que sabemos vêm de pergaminhos desenhados. Não sobrou um monumento pronto, somente o Zigurat. Os egípcios ao contrário do que se pensa não só tinha os escravos como pessoas do próprio povo que ajudavam nas construções faraônicas. Não fazia o povo de escravo só para construir para eles. Os assírios pegavam a população e testavam a resistência dos velhos e crianças para ver quem conseguiria ficar mais tempo sem comer. Através dos escravos eles sabiam a resistência que eles precisavam ter. Fizeram transplante de córnea, por ex.: pegavam 2 irmãos e arrancavam o olho de um para colocar no olho do outro. Tudo isso para estudarem a ciência. Deixaram tudo por escrito, auxiliando séculos mais tarde com esses conhecimentos. Fizeram imensos tambores de cerâmica cheios de água para testar também a resistência das pessoas sob o sol fortíssimo com a água subindo. Depois testavam a resistência sem dar comida e depois sem dar água também. O rei Sargão da Síria, construiu um palácio com uma muralha. Essa muralha tinha sete portas e era ao redor do palácio medindo 300 hectares, o que seria mais ou menos 10.000 m2. Tudo isso foi erguido em apenas 6 anos por causa do trabalho escravo. Pegavam milhares de escravos até eles resistirem. Quando não resistiam mais substituíam por outros. A muralha tinha a altura de um prédio de 8 andares. Eles utilizavam números cabalísticos como o 7 e o 14. A cabala vai aparecer muito na Mesopotâmia e no Egito. Nesse palácio eles faziam rituais para o demônio. Isso também vai aparecer no Egito. O Rei Sargão cultuava essa coisa do mal. Ajudava os seus sacerdotes a cultuar o mal. O mal era que ajudava e não o bem. Não acreditavam em outra vida. O palácio do Sargão tinha 300 salas. Tem uma maquete no British Museum. Tinha 97 pátios, 10 salas de tronos, 22 salas de recepção, armazéns, celeiros, 77 quartos, 17 dormitórios de empregados e 7 banheiros. Tinha um enorme harém com 37 camas. Essas 37 moças desse harém não eram as preferidas. Tinha o super harém com 7 preferidas. As outras 37 ficavam na expectativa de algum dia serem chamadas. No grande Zigurat eles rezavam para que suas conquistas fossem sempre maiores. Na arte assíria o quemais se destacou foi o relevo. Tem um relevo famoso que é “A leoa ferida”, está no museu do Louvre e era do Palácio do Assurbanípal. Eles quase não pintavam, eles faziam relevo e arquitetura. Nos próprios registros das esculturas é que constatam que eram guerreiros e cruéis. Sempre mostra o horror, mortandade, matança em massa, tortura, cativeiro, trabalho forçado. Eles não escondiam essa crueldade. Somente em Ninive é que Assurbanípal mandou fazer baixos relevos, para seu descanso, onde tudo parecia ser bem tranqüilo. Ele realmente ele vai colocar essa tranqüilidade através dos relevos de árvores frondosas, músicos tocando, pássaros, lagos, mulheres passeando. No museu do Louvre você poderá ver esses relevos. Na síria, principalmente, vai aparecer a primeira propaganda onde o rei sempre aparece vencendo e os povos caindo e morrendo. Eles colocam só os assírios como vencedores, embora 10 muitas vezes eles fossem os perdedores. O rei é o vencedor e todo o resto da humanidade perdedor. Todos os povos tinham medo deles. Em 612 A.C. os assírios foram destruídos pelos MEDOS (médos). Eles vieram da Ásia e junto com os babilônios que ainda restavam eles destruíram os assírios e reconstruíram a Babilônia que é chamada depois de Néo-Babilônia. Daí a Babilônia vai ser mais uma vez a mais esplêndida cidade do Oriente. Os jardins suspensos da Babilônia vão ser reconstruídos. Os jardins da Babilônia eram feitos de flores de várias cores sendo que, eram distribuídas por vários patamares debaixo para cima, azul, violeta, amarela e branca. Tinha um sistema de irrigação no qual a água passava por todos os patamares. A flores e folhas eram da mesma cor. Ex. No patamar azul, o caule, a folha e flor eram azuis também. Eram sete patamares. Tinha um platô na parte lateral, na época da Néo-Babilônia, onde eles plantaram grama e flores em um lugar completamente árido, inóspito, graças a irrigação. Mais tarde os judeus foram estudar como eles fizeram essa irrigação para resolver esse problema na terra deles. Quando Siro, rei da Pérsia, bem mais tarde dominou a Babilônia, destruiu tudo com exceção do Zigurat por considera-lo um marco muito forte. Foi o fim do esplendor da Babilônia. A única pintura que foi registrada da Mesopotâmia é a cidade de Ur. Em UR eles gostavam tanto de ouro que faziam muita jóia usando também muito rubi, esmeralda, e ouro vermelho que mandavam buscar no mundo inteiro. Eles obrigavam as mulheres a usar ouro. As solteiras usavam um bracelete no braço, um grande colar e uma pulseira também na perna. Em todos os museus do mundo você vai encontrar essas jóias. Quando essas moças casavam elas passavam a usar somente o bracelete no braço com ouro de 2 tons sem rubis e esmeraldas. Tiravam o colar do pescoço porque elas não estavam mais presas aos pais e sim ao marido. Aí começou o cinto da castidade. Elas colocavam um cinto no quadril, feito também em ouro, quando os maridos saiam de casa para guerrear, ou outro motivo, para indicar que o homem não estava em casa. Não era um cinto como o de castidade ainda, era só apoiado no quadril e não tinham pedras preciosas. As pedras eram usadas só nas solteiras. Após casar o marido é que representava as pedras preciosas, sendo portanto tiradas dos cintos. Só na Idade Média é que surgiu o cinto de castidade do jeito que conhecemos. Quando o homem era solteiro (mas noivo) ele tinha um grande anel no dedo anular. Quando eles casavam passava para o outro dedo anular da mão esquerda. O anel era tão grande que ocupava o dedo todo sem poder dobrá-lo. Depois é que vai surgir mais tarde a aliança. Na Mesopotâmia é que vai aparecer o esmalte pela primeira vez. Eles usavam uma substância vermelha que eles tiravam de uma árvore que hoje não existe mais. Era uma árvore parecida com romã. Era uma substância orgânica que eles maceravam até conseguir o vermelho, misturando também com outras substâncias. Ficava na unha por um ano. Na realidade era uma tinta, pois só hoje é que denominamos esmalte. Todo homem e mulher casada tinham que usar nos pés e nas mãos. 11 Quando ficavam viúvos tinham que pintar as unhas de preto. As mulheres viúvas tinham que casar 3 meses depois que o marido morria. Tinha uma fila de homens esperando porque o marido deixava toda a herança para a mulher e não para os filhos. A casta da Mesopotâmia, qualquer um caldeu, assírio, qualquer povo, as viúvas tinham que casar. Ela é que iria decidir se dava ou não a herança para os filhos, dependendo se estes eram bons ou não. Até 18 anos os filhos eram considerados crianças só podendo guerrear, mas não podiam ter nada. A mulher não tinha direito sobre a herança enquanto o marido estava vivo. Essa lei vai vigorar todo o tempo na Mesopotâmia. O homem viúvo não tinha que cumprir essa lei. Todos esses povos de uma forma ou de outra eram guerreiros. Obs.: Na antiga Babilônia é onde se encontra