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Unidade A vida do adulto jovem Estudo ESPECIAL Unidade A vida do adulto jovem Unidade 1: a vida do jovem adulto Aspectos do desenvolvimento psicossocial Concepções teóricas Modelos de crises normativas Representam uma típica sequência de desenvolvimento relacionada com a idade que continua durante todo o ciclo de vida adulto. A pesquisa sobre crises normativas constatou mudanças importantes e previsíveis na personalidade adulta. Destaca-se a Teoria de Erik Erikson. Unidade 1: a vida do jovem adulto Aspectos do desenvolvimento psicossocial Teoria de Erik Erikson O desenvolvimento do jovem adulto (Intimidade x Isolamento, 25 a 40 anos) Ao estabelecer uma identidade, o indivíduo estará pronto para uni-la à identidade de outra pessoa, sem se sentir ameaçado. Esta união caracteriza esta fase. Há agora a possibilidade de associação com intimidade, parceria e colaboração. Para que essa associação seja positiva, é preciso que a pessoa tenha construído, ao longo dos ciclos anteriores, um ego forte e autônomo o suficiente para aceitar o convívio com outro ego sem se sentir anulado ou ameaçado. Quando isso não acontece, ou seja, o ego não é suficientemente seguro, a pessoa irá preferir o isolamento à união, pois terá medo de compromissos, numa atitude de “preservar” seu ego frágil. Quando esse isolamento ocorre por um período curto, não é negativo, pois todos precisam de um tempo de isolamento para amadurecer o ego um pouco mais ou então para certificar-se de que ele busca realmente uma associação. Porém, quando a pessoa se recusa por um longo tempo a assumir qualquer tipo de compromisso, pode-se dizer que é um desfecho negativo para sua crise. Um risco apontado por Erikson para esta fase é o elitismo, ou seja, quando há formação de grupos exclusivos que são uma forma de narcisismo comunal. Um ego estável é minimamente flexível e consegue se relacionar com um conjunto variável de personalidades diferentes. Unidade 1: a vida do jovem adulto Aspectos do desenvolvimento psicossocial Teoria de Erik Erikson O desenvolvimento do adulto de meia idade (Generatividade x Estagnação, 40 a 65 anos) Nesta fase, o indivíduo tem a preocupação com tudo o que pode ser gerado, desde filhos até idéias e produtos. Ele se dedica à geração e ao cuidado com o que gerou, o que é muito visível na transmissão dos valores sociais de pai para filho. Isso acontece porque existe uma necessidade inerente ao homem de transmitir, de ensinar. É uma forma de fazer-se sobreviver, de fazer valer todo o esforço de sua vida, de saber que tem um pouco de si nos outros. Caso esta transmissão não ocorra, o indivíduo se dá conta de que tudo o que fez e tudo o que construiu não valeu a pena, não teve um porquê, já que não existe como dar prosseguimento, seja em forma de um filho, um sócio, uma empresa ou uma pesquisa. Unidade 1: a vida do jovem adulto Aspectos do desenvolvimento psicossocial Teoria de Erik Erikson O desenvolvimento do idoso (Integridade x Desesperança, 65 anos em diante) É tempo de rever a vida, refletindo sobre o que fez e deixou de fazer. O indivíduo pensa principalmente em termos de significado de suas realizações. Essa retrospectiva pode ser vivenciada de diferentes formas. A pessoa pode simplesmente entrar em desespero ao ver a morte se aproximando. Surge um sentimento de que o tempo acabou, que agora resta o fim de tudo, que nada mais pode fazer pela sociedade, pela família, por nada. São aquelas pessoas que vivem em eterna nostalgia e tristeza por sua velhice. A vivência também pode ser positiva. A pessoa tem a sensação de dever cumprido, experimenta o sentimento de dignidade e integridade e compartilha sua experiência e sabedoria, avaliando novos projetos possíveis. Existe ainda o perigo de julgar-se o mais sábio e impor suas opiniões em nome de sua idade e experiência. Unidade 1: a vida do jovem adulto Aspectos do desenvolvimento psicossocial Trajetórias mutáveis A transição para a vida adulta é tradicionalmente marcada por 4 fatores: (1) conclusão da educação escolar (2) inserção no mercado de trabalho (3) saída da casa dos pais (4) constituição de uma família Atualmente, as mudanças sociais apontam para: (1) prolongamento dos estudos (2) instabilidade profissional (3) permanência na casa dos pais (4) protelação na constituição de uma família As mudanças sociais fazem surgir uma nova categoria de adulto: o adulto emergente Unidade 1: a vida do jovem adulto Aspectos do