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CONTESTAÇÃO A AÇÃO DE RESARCIMENTO

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EXMO (A) SENHOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE CRICIÚMA/SC
 Distribuição por dependência 
 Autos de n°0304198-45.2016.8.24.0020
 RENAN ALVES MACHADO, já qualificado nos autos em epígrafe, na forma prevista em lei, por meio de sua advogada constituída, ut mandato procuração em anexo, vêm à augusta presença de Vossa Excelência, apresentar: 
 CONTESTAÇÃO A AÇÃO DE RESARCIMENTO DE DANOS que lhe move; 
 FERNANDO GOMES, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
 BREVE RESUMO DA EXORDIAL:
 Aos termos da peça inicial, conforme os fundamentos de fato e de direito aduzidos:
Conforme consta do Boletim de Ocorrência data de 21/02/2012, por voltas das 17 hs, o veículo marca Ford Ka, placa XXY1234 de propriedade do requerente, envolveu-se em um acidente batendo no ciclista (requerido).
 Tendo o requerido ajuizado a presente ação afim de receber por perdas e danos.
Os fatos não ocorreram conforme consta da descrição do autor na peça inicial e das declarações contidas às folhas 02 dos presentes Autos, é o que veremos.
 PRELIMINARES:
 Excelentíssimo juiz verifica – se preliminarmente que o autor ajuízo a ação em comarca distinta da sua origem, e no caso também não ajuízo na comarca aonde ocorreu o fato, sendo este foro incompetente para devido analise, conforme cpc o artigo. 53 V que diz:
 Art. 53 É competente o foro:
V – de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves.
Tal ação é intempestiva sendo que está descumprindo o devido artigo do código do processo civil. 
DA ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM
A presente ação não deve prosperar, pois, o Contestante não é parte legítima para responder pelos danos, e sim seu colega que pegou o carro emprestado, como pode-se provar pelos fatos aduzidos.
Ocorre – se que no dia do acidente quem estava dirigindo o veículo Ford Ka era a pessoa de Roberto Luiz Silva, aonde testemunhas estavam no momento e podem afirmar a devida situação, sendo assim o requerente não é parte legitima na ação, conforme o art. 337 CPC
Art. 337 Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:
II – incompetência absoluta e relativa;
 Sendo que no dia que ocorreu os fatos o requerente estava em outra cidade, podendo provar por meio de comprovante de sua entra no hotel da cidade. Assim havendo a devida incompetência.
O artigo. 338 cpc traz também a ilegitimidade do réu, aonde deverá ser citado Roberto Luz Silva o condutor do veículo.
  Art. 338 Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) dias, a alteração da petição inicial para substituição do réu.
No mesmo sentido se tem entendimento do Tribunal:
TJ-SP - Apelação APL 9061559922006826 SP 9061559-92.2006.8.26.0000 (TJ-SP) 
Data de publicação: 28/07/2011 
Ementa: CIVIL E PROCESSUAL CIVIL ACIDENTE DE VEÍCULO RESSARCIMENTO DE DANOS ILEGITIMIDADE PASSIVA DO PROPRIETÁRIO DO VEÍCULO. 1. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência, ou imprudência, violar direito, ou causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano (art. 159 do Código Civil de 1916 ). 2. Pressuposto da responsabilidade civil é a existência de um comportamento do agente que, dolosa ou culposamente, cause prejuízo a outrem. Ausência dos requisitos legais. Ilegitimidade passiva ad causam reconhecida. Decisão reformada. Recurso provido. 
Assim, o requerido pugna pela sua exclusão do polo passivo substituindo- o pelo condutor do veículo, principalmente por não poder dar prosseguimento no processo pois não possui nenhum conhecimento sobre os fatos alegados e prejuízos sofrido pelo autor.
DA PRESCRIÇÃO:
 Conforme o art. 337 V ocorre que houve perempção da ação pois fato ocorreu na data de 21 de fevereiro de 2012, como o prazo para propor ação de reparação por danos morais é de 3 anos, por força do disposto no artigo 206, 3º, inciso V, do CC de 2002, e como o autor só ajuizou a petição inicial em 03 de março de 2016, a pretensão deduzida já estava fulminada pela prescrição. 
