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2525 Revista do Instituto de Geociências - USP Disponível on-line no endereço www.igc.usp.br/geologiausp - 25 - Resumo No noroeste da Bacia do Paraná, entre os estados de Mato Grosso e Goiás, ocorrem exposições da Formação Furnas, onde também é reconhecido o Lineamento Transbrasiliano. A partir da análise de mapas magnéticos, definiu-se o arcabouço geológico-geofísico do embasamento da área de estudo, com seis principais domínios separados por 5 lineamentos. O con- tato entre os domínios da Faixa Paraguai e do Arco Magmático de Goiás é marcado pela principal direção do Lineamento Transbrasiliano na área de estudo. Outros lineamentos que ocorrem associados à direção de deformação da Faixa Paraguai foram identificados como um componente secundário do Lineamento Transbrasiliano. A descrição de afloramentos ao longo da borda noroeste da Bacia do Paraná permitiu o reconhecimento das unidades I, II e III da Formação Furnas. Os dados U-Pb dos zircões detríticos da Formação Furnas apresentaram predomínio de grãos com idades neoproterozoicas (560 - 800 Ma), com idade mínima de 526 Ma, e ocorrência de grãos com idades paleoproterozoicas (≈1750/2100 Ma) e arqueanas (≈2700/2800/3100 Ma). O estudo de proveniência de zircões detríticos da Formação Furnas com determinação de idades U-Pb, associado ao arcabouço estrutural do embasamento da bacia, e a comparação com dados paleoambientais foram a base da avaliação da paleogeografia da porção noroeste da Bacia do Paraná durante a deposição da Formação Furnas. As idades indicam uma importante contribuição neoproterozoica semelhante às idades das rochas do Arco Magmático de Goiás, que associados aos dados de paleocorrentes para noroeste permitem inferir que as rochas do arco constituiriam terrenos elevados, orientados na direção NE-SW. Palavras-chave: Formação Furnas; Datação U-Pb; Bacia paleozoica. Abstract In the northwest of the Paraná Basin, between the states of Mato Grosso and Goiás, there are exposures of the Furnas For- mation, where the Transbrasiliano Lineament is also recognized. From the analysis of magnetic maps, the geological and geophysical framework of the study area was defined, with six main domains separated by 5 lineaments. The contact between Paraguay Belt and the Goiás Magmatic Arc is marked by the main direction of the Transbrasiliano Lineament in the study area. Other lineaments that occur associated with the deformation direction of the Paraguay Belt have been identified as a minor component of Transbrasiliano Lineament. The description of outcrops along the northwest border of the Paraná Basin allowed the recognition of units I, II and III of the Furnas Formation. The U-Pb data from detrital zircon from the Furnas Formation showed predominance of grain with Neoproterozoic ages (560 - 800 Ma), with a minimum age of 526 Ma, and the occurrence of grain with Paleoproterozoic (≈1750/2100 Ma) and Archean (≈2700/2800/3100 Ma) ages. The study of detrital zircons provenance of the Furnas Formation using U-Pb age determination, associated with the structural framework of the foundation of the basin, and the comparison with paleoenvironmental data were the basis for assessing the paleogeography of the northwestern portion of the Paraná Basin during the aggradation of the Furnas Formation. Ages indicate an important Proveniência de zircões detríticos e implicações para a paleogeografia da Formação Furnas no noroeste da Bacia do Paraná Detrital zircon provenance and paleogeography implications for Furnas Formation in the northwest of Paraná Basin Thais Borba Santos1, Fernando Mancini2, Leonardo Fadel Cury2, Francisco José Fonseca Ferreira3 1Programa de Pós-graduação em Geologia, Universidade Federal do Paraná - UFPR, Caixa Postal 19.001, CEP 81531-980, Curitiba, PR, BR (thaisbsan@gmail.com) 2Laboratório de Análise de Bacias e Petrofísica, Departamento de Geologia, Universidade Federal do Paraná - UFPR, Curitiba, PR, BR (ferman@ufpr.br; cury@ufpr.br) 3Laboratório de Pesquisa em Geofísica Aplicada, Departamento de Geologia, Universidade Federal do Paraná - UFPR, Curitiba, PR, BR (francisco.ferreira@ufpr.br) Recebido em 13 de maio de 2014; aceito em 2 de março de 2015 DOI: 10.11606/issn.2316-9095.v15i2p25-59 Geol. USP, Sér. cient., São Paulo, v. 15, n. 2, p. 25-59, Junho 2015 Santos, T. B. et al. - 26 - Geol. USP, Sér. cient., São Paulo, v. 15, n. 2, p. 25-59, Junho 2015 Neoproterozoic contribution similar to the ages of the rocks found in the Goias Magmatic Arc, which associated with data of paleocur- rents towards northwest allow us to infer that the arc rocks constituted high terrain, oriented in the NE-SW direction. Keywords: Furnas Formation; U-Pb geochronology; Paleozoic basin. INTRODUÇÃO Estudos focados na reativação de estruturas tectônicas e na deformação do registro geológico vêm ganhando cada vez mais importância na construção do cenário estratigráfico das bacias sedimentares. O reconhecimento dos episódios de compartimentação estrutural que influenciaram a sedi- mentação das bacias paleozoicas e a compreensão do papel desempenhado por estruturas tectônicas do embasamento são temas abordados em trabalhos que integram o conhecimento geológico do Pré-Cambriano com a instalação e evolução das grandes bacias fanerozoicas. Nesse contexto, estudos isotópicos vêm sendo empre- gados com destacado sucesso, pois além de fornecerem idades máximas de sedimentação, constituem uma impor- tante ferramenta no estudo de proveniência e reconstruções paleogeográficas. No noroeste da Bacia do Paraná, ocorrem exposições das unidades mesopaleozoicas (Figura 1) e também é reco- nhecido o Lineamento Transbrasiliano, (Schobbenhaus et al., 1975) uma das principais estruturas do território brasi- leiro. Formado durante o Ciclo Brasiliano, o Lineamento Transbrasiliano nessa região é indicado pelo contato entre a Faixa Paraguai e o Arco Magmático de Goiás, observado em mapas de anomalias magnéticas. A área de estudo se localiza na porção sudeste de Mato Grosso e sudoeste de Goiás. As principais cidades são Jaciara, Rondonópolis (MT), Jataí, Piranhas, Barra do Garças (GO) e Pedro Gomes (MS). As principais vias de acesso são a BR-364 a partir de Cuiabá, a BR-060, de Goiânia, e a BR-158, que liga Barra do Garças a Jataí (Figura 2). MATERIAIS E MÉTODOS A seleção da área de estudo para reconhecimento e veri- ficação das principais unidades geológicas teve como base a faixa de afloramentos da Formação Furnas. Foram descritos afloramentos ao longo das principais rodovias e em áreas com exposição de rochas descritas em traba- lhos prévios. Foram descritos treze afloramentos em duas áreas principais, nas bordas leste e oeste da área de estudo (Figura 2). A descrição contou com a elaboração de seções colunares e análise de paleocorrentes para reconhecimento e separação das unidades I, II e II da Formação Furnas, segundo Assine (1996). Dados magnéticos Os levantamentos magnetométricos que cobrem a área de estudo foram adquiridos por diferentes instituições: Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM); Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN); governos estaduais e Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras). Os dados dos diferentes levantamentos aeromagnéticos foram homo- geneizados no Projeto do Mapa Magnético do Brasil, a uma altura de vôo de 1.000 m e células regulares de 1.000 × 1.000 m. A partir do mapa do campo magnético anômalo foram aplicados métodos de realce de anomalias (Ferreira et al., 2013). A inclinação do sinal analítico (ISA) pode ser utilizada para detectar fontes de anomalias de campos