desenvolvimento psicossocial A inserção no mercado de trabalho A trajetória entre a escolarização e o trabalho envolve muitas incertezas e depende de alguns fatores, como o suporte familiar. Quanto mais suporte a família de origem oferecer para que o sujeito mantenha-se no estatuto de estudante em tempo integral, maior é o tempo em que o jovem se mantém afastado do mercado de trabalho. Quanto maior o investimento na formação, maiores são as probabilidades de encontrar um trabalho que proporcione realização pessoal. Unidade 1: a vida do jovem adulto Aspectos do desenvolvimento psicossocial A inserção no mercado de trabalho É comum os jovens ingressarem no mercado de trabalho após um período longo de desemprego ou de emprego precário. A estabilidade no mercado de trabalho é alcançada progressiva e tardiamente. É comum a troca de trabalho, até encontrar uma atividade considerada gratificante, pois o trabalho é visto pelos jovens não apenas como meio de conseguir autonomia econômica, mas também como um lugar de realização pessoal. Unidade 1: a vida do jovem adulto Aspectos do desenvolvimento psicossocial Relações familiares Nos países que partilham problemas de desemprego ou emprego precário, há um aumento da dependência residencial dos jovens, relativa à família de origem. Este último grupo define uma nova categoria social de jovens adultos: aqueles que moram na casa dos pais. Esses jovens preferem optar pelo bem-estar que a residência familiar lhes proporciona, em detrimento da autonomia, uma vez que, na maioria dos casos, seu nível de vida fora da casa dos pais tenderia a ser inferior. Os próprios pais sentem-se confortáveis com a situação, concordando em apoiar residencialmente os filhos até que estes consigam uma independência financeira que lhes permita uma vida autônoma. Unidade 1: a vida do jovem adulto Aspectos do desenvolvimento psicossocial Relações familiares Há os jovens que, mesmo obtendo autonomia financeira, preferem manter-se na casa dos pais a fim de destinar seus recursos econômicos para atividades de lazer ou para bens pessoais, permitindo-lhe um padrão de vida bem superior. A melhoria econômica da classe média favorece que seja oferecido ao jovem um espaço dentro da casa lhe é próprio, muitas vezes personalizado ao seu gosto, onde pode receber amigos. Assim, o jovem usufrui de um espaço “para chamar de seu” sem a necessidade de “bancar financeiramente”. Um ponto negativo da dependência residencial é o fato de proporcionar aos jovens estudantes percursos educacionais demasiado extensos e instáveis, mudando de curso com frequência ou deixando de estudar para retomar os estudos mais tarde, retardando seu percurso profissional e mesmo pessoal. Unidade 1: a vida do jovem adulto Aspectos do desenvolvimento psicossocial A sexualidade do jovem adulto No contexto atual, a possibilidade de ter vários parceiros ao longo da vida é socialmente aceitável e frequentemente desejável. A escolha do parceiro pode ser efetuada em função do tipo de relação desejado, segundo se trate de uma relação breve ou duradoura. A relação amorosa é uma relação durável, a relação curta é aquela da sexualidade por excelência. Nas gerações recentes, as jovens mulheres vêm se tornando socialmente autônomas, não esperam que seus cônjuges lhes assegurem o statussocial. Unidade 1: a vida do jovem adulto Aspectos do desenvolvimento psicossocial A sexualidade do jovem adulto O Viagra (compreendido como fenômeno cultural e simbólico) ocasiona, desde então, discursos que deixam entrever o desenvolvimento e o aumento das frequências da atividade sexual, em um contexto recreativo. Os jovens adultos estão mais expostos ao risco de adquirir uma doença sexualmente transmissível (DST) através de atividades sexuais desprotegidas. A problemática da prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DST) visa o estabelecimento de controles restritivos sobre a atividade sexual. As relações homoafetivas, ainda alvo de preconceito, encontram progressiva aceitação. Unidade 1: a vida do jovem adulto Aspectos do desenvolvimento psicossocial A sexualidade do jovem adulto A análise dos processos de constituição da vida conjugal entre jovens adultos aponta para uma tendência: um período de coabitação parcial, que se traduz por uma latência mais longa entre as primeiras relações sexuais e a co- residência completa. De fato, as primeiras relações sexuais não levam imediatamente à co-habitação, mas introduzem mais a uma fase de co-habitação