Saddam Hussein hoje. 12 EGITO Tudo no Egito é feito para a eternidade. A arte é totalmente feita para a eternidade. O Egito tem sido considerado desde a mais remota antigüidade o berço da civilização. Enquanto a Europa era completamente bárbara, todo mundo se matando, passando do Paleolítico para o Bronze, o Egito já estava totalmente com a civilização feita. Os mestres gregos estudaram no Egito. A arte e civilização Egípcia duraram 40 séculos. Ela começou mesmo como civilização em 5.000 A.C. e chegou ainda como civilização organizada egípcia até 30 A.C. Ela continuou depois, mas como civilização forte até 30 A.C. O Egito é uma espécie de oásis no centro de uma região desértica. É um vale estreito cheio de montanhas nos dois lados. Dos lados tem dois dos maiores desertos do mundo Saara e Núbia. A alma do Egito era o Nilo, “rio deus”, que tornava as terras férteis graças às inundações periódicas. Nessas terras férteis eram cultivados os cereais, especialmente o trigo que fazia daquele país no meio desértico o celeiro da antigüidade. A primeira civilização egípcia no 5o. milênio, anterior às dinastias dos faraós eram divididos em clãs familiares. Não tinha dinastias e nem faraós. As dinastias vão surgir depois desses grandes clãs. Era uma organização social simples. Na arte egípcia sempre vai ser exaltado o sentimento de morte e eternidade. A arte egípcia é toda dirigida para a religião, sendo uma arte simbólica e convencional. A arte egípcia é extremamente regular, simétrica, equilibrada e geométrica. Após se formarem as dinastias, quando surgem os faraós, os aspectos sociais, econômicos, culturais e religiosos eram o seguinte: O comércio, do qual viviam muito da venda do ouro, cereais, era exercido pelos faraós e seus funcionários. A indústria da época como: manufatura de papiros, os moldes belíssimos, as armas, as cerâmicas, os tecidos, as jóias eram todas concentradas no domínio real ou dos templos. Não podia existir nada fora do domínio do faraó ou dos sacerdotes. A arte e a ciência eram muito avançadas para a época. Só os sacerdotes ou amigos dos sacerdotes é podiam exercê-las. Para controlar as águas do Nilo foram erguidas obras hidráulicas de represamento e irrigação. Durante a época das inundações, os trabalhadores interrompiam o trabalho agrícola quando grande parte da população estava disponível para as grandes construções. Não era só trabalho do escravo, mas de todo o povo. O Egito foi dividido em Alto e Baixo. Toda construção do Egito é feita de pedra proveniente das abundantes jazidas que existem no Egito. As Pirâmides e as Mastabas são túmulos onde residem os mortos. Os Templos também são monumentos colossais. São todos monumentos faraônicos e todos de pedra para durarem para a eternidade. Quem vivia nos templos eram os ricos Sacerdotes e Faraós. E nas Pirâmides, os mortos,mas sempre para os faraós ou pessoas da família dele. Os mais pobres eram enterrados em uma vala comum. 13 As habitações da classe média eram na periferia, feitas de pedra e o telhado de palha. Depois vinham os trabalhadores do campo que tinham uma casa razoável, e os escravos que moravam em palhoças como se fossem animais. Existe um estilo egípcio tão forte que durante milênios não vai mudar nada. Ficou 5.000 anos sem mudar nada na escultura, pintura, porque não era permitido. A arte egípcia estava tão ligada ao país que, assim que o Egito começa a acabar a sua arte acaba também. Até 30 A.C. o Egito vale a pena enquanto arte e civilização. A partir daí começa a decadência do estilo e arte Egípcia. No estilo egípcio existiam leis muito rigorosas que não podiam nunca ser mudadas. Os artistas tinham que aprender bem cedo o estilo. O artista tinha que aprender que sempre que fosse pintado o homem e a mulher, o homem tinha que ser mais alto que a mulher. Os homens tinham que ter a pele mais escura que a da mulher. O patrão tinha que ser maior que a esposa, os filhos e os criados. Eles tinham paixão por pele clara. Elas tomavam banho de leite de cabra para ficarem bem brancas. Quanto mais branca, mais valiosa ela era. O egípcio tem uma mistura com preto. Toda pintura egípcia tem a lei da frontalidade, o que quer dizer que sempre a figura humana vai ser representada com o rosto de perfil, olho de frente, tronco de frente, os braços e pés de perfil para melhor representar as características da pessoa. É a lei do ver melhor. As mãos eles fazem sempre sobre o joelho, o que significava a força que a pessoa tinha. No Egito existiam escolas de arte cuja função era formar artistas. Só que eles tinham que aprender tudo: anatomia, lidar com tintas, com cores, lei da frontalidade, até fazer hieróglifos. Mas o artista não podia passar disso, não podia criar nada. As regras passavam de geração a geração sem nenhuma renovação. A arte egípcia ficou 3000 anos sem mudar nada. O artista tinha que saber mitologia e ser anônimo. Ninguém podia saber quem tinha feito o trabalho pois o artista não podia assinar. Um texto escrito por um artista, em hieróglifos, sobre uma pedra, foi descoberto mais tarde, sobre o que achava dele próprio como artista do novo império: “Conheço o segredos das palavras divinas, conheço a conduta das festas. Sei toda a magia que pratiquei sem que nada me escapasse. Nada do que se refere à esse assunto de magia me é oculto. Sou chefe de todos os segredos dos rituais cabalísticos. Vejo Ra em suas manifestações. Sou um artista excelente em minha arte. Um homem acima do comum por meus conhecimentos. Conheço a pose da mulher, a postura de quem lança o arpão, o olhar de alguém à seu auxiliar, conheço a flor, conheço o amor, sou um artista!” Ele se valorizava. É uma demonstração que o pintor estava insatisfeito. Conhecia tudo, mas era um mero artista ignorado. Era uma demonstração de revolta. Existiam muitos ofícios no Egito: escultores que faziam esculturas em pedra e madeira; joalheiros que faziam jóias fantásticas, sem exagero, braceletes, anéis e miniaturas de jóias vistas só com lupa. Eles tinham uma espécie de feira, onde seria o Cairo hoje,.onde colocavam os produtos sobre as mesinhas, prateleiras para vender ou trocar por comida, bebida, etc. 14 Desde o começo da pré-dinastia a arte egípcia era completamente ligada à morte. Para o egípcio a morte não é um acontecimento triste, é meramente uma transição para uma outra dimensão. Eles acreditavam profundamente na imortalidade da alma. Acreditavam na vida eterna. Eles acreditavam que a alma continuava a viver, só que com as mesmas necessidades terrenas. O corpo do morto não podia ser tocado, surgindo com isso a mumificação. Nas primeiras dinastias, eles sabiam que a pessoa que morria só ficaria contente se tivesse tudo o que tinha em vida e que gostasse junto com ele. Ex: Um faraó que ia ser enterrado e que gostasse de bailarinas, estas iriam ser enterradas vivas junto com ele. Elas iam com vontade pois significava uma honra. Jóias, comidas, etc. também era colocado junto ao morto. É porisso que existia muita riqueza nos túmulos. Com o passar do tempo, nas outras dinastias não era levado