poten- ciais e prover informações sobre suas extensões horizontais. O ângulo de inclinação pode ser determinado a partir das duas derivadas horizontais e da derivada vertical, conforme a fórmula θ=tg-1(Gz/GHT). Esse método de realce tem apropriedade de ser positivo acima da fonte, cruzar o zero próximo das bordas e ser negativo fora da fonte, assim, constitui um método detector dos eixos dos corpos magné- ticos, equalizando as amplitudes relativamente e encerrando um atributo adicional que responde igualmente bem para fontes rasas e profundas. Por essa razão, é capaz de realçar os sinais de fontes sutis profundas, as quais são frequente- mente mascaradas pela profusão das respostas das fontes mais rasas, sobretudo em áreas fortemente magnetizadas. Método analítico e tratamento dos dados U-Pb As análises isotópicas U-Pb realizadas nos grãos de zircão das cinco amostras da Formação Furnas foram preparadas e analisadas no Laboratório de Geocronologia do Instituto de Geociências da Universidade de Brasília (UnB) com o uso do LA-ICP-MS (Laser Ablation Inductively Coupled Plasma Mass Spectrometry), modelo New Wave Neptune, da Thermo Finningan. O laser foi executado com spot de diâmetro de 5 μm a uma intensidade de 75%, com 40 pulsos por análise e frequência de 10 Hz. Nas análises U-Pb realizadas foram usados dois padrões de zircões, o internacional GJ (Jackson et al., 2004) e um interno do Laboratório PAD (Oliveira et al., 2014), com apli- cação do método Standard Sample Bracketing (Albarède et al., 2004) com a finalidade de controlar o fracionamento do ICP-MS. Foram analisados quatro zircões detríticos entre cada padrão GJ. O fator de correção resultante considera a posição relativa de cada análise dentro de cada sequência Proveniência de zircões detríticos da Formação Furnas - 27 -Geol. USP, Sér. cient., São Paulo, v. 15, n. 2, p. 25-59, Junho 2015 Fo nt e: M od ifi ca do d e C or da ni e t a l. (1 98 4) e C om pa nh ia d e P es qu is as e m R ec ur so s M in er ai s (2 00 4) . Fi gu ra 1 . N o de ta lh e a lo ca liz aç ão d a ár ea d e es tu do n o co nt ex to g eo te ct ôn ic o da P la ta fo rm a S ul -A m er ic an a, m od ifi ca do d e C or da ni e t al . ( 20 00 ). M ap a da s pr in ci pa is u ni da de s ge ot ec tô ni ca s do e m ba sa m en to e e nt or no d a ár ea d e es tu do : F ai xa P ar ag ua i, A rc o M ag m át ic o de G oi ás , F ai xa B ra sí lia , M ac iç o de G oi ás , C om pl ex os B an da do s, S eq uê nc ia M et av ul ca no ss ed im en ta r A re nó po lis -P ira nh as . Santos, T. B. et al. - 28 - Geol. USP, Sér. cient., São Paulo, v. 15, n. 2, p. 25-59, Junho 2015 Fonte: Modificado de Cordani et al. (2009). Figura 2. Mapa geotectônico do embasamento da Bacia do Paraná com localização da área de estudo. Proveniência de zircões detríticos da Formação Furnas - 29 -Geol. USP, Sér. cient., São Paulo, v. 15, n. 2, p. 25-59, Junho 2015 de agrupamento composta por quatro zircões junto de duas análises do padrão e branco (Albarède et al., 2004). O zir- cão padrão PAD foi analisado no início, no meio e no fim de cada seção analítica, obtendo uma precisão de aproxi- madamente 2%. Os dados brutos das análises U-Pb foram processados e reduzidos com o uso de uma planilha de cálculo Excel, seguindo os procedimentos analíticos descritos por Buhn et al. (2009). Os grãos de zircão com razões de Pb206/Pb204 menores que 1.000 e Pb207/U235 maiores que 5 foram rejei- tados. Foram consideradas as idades concordantes Pb207/ Pb206, Pb206/U238 e Pb207/U235 entre 80 e 110% e f206 menor que 3%. Os diagramas de concórdia (erro elíptico de 2σ) e o intercepto das idades foram calculados com o programa Isoplot 3 (Ludwing, 2003). Contexto geológico A área de estudo envolve a porção noroeste da Bacia do Paraná, a qual se encontra adjacente à Província Tocantins e se situa sobre parte do Lineamento Transbrasiliano (Figura 2). Na região afloram as unidades sedimentares basais da Bacia do Paraná (grupos Rio Ivaí, Paraná e Itararé) e unidades que compõem o embasamento adjacente (Faixa Paraguai, Faixa Brasília, Maciço de Goiás, Arco Magmático de Goiás, Província Granítica de Goiás e Cráton Amazônico). Na extremidade noroeste, o limite da bacia se faz com metassedimentos da Faixa Paraguai, definidos por Almeida (1967) como Geossinclínio Paraguaio. A faixa margeia o Cráton Amazônico e contorna o limite da bacia sob a forma de arco, com concavidade voltada para a bacia e intensidade do dobramento e grau de metamorfismo nas rochas cres- cente para sul. Segundo Cordani et al. (1984), ao norte na região de Piranhas (GO), a Faixa Paraguai é interrompida por grandes falhamentos, parte constituinte do Lineamento Transbrasiliano. Fuck et al. (1994) e Pimentel et al. (2000) sugerem a existência de um arco magmático que ocorre na região do Rio Piranhas e se estende para o sul, acompa- nhando o Lineamento Transbrasiliano. O Lineamento Transbrasiliano, identificado em mapas magnetométricos, intercepta o embasamento da bacia ao norte na direção nordeste. Segundo Cordani et al. (2009), o lineamento que passa entre o Bloco Rio Apa e o Bloco Caapucu provavelmente continua no embasamento da Bacia do Chaco no Paraguai. Associado ao lineamento, autores ainda chamam atenção para o Sistema de Falhas do Centro- -Leste de Mato Grosso, pois a região apresenta uma suces- são de horsts e grabens e falhas com direção N60E, E-W e N30W (Zalán et al., 1990; Milani et al., 1994; Milani e Ramos, 1998; Cordani et al., 2009). Outra importante ano- malia observada no embasamento da Bacia do Paraná é o Bloco Cratônico do Paranapanema (Figura 2), descrito ini- cialmente como um núcleo cratônico central do embasamento da Bacia do Paraná (Cordani et al., 1984; Zalán et al., 1990; Quintas et al., 1999), e melhor definido posteriormente em estudos gravimétricos de Mantovani et al. (2005). Os metassedimentos constituintes da Faixa Brasília, que ocorrem ao longo da borda oeste do Cráton São Francisco, são representados pelos grupos Paranoá, Canastra, Vazante, Araxá, Ibiá e Bambuí. Análises de proveniência nos grupos Vazante (Rodrigues et al., 2012) e Canastra (Matteini et al., 2012) indicam idades dos sedimentos meso a paleoproterozoicas. O Arco Magmático de Goiás, composto por dois terre- nos metaplutônicos (Mara Rosa e Arenópolis) e sequências metavulcanossedimentares (Bom Jardim, Arenópolis, Iporá, Amorinópolis e Jaupaci), apresenta três principais eventos magmáticos: ≈900 Ma, ≈800 Ma e ≈600 Ma (Pimentel e Fuck, 1992; Pimentel et al., 1999, 2003; Matteini et al., 2010). A hipótese da presença de um arco de ilhas vulcânico em ≈900 Ma (Pimentel et al., 1997, 2000) é corroborada pelos dados de U-Pb e Sm/Nd em rochas metavulcânicas – Mara Rosa com 916 ± 5 Ma (Matteini et al., 2010) e Arenópolis e Jaupaci com 0,92 a 0,97 Ga (Pimentel et al., 1991; Pimentel e Fuck, 1992). Dados obtidos por Laux et al. (2003a, 2005) confirmam um período de acreção crustal com a colocação de ortognaisses e granitoides em Arenópolis entre 821 e 782 Ma, e um segundo período registrado pela cristalização de rochas metatonalíticas e matagraníticas entre 669 e 630 Ma. A fase mais jovem de formação crustal em Arenópolis e Mara Rosa foi acompanhada por importante atividade ígnea máfica, segundo os trabalhos de Laux et al. (2003b, 2004) e Junges et al. (2003). Associados à deformação brasiliana ocorrem corpos máfico-ultramáficos metamorfizados em fácies granulíticas dos complexos de Niquelândia e Anápolis-Itauçu (Figura 1). Para os corpos acamadadosde Barro Alto, Niquelândia e Cana Brava, do Complexo de Niquelândia, foram admitidas idades U-Pb SHRIMP de 774 a 799 Ma (Ferrerira Filho et al., 2010; Pimentel