parcial, durante a qual cada parceiro conserva sua moradia, mesmo se passam uma boa parte do tempo juntos. As relações sexuais precoces introduzem uma forma intermediária de casal, que não co-habita, não funda uma vida comum. Unidade 1: a vida do jovem adulto Aspectos do desenvolvimento psicossocial Estilos de vida conjugais e não-conjugais As regras de comportamento de hoje são mais elásticas do que eram há algumas décadas. Ampliam-se as opções de estilo de vida para além do casamento: permanecer solteiro, viver com um parceiro de qualquer sexo (co-habitação), divorciar-se, casar-se novamente, ter ou não filhos. Unidade 1: a vida do jovem adulto Aspectos do desenvolvimento psicossocial Paternidade e maternidade Os casais de hoje tendem a ter menos filhos do que nas gerações anteriores e a tê- los mais tarde na vida. O primeiro filho marca uma transição importante na vida dos pais. Com o desenvolvimento das crianças, os pais também se desenvolvem. Unidade 1: a vida do jovem adulto Aspectos do desenvolvimento psicossocial Tradicionalmente, a transição para a vida adulta ocorre a partir de uma dupla passagem: do fim da escolaridade à entrada no mercado de trabalho, da saída da casa dos pais à formação do casal e à constituição de uma família. Contudo, o processo de transição para o estatuto de adulto parece hoje menos previsível e mais complexo. A condição de adulto parece passar essencialmente pelo desenvolvimento de competências pessoais que caracterizam a autonomia psicológica e a maturidade, sendo menos dependente de marcadores sociais, como o exercício de um papel profissional ou familiar. Unidade A vida do adulto de meia idade Unidade 2: a vida do adulto de meia idade Aspectos do desenvolvimento físico Funcionamento físico na meia idade Inicia-se um declínio na capacidade funcional do indivíduo, causado por uma série de fatores: (1) Mudanças fisiológicas decorrentes do envelhecimento biológico (2) Constituição genética (3) Estilo de vida As pessoas que são ativas desde cedo na vida colhem benefícios de mais vigor e disposição física. As pessoas que levam vidas sedentárias perdem tônus muscular e energia. Unidade 2: a vida do adulto de meia idade Aspectos do desenvolvimento físico Funcionamento físico no início da vida adulta Principais causas de morte: Câncer, doença cardíaca, acidentes e derrame. [A hipertensão arterial é uma preocupação cada vez maior em adultos de meia-idade] Unidade 2: a vida do adulto de meia idade Aspectos do desenvolvimento físico Funcionamento físico na meia-idade O climatério A mulher vivencia um evento fisiológico marcante na fase da meia-idade: o climatério, que culmina na menopausa. Entre os 45 e 55 anos, os ovários deixam progressivamente de produzir os hormônios estrogênio e progesterona até perderem totalmente a capacidade de funcionar. A mulher perde sua capacidade reprodutiva e a menstruação é suspensa (menopausa) O climatério ocorre em um processo gradual que leva, normalmente, um ano. Alguns sintomas são: ondas de calor, diminuição da libido, ressecamento vaginal, insônia, irritabilidade, ansiedade e depressão. Unidade 2: a vida do adulto de meia idade Aspectos do desenvolvimento físico Funcionamento físico na meia-idade A andropausa Para os homens, a partir dos 50 anos, há uma redução da produção de testosterona que, no entanto, não interfere na fertilidade. Diferente da menopausa, a andropausa não afeta todos os homens, mas sim uma pequena parcela deles. Os sintomas são: aumento da gordura corporal, diminuição da massa muscular, tendência à anemia e à osteoporose, perda de interesse sexual, dificuldade de ereção, dificuldade de concentração, problemas de memória, apatia e depressão, queda de pelos, irritabilidade e insônia. Unidade 2: a vida do adulto de meia idade Aspectos do desenvolvimento psicossocial Sexualidade Pesquisas sugerem que a atividade sexual tende a diminuir apenas ligeira e gradualmente durante os 40 e 50 anos. As causas são múltiplas: (1) Causas fisiológicas (2) Medicamentos (3) Alimentação desregrada (4) Monotonia em um relacionamento (5) Preocupações financeiras (6) Fadiga mental ou física (7) Falta de um parceiro (8) Insegurança em relação ao próprio desempenho sexual (9) Incapacidade de dar prioridade ao sexo Unidade 2: a vida do adulto de meia idade Aspectos do desenvolvimento psicossocial Sexualidade Contudo, muitas pessoas acham que o relacionamento sexual melhora, por conta de alguns fatores, como: (1) Não há preocupação