ninguém mais vivo para ser enterrado. Nos primeiros 2 milênios iam todos juntos. O faraó era mumificado e em seguida colocado na pirâmide junto com as pessoas que gostava, vivas, para depois fechar a pirâmide. Depois da mumificação não podiam mais tocar no morto pois a sua alma poderia ficar perambulando por milhares de séculos. Dentro da pirâmide o morto iria “ascender” para se encontrar com “deus”. Na mumificação era cortada a cabeça, os membros ( braços, pernas) deixando só o tronco. Eles limpam tudo o que tem dentro do tronco e enchem de bucha, de trapo, algodão. Daí eles costuram tudo novamente. Colocam uma solução de ácidos e sais aromáticos deixando o corpo banhado nisso por (+/-) 6 meses a 1 ano. Só depois é que tiram o corpo dessa solução e não se sabe como secavam esse corpo. Depois eles montam tudo novamente e estará pronto para ser enterrado nas pirâmides. Na realidade ninguém nunca mais conseguiu fazer mumificação. Obs: No Vaticano tem uma múmia egípcia que está parte desenrolada podendo ver até a carne e um pouco do cabelo. A mumificação era feita em toda casta do faraó, até nos ajudantes dele. Os escravos e os trabalhadores não eram mumificados porque era muito caro fazer a mumificação. Os egípcios levavam tudo aquilo que o morto gostava para o túmulo a fim de que a alma continuasse a gozar de tudo o que eles gostavam enquanto vivos. Era uma continuação da vida terrena. Eles tinham uma obsessão pela imortalidade da alma. O faraó era convicto de que se a mulher dele fosse enterrada junto, não daria continuidade a sua dinastia. Elas tinham que continuar casando com o filho, ou o faraó com a filha, ou outro parente. Eles não tinham a mesma concepção moral que nós temos. A parte política e econômica do faraó era também muito importante para que a mulher do faraó desse continuidade. Eles também esculpiam um outro corpo, feito em pedra, igual ao do faraó, só que um pouco mais idealizado, bonito, mais jovem, na sua plenitude, que ficava ao lado da múmia. Se esta fosse violada o faraó teria um outro corpo. Esta escultura sempre vai ter o rosto esculpido idealizado, mas com as características do faraó. A múmia depois de pronta nunca mais poderia ser vista e nem tocada. Ela então, seria colocada na pirâmide e esta bem fechada. Se ela fosse profanada a alma iria ficar sofrendo pelo resto da eternidade. Para evitar que fossem tocadas, roubadas e profanadas é que iriam ser colocadas em monumentos colossais que seriam as 15 pirâmides. O túmulo é a pirâmide, e a estátua do morto que era colocada ao lado da múmia é chamada hoje em dia de “o duplo”. A etimologia da palavra pirâmide: É uma palavra de origem grega onde “piro” quer dizer fogo e “amid” quer dizer está no centro, isto é, fogo está no centro. A pirâmide é um tipo de construção que proliferou no Egito muito mais do que se pensa, e em alguns lugares da terra também. Tem pirâmide na China, na América do Sul, Central, Peru, México, etc. Em todo o mundo aparece pirâmides feitas em épocas diferentes. Na terceira dinastia, no Egito, foi construída a primeira pirâmide, que é a primeira pirâmide dos degraus. Foi construída em Sacara. Ela tem 121 metros de base e 60 metros de altura. Dois séculos depois foram construídas as famosas pirâmides de Quéops, Quefrém e Miquerinos, na planície de Gisé, no Egito (que hoje é o Cairo). Não há um consenso de como foram construídas as pirâmides. A pirâmide de Quéops é a maior das 3, tendo 146 metros de altura, a base é do tamanho do “Maracanã”. Na construção foram empregadas 2.600.000 blocos de granito e calcário. Cadabloco pesa de 2 a 20 toneladas. Na região não haviam pedras. Esses blocos eram trazidos de uma região há 1000 km de distância. Esse local onde existiam pedras se chamava Assuã. Onde hoje tem a famosa represa de Assuã. Gisé, local onde foram construídas as pirâmides, é um altiplano rochoso (que não se mexe). Desde 3500 A.C. até hoje não houve nenhum terremoto, construção. Está tudo perfeito até hoje. Eles pensaram muito antes de construírem as pirâmides. Os historiadores acham que a forma mais certa daquelas pedras chegarem seria através de barcos pelo Rio Nilo, onde cada barcaça levaria 2 pedras amarradas embaixo da água para que ficassem mais leves. Só que durante todos esses séculos nenhuma pedra foi encontrada no Rio Nilo. Não existe nenhum elemento de ligação como o cimento ou argamassa para unir ou sustentar essas colunas de pedras nas pirâmides. Os blocos eram sobrepostos somente através de cálculos matemáticos absolutamente precisos. Para esses blocos ficarem sobrepostos perfeitamente encaixados, eles tinham que ser polidos de uma forma manual. Hoje somente o raio lazer conseguiria deixar a superfície tão lisa. Essas pirâmides eram totalmente racionais. “O vértice da grande pirâmide corresponde ao polo e o perímetro do Equador, na escala exata. Cada lado da pirâmide foi projetada para corresponder a curvatura de 1/4 do hemisfério norte.” Algumas pirâmides eram fechadas no topo e outras abertas. Existem muitas portas falsas e corredores falsos que não levam a nada para, só para proteger o faraó. Obs: Há 6 anos atrás saiu na Geográfica Universal, que os franceses fizeram um buraco próximo à base, na lateral, e deixaram cair uma ferramenta, a qual flutuou. Não tinha nenhuma gravidade. Após muitas pesquisas descobriram que em Maio a cada dois anos naquele local não tem gravidade. Quando descobriram a pirâmide de Quéops já não tinha mais nada dentro, pois já tinha sido violada. 16 Todas as 3 maiores pirâmides e as outras 70 que tinham no Egito já tinham sido violadas e roubadas. Os historiadores acham que as pirâmides foram construídas através de montes de terra ao lado da construção para apoiar as pedras para serem erguidas. Até hoje as construções são um mistério. As construções civis perto das pirâmides, quase nada restou até hoje. Elas não eram tão importantes quanto os templos. O que ficou de melhor está localizado perto das pirâmides. A pirâmide de Quéops tem uma força, uma energia, que tudo que está localizado próximo num raio de 200 metros não morre, não apodrece, mumifica. Se for colocado água quente sob o sol, esta ficará gelada. As moradias descobertas próximas às pirâmides eram construídas em alvenaria e pedra. Todas tinham terraço com cobertura. Os moradores passavam a noite no terraço tocando música, cantando. Não chovia nunca. Eram todos de classe média. As janelas eram abertas para o pátio interno. Depois das pirâmides o que existe de mais fantástico é Karnak e Luxor, são dois templos ligados entre si localizados na cidade de Tebas. Estando no Cairo pega-se um avião às 5hs. da manhã até Tebas. Uma distância como se fosse de São Paulo à Salvador. É um calor infernal. Esses templos foram construídos através de 3000 anos. O templo é do tamanho de Manhattan. Do outro lado do Nilo está o outro templo da rainha Hasétsud. Foi uma rainha poderosa que conseguiu unir o alto e o baixo Egito. O palácio era fantástico. Ela era uma rainha faraó. Tinha silos de cajal, 150 leitos para os maridos, porque