et al., 2004; Giustina et al., 2011) rela- cionados a um evento de rifteamento continental instalado há cerca de 0,79 Ga. Para o Complexo Anápolis-Itauçu os corpos granulíticos datados pelos métodos de U-Pb, ICP-MS e SHRIMP tiveram idades em zircões de 625 e 621 Ma (Giustina et al., 2011) e idades do metamorfismo entre 650 e 640 Ma (Piuzana et al., 2003). A interpretação dos dados associa a formação dos granulitos a um evento extensional (≈620 Ma) no início do soerguimento da região, no qual ocorreu alívio de pressão, fusão de manto com geração abundante de magmatismo máfico e refusão de crosta con- tinental, características do Arco Magmático de Goiás e do próprio Complexo Anápolis-Itauçu (Pimentel et al., 2004; Giustina et al., 2011; Piuzana et al., 2003). Após a última fase principal de deformação do Ciclo Brasiliano, ocorreu um soerguimento regional registrado nas rochas da sequência vulcanossedimentar de Arenópolis, que, a partir de dados geocronológicos e de campo, indicam um Santos, T. B. et al. - 30 - Geol. USP, Sér. cient., São Paulo, v. 15, n. 2, p. 25-59, Junho 2015 metamorfismo em 594 Ma (Pimentel et al., 1991). Ao carac- terizar isotopicamente corpos graníticos intrudidos naquela sequência, Pimentel et al. (1996) apontam um nível raso para as intrusões que ocorreram em duas fases principais, a mais antiga extensional, entre 588 e 560 Ma, e outra mais nova, com idades entre 508 e 485 Ma. Os autores ainda sugerem que, durante o intervalo de 30 Ma entre o metamorfismo e as intrusões, entre 12 e 18 km de crosta continental teriam sido erodidos, considerando um soerguimento de 0,4 a 0,6 mm/ano, estimado por correlação com faixas de montanhas colisionais atuais. O magmatismo pós-orogênico gerou um grande volume de granitos cálcio-alcalinos e granitos enri- quecidos em K, com origem mantélica neoproterozoica. A fase extensional do magmatismo granítico que ocor- reu entre 588 e 560 Ma (Pimentel et al., 1996) é admitida como contemporânea à deposição dos sedimentos da Faixa Paraguai. A sucessão de rochas siliciclásticas e carbonáti- cas sedimentares (grupos Cuiabá, Araras e Alto Paraguay), estudadas por Dantas et al. (2009), apresentaram valores isotópicos de Nd que indicam mudanças de ambiente depo- sicional de margem continental extensional para uma confi- guração de bacia tipo foreland ao longo da história de depo- sição destas rochas. Esses autores, ao estudarem as rochas que compreendem a Faixa Paraguai a partir de isótopos de Nd, identificaram que o material detrítico que as compu- nham era de origem de crosta continental, caracterizado por altos valores negativos de ƐNd e idades modelo (TDM) de paleo a mesoproterozoico. A composição isotópica de Nd da sequência basal e a interpretação paleogeográfica apontam o Cráton do Amazonas como principal área fonte (Dantas et al., 2009; Alvarenga e Trompette, 1992). Já para as forma- ções Raizama e Diamantino (porção superior da sequência), foram obtidas idades TDM muito mais jovens, sugerindo uma contribuição meso a neoproterozoica do Arco Magmático de Goiás ou da Faixa Brasília, configurando, assim, a infe- rência da inversão tectônica da bacia (Dantas et al., 2009). Godoy et al. (2010) caracterizaram sete corpos ígneos intrudidos na Faixa Paraguai, agrupados em duas suítes magmáticas, as suítes sul e norte, que representam dois pul- sos magmáticos da Província Granitoide Matogrossense. Segundo os autores, o evento colisional que deu origem à faixa de dobramentos apresentou estágio de espessamento litosférico com a colocação dos granitos da suíte sul. Gerados em ambiente sincolisional, os granitos Taboco, Rio Negro, Coxim e Sonora apresentam formação a partir de magmas com origem de crosta paleoproterozoica (idades modelos TDM entre 1,97 e 1,59 Ga), com idades de cristalização 540 ± 4,7 Ma, 547 ± 4,9 Ma, 540 ± 3,6 Ma e 548 ± 5,9 Ma, res- pectivamente. O final do evento colisional, com possível relaxamento crustal, deu espaço para a geração e coloca- ção dos granitos tardi a pós-colisionais da suíte norte. Os granitos dessa porção, São Vicente, Lajinha e Araguaiana, apresentam características de um magma oriundo de crosta meso a neoproterozoica (idades modelos TDM de 1,165 a 1,59 Ga), e idades de cristalização 504 ± 8,9 Ma, 505,4 ± 4,1 Ma e 509,4 ± 2,2 Ma, respectivamente. Para Zalán et al. (1990), a subsidência térmica seria o principal mecanismo de subsidência da Bacia do Paraná. Após a deformação e granitogênese do Ciclo Brasiliano, a temperatura no Continente Gondwana deveria ser elevada, e o subsequente resfriamento causaria esse efeito sobre um arcabouço do embasamento contendo um núcleo cratônico e faixas móveis, que configuraram zonas de fraquezas, com depósitos molássicos restritos. Curto et al. (2014), ao analisar dados magnéticos, associaram os contatos geológicos e estruturas em dife- rentes profundidades a uma interpretação estrutural para o Lineamento Transbrasiliano. Os autores dividiram a porção noroeste da Bacia do Paraná em quatro domínios separados por três descontinuidades de orientação nor- deste (Figura 3), estimaram a profundidade média das fontes magnéticas, considerando uma seção sedimentar no topo e um embasamento magnético, e corpos magnéticos rasos interpretados como intrusões e rochas vulcânicas nos diferentes domínios. A modelagem 2D interpretada por Curto et al. (2014) indica dois embasamentos para a Bacia do Paraná nessa região: o Arco Magmático de Goiás e a Faixa Paraguai, separados pelo lineamento Serra Negra (Figura 3). A unidade molássica descrita por Araújo e Moreton (2008), na região de Piranhas (GO), de idade eo-ordovi- ciana, apresenta sedimentação associada à reativação de estruturas do embasamento e formação de um graben, relacionada pelos autores a eventos tardi a pós-tectôni- cos, anteriores ao desenvolvimento da Bacia do Paraná. Posteriormente, Gezat (2011), a partir de estudos de pro- veniência utilizando o método U-Pb em zircões detríticos nas formações Piranhas e Vila Maria, na região da cidade de Piranhas (GO), sugeriu a formação de uma bacia inter- montana de natureza molássica em 600 Ma, onde o início da sedimentação da Formação Piranhas foi predominante- mente a partir de rochas da sequência metavulcanossedi- mentar do Arco Magmático de Goiás (600 a 700 Ma). Com a geração de espaço de acomodação foram depositados os sedimentos da Formação Vila Maria no Neo-Ordoviciano. Os dados de Gezat (2011) indicam fontes para esta uni- dade semelhantes a da Formação Piranhas (600 a 700 Ma, do Arco Magmático de Goiás), e outra fonte de idade mais antiga (750 a 900 Ma) relacionada à possível erosão da raiz do Arco Magmático de Goiás e provenientes de fontes dis- tais em relação ao Orógeno Brasiliano. A Formação Alto Garças, compreendida como a seção basal da sequência ordoviciana-siluriana da bacia, deposi- tou-se diretamente sobre rochas intrusivas do ciclo brasi- liano e molassas cambrianas-ordovicianas que constituem o embasamento (Assine et al., 1994). Proveniência de zircões detríticos da Formação Furnas - 31 -Geol. USP, Sér. cient., São Paulo, v. 15, n. 2, p. 25-59, Junho 2015 Fonte: Modificado de Curto et al. (2014). Figura 3. Perfis magnéticos no noroeste da Bacia do Paraná. A: localização da área e dos perfis; B: esquema ilustrativo dos principais domínios e respectivas profundidades; C: modelagem 2D das anomalias magnéticas entre os poços 2AG1MT e 2JA1GO. A distribuição das rochas dessa sequência ocorre ao longo de depocentros alongados segundo a direção nordeste, rela- cionada à Orogenia Oclóyca no Ordoviciano (França et al., 1995), com sentido geral das paleocorrentes paranoroeste e espessamento para oeste na