com gravidez (2) Há mais tempo para passar com o parceiro (3) Há maior intimidade entre os parceiros. (4) Há maior conhecimento sobre as próprias necessidades e desejos sexuais (5) A resposta mais lenta dos homens permite períodos mais longos de atividade sexual. Unidade 2: a vida do adulto de meia idade Aspectos do desenvolvimento psicossocial A crise da meia idade (Elliot Jaques, 1965) Refere-se a uma forma de insegurança diante do fato de que o período da juventude está terminando e a idade avançada se aproxima. Pode ser desencadeada por vários fatores, como morte dos parentes e amigos, sensação de envelhecimento, insatisfação com a carreira profissional, perspectiva da aposentadoria e saída dos filhos de casa. A crise provoca uma enorme vontade de mudar o modo de vida: gastos exagerados, abandono do emprego, divórcio, preocupação excessiva com a aparência, relacionamentos com pessoas mais novas. Há pouca evidência de que as pessoas sofrem crises de meia-idade nas culturas japonesa e indiana, levantando a questão se uma crise de meia-idade é somente uma concepção cultural das sociedades ocidentais. Unidade 2: a vida do adulto de meia idade Aspectos do desenvolvimento psicossocial A crise da meia idade (Elliot Jaques, 1965) Refere-se a uma forma de insegurança diante do fato de que o período da juventude está terminando e a idade avançada se aproxima. Pode ser desencadeada por vários fatores, como morte dos parentes e amigos, sensação de envelhecimento, insatisfação com a carreira profissional, perspectiva da aposentadoria e saída dos filhos de casa. A crise provoca uma enorme vontade de mudar o modo de vida: gastos exagerados, abandono do emprego, divórcio, preocupação excessiva com a aparência, relacionamentos com pessoas mais novas. Há pouca evidência de que as pessoas sofrem crises de meia-idade nas culturas japonesa e indiana, levantando a questão se uma crise de meia-idade ésomente uma concepção cultural das sociedades ocidentais. Unidade 2: a vida do adulto de meia idade Aspectos do desenvolvimento psicossocial Relações familiares Filhos adolescentes Tanto a adolescência quanto a meia-idade são um período de profundos questionamentos e reavaliação da vida. Para a maioria dos pais, as mudanças normativas da adolescência provocam uma mistura de emoções positivas e negativas. A relação entre pais e filhos adolescentes é repleta de conflitos. Unidade 2: a vida do adulto de meia idade Aspectos do desenvolvimento psicossocial Relações familiares Síndrome do Ninho Vazio A saída dos filhos de casa é uma transição difícil, especialmente para as mulheres. Na nossa cultura, as mulheres de meia-idade, em especial as que não trabalham fora do lar, costumam passar por um período de desajuste psicológico quando os filhos saem de casa para levarem suas próprias vidas, é a chamada “crise do lar vazio”. Contudo, o número de mulheres que tem problemas nessa época é menor do que aquelas que encontram na partida dos filhos uma libertação. Este problema não costuma atingir os homens. A atenção deles, nessa época da vida, está mais voltada para o trabalho, para os planos financeiros e para a aposentadoria. Unidade 2: a vida do adulto de meia idade Aspectos do desenvolvimento psicossocial Relações familiares Síndrome da Porta Giratória (fenômeno bumeranque) Um número crescente de jovens adultos retornam ao lar dos pais, às vezes mais de uma vez, em épocas de dificuldades financeira, conjugal ou de outro tipo. Unidade 2: a vida do adulto de meia idade Aspectos do desenvolvimento psicossocial Relações familiares Casamento Tradicionalmente, o padrão era o de casamentos serem rompidos por morte e os sobreviventes terem uma segunda união. As pessoas tinham muitos filhos, que viviam em casa até se casarem. Era incomum que um marido e uma esposa de meia idade ficassem sozinhos juntos. Unidade 2: a vida do adulto de meia idade Aspectos do desenvolvimento psicossocial Relações familiares Casamento Hoje, mais casamentos terminam em divórcio e os casais têm menos filhos. Contudo, os casais que permanecem juntos podem desfrutar décadas de vida conjugal, em função do aumento da expectativa de vida. Unidade 2: a vida do adulto de meia idade Aspectos do desenvolvimento psicossocial Relações familiares Casamento O que acontece com a qualidade de um casamento de longa duração? A satisfação conjugal, em quase todos os estudos, segue uma curva em forma de U: após os primeiros 20 anos de casamento, a satisfação parece diminuir