era feito para a eternidade. Técnica da pintura Egípcia: Tudo o que os egípcios desenhavam, faziam primeiro o esboço em pedras arenosas chamadas de ostrakas (porque a pedra parecia com uma concha). A partir desse esboço eles elaboravam a obra definitiva sobre a parede, muro, madeira. Primeiro eles faziam um reboco grosso sobre a parede, depois passavam uma massa fina de gesso sobre o reboco. Pegavam um pincel fino feito de bambu e desenhavam no gesso ainda úmido. Após secar colocavam a cor. A pintura não tem nenhum efeito de luz e sombra, era chapada, cores planas. A cor vermelha era dada pelo óxido de ferro. Faziam com goma arábica e clara de ovo. O azul era feito com o pó raspado do lápis lázure e misturavam também com goma arábica, clara e um pouco de óleo de amêndoa. A mitologia egípcia lida muito com o demônio. A lua era o demônio para eles. O sol era o divino. Na iluminação da arquitetura egípcia não há quase janela, ela só aparece excepcionalmente. Nos templos egípcios a iluminação é importante porque vai haver uma abertura para passar a luz do sol somente no que for divino, propositadamente, sobre as esculturas dos deuses, que estão dentro da pirâmide e que tem ligação com o sol. Os deuses que tem a ligação com a lua vão ser iluminados pela luz da lua. As esculturas estão sempre fechadas no escuro e só vão ser clareadas naquele momento quando a luz passa por aquela abertura. A luz vai ser feita pela mão do homem, por assim dizer, ele é que vai deixar iluminar o que ele quer. A organização da iluminação inteira dos templos era um verdadeiro “mis en cène”. 17 Os gregos foram estudar a iluminação dos teatros com os egípcios. Existia muito pouca madeira, não tinha andaime. Eles faziam buracos nas paredes, sem muita divisão, e com madeira para arrematar. Os buracos seriam as janelas com a função de projetar o canhão de luz ,“o sol”, em cima do que eles quisessem. E durante a noite eles tem outros buracos para passar a luz da lua, para iluminar os outros deuses. Tudo era muito sofisticado. Existia entalhes para o escoamento de águas pluviais. Só que lá não chovia, mas era feito como precaução para o dia que chovesse. Os Obeliscos vão ser importantes no Egito, que vem da palavra grega “obelos” que quer dizer coluna terminada em ponta. Eles erguiam o obelisco quando ganhavam uma guerra como se fosse um troféu. O faraó mandava fazer o obelisco de mandava deixar gravado o nome dele, ou então o nome do deus a quem tinha dedicado o obelisco. Isso é uma característica do antigo império. Geralmente todos os obeliscos vão ser para comemorar algum feito político ou alguma homenagem que o faraó desejava celebrar. Nunca foi compreendido como eles foram construídos. Eles eram altíssimos, feitos de mármore, colocados sobrepostos sem andaime, atingindo equivalente a um prédio de 10 ou 12 andares. Os historiadores acham que construíam rampas de areia ao lado até chegar na altura, ou uma espécie de catapulta para erguê-lo. Quando Napoleão foi ao Egito ele pegou aquele obelisco de Karnak e Luxor e levou até a praça da Concórdia, na França. Também tem um obelisco na praça Navona. Hoje em dia quase em todos os países tem obelisco do Egito. Hoje , no Egito, só tem quatro obeliscos. Todo o resto foi retirado. Alguns foram levados por estrangeiros conquistadores, ou foram destruídos por terremotos, ou afundados em solo. Em Karnak 10 obeliscos foram destruídos. Tem um obelisco muito bonito em Karnak, da rainha HATSEPSUT, que foi feito em sua homenagem medindo 42 metros de altura e nele está escrito tudo sobre a sua vida. Ela era uma faraó muito poderosa que uniu o alto e o baixo Egito. O seu palácio fica no Vale das Rainhas. Era uma rainha que tinha Silos de Cajal, de peruca, 150 leitos para os seus maridos. Tinha câmaras frigoríficas embaixo com mais de 200 animais, bois, cavalos, etc, abatidos congelados em conservação, no meio daquele deserto. A água do Rio Nilo vinha canalizada e quando chegava lá estava gelada conservando assim esses animais para o futuro da vida dela. Tinha mais de 200 pares de sapatos, sandálias. Ela foi sucessora do seu pai. Teve mais de 7 maridos. Viveu até mais ou menos 70 anos. Alguns maridos ela mandou matar e casou também com o filho dela. Obs: O Shampoo apareceu no Egito para a Hatsepsut que tinha um cabelo muito feio (por ser descendentede preto). Descobriram um shampoo e condicionador feito de papiro (que solta um sebo) e adicionaram flores para perfumar. Tinham cremes feitos de leite de cabra. Tomavam banho de leite para clarear a pele e a gordura era acondicionada em potes feitos de lápis lázure, também para a pele. Tinham sombra azul para os olhos e cajal para o contorno. Tingiam o cabelo de Rena, onde aparece pela primeira vez. A mulher realmente era muito bem conceituada na vida privada. Os maridos dividiam as tarefas, mesmo sendo faraó. O rei e a rainha apareciam abraçados. Muitas vezes aparece a rainha abraçando o faraó como se estivesse protegendo-o. 18 Tinha ourives que só faziam jóias para as mulheres. Muito metal, ouro, prata. Faziam muita coisa para o cabelo e usavam muito pente. Faziam muita coisa com formato de gato porque era um animal muito forte, misterioso, esperto, bonito, cheiroso para eles. O homem egípcio usava brinco de argola na orelha. No Metropolitan tem uma escultura de um homem egípcio com uma argola na orelha e pendurado nela um gatinho. Vai aparecer o FARAÓ AMENOFIS IV no novo Império que vai mudar completamente a religião e a arte. Ele briga com os sacerdotes porque estes estavam ganhando dinheiro vendendo fórmulas, inscrições para a vida eterna, livros dos mortos. Era uma indulgência daquela época. A religião estava virando um comércio. Então Amenofis IV disse que para ele só um deus era supremo o “ATON”, deus do sol. Ele disse que deus tem que ser só um. É a primeira tentativa do monoteísmo. Então ele vai mudar o seu nome para AQUENATON (onde sufixo aton é “deus do sol”) . Vai mudar também a arte não querendo que sigam mais a lei da frontalidade. E ele vai querer que o pintem sem idealizá-lo. Ele tinha uma cabeça bem comprida. O rei, a corte e a rainha foram esculpidos de forma realista, sem “endeusar” ou idealizar. A mulher dele era belíssima e se chamava NEFERTITE. Vai querer que suas filhas, ele e sua esposa ficassem bem natural nas esculturas, no colo, se abraçando. Antigamente isso jamais seria feito. Mostra a sua fragilidade humana, sendo pintado com bengala para se apoiar. São cenas domésticas. Vai ser a única vez que poderá ser visto isso no Egito, somente no Novo Império. Essas cenas em outros impérios eram consideradas um desrespeito com a família real e, para ele, o respeito era mostrar a realidade como ela era. Ele não vai ser reverenciado como um deus, mas como um homem. Esta arte vai ser de cunho realístico que vai durar por todo o reinado dele. A NEFERTITE, considerada “A BELA”, vai ter seu rosto muitas vezes esculpido. Vai ter um refinamento de etiquetas de como se portar socialmente, uma nova maneira de ser. Ele vai ser um revolucionário inovador que