Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Estrutura dos Carboidratos Prof.: Dr. Adilson da Costa Filho Estrutura dos Carboidratos Provavelmente, o primeiro agente utilizado para adocicar foi o mel. Alexandre, O Grande, introduziu na Europa o açúcar da cana-de-açúcar (sucrose), vindo do Oriente. Este foi o primeiro açúcar a ser cristalizado. Ironicamente, a fórmula deste açúcar se revelou uma das mais difíceis a ser determinada. Como a cana-de-açúcar é difícil de ser cultivada, na Europa procurou-se outros substituintes, que culminou com a industrialização do açúcar da beterraba, estabelecida em 1798 por Archaid. Maggrat (1747) cristalizou uma substância que foi reconhecida como distinta daquela da cana - de - açúcar e denominada de ―eine Art Zucker‖. Esta substância é hoje conhecida como glucose. A glucose é mais difícil de cristalizar do que a sacarose, o que dificultou sua industrialização. A glucose já tinha sido obtida anteriormente de várias outras fontes, principalmente da uva, e já era conhecida de Persas e Árabes. A referência ao açúcar da uva pode ser encontrada em manuscritos mouros, datados de 1150 e nos escritos dos alquimistas. A análise elementar da glucose permitiu determinar sua formula empírica: CH2O. Esta fórmula representa a origem do termo em francês ―hydrate de carbon‖, modificado para o alemão como ―kohlenhydrat‖ e para o inglês ―carbohydrate‖. A determinação do peso molecular (180) permitiu estabelecer a fórmula verdadeira da glucose: C6H12O6 (Tollens e Mayer, 1888). Franchimont (1879 e 1892) mostrou que a glicose tem 5 grupamentos hidroxilas acetiláveis. Esta observação, associada com a propriedade redutora da glicose, deram a fórmula: C5H7(OH)5-CO (ou C6H12O6). Kiliani (1886) mostrou que a glicose tem um grupo aldeído e possui seis átomos de carbono seguidos ou em arranjo linear, propondo a fórmula CH2OH-(CHOH)4-CHO. 2) Definição e abundância: Os açúcares são compostos adocicados? Relative sweetness of various carbohydrates fructose 173 invert sugar* 120 HFCS (42% fructose) 120 sucrose 100 xylitol 100 tagatose 92 glucose 74 high-DE corn syrup 70 sorbitol 55 mannitol 50 trehalose 45 regular corn syrup 40 galactose 32 maltose 32 lactose 15 * invert sugar is a mixture of glucose and fructose found in fruits. ―Carboidratos são compostos aldeídicos ou cetônicos com múltiplos grupos hidroxilas‖ Constituem os compostos orgânicos mais abundantes na Natureza a) Reserva energética, como o amido e o glicogênio. Os carboidratos tem como principais funções: b) Informação gênica, através dos ácidos nucléicos. Os carboidratos tem como principais funções: c) Estrutural, como a celulose, presente em parede celular de plantas e bactérias, e a quitina, presente no exoesqueleto de invertebrados. A celulose é o composto orgânico mais abundante na biosfera. O uso industrial de celulose foi estimado em 800 milhões de toneladas por ano (dados de 1975). Os carboidratos tem como principais funções: d) Reconhecimento celular e informação biológica, como nos casos dos carboidratos constituintes das glicoproteínas e dos proteoglicanos. Os carboidratos tem como principais funções: 3) Açúcares com diferentes quantidades de átomos de carbono O gliceraldeído e dihidroxicetona são os carboidratos mais simples. Aldoses derivadas de D-gliceraldeído com 4, 5 e 6 carbonos: Aldoses derivadas de D-gliceraldeído com 4, 5 e 6 carbonos: Aldoses derivadas de dihidroxicetona: Os açúcares formam hemiacetal Hemiacetal formation 5) Os açúcares ciclizam e formam anéis de piranose ou furanose 4) Os açúcares formam estereoisômeros Os açúcares formam estrutura em cadeira Dois tipos de isômeros são formados: e D-glicose cristaliza a partir de água e forma -D-Glcp; D-glicose cristaliza a partir de piridina e forma -D-Glcp Exemplos Ao colocar glucose em solução atinge o equilíbrio após certo tempo forma aberta Também pode formar furanose ou piranose -D-glucopiranose -D-glucofuranose