e depois, após 35 a 44 anos de casamento, um casal tende a ser ainda mais satisfeito do que durante os primeiros quatro anos. Os anos de declínio conjugal são aqueles em que as responsabilidades conjugais e profissionais tendem a ser maiores. Unidade 2: a vida do adulto de meia idade Aspectos do desenvolvimento psicossocial Relações familiares Divórcio A maioria dos divórcios ocorre durante os primeiros 10 anos de casamento. Passar por um divórcio na meia-idade, quando talvez achasse que a vida já estivesse estabelecida, pode ser um rompimento traumático. Isso pode aplicar-se particularmente às mulheres, que são mais adversamente afetadas pelo divórcio em qualquer idade do que os homens. Unidade 2: a vida do adulto de meia idade Aspectos do desenvolvimento psicossocial Relações familiares Segundo casamento Uma consequência do aumento do divórcio é o segundo casamento. Os homens são mais propensos a se casar novamente do que as mulheres. Unidade 2: a vida do adulto de meia idade Aspectos do desenvolvimento psicossocial Relações familiares Famílias mistas Casar-se outra vez pode trazer uma transição para a condição de padrasto ou madrasta. Quanto mais recente o atual casamento e quanto mais velhos os enteados, mais difícil parece ser a criação por madrastas e por padrastos. Unidade 2: a vida do adulto de meia idade Aspectos do desenvolvimento psicossocial Relações familiares A chegada dos netos Embora a grande maioria já esteja aposentada ou pensando nisso, os novos vovôs e vovós não fazem o perfil dos avozinhos de bengala e cadeira de balanço, que passam o dia na frente da TV. E muitos não só ajudam a família financeiramente, como são parte integrante da criação das crianças. Unidade 2: a vida do adulto de meia idade Aspectos do desenvolvimento psicossocial Relações familiares A chegada dos netos Os avós podem ser fontes de orientação, parceiros, ligações com o passado e símbolos da continuidade da família. Expressam geratividade, investindo nas vidas das futuras gerações. Unidade 2: a vida do adulto de meia idade Aspectos do desenvolvimento psicossocial Relações familiares A chegada dos netos Um número crescente de avós está servido como “pais substitutos” de crianças cujos pais não podem cuidar delas. Esse tipo domiciliar é o que mais cresce. Ser pai ou mãe substituto sem ter planejado pode ser um desgaste físico, emocional e financeiro sobre os adultos de meia idade. Contudo, muitos avós relatam um maior sentimento de propósito na vida. Unidade 2: a vida do adulto de meia idade Aspectos do desenvolvimento psicossocial Relações familiares A chegada dos netos A diferença de idade entre avós e netos pode tornar-se um obstáculo. Ao mesmo tempo, os avós precisam lidar com a sensação de culpa porque os filhos adultos que criaram fracassaram com os próprios filhos, mas também com o rancor que sentem em relação a esse filho adulto. Se um ou ambos os pais posteriormente retoma seu papel normal, pode ser emocionalmente doloroso devolver a criança. Unidade 2: a vida do adulto de meia idade Aspectos do desenvolvimento psicossocial Relações familiares Pais idosos Os adultos de meia idade formam a geração do meio, ou geração sanduíche, pois vêem- se pressionados entre a necessidade de cuidar dos pais idosos e ajudar os próprios filhos e netos. Essas tensões podem contribuir para o esgotamento do cuidador. Preocupações dessa ordem têm mais peso para as mulheres porque, historicamente, têm sido elas as responsáveis pelos cuidados com seus pais ou sogros idosos. Unidade 2: a vida do adulto de meia idade Aspectos do desenvolvimento psicossocial Relações familiares Pais idosos Quanto aos homens, quando há um idoso na família, cabe-lhes, em geral, o ônus de arcar com a parte financeira e em fazer-lhes visitas periódicas, mas são menos assaltados por “sentimentos de culpa” frente à situação vivida. Comuns a ambos os sexos são as ansiedades quanto à possibilidade de alteração radical em seus estilos de vida. A prestação de assistência pode trazer tensão a um casamento e até levar a um divórcio. Mas pode ser a oportunidade de fortalecer laços de amor e gratidão aos próprios pais. Unidade A vida do adulto idoso DIMENSÕES DO ENVELHECIMENTO Aspectos do envelhecimento humano e suas repercussões na saúde mental e no uso de substâncias Idoso é a denominação oficial de todos os indivíduos que têm 60 anos de idade ou mais (OMS). Aspectos do envelhecimento humano e suas repercussões na saúde mental e no uso de substâncias