porção norte da bacia, sugerindo uma geometria original dos estratos (Assine et al., 1994). No Devoniano, inicia-se a deposição da Supersequência Paraná (Milani et al., 2007), constituída pelas formações Furnas e Ponta Grossa, as quais Assine et al. (1994) nomea- ram de Sequência Paraná e descreveram contatos basais dis- cordantes sobre rochas de diferentes idades (pré-cambria- nas/eopaleozoicas a ordoviciano-silurianas). Estes autores Santos, T. B. et al. - 32 - Geol. USP, Sér. cient., São Paulo, v. 15, n. 2, p. 25-59, Junho 2015 apontam para um período de progressiva elevação do nível do mar, relacionam o espaço gerado para acomodação da Formação Furnas, com a elevação do nível de base sem evidência de tectonismo sinsedimentar, e indicam pouca variação de espessura com uma distribuição homogênea dessa unidade ao longo da bacia. As rochas da Formação Furnas descritas por Assine (1996) e Assine et al. (1999) nas faixas aflorantes e nos perfis de poços da bacia foram caracterizadas e subdivi- didas em três associações faciológicas denominadas de unidades I, II e III (da base para o topo). Segundo Assine (1996), a unidade inferior (I) é arenosa-conglomerática localmente, com clastos do folhelho Vila Maria, deposi- tada em sistema deltaico de rios entrelaçados. A unidade II apresenta rochas arenosas com intercalações de siltitos e argilitos com presença de icnofósseis (repouso e deslo- camento de trilobitas) indicando contribuição marinha na sedimentação. A unidade III é marcada por um aumento brusco na granulometria e aporte sedimentar constituindo sets de até 3 m de espessura com presença de depósitos residuais de cascalho. Assine (1996) identificou um padrão de paleocorren- tes unimodal para noroeste na unidade I, nos flancos norte e noroeste da bacia, igualmente para as unidades II e III no flanco norte. No entanto, as unidades II e III no flanco noroeste apresentam paleocorrentes com grande variação azimutal e padrões que variam de unimodais a polimodais, mas com um transporte evidente para oeste. Arcabouço geológico-geofísico A partir da resposta das rochas ao sinal magnético foram delimitados domínios e lineamentos cujas anomalias magnéticas estão relacionadas às estruturas e principais unidades geológicas que ocorrem na região. As principais unidades geológicas do embasamento na área, represen- tadas no mapa da Figura 1, são as rochas ígneas do Arco Magmático de Goiás (Pimentel e Fuck, 1992) e metas- sedimentos da Faixa Paraguai, dividida por Cordani et al. (1984) em sedimentos supracrustais e mesozonais. Também ocorrem derrames e intrusões de basaltos e gabros nos sedimentos da Bacia do Paraná (Formação Serra Geral), observados no mapa geológico do Brasil (Companhia de Pesquisas em Recursos Minerais, 2004) e intrusões de rochas alcalinas (Alcalinas do Oeste de Goiás). Os lineamentos interpretados nos mapas de anoma- lias magnéticas (Figura 4), associados aos seis domí- nios identificados, correlacionáveis com unidades geo- lógicas que ocorrem como embasamento aflorando ou como rochas intrusivas (básicas e alcalinas) nas rochas da Bacia do Paraná, constituem o arcabouço geofísico da área (Figura 5). O lineamento 1, coincidente com o Lineamento Transbrasiliano na parte nordeste da área, também ocorre paralelo à orientação geral do Arco Magmático de Goiás (domínio III) e apresenta continui- dade na direção sudoeste em direção à bacia. O mesmo lineamento sugere limitar as rochas da Faixa Paraguai. Já os lineamentos 2, 3 e 4 têm a mesma direção (N60E) dos domínios correlacionados com as rochas da Faixa Paraguai, sendo que o lineamento 2 separa os sedimen- tos supracrustais (domínio I) dos mesozonais (domínio II). As feições circulares indicam as diversas intrusões de rochas alcalinas (domínio IV). Na porção sudeste, as rochas da Formação Serra Geral são relacionadas às ano- malias desta área (domínio V). O domínio I se encontra separado, ao norte, pelo lineamento 5 de um grupo de anomalias que provavelmente são as rochas do Cráton do Amazonas, denominado domínio VI (Figura 5). Formação Furnas Os afloramentos da Formação Furnas descritos nas porções leste e oeste da área (Figura 9) possuem características estratigráficas que permitem a distinção das unidades I, II e III, segundo a classificação proposta por Assine (1996). A sequência basal (unidade I) ocorre principalmente na porção leste, sendo representada por arenitos conglomerá- ticos, mal selecionados mineralogicamente (feldspáticos) com seixos e grãos angulosos a subangulosos de quartzo com estratificação festonada (Figura 6). Arenitos médios a grossos, com espessuras de 0,3 a 1,5 m, apresentam níveis conglomeráticos e limites ondulados das camadas, estrati- ficações cruzadas planares de médio porte e paleocorren- tes para noroeste. A unidade II (seção média) da Formação Furnas foi identificada na porção leste em Barra do Garças e Doverlândia. A unidade é constituída por arenitos médios a grossos, moderadamente selecionados, avermelhados e esbranquiçados, com pouca matriz, grãos arredondados a subangulosos, maturos a moderamente maturos mine- ralogicamente. Localmente, encontram-se silicificados e apresentam feições sigmoidais (Figura 7), por vezes com estratificações cruzadas planares na base, sendo associados a feições erosivas (escavação). Os arenitos apresentam estratificações cruzadas de baixo ângulo com paleocorrentes variáveis, ora para norte/nordeste, ora para sudoeste, e as feições de escavações indicam sentido geral para oeste. As rochas da sequência superior da Formação Furnas (unidade III) foram descritas na porção oeste da área de estudo (Figura 10), próximo às cidades de Jaciara, Rondonópolis (MT) e Pedro Gomes (MS). A unidade é composta principalmente por arenitos grossos com estrati- ficações cruzadas planares (Figura 8), os quais, por vezes, se encontram com matriz síltica e paleocorrentes para oeste. Proveniência de zircões detríticos da Formação Furnas - 33 -Geol. USP, Sér. cient., São Paulo, v. 15, n. 2, p. 25-59, Junho 2015 Figura 4. Interpretação dos lineamentos magnéticos. A: mapa do campo magnético anômalo; B: lineamentos magnéticos interpretados do campo magnético anômalo; C: mapa da inclinação do sinal analítico; D: lineamentos magnéticos interpretados do mapa da inclinação do sinal analítico. Também ocorrem arenitos médios a grossos com estratifica- ções acanaladas e paleocorrentes predominantemente para sudoeste. Próximo a Rondonópolis, a Formação Furnas é representada por arenitos finos a médios, com matriz argi- losa e marcas onduladas. Os dados de paleocorrentes obtidos nos afloramentos descritos não são estatisticamente significantes, porém indi- cam padrões semelhantes aos descritos por Assine (1996) (Figuras 9 e 10). Para a porção leste, as paleocorrentes nas seções basal e média (unidades I e II) apresentam fluxo para noroeste. Nos afloramentos da porção oeste, os dados da sequência superior (unidade III) são mais dispersos e evi- denciam fluxo para oeste e sudoeste. Geocronologia Os grãos de zircão detríticos das amostras coletadas para datação U-Pb apresentam dimensões que variam de 100 a 400 µm. A principal forma é anédrica com extremidades arredondadas a subarredondadas, secundariamente euédricas, raramente com pirâmides conservadas (Figura 11). Em geral, são incolores e translúcidos e também ocorrem nas cores castanho, amarelo e rosa. Santos, T. B. et al. - 34 - Geol. USP, Sér. cient., São Paulo, v. 15, n. 2, p. 25-59, Junho 2015 Figura 5. Arcabouço estrutural geofísico da área de estudo. A: mapa do campo magnético anômalo; B: mapa de domínios geofísico-estrutuais. I: rochas supracrustais da Faixa Paraguai; II: rochas mesozonais da Faixa Paraguai; III: Arco Magmáticode Goiás; IV: rochas alcalinas do oeste de Goiás; V: Formação Serra Geral; VI: Cráton do Amazonas. 