OH O HOHC OH OH HOH2C OH O CH2OH HO OH OH Exemplos de açúcares com furanose ou piranose 6) Os açúcares se unem através da ligação glicosídica É a ligação entre o carbono anomérico com a hidroxila de um álcool. Quando um açúcar reage com a hidroxila de outro açúcar forma-se um dissacarídeo. Os açúcares permitem formar um maior número de variedades de tipos de unidades quando comparados aos aminoácidos Composição Produto Número de isômeros peptídeos oligossacarídeos X2 dímero 1 11 X3 trímero 1 176 Comparação entre o número de possíveis peptídeos e oligosacarídeos formados por aminoácidos e açúcares: *considerando apenas peptídeos na configuração L e oligossacarídeos piranosídicos na configuração D. Possibilidades: α Glc 1 2 Glc α Glc 1 3 Glc α Glc 1 4 Glc α Glc 1 6 Glc β Glc 1 2 Glc β Glc 1 3 Glc β Glc 1 4 Glc β Glc 1 6 Glc α Glc 1 1 Glc α α Glc 1 1 Glc β β Glc 1 1 Glc α 7) Como podemos determinar a estrutura de um carboidrato? Não existem etapas rígidas 1a etapa: Obtenção do carboidrato purificado 2a etapa: Determinar sua composição química. Quais os tipos e proporção dos monossacarídeos? Algum outro componente (sulfato, fosfato, etc ?) 3a etapa: Medida de sua rotação óptica-específica Pode ser útil no caso de composição simples Por exemplo, compostos contém apenas glucose composto desconhecido + 120o metil -D-glucopiranose + 120o metil -D-glucopiranose zero metil -D-glucofuranose -150o metil -L-glucopiranose -120o Este resultado pode ajudar a esclarecer o tipo de ligação ( ou ), tipo de anômero (D ou L) e forma do anel (piranose ou furanose). Mas pode não ser uma conclusão definitiva. 4a etapa: Isolar o monossacarídeo obtido por hidrólise ácida e determinar o tipo de anômero (D ou L), através da rotação óptica específica. Composto desconhecido: +70o D-glicose: +70o L-glicose: -70o 5a etapa: Posição da ligação glicosídica Oxidação com periodato O periodato (IO4 -) oxida ligações C- C com hidroxilas vicinais: OH — C O H C — O H C— OH H H — C — C—H OH H H— C— OH H NaBH4Redução com borohidreto de sódio: O CH2OH OOHHO 1 2 1 4 O CH2OH OH OHO 1 3 O O-CH2 OH OOHHO 1 6 O CH2OH OH O OH Oxidação com periodato em açúcares com diferentes posições de ligação glicosídica CH3OH CH3O OCH3 O O O O O O O O-CH2 O OCH3 OCH3CH3O 2,3,6 tri-metil derivado 2,4,6 tri-metil derivado 2,3,4 tri-metil derivado3,4,6 tri-metil derivado OCH3 CH2OCH3 OCH3OH OH CH2OH HO OH CH2OHCH2 OCH3 OCH3 H3CO OH CH2OH HO OH OHHO HO OH CH2OH OH CH2OH HO OH OHHO Metilação de açúcares com diferentes posições de ligação glicosídica Estrutura de um polissacarídeo mais complexo Os seguintes derivados metilados foram obtidos de um composto constituído exclusivamente por glicose: 2,3,4,6 tetrametil glicose – 10% 2,3,6 tri metil glicose – 80% 2,3 dimetil glicose – 10% Qual a estrutura deste polissacarídeo? É o glicogênio O CH2OCH3 OCH3 OCH3 O CH2OCH3 OCH3 OOCH3O O O CH2OCH3 OCH3 OCH3 O OCH3 OOCH3 O CH2OCH3 OCH3 OCH3 OCH3 Análise do glicogênio por Ressonância Nuclear Magnética Os polissacarídeos mais abundantes na natureza Celulose (-D-glucopiranose 14)n OH O CH2OHOH O n OH O CH2OH OH O n Amido e Glicogênio (-D-glucopiranose 14)n n NH CO CH3 O CH2OH OH O Quitina ( -D-N-acetil-glucosamina 14)n Fuc-CH 3 H1 H4 Fuc-CH 3 H1 H4 Estrutura da fucana sulfatada encontrada na matriz gelatinosa que recobre o óvulo do ouriço-do-mar Lytechinus variegatus Glicoproteínas Oligossacarídeos N-ligados às proteínas Oligossacarídeos N-ligados às proteínas Resíduos da galactose mas não do ácido siálico são reconhecidos pelas células do fígado Tipos de polissacarídeos: Estrutura de glicosaminoglicanos Estrutura de proteoglicanos Agregan de cartilagens Dissociação do agregan de cartilagens Algumas evidências da importância dos proteoglicanos para a integridade estrutural das cartilagens A remoção dos proteoglicanos reduz a rigidez da cartilagem auricular do coelho O tamanho das cadeias de glicosaminoglicanos, os constituintes dos