muita gente não vai gostar. Assim que ele morre tudo volta a ser como era. TUTANKAMON, sucessor de AMINOFIS, foi ser rei aos 9 anos de idade. Aminofis teve quase todas as filhas doentes, de cabeça comprida e eram bem magras. Os filhos não tinham condições físicas de serem faraós. Eles casavam muito entre parentes. O parente mais próximo vai ser Tutankamon com 9 anos e que irá morrer aos 18 anos. Não vai ser um faraó muito rico por ter sido faraó por pouco tempo. Esse túmulo dele no Vale dos Reis foi a maior descoberta arqueológica do Egito. Em 1922 Haward Carter chegou perto do Cairo e descobriu um sepulcro. Como ele era inglês, teve que escrever para a Inglaterra para saber se podia abri-lo ou não. Chegou lá, era uma porta lacrada e ficou esperando naquela época por mais ou menos 18 meses por uma resposta em carta vinda de navio pois não havia avião naquela época. Ele conseguiu a permissão e abriu a porta. Obs.: Tem um filme que conta essa história “A maldição da múmia”(?). Quando ele entrou na ante-sala com mais 3 britânicos e uns 20 egípcios, descobriram o maior sepulcro do século, até então nunca visto. Até ele chegar na última sala levou 6 anos cavando e descobrindo só maravilhas e riquezas. Só na antecâmara encontrou 700 peças, inclusive um rico trono de ouro. Tinha 2 estátuas de 2 metros de altura de ouro maciço, carruagens de ouro e prata. Vasos de 19 1,5m de alabastro. Muita coisa de coral, turquesa. Arcas repletas de roupas do tamanho de um container. A múmia real Tutankamon era protegido por 3 sarcófagos, sendo a última de ouro maciço. Está no museu do Cairo. Era uma época de esplendor da civilização egípcia. Quase todos os túmulos, 90 % foram violados, porque todos sabiam que tinha uma grande riqueza. Haward Carter ficou muito rico e muita coisa foi para a Inglaterra. O sarcófago, a múmia e algumas coisas ficaram no Egito. Muita gente começou a morrer de maneira estranha, outros de doença que mais tarde foi constatado fungo (manchas na pele que degenerava o tecido) por ter ficado 5000 anos fechado. Todos da expedição morreram. Ele foi o último a morrer. RAMSÉS II, sucessor de Tutankamon, é um grande faraó que vai ter uma grande autoridade imperial. Ele é um grande arquiteto e tudo o que construía era o mais alto. Estátuas de proporções gigantescas. Ele é da época do Novo império e depois Baixa Época. Ele vai fazer uma avenida como uma via expressa, perto da represa de Assuã, e 86 esculturas de aproximadamente 2 metros de altura cada ladeando a represa com um espaço entre elas de 1,2 metros. Teria mais ou menos 12 km. São esculturas todas em pedra, onde ele após morto passearia até o seu túmulo. Karnak e Luxor tem vários templos, os mais importantes foram construídos por Ramsés e Amenofis. Os dois templos mais importantes de Karnak e Luxor eram destinados aos deuses Amon e Rá e ligados entre si por uma monumental avenida. A pintura de Karnak e Luxor é o auge da pintura Egípcia. Karnak e Luxor são ricas em obeliscos. Levaram séculos para serem construídos e passava de faraó para faraó. As colunas mais importantes do Egito são as de Karnak e Luxor. É aqui que vai aparecer pela primeira vez no mundo as colunas. Os gregos vão até o Egito para aprender sobre as construções. Ao lado de Karnak e Luxor tinha um grande lago. Só quem podia entrar no templo de Karnak e Luxor eram os iniciados. Na primeira sala entrava o povo todo, na segunda sala o povo ficava do lado de fora e entravam só os iniciados e na terceira sala entravam os iniciados, o faraó, a faraó, os sacerdotes e a família toda. Lá eles ficavam trancados sempre (com números de final 7) como 17 semanas, ou 27 semanas, dependendo do que fossem fazer. Começavam as pesquisas de sexo, magia, como uma busca ou necessidade de se saber tudo. Os valores morais eram outros. Não são bacanais, como ocorria na Grécia, mas uma pesquisa séria. Faziam testes de mistura de sangue, sexo de todas as formas. Na busca de uma coisa que fosse melhor para eles. Depois de acabar toda essa reunião, após ficarem também um tempo em jejum, eles saíam e iam se limpar nesse lago, na lua cheia, onde todos estavam trajados de branco. Após tomar banho no lago eles deixavam a roupa suja lá e vestiam outra roupa branca, voltando novamente para o templo para dormir e no dia seguinte sairem de lá. Eles entravam no templo como uma procissão. Muitas vezes eles iam para Karnak e Luxor através do Nilo como se fosse uma imensa apoteose. O estudo dos deuses do bem e do mau era feito em Karnak e Luxor. Eles faziam até oferenda de crianças e de seus próprios filhos. 20 Depois da morte de Ramsés II começa a chamada Baixa Época, quando o Egito vai ser dominado pelos persas, assírios e aí nunca mais durante toda a antigüidade o Egito voltará a ser uma nação tão importante e independente como era. Depois dos persas chegam os gregos chefiados por Alexandre Magno, vindo da Macedônia. É o primeiro grego que chega a reinar o trono Egípcio. Aí vai aparecer o Marco Antônio, a Cleópatra. Ele vai fundar, à beira do Mediterrâneo, a cidade de Alexandria. Alexandria vai ser o encontrodas culturas ocidentais e orientais, que são a grega e a egípcia. É a tentativa de uma coexistência entre o estilo egípcio que é próprio, único, e o grego com aquele escândalo artístico, com toda a sua beleza. Surge então esculturas híbridas com rosto grego e corpo egípcio. Aos poucos as formas artísticas passam a conviver cada uma com seu mundo próprio. A escultura grega vai ser independente da escultura egípcia. Entre 332 A.C. até 30 A.C., os gregos permanecem no Egito. Cleópatra em 30 A.C., última dos Ptolomeus suicida-se depois de ser derrotada pelos romanos. Estes brigam com os gregos e com os egípcios. Vão lutar com Cleópatra e ela vendo que vai perder pega uma cobra venenosa deixando-a picar e morre. A ruptura final da tradição egípcia cultural, como essas pinturas, esculturas que estamos costumadas a ver, o fim do Egito como civilização, vai ocorrer no IV século da nossa era quando o Cristianismo está no auge. Quando o Cristianismo chega para valer no IV século, vão acabar todos os templos egípcios, vão quebrar quase tudo o que existia aí e na Grécia. Eles não vão aceitar nenhum outro deus, pois “Cristo” é um só deus. No século XIX, Champollion, sábio francês, consegue decifrar os hieróglifos e com isso ele vai permitir que a arqueologia dê um salto fantástico no século XIX. Numa visão retrospectiva da história de civilização e da cultura que esse povo alcançou, mostra o legado para o mundo futuro, tanto nas artes e nas ciências, como na organização política e social. O Egito foi a primeira nação a centralizar os poderes do Estado em uma só pessoa, o faraó. Eles desenvolveram a matemática, a astronomia, a química, fizeram um calendário solar, um mapa dos céus. Na medicina, os médicos egípcios especializaram em realizar um trabalho de grande valor na descoberta de droga para dor e nas doenças. Tinham uma espécie de antibiótico que era quase que a penicilina nossa. Não deixaram a fórmula. No setor cirúrgico as maiores conquistas deles foram fantásticas, como por exemplo a mumificação que foram se aperfeiçoando durante milênios. Hoje só ruínas restaram, porém para “Mali”, elas parecem que possuem vida. Elas nos falam da glória de uma nação de um povo que não queria morrer, mas que infelizmente morreu. Tudo o que eles fizeram foi para a eternidade. 