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MILLENSON, J. R. Um background para a abordagem científica do comportamento - Resumo informativo

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1
RESUMO INFORMATIVO
Rosemberg Jônatas Gomes de Sousa1
MILLENSON, J. F. Um background para a abordagem científica do comportamento. 
In:______. Princípios de análise do comportamento. Brasília, DF: Coordenada, 
1967. cap. 1, p. 23-35.
As causas do comportamento humano já foram atribuídas à anatomia, ao
movimento das marés, aos espíritos divinos ou ao simples capricho individual. A
ciência do comportamento trouxe novo conceito. É preciso conhecer o passado
desta ciência para entender as atividades presentes.
1.1 Primeiras tentativas para explicar e classificar o comportamento humano
As origens da ciência do comportamento datam de 325 a.C., quando
Aristóteles, por meio de sistema naturalístico, movimento dos corpos e
discriminações dos organismos, explicava atividades do indivíduo em padrões
específicos. Hoje temos mais interesse no controle e previsão da natureza.
A tentativa naturalista de entender as causas do comportamento foi inibida a
partir da Idade Média e da Era Cristã, pelo dualismo alma e corpo, e a atribuição
delas a problemas metafísicos e a uma alma sobrenatural. A retomada científica
deu-se a partir do séc. XVII com Galileu e a física moderna.
Renè Descartes quebra parcialmente a explicação metafísica do
comportamento, sugerindo que o movimento corporal é resultado de causas
mecânicas, que animais e homens eram um tipo de máquina complicada, cujos
membros são impulsionados por espíritos animais – substâncias invisíveis que
fluíam nos nervos e davam movimento ao corpo. Um estímulo ambiental externo
poderia causar um movimento corporal de modo mecânico, excitando nervos que
conduzem a corrente ao cérebro, de onde espíritos animais são refletidos de volta
ao membro, pelo nervo, causando o movimento, chamado de comportamento
“involuntário”. 
Outros comportamentos eram governado pela alma no cerebral. Descartes
avançou na teoria do comportamento e lança as bases filosóficas para sua
1 Graduando do curso de Psicologia da Unesp/Bauru – E-mail: rosemberg.psicologia@fc.unesp.br
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abordagem experimental na medida em que causas para este poderiam ser
encontradas no ambiente observável.
1.2 A ação reflexa
A ação reflexa animal na qual um estímulo externo (luz) e uma resposta
corporal (contração da pupila) ganharam força na explicação do comportamento. A
explicação em termos de alma se enfraqueceu. No início do século XIX o reflexo é
anexado à ciência. Forças sobrenaturais ainda estavam ligadas às causas do
comportamento em alguma medida.
1.3 Reflexos condicionados ou adquiridos
Reflexos condicionais eram condicionados a um evento prévio da vida do
organismo, como os cães que salivavam ao receber alimento e depois ao ver o
alimento. Ao mostrar como estes reflexos poderiam ser adquiridos, extintos e a
contribuição do ambiente nestes, Ivan Pavlov trouxe particular contribuição.
Ele estudou sistematicamente o condicionamento e as generalidades dos
fenômenos (aspectos quantitativos de estímulo e resposta), codificou uma lei
aplicável a todos os estímulos e organismos. A conexão entre o meio e a resposta
do organismo vivo deve ser determinada pela ciência natural. Pavlov violou
gradativamente suas afirmações ao evitar a descrição direta de comportamentos,
passando a atribuí-los a funções cerebrais desconhecidas.
1.4 A teoria da evolução e o comportamento adaptativo
Pavlov representa a doutrina mecanicista de Descartes sobre comportamento
reflexo. Descartes atribuiu à alma o comportamento sob controle do desejo ou
volição, que adiou a investigação científica. Em 1859, com a Teoria da evolução,
Darwin começou o estudo naturalístico do comportamento voluntário. 
A noção Cartesiana de que homens possuíam alma e animais não, e a pouca
distinção entre alma e mente ainda prevalecia de maneira vaga.
A Psicologia Animal Comparativa começou em Darwin com observações de
fósseis, flora, fauna e o comportamento de animais adaptativo aos meios. Foi
criticado por seu antropomorfismo – explicar o comportamento animal de modo
3
mentalista e atribuir-lhes ideias e desejos. Não se pensava comportamento humano
explicado pela mente. O interesse pelo comportamento animal adaptativo e sua
relação com o humano é renovado a partir de Darwin.
1.5 Os primeiros experimentos sobre o comportamento “voluntário”
Comportamentos instrumentais foi o nome dado por Thorndike às ações
organizadas dos animais (gatos, cães e pintos) que tentavam produzir fuga da caixa
“quebra-cabeça” ao puxarem um cordão ou mover um trinco. Ele se destacou por
considerar histórias passadas conhecidas, observações repetidas para aproximar-se
de generalidades, empregar diversos comportamentos em diferentes aparelhos e
apresentar quantitativamente seus resultados.
Thorndike apresentou a lei do efeito: os efeitos do comportamento influenciam
nas tendências comportamentais presentes (controle adaptativo). Os animais
deixavam de apresentar comportamentos mal sucedidos a medida que repetiam o
experimento na caixa.