proteoglicanos, diminuem na osteoartrose Origem + O tamanho das cadeias de glicosaminoglicanos podem ser analisadas por PAGE A importância dos proteoglicanos para a integridade estrutural das cartilagens Aplicação de pressão sobre a cartilagem Remoção da pressão Erro inato de sulfatação do condroitim sulfato da cartilagem auricular produz alterações ósseas significativas Conclusão Os carboidratos constituem um grupo complexo de moléculas, com ampla variação estrutural, e estão envolvidas nos mais diversos tipos de eventos biológicos. Antigamente eram consideradas como moléculas estruturais e de reserva. Hoje sabemos que estão relacionadas com a regulação de inúmeros fenômenos que ocorrem nos organismos vivos. METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS GLICÓLISE ―A GLICÓLISE (DO GREGO, GLYKOS, DOCE E LYSIS, ROMPER), TAMBÉM CHAMADA VIA DE EMBDEN−MEYERHOF−PARNAS, É A VIA CENTRAL DO CATABOLISMO DA GLICOSE EM UMA SEQUÊNCIA DE DEZ REAÇÕES ENZIMÁTICAS QUE OCORREM NO CITOSOL DE TODAS AS CÉLULAS HUMANAS.‖ CONSISTE NA CONVERSÃO DE UM MOLÉCULA DE GLICOSE (6C) EM DUAS DE PIRUVATO (2 X 3C) PARTE DA ENERGIA LIBERADA DA OXIDAÇÃO DA GLICOSE É ARMAZENADA EM ATP E NADH METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS GLICÓLISE COMPREENDE DUAS ETAPAS 1ª FASE PREPARATÓRIA: 5 REAÇÕES GLICOSE É FOSFORILADA POR DOIS ATP GLICERALDEÍDO−3−FOSFATO 2ª FASE DE ―PAGAMENTO‖: OS 2 GLICERALDEÍDO−3−FOSFATO OXIDADAS PELO NAD+ E FOSFORILADAS PRODUTOS DA GLICÓLISE: 2 ATP, 2 NADH E 2 PIRUVATOS GLICÓLISE METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS AS REAÇÕES DA GLICÓLISE SÃO TODAS CATALISADAS POR ENZIMAS PARA CADA GLICOSE SÃO CONSUMIDOS DOIS ATP NO PRIMEIRO ESTÁGIO NO SEGUNDO ESTÁGIO SÃO PRODUZIDOS 4 ATP E 2 NADH. GLICÓLISE - 1 METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS - ATIVADA PELA INSULINA GLICÓLISE - 2 METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS GLICÓLISE - 3 METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS GLICÓLISE – 4 e 5 METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS IMPORTANTE NA SÍNTESE DE TRIACILGLICERÓIS E FOSFOLIPÍDIOS ÚNICO QUE SEGUE A VIA GLICOLÍTICA GLICÓLISE - 6 METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS 1º COMPOSTO DE ALTA ENERGIA PRESENTE NOS ERITRÓCITOS REGULADOR DA LIGAÇÃO OXIGÊNIO X HEMOGLOBINA GLICÓLISE - 7 METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS GLICÓLISE - 8 METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS GLICÓLISE - 9 METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS 2º INTERMEDIÁRIO DE ALTA ENERGIA GLICÓLISE - 10 METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS FOSFORILAÇÃO AO NÍVEL DE SUBSTRATO FRUTOSE-1,6 BIFOSFATO ALANINA ATP PROTEÍNA QUINASE DEPENDENTE DE AMPc GLICEMIA GLUCAGON AMPc - + METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS RENDIMENTO ENERGÉTICO DA GLICÓLISE METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS DESTINO DO PIRUVATO METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS FERMENTAÇÃO METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS FERMENTAÇÃO METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS FERMENTAÇÃO METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS FERMENTAÇÃO METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS FERMENTAÇÃO METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS FERMENTAÇÃO METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS FERMENTAÇÃO METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS FERMENTAÇÃO METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS FERMENTAÇÃO METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS FERMENTAÇÃO METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS FERMENTAÇÃO METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS FERMENTAÇÃO METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS FERMENTAÇÃO METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS FERMENTAÇÃO
Compartilhar