Envelhecimento é um processo complexo e multidimensional. Dimensões do envelhecimento: biológica sociocultural psicológica Aspectos do envelhecimento humano e suas repercussões na saúde mental e no uso de substâncias Dimensão biológica Aspectos do envelhecimento humano e suas repercussões na saúde mental e no uso de substâncias Compromete a capacidade funcional Dimensão biológica envelhecimento éum fenômeno normal, progressivo, declinante e universal. Aspectos do envelhecimento humano e suas repercussões na saúde mental e no uso de substâncias Capacidade Funcional Autonomia Independência Decisão Capacidade individual de escolha e comando sobre as ações, estabelecendo e seguindo as próprias regras. Execução Capacidade de realizar algo com os próprios meios Atividades da Vida Diária Aspectos do envelhecimento humano e suas repercussões na saúde mental e no uso de substâncias Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVDs) Atividades que permitem a pessoa gerir sua vida em casa e na comunidade. São sete: (1) Administrar as finanças (2) fazer compras (3) Utilizar telefone (4) Obter transporte (5) Preparar refeições (6) Tomar medicamentos (7) Cuidar da casa Aspectos do envelhecimento humano e suas repercussões na saúde mental e no uso de substâncias Dimensão biológica mudanças no funcionamento físico Os sistemas e órgãos corporais vão se deteriorando. Muitas vezes, gera distúrbios como perda ou diminuição de visão, audição, olfato, força, coordenação, tempo de reação, funcionamento sexual. Há mudanças mais visíveis. como pele mais pálida, flácida, manchada e menos elástica, enrugada, cabelos brancos e ralos, diminuição da altura, entre outros. Aspectos do envelhecimento humano e suas repercussões na saúde mental e no uso de substâncias Por que as pessoas envelhecem? Teorias de Programação Genética O corpo humano, como uma máquina, seria geneticamente programado para falhar em determinado ponto As células do corpo estão constantemente se multiplicando através de divisão celular. Esse processo compensa a morte de células e mantém órgãos funcionando. Leonard Hayflick (1974) constatou que as célular humanas dividem-se, no máximo, 50 vezes, em laboratório – limite biológico no ciclo de vida das células humanas e, portanto, da vida humana (110 anos). Limite Hayflick Aspectos do envelhecimento humano e suas repercussões na saúde mental e no uso de substâncias Por que as pessoas envelhecem? Teorias de taxas variáveis (teorias de erro) O envelhecimento é resultado de processos que variam de pessoa para pessoa. Esses processos são influenciados por fatores internos e externos, e envolve danos devido a erros casuais nos sistemas biológicos das pessoas (como mudanças na estrutura celular) ou ataques ambientais a eles (como exposição a substâncias tóxicas). Aspectos do envelhecimento humano e suas repercussões na saúde mental e no uso de substâncias Envelhecimento bem-sucedido Envelhecimento usual Envelhecimento patológico Aspectos do envelhecimento humano e suas repercussões na saúde mental e no uso de substâncias Envelhecimento bem-sucedido os indivíduos apresentam perda mínima de sua capacidade funcional e mantém um padrão fisiológico plenamente satisfatório com o avançar dos anos, sendo preservadas a autonomia e a independência. Aspectos do envelhecimento humano e suas repercussões na saúde mental e no uso de substâncias Envelhecimento usual os indivíduos têm prejuízos significativos de sua capacidade funcional e, apesar de não estarem doentes, carregam grande potencial para manifestar doenças ou incapacidades. Aspectos do envelhecimento humano e suas repercussões na saúde mental e no uso de substâncias Envelhecimento patológico os prejuízos se apresentam com uma intensidade muito maior, levando a deficiências funcionais marcantes. Mudanças cognitivas no envelhecimento Pesquisas sugerem que as habilidades fluidas diminuem significativamente ao longo da vida, tendo início já no final dos 20 anos de idade, mas as habilidades cristalizadas permanecem estáveis até idade avançada. Nota: Inteligência fluida refere-se às operações mentais que as pessoas utilizam frente a uma tarefa nova. É mais determinada por aspectos genéticos. Inteligência cristalizada, por sua vez, refere-se a capacidades exigidas na solução de problemas cotidianos, sendo desenvolvida a partir da experiência. Aspectos do envelhecimento humano e suas repercussões na saúde mental e no uso de substâncias Dimensão sociocultural Aspectos