21 ARTE GREGA O termo “clássico” surgiu na Grécia. Vamos usar o termo “estilo clássico” quando se quer dizer de beleza, excelência. E, quando se fala em “antigüidade clássica” , estamos nos referindo a Grécia e Roma e nunca ao Egito. Os antigos gregos,seja pelo idioma grego que falavam, pelos costumes ou pela religião deles, se sentiam diferentes dos outros povos. Os gregos dividiram a humanidade em duas partes: os “Helenos” que eram os habitantes da Grécia e os outros eram chamados de “Bárbaros”. A essência do Helenismo era, na realidade, social e cultural. O grego, entre todos os povos do mundo antigo, é o que realmente vai refletir o espírito do homem ocidental. O “homem” de hoje é o Grego. Nenhuma outra Nação no mundo teve tão forte devoção pela liberdade e uma crença tão firme nas realizações humanas. O grego dava muito valor ao Homem. Os gregos glorificavam o homem como a mais importante criatura do universo. Eles recusavam a se ajoelhar diante de deus porque o homem era considerado mais importante. O homem é o centro de todas as coisas e do universo. No Egito acontecia exatamente o oposto. Os gregos exaltavam a razão de uma forma tal que eles conseguiam superar a fé. E é por causa disso que existem tantos deuses. Os deuses tinham que ter a forma humana. “Nada em excesso”, é o lema do grego que quer ver tudo claramente, simplesmente e sem adornos. Por conseqüência, tanto a escultura quanto a arquitetura encarnavam os ideais de harmonia, ordem, moderação e proporção, significando “nada em excesso”. Os gregos não procuravam nem o paraíso e nem o inferno. Os deuses gregos tinham feições humanas porque a beleza estava na forma do ser humano. Foi nessa civilização que surgiu OMERO, ARISTÓTELES, SÓCRATES, FIDIAS, ICTINOS, PLATÃO (que escreveu “A República”), PITÁGORAS (dizem que ele deu o nome de “filosofia” à filosofia), PÉRICLES e muitos outros para quem o homem era a medida para todas as coisas. A partir do homem você constrói tudo. A arquitetura grega é a mais familiar de todas para nós do que qualquer outra arquitetura de qualquer época no mundo. As casas não tinham a menor pretensão de serem muito suntuosas. Os Templos eram fantásticos e super importantes. As casas não eram importantes porque eles não tinham reis e nem governantes. Fizeram magníficos prédios, chamados “templos”, para protegerem as estátuas dos deuses. Esses templos famosos eram como se fossem esculturas para eles. Tudo muito bem organizado, bem feito, proporcional, e sempre construídos em locais elevados acima das cidades, nas Acrópoles (que quer dizer acima das cidades). Platão falou o seguinte sobre os templos: “O templo deverá ser um ponto visto à distância e em aberto. É uma verdadeira elevação à virtude, ao amor e ao prazer de ver”. 22 O Grego tinha que se maravilhar com tudo, que era o caminho da virtude. Ele tinha que ver só beleza. A estética vai aparecer aqui, na Grécia. Enquanto a arte egípcia é uma arte ligada ao espírito, a arte grega liga-se à inteligência, pois os seus reis não eram deuses, mas seres inteligentes e justos que se dedicavam ao bem-estar do povo. A arte grega volta-se para o gozo da vida presente. Contemplando a natureza, o artista se empolga pela vida e tenta, através da arte, exprimir suas manifestações. Na sua constante busca da perfeição, o artista grego cria uma arte de elaboração intelectual em que predominam o ritmo, o equilíbrio, a harmonia ideal. Eles tem como características: o racionalismo; amor pela beleza; interesse pelo homem, essa pequena criatura que é “a medida de todas as coisas”; e a democracia. ARQUITETURA As edificações que despertaram maior interesse são os templos. A característica mais evidente dos templos gregos é a simetria entre o pórtico de entrada e o dos fundos. O templo era construído sobre uma base de três degraus. O degrau mais elevado chamava-se estilóbata e sobre ele eram erguidas as colunas. As colunas sustentavam um entablamento horizontal formado por três partes: a arquitrave, o friso e a cornija. As colunas e entablamento eram construídos segundo os modelos da ordem dórica, jônica e coríntia. - Ordem Dórica - era simples e maciça. O fuste da coluna era monolítico e grosso. O capitel era uma almofada de pedra. Nascida do sentir do povo grego, nela se expressa o pensamento. Sendo a mais antiga das ordens arquitetônicas gregas, a ordem dórica, por sua simplicidade e severidade, empresta uma idéia de solidez e imponência - Ordem Jônica - representava a graça e o feminino. A coluna apresentava fuste mais delgado e não se firmava diretamente sobre o estilóbata, mas sobre uma base decorada. O capitel era formado por duas espirais unidas por duas curvas. A ordem dórica traduz a forma do homem e a ordem jônica traduz a forma da mulher. - Ordem Coríntia - o capitel era formado com folhas de acanto e quatro espirais simétricas, muito usado no lugar do capitel jônico, de um modo a variar e enriquecer aquela ordem. Sugere luxo e ostentação. Os principais monumentos da arquitetura grega: a) Templos, dos quais o mais importante é o Partenon de Atenas. Na Acrópole, também, se encontram as Cariátides homenageavam as mulheres de Cária. b) Teatros, que eram construídos em lugares abertos (encosta) e que compunham de três partes: a skene ou cena, para os atores; a konistra ou orquestra, para o coro; o koilon ou arquibancada, para os espectadores. Um exemplo típico é o Teatro de Epidauro, construído, no 23 séc. IV a.C.,ao ar livre, composto por 55 degraus divididos em duas ordens e calculados de acordo com uma inclinação perfeita. Chegava a acomodar cerca de 14.000 espectadores e tornou-se famoso por sua acústica perfeita. c) Ginásios, edifícios destinados à cultura física. d) Praça - Ágora onde os gregos se reuniam para discutir os mais variados assuntos, entre eles; filosofia. PINTURA A pintura grega encontra-se na arte cerâmica. Os vasos gregos são também conhecidos não só pelo equilíbrio de sua forma, mas também pela harmonia entre o desenho, as cores e o espaço utilizado para a ornamentação. Além de servir para rituais religiosos, esses vasos eram usados para armazenar, entre outras coisas, água, vinho, azeite e mantimentos. Por isso, a sua forma correspondia à função para que eram destinados: - Ânfora - vasilha em forma de coração, com o gargalo largo ornado com duas asas; - Hidra - (derivado de ydor, água) tinha três asas, uma vertical para segurar enquanto corria a água e duas para levantar; - Cratera - tinha a boca muito larga, com o corpo em forma de um sino invertido, servia para misturar água com o vinho (os gregos nunca bebiam vinho puro), etc. As pinturas dos vasos representavam pessoas em suas atividades diárias e cenas da mitologia grega. O maior pintor de figuras negras foi Exéquias. A pintura grega se divide em três grupos: 1) figuras negras sobre o fundo vermelho 2) figuras vermelhas sobre o fundo negro 3) figuras vermelhas sobre o fundo branco ESCULTURA A estatuária grega representa os mais altos padrões já atingidos pelo homem. Na escultura, o antropomorfismo - esculturas de formas humanas - foi insuperável. As estátuas adquiriram, além do equilíbrio e perfeição das formas, o movimento. No Período Arcaico os gregos começaram a esculpir, em mármores, grandes figuras de homens. Primeiramente aparecem esculturas simétricas, em rigorosa posição frontal, com o peso do corpo igualmente distribuído sobre as duas pernas. Esse tipo de estátua é chamado Kouros (palavra grega: homem jovem). 