1: principal componente do Lineamento Transbrasiliano; 2, 3, 4, 5: componentes secundários do Lineamento Transbrasiliano. Fonte: Assine (1996). Figura 6. Seção colunar do afloramento 27, Sítio Morro da Mesa, Piranhas (GO). Arenitos conglomeráticos e arenitos grossos (unidade I). Amostra datada com U-Pb em zircão detrítico. Proveniência de zircões detríticos da Formação Furnas - 35 -Geol. USP, Sér. cient., São Paulo, v. 15, n. 2, p. 25-59, Junho 2015 Fonte: Assine (1996). Figura 7. Seção colunar do afloramento 32, Barra do Garças (MT) – Cachoeira no Parque Estadual da Serra Azul. Arenitos médios da Formação Furnas (unidade II). Amostra datada com U-Pb em zircão detrítico. Fonte: Assine (1996). Figura 8. Seção colunar do afloramento 81, corte de estrada próximo a Pedro Gomes (MS). Arenito grosso (unidade III). Amostra datada pelo método U-Pb em zircão detrítico. Santos, T. B. et al. - 36 - Geol. USP, Sér. cient., São Paulo, v. 15, n. 2, p. 25-59, Junho 2015 Fo nt e: D ad os d es te tr ab alh o (ro se ta s em b ra nc os ) e d ad os d e As sin e (1 99 6) (r os et as p re ta s). Fi gu ra 9 . P al eo co rr en te s da p or çã o le st e da á re a es tu da da . Proveniência de zircões detríticos da Formação Furnas - 37 -Geol. USP, Sér. cient., São Paulo, v. 15, n. 2, p. 25-59, Junho 2015 Fonte: Dados deste trabalho (rosetas em brancos) e dados de Assine (1996) (rosetas pretas). Figura 10. Paleocorrentes da porção oeste da área estudada. Santos, T. B. et al. - 38 - Geol. USP, Sér. cient., São Paulo, v. 15, n. 2, p. 25-59, Junho 2015 Figura 11. Exemplos da morfologia dos principais grãos das amostras datadas em MEV. Grãos arredondados: a até f. Grãos subarredondados: g até k. Grãos euédricos: l até p. Grãos alongados: q até bi. Idades U-Pb Cinco amostras de arenitos da Formação Furnas foram sele- cionadas para datação U-Pb dos grãos de zircão: duas se encontram na porção oeste (TB-81 e TB-83) e as outras três na porção leste da área de estudo (TB-27, TB-32 e TB-64) (Figura 1). Segundo o posicionamento estratigráfico obser- vado, as amostras TB-27 e TB-64 pertencem à seção basal da Formação Furnas (unidade I), enquanto a TB-32 está contida na seção média (unidade II), e as TB-81 e TB-83, na seção superior (unidade III). Após os dados de LA-ICP-MS serem reduzidos, conside- rando as idades concordantes (concordância maior que 80%) e com baixo teor de Pb comum (porcentagem do Pb206 menor que 3%), foram confeccionados os diagramas concórdia Pb206/ U238 versus Pb207/U235 (Figura 13) e os histogramas de densi- dade e frequência das idades Pb207/Pb206 no programa Isoplot 3 (Ludwing, 2003). Os dados analíticos dos 313 grãos anali- sados estão apresentados nas Tabelas 1 a 5. As amostras TB-32, TB-81 e TB-83 das seções média e superior apresentam algumas características semelhantes (Figura 12), com aproximadamente 50% dos grãos de zir- cão de idades neoproterozoicas. As idades Pb207/Pb206 mais jovens das amostras são 588, 585 e 526 Ma, respectivamente, e populações paleoproterozoicas de 1700 a 2200 Ma. A pre- sença de mais de cinco análises de idades arqueanas (2682 a 3178 Ga) nas amostras TB-32 e TB-83 chamam atenção. As maiores concentrações de grãos com idades neoprotero- zoicas ocorrem entre 560 e 770 Ma (Figura 12). As amostras TB-27 e TB-64, da seção basal da Formação Furnas, apresentaram, respectivamente, 80 e 88% dos grãos analisados com idades Pb207/Pb206 neoproterozoi- cas, sendo as mais jovens de idade 578 Ma e 552 Ma (Figura 13). O intervalo mais frequente de idades é de 640 a 800 Ma para a amostra TB-27 e de 600 a 740 Ma para a TB-64 (Figura 13). Ambas apresentam uma con- centração secundária com idades paleoproterozoicas con- cordantes em 2051 e 2057 Ma, e até três grãos de idades arqueanas de 2672 a 2778 Ma. A distribuição das idades em cada amostra está resu- mida na Tabela 6 e no mapa do arcabouço estrutural do embasamento (Figura 15). A correlação das idades com a morfologia dos grãos das amostras não apresentou uma relação clara, pois os grãos neoproterozoicos ocorrem com todas as formas morfológicas. Os grãos arredondados, que constituem a maior parte das morfologias observadas, são encontrados com idades neoproterozoicas, paleoprotero- zoicas e arqueanas. DISCUSSÃO O arcabouço estrutural do embasamento da Bacia do Paraná, na porção noroeste, é definido principalmente por estruturas formadas durante a Orogenia Brasiliana, com orientação principal das estruturas a nordeste-sudoeste. Os estudos a respeito da origem das estruturas tectônicas e a relação com o início da subsidência da bacia contam com modelos de evolução geológica baseados em dados geofísicos e de poços, como a proposta de Curto et al. (2014) de um arcabouço com estruturas de direção NE-SW e unidades do embasamento em diferentes níveis crustais, definidas com base em dados magnéticos. Para os autores, a estrutura que separa os blocos tectônicos da Faixa Paraguai e o Arco Magmático de Goiás é o principal constituinte do Lineamento Transbrasiliano com direção N30E. As outras estruturas do lineamento são subparalelas à Faixa Paraguai (N60/70E), decorrentes de reativações após a deposição devoniana e carbonífera da Bacia do Paraná e respeitando as estruturas herdadas do embasamento. O arcabouço estrutural proposto para o embasamento (Figura 14), obtido por meio da análise de mapas mag- néticos e de propostas da literatura (Cordani et al., 2009; Curto et al., 2014), exibe unidades da Faixa Paraguai e do Arco Magmático de Goiás, cujo contato define a principal direção do Lineamento Transbrasiliano na área de estudo. Os lineamentos magnéticos de direção N60-70E seguem a orientação geral da estruturação da Faixa Paraguai e prova- velmente são de uma componente secundária do Lineamento Transbrasiliano. Proveniência de zircões detríticos da Formação Furnas - 39 -Geol. USP, Sér. cient., São Paulo, v. 15, n. 2, p. 25-59, Junho 2015 Ta be la 1 . D ad os a na lít ic os U -P b IC P -M S d a am os tr a TB -2 7. TB -2 7 Ra zõ es is ot óp ic as Id ad es a pa re nt es P b/ Pb e U /P b (M a) Nú m er o do S po t f(2 06 ) % U (p pm ) Th (p pm ) 20 6 P b/ 20 4 P b 20 7/ 23 5 1σ (% ) 20 6/ 23 8 1σ (% ) 20 7/ 20 6 1σ 20 7/ 23 5 1σ 20 6/ 23 8 1σ rh o Co nc (% ) 00 4- Z1 0, 06 89 ,7 9 42 ,6 8 31 69 9 0, 83 38 1, 50 0, 10 20 1, 07 57 8, 7 22 ,8 61 5, 7 6, 9 62 5, 8 6, 4 0, 70 10 8 00 5- Z2 0, 04 96 ,4 2 43 ,7 2 42 54 1 0, 86 18 1, 08 0, 10 07 0, 76 67 5, 6 16 ,4 63 1, 1 5, 1 61 8, 8 4, 5 0, 67 92 00 6- Z3 N 0, 06 51 ,3 8 11 ,4 3 31 28 6 1, 08 53 2, 18 0, 12 44 1, 14 71 7, 3 39 ,4 74 6, 2 11 ,5 75 5, 9 8, 1 0, 75 10 5 00 7- Z3 B 0, 01 29 5, 28 36 ,1 2 11 83 98 1, 12 28 0, 73 0, 12 65 0, 61 75 3, 4 8, 6 76 4, 3 3, 9 76 8, 0 4, 4 0, 79 10 2 00 8- Z4 0, 04 12 4, 76 65 ,3 6 46 50 4 0, 84 75 0, 95 0, 10 06 0, 81 64 2, 0 10 ,5 62 3, 2 4, 4 61 8, 1 4, 8 0, 84 96 00 9-Z5 0, 03 15 4, 16 36 ,7 5 64 58 3 0, 96 83 0, 98 0, 11 26 0, 81 68 5, 8 11 ,8 68 7, 6 4, 9 68 8, 1 5, 3 0, 80 10 0 01 0- Z6 0, 04 59 ,5 3 17 ,6 8 40 17 0 0, 88 27 1, 83 0, 10 35 0, 95 66 9, 1 33 ,5 64 2, 4 8, 7 63 4, 9 5, 7 0, 74 95 01 3- Z7 0, 05 90 ,5 3 48 ,7 6 32 44 6 0, 95 93 0, 95 0, 11 26 0, 69 66 6, 8 13 ,8 68 2, 9 4, 7 68 7, 8 4, 5 0, 69 10 3 01 4- Z8 0, 21 15 ,5 1 3, 40 85 99 0, 91 00 3, 99 0, 10 17 3, 30 77 1, 8 46 ,5 65 7, 1 19 ,1 62 4, 1 19 ,6 0, 83 81 01 5- Z9 0, 07 91 ,8 1 24 ,8 3 25 44 0 0, 87 32 1, 23 0, 10 15 0, 92 68 7, 1 17 ,3 63 7, 3 5, 8 62 3, 3 5, 5 0, 73 91 01 6- Z1 0 0, 09 70 ,6 1 43 ,8 9 19 86 4 0, 89 68 2, 13 0, 10 61 1, 09 65 0, 6 38 ,8 65 0, 