do envelhecimento humano e suas repercussões na saúde mental e no uso de substâncias Dimensão sociocultural Envelhecimento é um fenômeno mundial Aspectos do envelhecimento humano e suas repercussões na saúde mental e no uso de substâncias Aspectos do envelhecimento humano e suas repercussões na saúde mental e no uso de substâncias 2000 69,8 anos 2010 73,9 anos 2020 76,7 anos 2030 78,6 anos 2040 79,9 anos 2050 80,7 anos 2060 81,2 anos EXPECTATIVA DE VIDA AO NASCER NO BRASIL - 2000/2060 •Fonte: IBGE Nota: Expectativa de vida ao nascer é o número médio de anos que um grupo de indivíduos nascidos no mesmo ano pode esperar viver. Ou seja, é a idade até a qual uma pessoa nascida em uma determinada época e lugar tem a tendência estatística de viver. Longevidade refere-se ao tempo em que uma pessoa de fato vive. Aspectos do envelhecimento humano e suas repercussões na saúde mental e no uso de substâncias Aspectos do envelhecimento humano e suas repercussões na saúde mental e no uso de substâncias Dimensão sociocultural construção do ciclo vital Prescrição de modos de ser e agir para cada fase da vida Aspectos do envelhecimento humano e suas repercussões na saúde mental e no uso de substâncias Dimensão sociocultural contexto em que os mais velhos são representados como grupo marginalizado Visão negativa da finitude Desqualificação para o trabalho Empobrecimento Transformações na família Nuclearização da família Redução dos espaços habitacionais Divórcios Aspectos do envelhecimento humano e suas repercussões na saúde mental e no uso de substâncias Dimensão sociocultural práticas segregacionistas e restrição de oportunidades. Transformação da velhice em tabu Afastamento funcional Atitude paternalista Violência contra o idoso Aspectos do envelhecimento humano e suas repercussões na saúde mental e no uso de substâncias Dimensão sociocultural Preconceito O preconceito de idade gera uma discriminação em relação às pessoas idosas, semelhante ao racismo. Aspectos do envelhecimento humano e suas repercussões na saúde mental e no uso de substâncias Dimensão sociocultural novos sentidos para o envelhecimento Atualmente, a maioria dos idosos brasileiros está presente no desenvolvimento socioeconômico, político e cultural do país: mais de 85% deles, mesmo convivendo com algum tipo de problema de saúde, continuam autônomos e atuantes; 87% dos homens idosos chefiam famílias e mais da metade contribui com seus proventos para a renda dos lares. Aspectos do envelhecimento humano e suas repercussões na saúde mental e no uso de substâncias Dimensão sociocultural novos sentidos para o envelhecimento No entanto, existe uma pequena parcela de idosos sem rendimentos próprios e que não é capaz de atender às suas necessidades básicas, além de vivenciar sérios problemas de saúde e dependências físicas e mentais. Aspectos do envelhecimento humano e suas repercussões na saúde mental e no uso de substâncias Dimensão sociocultural Estilo de vida enfocado na família Em geral, as pessoas idosas optam por um estilo de vida enfocado na família, relacionado a atividades acessíveis e de baixo custo, como conversar, assistir à televisão, visitar parentes e amigos. Aspectos do envelhecimento humano e suas repercussões na saúde mental e no uso de substânciasDimensão sociocultural Estilo de vida enfocado na família Os relacionamentos sociais na idade avançada são de suma importância, pois se configuram como rede de apoio social. Contudo, duas características são marcantes: há uma diminuição no tamanho da rede de amigos e há uma redução na frequência de contatos. Contudo, a qualidade dos laços de amizade parece não diminuir. Aspectos do envelhecimento humano e suas repercussões na saúde mental e no uso de substâncias Política Nacional do Idoso Política Nacional de Saúde do Idoso Estatuto do Idoso Este conjunto de leis traz medidas de proteção e inclusão social do idoso. A busca de promover elevação da qualidade de vida na velhice excede os limites da responsabilidade individual. Deve ser encarada como projeto coletivo. Aspectos do envelhecimento humano e suas repercussões na saúde mental e no uso de substâncias Dimensão psicológica Aspectos do envelhecimento humano e suas repercussões na saúde mental e no uso de substâncias Dimensão psicológica Envelhecimento é um fenômeno vivenciado a partir de uma cadeia de significados constantemente reelaborada. Não vivemos os fatos como eles realmente são ou parecem ser. Vivemos a fantasia com que os