24 No Período Clássico passou-se a procurar movimento nas estátuas, para isto, se começou a usar o bronze que era mais resistente do que o mármore, podendo fixar o movimento sem se quebrar. Surge o nu feminino, pois no período arcaico, as figuras de mulher eram esculpidas sempre vestidas. Período Helenístico podemos observar o crescente naturalismo: os seres humanos não eram representados apenas de acordo com a idade e a personalidade, mas também segundo as emoções e o estado de espírito de um momento. O grande desafio e a grande conquista da escultura do período helenístico foi a representação não de uma figura apenas, mas de grupos de figuras que mantivessem a sugestão de mobilidade e fossem bonitos de todos os ângulos que pudessem ser observados. Os principais mestres da escultura clássica grega são: - Praxíteles, celebrado pela graça das suas esculturas, pela lânguida pose em “S” (Hermes com Dionísio menino), foi o primeiro artista que esculpiu o nu feminino. - Policleto, autor de Doríforo - condutor da lança, criou padrões de beleza e equilíbrio através do tamanho das estátuas que deveriam ter sete vezes e meia o tamanho da cabeça. - Fídias, talvez o mais famoso de todos, autor de Zeus Olímpico, sua obra-prima, e Atenéia. Realizou toda a decoração em baixos-relevos do templo Partenon: as esculturas dos frontões, métopas e frisos. - Lisipo, representava os homens “tal como se vêem” e “não como são” (verdadeiros retratos). Foi Lisipo que introduziu a proporção ideal do corpo humano com a medida de oito vezes a cabeças. - Miron, autor do Discóbolo - homem arremessando o disco. Para seu conhecimento: Mitologia: Zeus: senhor dos céus; Atenéia: deusa da guerra; Afrodite: deusa do amor; Apolo: deus das artes e da beleza; Posseidon: deus das águas; entre outros. Olimpíadas: Realizavam-se em Olímpia, cada 4 anos, em honra a Zeus. Os primeiros jogos começaram em 776 a.C. As festas olímpicas serviam de base para marcar o tempo. Teatro: Foi criada a comédia e a tragédia. Entre as mais famosas: Édipo Rei de Sófocles. Música: Significa a arte das musas, entre os gregos a lira era o instrumento nacional. 25 ARTE ROMANA A arte romana sofreu duas fortes influências: a da arte etrusca popular e voltada para a expressão da realidade vivida, e a da greco-helenística, orientada para a expressão de um ideal de beleza. Um dos legados culturais mais importantes que os etruscos deixaram aos romanos foi o uso do arco e da abóbada nas construções. ARQUITETURA As características gerais da arquitetura romana são: * busca do útil imediato, senso de realismo; * grandeza material, realçando a idéia de força; * energia e sentimento; * predomínio do caráter sobre a beleza; * originais: urbanismo, vias de comunicação, anfiteatro, termas. As construção eram de cinco espécies, de acordo com as funções: 1) Religião: Templos Pouco se conhece deles. Os mais conhecidos são o templo de Júpiter Stater, o de Saturno, o da Concórdia e o de César. O Panteão, construído em Roma durante o reinado do Imperador Adriano foi planejado para reunir a grande variedade de deuses existentes em todo o Império, esse templo romano, com sua planta circular fechada por uma cúpula, cria um local isolado do exterior onde o povo se reunia para o culto. 2) Comércio e civismo: Basílica A princípio destinada a operações comerciais e a atos judiciários, a basílica servia para reuniões da bolsa, para tribunal e leitura de editos. Mais tarde, já com o Cristianismo, passou a designar uma igreja com certos privilégios. A basílica apresenta uma característica inconfundível: a planta retangular, (de quatro a cinco mil metros) dividida em várias colunatas. Para citar uma, a basílica Julia, iniciada no governo de Júlio César, foi concluída no Império de Otávio Augusto. 3) Higiene: Termas Constituídas de ginásio, piscina, pórticos e jardins, as termas eram o centro social de Roma. As mais famosas são as termas de Caracala que, além de casas de banho, eram centro de reuniões sociais e esportes. 4) Divertimentos: a) Circo: extremamente afeito aos divertimentos, foi de Roma que se originou o circo. Dos jogos praticados temos: 26 jogos circenses - corridas de carros; ginásios - incluídos neles o pugilato; jogos de Tróia - aquele em que havia torneios a cavalo; jogos de escravos - executados por cavaleiros conduzidos por escravos; Sob a influência grega, os verdadeiros jogos circenses romanos só surgiram pelo ano 264 a.C. Dos circos romanos, o mais célebre é o "Circus Maximus". b) Teatro: imitado do teatro grego. O principal teatro é o de Marcelus. Tinha cenários versáteis, giratórios e retiráveis. c) Anfiteatro: o povo romano apreciava muito as lutas dos gladiadores. Essas lutas compunham um espetáculo que podia ser apreciado de qualquer ângulo. Pois a palavra anfiteatro significa teatro de um e de outro lado. Assim era o Coliseu, certamente o mais belo dos anfiteatros romanos. Externamente o edifício era ornamentado por esculturas, que ficavam dentro dos arcos, e por três andares com as ordens de colunas gregas (de baixo para cima: ordem dórica, ordem jônica e ordem coríntia). Essas colunas, na verdade eram meias colunas, pois ficavam presas à estrutura das arcadas. Portanto, não tinham a função de sustentar a construção, mas apenas de ornamentá-la. Esse anfiteatro de enormes proporções chegava a acomodar 40.000 pessoas sentadas e mais de 5.000 em pé. 5) Monumentos decorativos a) Arco de Triunfo: pórtico monumental feito em homenagem aos imperadores e generais vitoriosos. O mais famoso deles é o arco de Tito, todo em mármore, construído no Forum Romano para comemorar a tomada de Jerusalém. b) ColunaTriunfal: a mais famosa é a coluna de Trajano, com seu característico friso em espiral que possui a narrativa histórica dos feitos do Imperador em baixos-relevos no fuste. Foi erguida por ordem do Senado para comemorar a vitória de Trajano sobre os dácios e os partos. 6) Moradia: Casa Era construída ao redor de um pátio chamada Atrio. PINTURA O Mosaico foi muito utilizado na decoração dos muros e pisos da arquitetura em geral. A maior parte das pinturas romanas que conhecemos hoje provém das cidades de Pompéia e Herculano, que foram soterradas pela erupção do Vesúvio em 79 a.C. Os estudiosos da pintura existente em Pompéia classificam a decoração das paredes internas dos edifícios em quatro estilos. Primeiro estilo: recobrir as paredes de uma sala com uma camada de gesso pintado; que dava impressão de placas de mármore. 