0 10 ,2 64 9, 8 6, 7 0, 74 10 0 01 7- Z1 1 0, 03 86 ,0 8 21 ,5 6 65 37 8 0, 97 61 1, 19 0, 11 32 0, 80 69 2, 3 19 ,0 69 1, 6 6, 0 69 1, 4 5, 2 0, 63 10 0 02 3- Z1 5N 0, 02 21 4, 37 86 ,9 1 95 40 4 9, 04 71 0, 86 0, 40 06 0, 78 24 95 ,3 6, 2 23 42 ,8 7, 9 21 71 ,7 14 ,4 0, 89 87 02 5- Z1 6 0, 06 62 ,3 6 18 ,8 9 27 74 2 0, 90 87 1, 41 0, 10 41 1, 03 71 8, 2 20 ,6 65 6, 4 6, 8 63 8, 5 6, 2 0, 71 89 02 6- Z1 7 0, 04 72 ,9 8 33 ,7 8 41 63 7 0, 93 01 1, 83 0, 10 44 0, 94 76 2, 1 33 ,1 66 7, 7 9, 0 64 0, 1 5, 7 0, 74 84 02 7- Z1 8 0, 01 19 2, 76 47 ,7 7 12 01 27 0, 91 80 0, 81 0, 10 87 0, 66 64 7, 9 10 ,2 66 1, 3 3, 9 66 5, 3 4, 2 0, 77 10 3 02 8- Z1 9 0, 64 60 ,6 4 26 ,1 6 27 49 0, 96 51 1, 33 0, 10 68 0, 86 79 1, 9 21 ,1 68 5, 9 6, 6 65 4, 1 5, 4 0, 62 83 03 4- Z2 3 0, 37 11 6, 73 38 ,3 9 41 65 6, 06 53 0, 95 0, 34 53 0, 82 20 62 ,3 8, 4 19 85 ,3 8, 2 19 12 ,2 13 ,5 0, 85 93 03 5- Z2 4 0, 13 13 4, 49 90 ,2 3 13 05 4 1, 13 60 1, 37 0, 12 03 1, 03 88 3, 4 18 ,7 77 0, 6 7, 4 73 2, 3 7, 1 0, 73 83 03 6- Z2 5 0, 05 11 1, 84 88 ,0 7 32 34 5 1, 04 25 1, 60 0, 11 64 0, 91 77 2, 2 27 ,8 72 5, 1 8, 3 71 0, 0 6, 1 0, 77 92 03 7- Z2 6 0, 08 70 ,1 3 47 ,2 2 20 92 4 1, 05 89 1, 50 0, 12 24 1, 18 70 0, 2 19 ,8 73 3, 3 7, 8 74 4, 1 8, 3 0, 77 10 6 03 8- Z2 7 0, 04 11 4, 66 48 ,7 7 44 24 2 1, 01 52 0, 88 0, 11 56 0, 70 73 1, 6 11 ,2 71 1, 5 4, 5 70 5, 1 4, 7 0, 77 96 03 9- Z2 8 0, 01 98 ,9 0 81 ,3 2 13 52 38 6, 71 80 0, 86 0, 37 66 0, 72 20 89 ,6 8, 2 20 75 ,0 7, 6 20 60 ,3 12 ,7 0, 81 99 04 0- Z2 9 0, 06 83 ,8 7 52 ,0 1 28 03 5 0, 91 70 1, 64 0, 10 29 0, 77 76 2, 9 30 ,5 66 0, 8 8, 0 63 1, 2 4, 6 0, 67 83 04 3- Z3 0 0, 35 15 8, 25 78 ,4 3 50 62 1, 18 53 0, 95 0, 12 59 0, 76 87 7, 8 11 ,7 79 3, 8 5, 2 76 4, 2 5, 5 0, 77 87 04 5- Z3 2 0, 07 54 ,9 3 53 ,4 3 24 40 7 0, 95 68 1, 85 0, 10 60 1, 28 79 0, 1 28 ,0 68 1, 7 9, 2 64 9, 3 7, 9 0, 68 82 04 6- Z3 3 0, 02 13 4, 18 66 ,4 3 72 83 5 1, 07 79 2, 09 0, 12 37 1, 22 71 5, 1 36 ,1 74 2, 6 11 ,0 75 1, 8 8, 6 0, 80 10 5 04 7- Z3 4 0, 02 14 5, 27 32 ,5 9 11 61 75 0, 89 93 0, 93 0, 10 26 0, 74 72 7, 0 12 ,0 65 1, 4 4, 5 62 9, 7 4, 4 0, 77 87 04 8- Z3 5 0, 04 78 ,1 4 44 ,2 7 40 76 2 0, 93 35 1, 07 0, 10 82 0, 84 69 3, 2 14 ,0 66 9, 5 5, 3 66 2, 4 5, 3 0, 77 96 (c on tin ua ... ) Santos, T. B. et al. - 40 - Geol. USP, Sér. cient., São Paulo, v. 15, n. 2, p. 25-59, Junho 2015 TB -2 7 Ra zõ es is ot óp ic as Id ad es a pa re nt es P b/ Pb e U /P b (M a) Nú m er o do S po t f(2 06 ) % U (p pm ) Th (p pm ) 20 6 P b/ 20 4 P b 20 7/ 23 5 1σ (% ) 20 6/ 23 8 1σ (% ) 20 7/ 20 6 1σ 20 7/ 23 5 1σ 20 6/ 23 8 1σ rh o Co nc (% ) 04 9- Z3 6 0, 08 97 ,7 9 64 ,7 5 23 00 9 0, 97 27 0, 88 0, 10 76 0, 71 79 2, 6 11 ,0 68 9, 8 4, 4 65 8, 8 4, 4 0, 77 83 05 3- Z3 8 0, 06 58 ,8 0 43 ,7 3 30 99 2 0, 98 47 1, 74 0, 11 11 1, 22 75 1, 1 26 ,0 69 6, 0 8, 7 67 9, 1 7, 9 0, 69 90 05 4- Z3 9 0, 04 87 ,9 1 51 ,0 9 44 42 5 0, 95 65 0, 89 0, 10 82 0, 68 74 4, 9 12 ,1 68 1, 5 4, 4 66 2, 4 4, 3 0, 73 89 05 6- Z4 1 0, 01 11 4, 13 64 ,3 3 19 41 78 3, 69 67 0, 91 0, 26 29 0, 56 16 60 ,4 13 ,5 15 70 ,7 7, 3 15 04 ,7 7, 5 0, 73 91 05 7- Z4 2 0, 05 11 6, 22 27 ,4 3 32 52 3 0, 97 14 0, 93 0, 10 97 0, 69 74 9, 5 13 ,2 68 9, 2 4, 7 67 0, 9 4, 4 0, 70 90 05 8- Z4 3 0, 00 38 0, 18 53 ,9 1 86 94 75 14 ,0 96 2 0, 71 0, 56 11 0, 57 26 73 ,0 7, 2 27 56 ,2 6, 8 28 71 ,2 13 ,1 0, 74 10 7 05 9- Z4 4 0, 00 11 8, 88 42 ,8 5 30 88 29 6, 47 31 0, 84 0, 37 41 0, 70 20 35 ,8 8, 2 20 42 ,3 7, 4 20 48 ,6 12 ,2 0, 80 10 1 06 3- Z4 5 0, 05 53 ,9 8 15 ,2 8 33 59 7 0, 97 94 1, 30 0, 11 18 0, 88 72 6, 1 20 ,2 69 3, 3 6, 5 68 3, 2 5, 7 0, 65 94 06 4- Z4 6 0, 01 22 5, 47 95 ,8 0 12 57 00 0, 94 55 1, 05 0, 11 08 0, 83 67 0, 7 13 ,8 67 5, 7 5, 2 67 7, 2 5, 3 0, 77 10 1 06 5- Z4 7 0, 05 10 5, 13 40 ,2 2 37 29 7 0, 91 39 1, 13 0, 10 66 0, 95 68 0, 6 13 ,0 65 9, 1 5, 5 65 2, 9 5, 9 0, 83 96 Ta be la 1 . C on tin ua çã o. Ta be la 2 . D ad os a na lít ic os U -P b IC P -M S d a am os tr a TB -3 2. TB -2 7 Ra zõ es is ot óp ic as Id ad es a pa re nt es P b/ Pb e U /P b (M a) Nú m er o do S po t f(2 06 ) % U(p pm ) Th (p pm ) 20 6 P b/ 20 4 P b 20 7/ 23 5 1σ (% ) 20 6/ 23 8 1σ (% ) 20 7/ 20 6 1σ 20 7/ 23 5 1σ 20 6/ 23 8 1σ rh o Co nc (% ) 00 4- Z1 0, 06 89 ,7 9 42 ,6 8 31 69 9 0, 83 38 1, 50 0, 10 20 1, 07 57 8, 7 22 ,8 61 5, 7 6, 9 62 5, 8 6, 4 0, 70 10 8 00 5- Z2 0, 04 96 ,4 2 43 ,7 2 42 54 1 0, 86 18 1, 08 0, 10 07 0, 76 67 5, 6 16 ,4 63 1, 1 5, 1 61 8, 8 4, 5 0, 67 92 00 6- Z3 N 0, 06 51 ,3 8 11 ,4 3 31 28 6 1, 08 53 2, 18 0, 12 44 1, 14 71 7, 3 39 ,4 74 6, 2 11 ,5 75 5, 9 8, 1 0, 75 10 5 00 7- Z3 B 0, 01 29 5, 28 36 ,1 2 11 83 98 1, 12 28 0, 73 0, 12 65 0, 61 75 3, 4 8, 6 76 4, 3 3, 9 76 8, 0 4, 4 0, 79 10 2 00 8- Z4 0, 04 12 4, 76 65 ,3 6 46 50 4 0, 84 75 0, 95 0, 10 06 0, 81 64 2, 0 10 ,5 62 3, 2 4, 4 61 8, 1 4, 8 0, 84 96 00 9- Z5 0, 03 15 4, 16 36 ,7 5 64 58 3 0, 96 83 0, 98 0, 11 26 0, 81 68 5, 8 11 ,8 68 7, 6 4, 9 68 8, 1 5, 3 0, 80 10 0 01 0- Z6 0, 04 59 ,5 3 17 ,6 8 40 17 0 0, 88 27 1, 83 0, 10 35 0, 95 66 9, 1 33 ,5 64 2, 4 8, 7 63 4, 9 5, 7 0, 74 95 01 3- Z7 0, 05 90 ,5 3 48 ,7 6 32 44 6 0, 95 93 0, 95 0, 11 26 0, 69 66 6, 8 13 ,8 68 2, 9 4, 7 68 7, 8 4, 5 0, 69 10 3 01 4- Z8 0, 21 15 ,5 1 3, 40 85 99 0, 91 00 3, 99 0, 10 17 3, 30 77 1, 8 46 ,5 65 7, 1 19 ,1 62 4, 1 19 ,6 0, 83 81 01 5- Z9 0, 07 91 ,8 1 24 ,8 3 25 44 0 0, 87 32 1, 23 0, 10 15 0, 92 68 7, 1 17 ,3 63 7, 3 5, 8 62 3, 3 5, 5 0, 73 91 01 6- Z1 0 0, 09 70 ,6 1 43 ,8 9 19 86 4 0, 89 68 2, 13 0, 10 61 1, 09 65 0, 6 38 ,8 65 0, 0 10 ,2 64 9, 8 6, 7 0, 74 10 0 01 7- Z1 1 0, 03 86 ,0 8 21 ,5 6 65 37 8 0, 97 61 1, 19 0, 11 32 0, 80 69 2, 3 19 ,0 69 1, 6 6, 0 69 1, 4 5, 2 0, 63 10 0 02 3- Z1 5N 0, 02 21 4, 37 86 ,9 1 95 40 4 9, 04 71 0, 86 0, 40 06 0, 78 24 95 ,3 6, 2 23 42 ,8 7, 9 21 71 ,7 14 ,4 0, 89 87 02 5- Z1 6 0, 06 62 ,3 6 18 ,8 9 27 74 2 0, 90 87 1, 41 0, 10 41 1, 03 71 8, 2 20 ,6 65 6, 4 6, 8 63 8, 5 6, 2 0, 71 89 (c on tin ua ... ) Proveniência de zircões detríticos da Formação Furnas - 41 -Geol. USP, Sér. cient., São Paulo, v. 15, n. 2, p. 25-59, Junho 2015 TB -2 7 Ra zõ es is ot óp ic as Id ad es a pa re nt es P b/ Pb e U /P b (M a) Nú m er o do S po t f(2 06 ) % U (p pm ) Th (p pm ) 20 6 P b/ 20 4 P b 20 7/ 23 5 1σ (% ) 20 6/ 23 8 1σ (% ) 20 7/ 20 6 1σ 20 7/ 23 5 1σ 20 6/ 23 8 1σ rh o Co nc (% ) 02 6- Z1 7 0, 04 72 ,9 8 33 ,7 8 41 63 7 0, 93 01 1, 83 0, 10 44 0, 94 76 2, 1 33 ,1 66 7, 7 9, 0 64 0, 1 5, 7 0, 74 84 02 7- Z1 8 0, 01 19 2, 76 47 ,7 7 12 01 27 0, 91 80 0, 81 0, 10 87 0, 66 64 7, 9 10 ,2 66 1, 3 3, 9 66 5, 3 4, 2 0, 77 10 3 02 8- Z1 9 0, 64 60 ,6 4 26 ,1 6 27 49 0, 96 51 1, 33 0, 10 68 0, 86 79 1, 9 21 ,1 68 5, 9 6, 6 65 4, 1 5, 4 0, 62 83 03 4- Z2 3 0, 37 11 6, 73 38 ,3 9 41 65 6, 06 53 0, 95 0, 34 53 0, 82 20 62 ,3 8, 4 19 85 ,3 8, 2 19 12 ,2 13 ,5 0, 85 93 03 5- Z2 4 0, 13 13 4, 49 90 ,2 3 13 05 4 1, 13 60 1, 37 0, 12 03 1, 03 88 3, 4 18 ,7 77 0, 6 7, 4 73 2, 3 7, 1 0, 73 83 03 6- Z2 5 0, 05 11 1, 84 88 ,0 7 32 34 5 1, 04 25 1, 60 0, 11 64 0, 91 77 2, 2 27 ,8 72 5, 1 8, 3 71 0, 0 6, 1 0, 77 92 03 7- Z2 6 0, 08 70 ,1 3 47 ,2 2 20 92 4 1, 05 89 1, 50 0, 12 24 1, 18 70 0, 2 19 ,8 73 3, 3 7, 8 74 4, 1 8, 3 0, 77 10 6 03 8- Z2 7 0, 04 11 4, 66 48 ,7 7 44 24 2 1, 01 52 0, 88 0, 11 56 0, 70 73 1, 6 11 ,2 71 1, 5 4, 5 70 5, 1 4, 7 0, 77 96 03 9- Z2 8 0, 01 98 ,9 0 81 ,3 2 13 52 38 6, 71 80 0, 86 0, 37 66 0, 72 20 89 ,6 8, 2 20 75 ,0 7, 6 20 60 ,3 12 ,7 0, 81 99 04 0- Z2 9 0, 06 83 ,8 7 52 ,0 1 28 03 5 0, 91 70 1, 64 0, 10 29 0, 77 76 2, 9 30 ,5 66 0, 8 8, 0 63 1, 2 4, 6 0, 67 83 04 3- Z3 0 0, 35 15 8, 25 78 ,4 3 50 62 1, 18 53 0, 95 0, 12 59 0, 76 87 7, 8 11 ,7 79 3, 8 5, 2 76 4, 2 5, 5 0, 77 87 04 5- Z3 2 0, 07 54 ,9 3 53 ,4 3 24 40 7 0, 95 68 1, 85 0, 10 60 1, 28 79 0, 1 28 ,0 