recobrimos. Em nosso imaginário, alimentamos a ilusão da eterna juventude. Aspectos do envelhecimento humano e suas repercussões na saúde mental e no uso de substâncias Dimensão psicológica O confronto com a finitude A frustração das ilusões da eterna beleza e potência, associada ao processo de adoecimento e marginalização social, causam profundo sofrimento. Aspectos do envelhecimento humano e suas repercussões na saúde mental e no uso de substâncias Dimensão psicológica O confronto com a finitude Resta buscar administrar o confronto entre o que se deseja ser e aquilo em que vem se transformando. . Aspectos do envelhecimento humano e suas repercussões na saúde mental e no uso de substâncias Dimensão psicológica O confronto com a finitude Crise da velhice (Erik Erikson): Desespero ou Integridade? Sentimento de que a vida foi mal sucedida e pouco produtiva, lamentando-se por oportunidades perdidas e sentindo estar tarde para corrigir os erros anteriores. [OU] Balanço positivo do percurso vital, preparando-se para aceitar a idade e suas consequências. Aspectos do envelhecimento humano e suas repercussões na saúde mental e no uso de substâncias Dimensão psicológica Possibilidades de resolução da crise Fechamento para possibilidades de investimento na vida Engajamento em um novo projeto (desinvestimento de algo impossível de se obter a partir do investimento em algo que substitua aquilo que está inacessível) SAÚDE MENTAL DO IDOSO Aspectos do envelhecimento humano e suas repercussões na saúde mental e no uso de substâncias O desafio na promoção da saúde mental é conseguir contribuir para que o idoso possa preservar ao máximo sua capacidade funcional Características básicas da saúde mental do idoso: doenças crônico-degenerativas e comorbidades (tabagismo, hipertensão arterial, doenças pulmonares, quedas, dislipidemia, obesidade). Aspectos do envelhecimento humano e suas repercussões na saúde mental e no uso de substâncias Condições psiquiátricas prevalentes Depressão Demência Transtornos por uso de álcool e outras substâncias Aspectos do envelhecimento humano e suas repercussões na saúde mental e no uso de substâncias Baixa auto-estima, desânimo, irritabilidade, cansaço, diminuição da capacidade de sentir alegria e prazer em atividades anteriormente agradáveis, desinteresse, apatia, desmotivação, insegurança, sentimento de vazio e desamparo, pessimismo, culpa exagerada, sensação de inutilidade, fracasso, falta de sentido na vida. Depressão Aspectos do envelhecimento humano e suas repercussões na saúde mental e no uso de substâncias A depressão é a doença que mais comumente leva ao suicídio. Os idosos são o grupo etário que mais frequentemente se suicida. Não se deve ignorar os suicidas passivos – abandono de tratamento e recusa alimentar. Depressão Aspectos do envelhecimento humano e suas repercussões na saúde mental e no uso de substâncias Demência Demência é o termo geral para declínios cognitivos e comportamentais de origem fisiológica suficientes para afetar a vida diária. Síndrome clínica, de natureza crônica e progressiva, na qual ocorre perturbação de múltiplas funções, como memória, atenção, pensamento, compreensão, linguagem, julgamento. É usualmente acompanhada de alterações do comportamento e da personalidade. Aspectos do envelhecimento humano e suas repercussões na saúde mental e no uso de substâncias Demência Aproximadamente dois terços dos casos de demência podem ser causados pelo Mal de Alzheimer, distúrbio degenerativo e progressivo do cérebro, caracterizado por deterioração irreversível de múltiplas funções, como memória, atenção, pensamento, compreensão, linguagem, julgamento e controle das funções corporais. É usualmente acompanhado de alterações do comportamento e da personalidade. Síndrome clínica, de natureza crônica e progressiva, na qual ocorre perturbação Aspectos do envelhecimento humano e suas repercussões na saúde mental e no uso de substâncias Demência O mal de Parkinson (segundo distúrbio mais comum envolvendo degeneração neurológica progressiva) caracteriza-se por tremor, rigidez, retardamento dos movimentos e postura instável. Aspectos do envelhecimento humano e suas repercussões na saúde mental e no uso de substâncias Demência A demência de infartos múltiplos é causada por uma sequência de pequenos derrames. Aspectos do envelhecimento humano e suas repercussões na saúde mental e no uso de substâncias Fim da Unidade 3
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