27 Segundo estilo: Os artistas começaram então a pintar painéis que criavam a ilusão de janelas abertas por onde eram vistas paisagens com animais, aves e pessoas, formando um grande mural. Terceiro estilo: representações fiéis da realidade e valorizou a delicadeza dos pequenos detalhes. Quarto estilo: um painel de fundo vermelho, tendo ao centro uma pintura, geralmente cópia de obra grega, imitando um cenário teatral. ESCULTURA Os romanos eram grandes admiradores da arte grega, mas por temperamento, eram muito diferentes dos gregos. Por serem realistas e práticos, suas esculturas são uma representação fiel das pessoas e não a de um ideal de beleza humana, como fizeram os gregos. Retratavam os imperadores e os homens da sociedade. Mais realista que idealista, a estatuária romana teve seu maior êxito nos retratos. Com a invasão dos bárbaros as preocupações com as artes diminuíram e poucos monumentos foram realizados pelo Estado. Era o começo da decadência do Império Romano que, no séc. V - precisamente no ano de 476 - perde o domínio do seu vasto território do Ocidente para os invasores germânicos. MOSAICO Partidários de um profundo respeito pelo ambiente arquitetônico, adotando soluções de clara matriz decorativa, os masaístas chegaram a resultados onde existe uma certa parte de estudo direto da natureza. As cores vivas e a possibilidade de colocação sobre qualquer superfície e a duração dos materiais levaram a que os mosaicos viessem a prevalecar sobre a pintura. Nos séculos seguintes, tornar-se-ão essenciais para medir a ampliação das primeiras igrejas cristãs. 28 ARTE PALEOCRISTÃ Enquanto os romanos desenvolviam uma arte colossal e espalhavam seu estilo por toda a Europa e parte da Ásia, os cristãos (aqueles que seguiam os ensinamentos de Jesus Cristo) começaram a criar uma arte simples e simbólica executada por pessoas que não eram grandes artistas.Surge a arte cristã primitiva. Os romanos testemunharam o nascimento de Jesus Cristo, o qual marcou uma nova era e uma nova filosofia.Com o surgimento de um "novo reino" espiritual, o poder romano viu-se extremamente abalado e teve início um período de perseguição não só a Jesus, mas também a todos aqueles que aceitaram sua condição de profeta e acreditaram nos seus princípios. Esta perseguição marcou a primeira fase da arte paleocristã: a fase catacumbária, que recebe este nome devido às catacumbas, cemitérios subterrâneos em Roma, onde os primeiros cristãos secretamente celebravam seus cultos.Nesses locais, a pintura é simbólica. Para entender melhor a simbologia: Jesus Cristo poderia estar simbolizado por um círculo ou por um peixe, pois a palavra peixe, em grego ichtus, forma as iniciais da frase: "Jesus Cristo de Deus Filho Salvador". Outra forma de simboliza-lo é o desenho do pastor com ovelhas "Jesus Cristo é o Bom Pastor" e também, o cordeiro "Jesus Cristo é o Cordeiro de Deus". Passagens da Bíblia também eram ali simbolizadas, por exemplo: Arca de Noé; Jonas engolido pelo peixe e Daniel na cova dos leões. Ainda hoje podemos visitar as catacumbas de Santa Priscila e Santa Domitila, nos arredores de Roma. Os cristãos foram perseguidos por três séculos, até que em 313 d.C. o imperador Constantino legaliza o cristianismo, dando início à 2a fase da arte paleocristã : a fase basilical. Tanto os gregos como os romanos, adotavam um modelo de edifício denominado "Basílica" (origem do nome: Basileu = Juíz) , lugar civil destinado ao comércio e assuntos judiciais. Eram edifícios com grandes dimensões: um plano retangular de 4 a 5 mil metros quadrados com três naves separadas por colunas e uma única porta na fachada principal. Com o fim da perseguição aos cristãos, os romanos cederam algumas basílicas para eles pudessem usar como local para as suas celebrações. O mosaico, muito utilizado pelos gregos e romanos, foi o material escolhido para o revestimento interno das basílicas, utilizando imagens do Antigo e do Novo Testamento. Esse tratamento artístico também foi dado aos mausoléus e os sarcófagos feitos para os fiéis mais ricos eram decorados com relevos usando imagens de passagens bíblicas. 29 Na cidade de Ravena pode-se apreciar o Mausoléu de Gala Placídia e a igreja de Santo Apolinário, o Novo e a de São Vital com riquíssimos mosaicos. Em 395 d.C., o imperador Teodósio dividiu o Império Romano entre seus dois filhos: Honório e Arcádio.Honório ficou com o Império Romano do Ocidente, tendo Roma como sua capital , e Arcádio ficou com o Império Romano do Oriente, com a capital Constantinopla (antiga Bizâncio e atual Istambul). O império Romano do Ocidente sofreu várias invasões, principalmente de povos bárbaros, até que, em 476 d.C., foi completamente dominado(esta data, 476 d.c., marca o fim da Idade Antiga e o início da Idade Média). Já o Império Romano do Oriente (onde se desenvolveu a arte bizantina), apesar das dificuldades financeiras, dos ataques bárbaros e das pestes, conseguiu se manter até 1453, quando a sua capital Constantinopla foi totalmente dominada pelos muçulmanos (esta data, 1453, marca o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna). 30 ARTE BIZANTINA O cristianismo não foi a única preocupação para o Império Romano nos primeiros séculos de nossa era.Por volta do século IV, começou a invasão dos povos bárbaros e que levou Constantino a transferir a capital do Império para Bizâncio, cidade grega, depois batizada por Constantinopla.A mudança da capital foi um golpe de misericórdia para a já enfraquecida Roma; facilitou a formação dos Reinos Bárbaros e possibilitou o aparecimento do primeiro estilo de arte cristã - Arte Bizantina. Graças a sua localização(Constantinopla) a arte bizantina sofreu influências de Roma, Grécia e do Oriente. A união de alguns elementos dessa cultura formou um estilo novo, rico tanto na técnica como na cor. A arte bizantina está dirigida pela religião; ao clero cabia, além das suas funções, organizar também as artes, tornando os artistas meros executores.O regime era teocrático e o imperador possuía poderes administrativos e espirituais; era o representante de Deus, tanto que se convencionou representá-lo com uma auréola sobre a cabeça, e, não raro encontrar um mosaico onde esteja juntamente com a esposa, ladeando a Virgem Maria e o Menino Jesus. O mosaico é expressão máxima da arte bizantina e não se destinava apenas a enfeitar as paredes e abóbadas, mas instruir os fiéis mostrando-lhes cenas da vida de Cristo, dos profetas e dos vários imperadores.Plasticamente, o mosaico bizantino em nada se assemelha aos mosaicos romanos; são confeccionados com técnicas diferentes e seguem convenções que regem inclusive os afrescos. Neles, por exemplo, as pessoas são representadas de frente e verticalizadas para criar certa espiritualidade; a perspectiva e o volume são ignorados e o dourado é demasiadamente
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