A doutrina, em sua grande maioria destaca o conceito de prescrição defendido por Clóvis Beviláqua, que:
 “é a perda da ação atribuída a um direito, e de toda a sua capacidade defensiva, em consequência do não-uso delas, durante um determinado espaço de tempo” (apud VENOSA, 2005, p. 597).
Cabe então a juiz com resolução do mérito decidir de oficio da prescrição, conforme o artigo. 487 cpc II que diz:
Art. 487 Haverá resolução de mérito quando o juiz:
II – decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição.
DO MERITO:
NÃO CARACTERIZAÇÃO DE RESPONSABILIDADE
 Não há que se falar em culpa do Reclamado, pois o mesmo não estava conduzindo o veículo, visto que, no boletim de ocorrência se o ciclista não realizasse tal manobra, o fato não ocorreria, a responsabilidade é única e exclusiva do contestado.
Ora, como pode o contestado atribuir a responsabilidade à Requerida, se
esta nem mesmo encontrava-se presente no momento do dano?
A pessoa de Roberto esteve sua frente cortada na rótula pelo ciclista (autor), nela não possuía nenhum tipo de sinalização, Roberto (condutor do veículo) já estava na rotula portando tem a sua devida preferência, conforme traz o código de trânsito no artigo 29, III ‘b’:
Capítulo III - DAS NORMAS GERAIS DE CIRCULAÇÃO E CONDUTA
O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação obedecerá às seguintes normas:
III - quando veículos, transitando por fluxos que se cruzem, se aproximarem de local não sinalizado, terá preferência de passagem:
b) no caso de rotatória, aquele que estiver circulando por ela;
Assim existindo culpa exclusiva do autor.
O autor, equivocadamente, atribuíram à causa a soma vultosa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) quando é sabido que este valor não deve ter característica econômica, pois segundo o art. 291 do Código de Processo Civil:
 “A toda causa será atribuído valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico imediatamente aferível’’.
O autor em nenhum momento fez menção do real valor relacionado com a materialidade da situação fática. Com isso, tal valor não se justifica, uma vez que o acidentado obteve todo o seu tratamento médico de forma gratuita através do Hospital Público. Por dano moral não há plausibilidade convincente, o acidente (evento danoso) ocorreu por culpa exclusiva da vítima, que concorreu diretamente para sua própria lesão.
A alegação ilusória do autor põe em dúvida a realidade dos fatos e prejudica a sua razão jurídica. Na presente ação o autor, devidamente representado por um defensor público, alega valor à causa sem materialidade jurídica. 
Assim, a demandada vem, a presença de Vossa Excelência, discordar do valor atribuído à causa pelo autor, vez que considera totalmente fora da realidade e contesta: para que a obrigação de indenizar seja devida, é imprescindível que seja demonstrado um dano preciso e concreto, além da existência concomitante dos seguintes requisitos: o prejuízo sofrido pela vítima, a ocorrência de uma conduta potencialmente danosa imputável a aquele de quem enseja à reparação. 
Em face do exposto, deve ser julgada improcedente a presente demanda, com condenação do AUTOR por litigância de má-fé e pagamento das custas do processo e honorários advocatícios sob o valor de 20% da causa. 
 DOS PEDIDOS:
Ante o exposto, requer: 
a) acolhimento das preliminares;
b) O reconhecimento da prejudicial de mérito que exige a extinção da ação por prescrição sem resolução do mérito;
 c) que a presente demanda seja julgada TOTALMENTE IMPROCEDENTE, com a condenação do autor em custas processuais e honorários advocatícios.
 d) Concessão do benefício da Assistência Judiciária Gratuita nos termos das Leis 1.060/50 e 7.115/83.e) sejam deferidos todos os meios de provas em direito admitidos, especialmente o depoimento pessoal do Roberto Luz Silva, com o endereço Av. Santos Dumont, 688, da cidade de Criciúma/SC, conforme citado nos fatos.
DAS PROVAS:
A produção de todas as provas em direito admitidas.
 Nestes termos,
 Pede deferimento.
Criciúma, 23 de maio de 2016.
 KARINE DA ROSA AGUIAR
 OAB/SC 13.981

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