1.6 O Zeitgeist
Thorndike estabelece lei básica do comportamento adaptativo, no qual o
“efeito” é o prazer ou a satisfação, similar à alma de Descartes, estabelecendo
processos mentais e ideias do animal. Comportamento revelava algo sobre algum
outro sistema
O Zeitgeist é aquilo que o clima social, filosófico e cultural de uma época
impõe aos pensadores influenciando seus trabalhos, ainda que tentem se libertar de
ideias estabelecidas. Descartes o superou na teoria mecanicista, mas foi
influenciado pelo dualismo “mente-corpo”. Whytt estudou os estímulos, mas não se
desprendeu da causa final dos reflexos. Pavlov analisou os reflexos condicionados,
mas permaneceu a compreender o cérebro em vez de o comportamento. Thorndike
ateve-se à associação de ideias na explicação do comportamento “voluntário”. 
1.7 A psicologia perde a sua mente
Thorndike interessou-se por processos mentais e descobriu a lei do efeito
estudando comportamento adaptativo no laboratóri. A Psicologia como ciência do
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comportamento começou em meados do séc. XIX com pesquisa psicológica
experimental derivada da fisiologia. Wundt, físico fisiologista interessou-se nos
comportamentos na medida em que esclareciam processos mentais, sendo uma
tentativa de tornar compatíveis as doutrinas metafísicas com experimentos
naturalísticos de Galileu.
Experimentos sobre Psicofísica foram realizados por Wundt a partir de 1879
no primeiro laboratório de psicologia em Leipzig. A ciência da experiência estudaria
sentimentos, pensamentos e sensação utilizando o método introspectivo na análise
dos elementos dos processos conscientes, suas conexões e leis. Audição, visão,
gosto, olfato, sentido de tempo e memória eram testados nos experimentos.
A Psicologia afirmava ser a ciência dos processos mentais, mas estudava o
comportamento. A Psicologia sensorial e a pesquisa animal, introduzida por
Thorndike, conviveram lado a lado.
John B. Watson estudou a relação entre comportamento e Psicologia,
testando modalidades sensoriais de rato em labirinto. Por métodos comportamentais
poderia se estudar imaginação, sensação, sentimento e a associação de ideias. A
previsão e controle do comportamento de todos os animais é o objeto da nova
Psicologia, denominada de “behaviorismo” em 1913, a qual ganha novo status
dentro da ciência e destitui a teoria homocêntrica, relacionando comportamento de
gatos e ratos aos de humanos. Seu objeto – a auto-observação – deveria ser
independente doobservador. Os pontos de vista modernos encontram suas bases
na teoria de Watson, na qual o comportamento é objeto independente.
1.8 O firme estabelecimento de uma análise experimental do comportamento
Leis gerais do comportamento não foram postuladas por Thorndike e Watson.
Este não apreciou a lei do efeito, mas pesquisou correlações estímulo-resposta
hereditárias e adquiridas. Conceitos mentalistas persistiam e houve fracasso em
forçar todos os comportamentos segundo modelo do reflexo, assim como na
formulação de uma ciência sistemática, consistente e útil. Arbitrariedades dos
aparelhos e preferências pessoais geravam “ciências individuais do
comportamento”. 
Skinner propôs uma formulação do comportamento a partir de experimentos
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feitos com rato branco na “caixa de Skinner” para estudo de comportamento
operante de modo cuidadosamente controlado. Originalidade no experimento e na
abordagem, variável dependente e aspecto quantitativo que se relaciona com
variáveis ambientais passadas e presentes possibilitaram analisar o comportamento
de modo sofisticado e em termos da formulação de uma lei.
Skinner contribuiu grandemente para a metodologia da ciência moderna do
comportamento reconhecendo ações reflexas e voluntárias (operantes – lei do
efeito) de maneira harmoniosa, e elaborou terminologia que é a base dos conceitos
utilizados atualmente. Para ele, ciência do comportamento analisa correlações entre
variáveis mensuráveis por meio de pesquisa sistemática, descritiva e funcional. Ele
utilizou instrumento de medidas de respostas por ele mesmo elaborado no estudo da
variável dependente na frequência de um ato arbitrário que muda com as condições
ambientais variadas
Por meio de grande número de testes de validade e reprodutibilidade em
poucos organismos, Skinner enfatizou o estudo de taxas relacionadas com
probabilidade de ocorrências do comportamento e resposta. Ampliou sua base
empírica, estabelecendo princípios comportamentais para respostas classificadas
como operantes. Skinner representa o ponto máximo da ciência do comportamento
moderna, ciência natural com tecnologia própria e utilizada em pesquisas de drogas,
guerras, tratamento humano anormal e educação etc.
Palavras-chave: Filosofia do comportamento. Behaviorismo. Ciência natural. 
Psicologia animal. Psicologia sensorial.
Citação:
“A história da análise do comportamento revela que os homens estão
bastante inclinados a adotar interpretações supérfluas sobre o
comportamento, em vez de aceitar a realidade das descrições do próprio
comportamento. Quase todo contribuinte da ciência compartilhou de
algumas superstições da sua época sobre o comportamento que estava
pesquisando” (MILLENSON, 1967, p. 35).

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