68 1, 7 9, 2 64 9, 3 7, 9 0, 68 82 04 6- Z3 3 0, 02 13 4, 18 66 ,4 3 72 83 5 1, 07 79 2, 09 0, 12 37 1, 22 71 5, 1 36 ,1 74 2, 6 11 ,0 75 1, 8 8, 6 0, 80 10 5 04 7- Z3 4 0, 02 14 5, 27 32 ,5 9 11 61 75 0, 89 93 0, 93 0, 10 26 0, 74 72 7, 0 12 ,0 65 1, 4 4, 5 62 9, 7 4, 4 0, 77 87 04 8- Z3 5 0, 04 78 ,1 4 44 ,2 7 40 76 2 0, 93 35 1, 07 0, 10 82 0, 84 69 3, 2 14 ,0 66 9, 5 5, 3 66 2, 4 5, 3 0, 77 96 04 9- Z3 6 0, 08 97 ,7 9 64 ,7 5 23 00 9 0, 97 27 0, 88 0, 10 76 0, 71 79 2, 6 11 ,0 68 9, 8 4, 4 65 8, 8 4, 4 0, 77 83 05 3- Z3 8 0, 06 58 ,8 0 43 ,7 3 30 99 2 0, 98 47 1, 74 0, 11 11 1, 22 75 1, 1 26 ,0 69 6, 0 8, 7 67 9, 1 7, 9 0, 69 90 05 4- Z3 9 0, 04 87 ,9 1 51 ,0 9 44 42 5 0, 95 65 0, 89 0, 10 82 0, 68 74 4, 9 12 ,1 68 1, 5 4, 4 66 2, 4 4, 3 0, 73 89 05 6- Z4 1 0, 01 11 4, 13 64 ,3 3 19 41 78 3, 69 67 0, 91 0, 26 29 0, 56 16 60 ,4 13 ,5 15 70 ,7 7, 3 15 04 ,7 7, 5 0, 73 91 05 7- Z4 2 0, 05 11 6, 22 27 ,4 3 32 52 3 0, 97 14 0, 93 0, 10 97 0, 69 74 9, 5 13 ,2 68 9, 2 4, 7 67 0, 9 4, 4 0, 70 90 05 8- Z4 3 0, 00 38 0, 18 53 ,9 1 86 94 75 14 ,0 96 2 0, 71 0, 56 11 0,57 26 73 ,0 7, 2 27 56 ,2 6, 8 28 71 ,2 13 ,1 0, 74 10 7 05 9- Z4 4 0, 00 11 8, 88 42 ,8 5 30 88 29 6, 47 31 0, 84 0, 37 41 0, 70 20 35 ,8 8, 2 20 42 ,3 7, 4 20 48 ,6 12 ,2 0, 80 10 1 06 3- Z4 5 0, 05 53 ,9 8 15 ,2 8 33 59 7 0, 97 94 1, 30 0, 11 18 0, 88 72 6, 1 20 ,2 69 3, 3 6, 5 68 3, 2 5, 7 0, 65 94 06 4- Z4 6 0, 01 22 5, 47 95 ,8 0 12 57 00 0, 94 55 1, 05 0, 11 08 0, 83 67 0, 7 13 ,8 67 5, 7 5, 2 67 7, 2 5, 3 0, 77 10 1 06 5- Z4 7 0, 05 10 5, 13 40 ,2 2 37 29 7 0, 91 39 1, 13 0, 10 66 0, 95 68 0, 6 13 ,0 65 9, 1 5, 5 65 2, 9 5, 9 0, 83 96 00 4- Z0 1 0, 05 10 9, 92 56 ,0 0 35 65 5 1, 21 45 1, 30 0, 12 83 1, 17 88 8, 2 11 ,4 80 7, 2 7, 2 77 8, 2 8, 6 0, 90 88 00 5- Z0 2 0, 01 14 7, 67 44 ,1 0 11 83 47 17 ,7 23 6 0, 99 0, 58 24 0, 88 29 85 ,8 7, 4 29 74 ,9 9, 5 29 58 ,7 20 ,8 0, 87 99 00 6- Z0 3 0, 16 19 9, 24 31 ,4 3 98 83 4, 88 43 2, 82 0, 29 12 1, 49 19 80 ,8 42 ,7 17 99 ,6 23 ,8 16 47 ,4 21 ,6 0, 76 83 00 7- Z0 4 0, 03 11 1, 29 51 ,7 5 53 83 2 0, 91 43 1, 27 0, 10 94 0, 93 62 4, 8 18 ,6 65 9, 4 6, 2 66 9, 5 5, 9 0, 71 10 7 Ta be la 2 . C on tin ua çã o. (c on tin ua ... ) Santos, T. B. et al. - 42 - Geol. USP, Sér. cient., São Paulo, v. 15, n. 2, p. 25-59, Junho 2015 TB -2 7 Ra zõ es is ot óp ic as Id ad es a pa re nt es P b/ Pb e U /P b (M a) Nú m er o do S po t f(2 06 ) % U (p pm ) Th (p pm ) 20 6 P b/ 20 4 P b 20 7/ 23 5 1σ (% ) 20 6/ 23 8 1σ (% ) 20 7/ 20 6 1σ 20 7/ 23 5 1σ 20 6/ 23 8 1σ rh o Co nc (% ) 00 8- Z0 5 0, 05 99 ,4 9 66 ,2 3 37 64 9 0, 75 44 1, 67 0, 08 94 1, 37 64 5, 9 20 ,2 57 0, 8 7, 3 55 2, 1 7, 3 0, 82 85 00 9- Z0 6 0, 13 26 0, 81 98 ,4 5 10 50 5 12 ,6 86 5 1, 30 0, 46 61 0, 98 28 04 ,9 14 ,1 26 56 ,7 12 ,3 24 66 ,4 20 ,0 0, 73 88 01 0- Z0 7 0, 04 82 ,1 9 22 ,4 2 49 93 0 1, 02 90 2, 94 0, 11 26 1, 59 81 5, 1 51 ,8 71 8, 4 15 ,1 68 7, 8 10 ,4 0, 77 84 01 3- Z0 8 0, 01 18 8, 70 14 4, 93 16 38 06 1, 76 49 1, 28 0, 17 43 1, 02 10 26 ,0 15 ,6 10 32 ,7 8, 3 10 35 ,8 9, 7 0, 78 10 1 01 4- Z0 9 0, 00 13 3, 30 39 ,3 5 36 02 65 6, 68 65 1, 53 0, 38 76 1, 47 20 30 ,3 7, 8 20 70 ,8 13 ,5 21 11 ,8 26 ,4 0, 96 10 4 01 5- Z1 0 0, 06 16 7, 21 11 5, 22 29 74 0 0, 96 01 1, 12 0, 10 87 0, 84 74 2, 7 15 ,8 68 3, 4 5, 6 66 5, 5 5, 3 0, 72 90 01 6- Z1 1 0, 02 11 3, 89 78 ,4 7 78 81 5 7, 55 22 1, 17 0, 42 56 0, 89 20 80 ,3 13 ,4 21 79 ,2 10 ,5 22 85 ,8 17 ,2 0, 88 11 0 01 8- Z1 3 0, 05 40 ,9 6 26 ,4 2 32 47 4 0, 95 48 2, 01 0, 10 96 1, 42 71 4, 3 30 ,3 68 0, 6 10 ,0 67 0, 4 9, 0 0, 70 94 02 0- Z1 5 0, 07 37 ,6 6 20 ,2 8 24 69 0 1, 04 71 3, 67 0, 11 51 1, 68 80 4, 8 68 ,3 72 7, 4 19 ,0 70 2, 6 11 ,2 0, 71 87 02 3- Z1 6 0, 02 53 ,2 4 14 ,3 5 86 42 5 15 ,5 47 3 0, 98 0, 57 00 0, 90 28 08 ,3 6, 6 28 49 ,4 9, 4 29 07 ,8 21 ,0 0, 90 10 4 02 4- Z1 7 0, 04 61 ,3 2 36 ,7 1 43 53 2 0, 91 54 1, 70 0, 10 65 1, 43 68 5, 6 19 ,8 65 9, 9 8, 2 65 2, 5 8, 8 0, 83 95 02 5- Z1 8 0, 02 10 8, 01 54 ,8 8 10 21 21 0, 82 19 1, 07 0, 09 96 0, 84 59 8, 7 14 ,4 60 9, 1 4, 9 61 1, 9 4, 9 0, 76 10 2 02 6- Z1 9 0, 03 89 ,8 6 34 ,7 4 52 57 0 4, 65 63 1, 07 0, 31 47 0, 65 17 54 ,1 15 ,6 17 59 ,4 8, 9 17 63 ,9 10 ,0 0, 77 10 1 02 7- Z2 0 0, 01 36 ,8 3 48 ,8 7 10 16 32 7, 33 82 1, 05 0, 41 10 0, 90 20 91 ,0 9, 6 21 53 ,5 9, 4 22 19 ,6 16 ,9 0, 84 10 6 02 8- Z2 1 0, 10 31 8, 47 95 ,1 9 15 24 5 4, 61 02 0, 79 0, 28 02 0, 66 19 46 ,0 7, 6 17 51 ,1 6, 6 15 92 ,5 9, 4 0, 81 82 02 9- Z2 2 0, 03 63 ,4 5 30 ,3 2 50 68 0 0, 90 60 1, 44 0, 10 90 0, 88 61 3, 5 24 ,6 65 4, 9 6, 9 66 7, 0 5, 6 0, 59 10 9 03 3- Z2 4 0, 01 13 4, 81 38 ,7 0 21 10 79 10 ,9 11 2 1, 01 0, 47 75 0, 87 25 15 ,1 8, 5 25 15 ,6 9, 4 25 16 ,2 18 ,1 0, 85 10 0 03 4- Z2 5 0, 04 42 ,7 7 24 ,5 0 34 90 5 8, 06 87 0, 96 0, 43 02 0, 83 21 77 ,4 8, 6 22 38 ,7 8, 7 23 06 ,5 16 ,1 0, 84 10 6 03 5- Z2 6 0, 01 22 4, 42 7, 57 14 09 29 17 ,2 87 1 1, 22 0, 56 10 1, 13 30 06 ,1 7, 5 29 50 ,9 11 ,7 28 70 ,6 26 ,2 0, 92 95 03 6- Z2 7 0, 57 23 7, 51 12 1, 80 30 65 0, 97 38 1, 50 0, 11 32 1, 11 68 8, 2 21 ,4 69 0, 4 7, 5 69 1, 1 7, 3 0, 88 10 0 03 7- Z2 8 0, 04 10 5, 62 11 1, 47 49 75 2 0, 96 83 1, 14 0, 11 20 0, 81 69 8, 7 17 ,0 68 7, 6 5, 7 68 4, 2 5, 3 0, 68 98 03 8- Z2 9 0, 02 27 0, 50 63 ,0 7 75 46 7 13 ,1 05 4 1, 48 0, 51 88 1, 44 26 82 ,2 6, 1 26 87 ,3 14 ,0 26 94 ,0 31 ,6 0, 97 10 0 03 9- Z3 0 0, 01 10 6, 57 52 ,2 4 26 17 94 15 ,4 59 5 0, 95 0, 53 30 0, 81 29 08 ,2 8, 1 28 44 ,0 9, 1 27 54 ,2 18 ,1 0, 83 95 04 0- Z3 1 0, 01 95 ,4 3 62 ,9 7 19 26 30 6, 78 46 1, 45 0, 37 89 0, 98 20 96 ,2 18 ,8 20 83 ,7 12 ,9 20 71 ,1 17 ,4 0, 83 99 04 3- Z3 2 0, 08 10 2, 30 89 ,4 5 22 64 1 1, 30 13 1, 04 0, 13 79 0, 82 88 1, 2 13 ,2 84 6, 3 6, 0 83 3, 1 6, 4 0, 76 95 04 5- Z3 4 0, 02 10 9, 11 6, 80 10 83 81 0, 98 79 1, 95 0, 11 43 1, 85 69 8, 1 12 ,7 69 7, 6 9, 8 69 7, 5 12 ,2 0, 95 10 0 04 6- Z3 5 0, 01 10 2, 56 72 ,6 7 22 62 14 7, 11 35 0, 83 0,40 05 0, 64 20 82 ,1 9, 2 21 25 ,7 7, 4 21 71 ,1 11 ,8 0, 83 10 4 04 7- Z3 6 0, 01 85 ,2 8 51 ,0 0 16 00 70 1, 23 38 1, 27 0, 13 37 0, 89 83 4, 9 18 ,9 81 6, 1 7, 1 80 9, 2 6, 7 0, 67 97 04 8- Z3 7 0, 03 23 7, 23 15 6, 59 55 90 6 0, 88 17 0, 75 0, 10 48 0, 62 64 0, 2 9, 0 64 1, 9 3, 6 64 2, 4 3, 8 0, 79 10 0 Ta be la 2 . C on tin ua çã o. (c on tin ua ... ) Proveniência de zircões detríticos da Formação Furnas - 43 -Geol. USP, Sér. cient., São Paulo, v. 15, n. 2, p. 25-59, Junho 2015 Ta be la 2 . C on tin ua çã o. TB -2 7 Ra zõ es is ot óp ic as Id ad es a pa re nt es P b/ Pb e U /P b (M a) Nú m er o do S po t f(2 06 ) % U (p pm ) Th (p pm ) 20 6 P b/ 20 4 P b 20 7/ 23 5 1σ (% ) 20 6/ 23 8 1σ (% ) 20 7/ 20 6 1σ 20 7/ 23 5 1σ 20 6/ 23 8 1σ rh o Co nc (% ) 04 9- Z3 8 0, 02 48 2, 52 27 ,8 3 99 43 2 0, 88 64 0, 90 0, 10 79 0, 75 58 8, 6 11 ,1 64 4, 4 4, 3 66 0, 5 4, 7 0, 80 11 2 05 0- Z3 9 0, 04 42 ,8 5 23 ,6 4 42 97 2 4, 91 62 1, 38 0, 33 51 0, 83 17 39 ,0 20 ,2 18 05 ,0 11 ,7 18 62 ,8 13 ,5 0, 78 10 7 05 4- Z4 0 0, 06 10 4, 81 30 ,1 7 31 31 5 1, 36 20 1, 21 0, 14 48 1, 04 87 4, 9 12 ,9 87 2, 7 7, 1 87 1, 9 8, 5 0, 85 10 0 05 5- Z4 1 0, 01 66 ,7 8 27 ,9 1 11 83 12 6, 38 55 1, 33 0, 36 54 1, 21 20 53 ,5 9, 7 20 30 ,3 11 ,7 20 07 ,5 20 ,9 0, 91 98 05 6- Z4 2 0, 11 59 ,7 3 51 ,9 9 15 91 9 0, 93 02 2, 50 0, 11 03 1, 12 64 5, 8 47 ,2 66 7, 7 12 ,1 67 4, 2 7, 2 0, 68 10 4 05 7- Z4 3 0, 01 62 ,7 1 24 ,1 2 13 66 13 6, 95 90 1, 46 0, 39 39 1, 12 20 72 ,6 16 ,6 21 06 ,2 13 ,0 21 40 ,8 20 ,4 0, 75 10 3 05 8- Z4 4 0, 07 39 ,4 2 19 ,6 2 25 83 6 0, 94 47 2, 38 0, 10 93 1, 82 69 7, 6 32 ,4 67 5, 3 11 ,7 66 8, 7 11 ,6 0, 76 96 05 9- Z4 5 0, 02 14 7, 92 50 ,6 2 83 23 5 0, 94 78 2, 68 0, 10 63 1, 79 76 4, 3 42 ,1 67 7, 0 13 ,3 65 1, 0 11 ,1 0, 66 85 06 2- Z4 7 0, 07 55 ,8 4 25 ,2 6 25 56 2 1, 30 72 1, 83 0, 13 51 1, 38 93 3, 5 24 ,4 84 8, 9 10 ,5 81 6, 9 10 ,6 0, 75 88 06 3- Z4 8 0, 04 68 ,9 2 61 ,8 8 39 77 6 6, 86 04 1, 16 0, 37 54 1, 04 21 32 ,0 8, 7 20 93 ,6 10 ,3 20 54 ,7 18 ,4 0, 89 96 06 4- Z4 9 0, 02 46 2, 22 64 ,9 6 11 16 07 0, 83 51 1, 04 0, 10 09 0, 82 60 5, 1 13 ,7 61 6, 5 4, 8 61 9, 6 4, 9 0, 77 10 2 06 5- Z5 0 0, 01 16 0, 71 13 4, 30 31 08 39 5, 01 68 1, 59 0, 29 87 0, 99 19 82 ,9 22 ,1 18 22 ,2 13 ,5 16 84 ,9 14 ,7 0, 81 85 06 6- Z5 1 0, 03 34 ,1 1 22 ,0 8 56 97 8 5, 87 27 2, 05 0, 37 09 1, 78 18 77 ,1 18 ,4 19 57 ,2 17 ,8 20 33 ,8 31 ,1 0, 86 10 8 06 7- Z5 2 0, 09 33 ,8 8 16 ,3 1 19 78 0 0, 99 68 2, 67 0, 10 84 2, 04 82 7, 8 35 ,4 70 2, 2 13 ,4 66 3, 6 12 ,8 0, 76 80 06 8- Z5 3 0, 14 20 ,0 4 15 ,0 2 12 32 2 0, 81 39 4, 59 0, 09 62 3, 06 65 2, 2 71 ,6 60 4, 6 20 ,7 59 2, 0 17 ,3 0, 67 91 06 9- Z5 4 0, 01 55 ,5 4 51 ,3 5 12 24 86 7, 55 70 2, 37 0, 43 15 1, 66 20 57 ,0 29 ,8 21 79 ,8 21 ,3 23 12 ,6 32 ,3 0, 88 11 2 07 2- Z5 5 0, 15 19 ,5 0 10 ,4 0 11 69 5 0, 91 10 4, 49 0, 10 58 2, 87 68 9, 6 71 ,8 65 7, 6 21 ,5 64 8, 3 17 ,7 0, 64 94 07 3- Z5 6 0, 02 51 ,1 8 12 ,7 3 77 21 4 3, 89 64 1, 95 0, 27 77 1, 65 16 56 ,5 19 ,4 16 12 ,9 15 ,8 15 79 ,7 23 ,1 0, 84 95 07 4- Z5 7 0, 01 12 5, 65 47 ,7 2 27 49 67 7, 09 52 1, 37 0, 40 09 1, 25 20 75 ,4 9, 9 21 23 ,4 12 ,2 21 73 ,4 23 ,0 0, 91 10 5 07 5- Z5 8 0, 01 13 4, 16 14 ,8 3 14 87 77 1, 24 48 2, 05 0, 13 96 1, 60 76 4, 1 27 ,0 82 1, 1 11 ,5 84 2, 2 12 ,6 0, 92 11 0 07 7- Z6 0 0, 04 25 ,5 1 9, 46 41 38 9 4, 78 41 2, 11 0, 31 99 1, 74 17 73 ,5 21 ,6 17 82 ,1 17 ,7 17 89 ,4 27 ,2 0, 82 10 1 07 8- Z6 1 0, 04 60 ,0 1 16 ,8 9 48 49 7 0, 83 96 2, 50 0, 10 17 2, 14 59 8, 8 27 ,7 61 8, 9 11 ,6 62 4, 4 12 ,7 0, 86 10 4 08 2- Z6 3 0, 06 58 ,7 2 56 ,3 1 30 84 2 1, 10 54 1, 55 0, 12 80 1, 36 69 5, 3 15 ,7 75 6, 0 8, 2 77 6, 6 9, 9 0, 87 11 2 08 3- Z6 4 0, 02 52 ,1 5 14 ,3 0 84 46 8 3, 26 83 1, 65 0, 26 95 1, 49 13 81 ,4 13 ,9 14 73 ,5 12 ,9 15 38 ,3 20 ,4 0, 90 11 1 08 5- Z6 6 0, 01 14 0, 10 77 ,8 5 20 87 58 4, 82 27 1, 48 0, 31 67 0, 92 18 06 ,8 21 ,0 17 88 ,9 12 ,4 17 73 ,6 14 ,3 0, 60 98 08 6- Z6 7 0, 01 82 ,4 0 25 ,7 4 15 16 73 11 ,0 78 0 1, 20 0, 47 11 1, 05 25 62 ,9 10 ,0 25 29 ,7 11 ,2 24 88 ,6 21 ,6 0, 86 97 08 7- Z6 8 0, 03 40 ,5 2 10 ,2 5 55 17 1 9, 23 07 1, 48 0, 44 03 1, 02 23 69 ,0 18 ,2 23 61 ,2 13 ,5 23 52 ,2 20 ,1 0, 67 99 08 8- Z6 9 0, 07 58 ,2 1 35 ,5 6 25 97 1 1, 17 44 3, 52 0, 12 72 1, 72 83 6, 9 63 ,9 78 8, 7 19 ,3 77 1, 8 12 ,5 0, 74 92 09 1- Z7 0 0, 02 46 ,5 8 55 ,2 1 91 40 1 6, 99 37 2, 06 0, 40 20 1, 62 20 45 ,2 22 ,5 21 10 ,6 18 ,3 21 78 ,4 29 ,9 0, 78 10 7 (c on tin ua ... ) Santos, T. B. et al. - 44 - Geol. USP, Sér. cient., São Paulo, v. 15, n. 2, p. 25-59, Junho 2015 TB -6 4 Ra zõ es is ot óp ic as Id ad es a pa re nt es P b/ Pb e U /P b (M a) Nú m er o do s po t f(2 06 ) % U (p pm ) Th (p pm ) 20 6 P b/ 20 4 P b 20 7/ 23 5 1σ (% ) 20 6/ 23 8 1σ (% ) 20 7/ 20 6 1σ 20 7/ 23 5 1σ 20 6/ 23 8 1σ rh o Co nc (% ) 00 4- Z10, 01 18 8, 87 37 ,9 1 12 62 07 0, 87 73 0, 84 0, 10 44 0, 69 63 6, 5 10 ,1 63 9, 5 4, 0 64 0, 4 4, 2 0, 80 10 1 00 5- Z2 0, 04 93 ,9 1 30 ,7 1 40 26 0 1, 24 16 0, 97 0, 13 11 0, 69 88 9, 9 14 ,2 81 9, 6 5, 5 79 3, 9 5, 1 0, 66 89 00 6- Z3 0, 02 81 ,5 8 67 ,1 1 82 03 7 0, 82 28 1, 26 0, 09 57 0, 93 68 6, 9 18 ,2 60 9, 6 5, 8 58 9, 0 5, 2 0, 86 86 01 0- Z5 0, 02 10 0, 59 31 ,9 7 11 09 44 0, 86 70 1, 08 0, 10 13 0, 95 67 6, 7 11 ,3 63 3, 9 5, 1 62 2, 0 5, 6 0, 86 92 01 2- Z7 0, 03 11 8, 00 10 0, 74 59 46 1 0, 85 71 1, 39 0, 10 10 0, 81 65 9, 5 24 ,1 62 8, 6 6, 5 62 0, 0 4, 8 0, 78 94 01 5- Z8 0, 03 10 8, 48 52 ,7 7 53 67 5 0, 92 46 0, 87 0, 10 71 0, 76 69 6, 0 9, 3 66 4, 8 4, 3 65 5, 6 4, 7 0, 85 94 01 6- Z9 0, 02 10 1, 40 33 ,3 7 76 93 8 0, 92 74 0, 71 0, 10 79 0, 60 68 5, 4 8, 2 66 6, 3 3, 5 66 0, 6 3, 8 0, 80 96 01 7- Z1 0 0, 01 18 3, 35 35 ,1 6 20 11 90 1, 25 00 0, 73 0, 13 98 0, 64 76 9, 8 7, 3 82 3, 4 4, 1 84 3, 4 5, 1 0, 85 11 0 01 8- Z1 1 0, 12 52 ,8 0 2, 66 14 37 4 0, 83 35 1, 81 0, 09 49 1, 04 73 1, 4 31 ,1 61 5, 5 8, 3 58 4, 5 5, 8 0, 79 80 02 2- Z1 3 0, 09 30 ,9 6 22 ,5 2 19 97 9 1, 02 37 2, 12 0, 11 32 1, 67 79 3, 3 27 ,3 71 5, 8 10 ,9 69 1, 3 10 ,9 0, 78 87 02 3- Z1 4 0, 06 43 ,8 7 32 ,9 1 29 75 4 0, 95 34 1, 31 0, 11 26 0, 95 65 2, 9 19 ,4 67 9, 9 6, 5 68 8, 1 6, 2 0, 70 10 5 02 4- Z1 5 0, 12 57 ,1 0 27 ,1 3 15 18 7 1, 01 84 2, 09 0, 11 92 0, 98 67 2, 9 38 ,9 71 3, 1 10 ,6 72 5, 9 6, 8 0, 71 10 8 02 7- Z1 6 0, 11 11 6, 72 43 ,8 1 15 93 7 0, 94 47 0, 96 0, 11 14 0, 75 65 6, 5 12 ,8 67 5, 4 4, 7 68 1, 0 4, 8 0, 75 10 4 02 8- Z1 7 0, 05 42 ,4 5 30 ,2 7 33 70 3 0, 90 14 1, 00 0, 10 89 0, 86 60 4, 2 10 ,9 65 2, 5 4, 8 66 6, 5 5, 5 0, 85 11 0 02 9- Z1 8 0, 05 49 ,1 1 25 ,0 0 33 03 9 0, 89 22 1, 62 0, 10 32 1, 03 69 9, 1 26 ,5 64 7, 6 7, 7 63 2, 9 6, 2 0, 62 91 03 0- Z1 9 0, 08 22 ,9 8 21 ,0 7 21 27 5 0, 88 84 3, 95 0, 10 04 1, 82 74 6, 4 72 ,5 64 5, 5 18 ,7 61 7, 0 10 ,7 0, 71 83 03 3- Z2 0 0, 04 79 ,1 7 33 ,0 9 40 19 3 1, 33 56 0, 91 0, 13 87 0, 73 92 2, 9 11 ,3 86 1, 3 5, 3 83 7, 6 5, 7 0, 77 91 03 4- Z2 1 0, 01 11 0, 24 54 ,9 0 22 81 90 6, 63 01 0, 78 0, 37 91 0, 60 20 54 ,6 8, 8 20 63 ,4 6, 9 20 72 ,1 10 ,6 0, 72 10 1 03 5- Z2 2 0, 01 87 ,3 8 42 ,6 8 12 44 17 0, 85 63 0, 83 0, 10 27 0, 68 61 9, 6 10 ,2 62 8, 1 3, 9 63 0, 5 4, 1 0, 79 10 2 03 6- Z2 3 0, 00 43 4, 93 21 ,6 1 43 94 41 5, 75 05 1, 03 0, 35 06 0, 74 19 40 ,5 13 ,0 19 39 ,0 8, 9 19 37 ,6 12 ,4 0, 84 10 0 03 9- Z2 4 0, 25 31 8, 38 11 8, 65 59 03 7, 00 12 0, 92 0, 38 46 0, 84 21 25 ,1 6, 6 21 11 ,6 8, 2 20 97 ,8 15 ,1 0, 90 99 Ta be la 3 . D ad os a na lít ic os U -P b IC P -M S d a am os tr a TB -6 4. TB -2 7 Ra zõ es is ot óp ic as Id ad es a pa re nt es P b/ Pb e U /P b (M a) Nú m er o do S po t f(2 06 ) % U (p pm ) Th (p pm ) 20 6 P b/ 20 4 P b 20 7/ 23 5 1σ (% ) 20 6/ 23 8 1σ (% ) 20 7/ 20 6 1σ 20 7/ 23 5 1σ 20 6/ 23 8 1σ rh o Co nc (% ) 09 3- Z7 2 0, 01 63 ,4 7 46 ,8 6 10 35 30 7, 14 00 1, 26 0, 41 41 1, 11 20 29 ,6 10 ,6 21 29 ,0 11 ,2 22 33 ,5 20 ,9 0, 87 11 0 09 4- Z7 3 0, 06 83 ,3 5 18 ,1 4 28 29 4 1, 56 91 2, 12 0, 16 63 1, 64 88 2, 2 27 ,8 95 8, 1 13 ,1 99 1, 4 15 ,0 0, 91 11 2 09 7- Z7 6 0, 42 41 ,6 2 33 ,3 7 42 32 0, 94 90 3, 11 0, 10 66 1, 96 75 9, 4 50 ,2 67 7, 6 15 ,3 65 3, 2 12 ,2 0, 62 86 Ta be la 2 . C on tin ua çã o. (c on tin ua ... ) Proveniência de zircões detríticos da Formação Furnas - 45 -Geol. USP, Sér. cient., São Paulo, v. 15, n. 2, p. 25-59, Junho 2015 Ta be la 3 . C on tin ua çã o. TB -6 4 Ra zõ es is ot óp ic as Id ad es a pa re nt es P b/ Pb e U /P b (M a) Nú m er o do s po t f(2 06 ) % U (p pm ) Th (p pm ) 20 6 P b/ 20 4 P b 20 7/ 23 5 1σ (% ) 20 6/ 23 8 1σ (% ) 20 7/ 20 6 1σ 20 7/ 23 5 1σ 20 6/ 23 8 1σ rh o Co nc (% ) 04 1- Z2 6 0, 02 99 ,7 5 22 ,1 6 70 09 3 1, 13 22 0, 95 0, 12 56 0, 84 78 7, 0 9, 0 76 8, 8 5, 1 76 2, 5 6, 1 0, 88 97 04 2- Z2 7 0, 03 10 8, 44 56 ,7 2 55 22 5 6, 23 85 1, 05 0, 35 72 0, 78 20 52 ,2 12 ,2 20 09 ,9 9, 2 19 68 ,9 13 ,3 0, 87 96 04 5- Z2 8 0, 01 41 7, 81 10 5, 16 29 19 97 0, 96 24 0, 68 0, 11 38 0, 54 65 0, 9 8, 9 68 4, 6 3, 4 69 4, 9 3, 6 0, 73 10 7 04 6- Z2 9 0, 04 50 ,2 2 31 ,4 0 43 10 9 0, 92 78 1, 13 0, 10 64 0, 81 71 6, 8 16 ,8 66 6, 5 5, 5 65 1, 7 5, 0 0, 69 91 04 7- Z3 0 0, 01 20 2, 33 78 ,2 5 13 91 11 0, 77 73 0, 97 0, 09 61 0, 86 55 4, 9 9, 8 58 3, 9 4, 3 59 1, 4 4, 8 0, 87 10 7 05 1- Z3 1 0, 03 57 ,3 2 22 ,8 3 51 21 5 1, 44 98 1, 23 0, 15 12 0, 97 91 4, 9 15 ,8 90 9, 8 7, 4 90 7, 7 8, 2 0, 77 99 05 2- Z3 2B 0, 03 93 ,7 2 62 ,4 3 53 34 4 0, 91 42 1, 53 0, 10 75 1, 23 66 2, 4 19 ,3 65 9, 3 7, 4 65 8, 4 7, 7 0, 80 99 05 3- Z3 2N 0, 05 61 ,3 4 48 ,6 8 34 65 6 0, 86 61 1, 49 0, 10 19 0, 96 66 1, 3 24 ,4 63 3, 5 7, 0 62 5, 7 5, 7 0, 63 95 05 4- Z3 3B 0, 03 13 3, 37
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