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componentes do Estado

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OS ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO ESTADO
O Estado é constituído por três elementos essenciais, que são: O território, Governo soberano e o Povo.
Território:
Conceito: É o componente espacial do Estado. É a porção da terra sobre a qual o Estado exerce a sua jurisdição, ou soberania, seu poder de mando, de império.
Em uma Concepção política, o território é estudado, levando-se em consideração elementos da Geopolítica. Em sendo assim, território seria uma região que apresenta determinadas características geográficas {(clima, recursos naturais (território do petróleo), aspecto populacional (território dos índios), espécies de animais (território dos leões)}, etc..
Em uma Concepção jurídica, o território é uma porção de terra com área delimitada, seja por meio de convenção internacional ou por meio do uso da violência/força, na qual um Estado exerce o seu poder de mando, a sua soberania. 
Existem duas espécies de território:
Território em sentido restrito (território real, território propriamente dito): 
É a porção circunscrita pelas fronteiras nacionais. Dentro deste, estão contidos os seguintes elementos: o espaço coberto por terra, o mar territorial, solo, subsolo e espaço aéreo correspondentes. 
Quando o território de um Estado Nacional tem por limite a costa marítima, o direito do Estado sobre o mar possui certos regramentos. Esse direito é regido pela convenção das nações unidas sobre o direito do mar de 1982, conhecida por Convenção de Montego Bay. A mencionada convenção foi internalizada ao nosso ordenamento jurídico através da Lei Federal nº 8.617/93, que regula certos institutos importantes, a saber:
- Mar territorial nacional: é uma faixa adjacente à costa, que mede 12 milhas marítimas a partir da linha de base. Milha é uma unidade de medida internacional que corresponde a 1852 metros.
Sobre o mar territorial exercemos a nossa soberania, a nossa jurisdição. Entrada intencional de Estrangeiro = invasão de fronteiras. Existe uma exceção, que acaba por relativizar a soberania nesse espaço: a Passagem Inocente. 
- Passagem Inocente: consiste na permissão de passagem de navio estrangeiro por águas do mar territorial brasileiro, apenas como passagem necessária para chegar ao seu destino final, devendo a passagem ser rápida e contínua.
No Brasil o assunto é regulamentado pela Lei Federal 8.617/93, que assim dispõe:
Art. 3º É reconhecido aos navios de todas as nacionalidades o direito de passagem inocente no mar territorial brasileiro.
§ 1º A passagem será considerada inocente desde que não seja prejudicial à paz, à boa ordem ou à segurança do Brasil, devendo ser contínua e rápida.
§ 2º A passagem inocente poderá compreender o parar e o fundear, mas apenas na medida em que tais procedimentos constituam incidentes comuns de navegação ou sejam impostos por motivos de força ou por dificuldade grave, ou tenham por fim prestar auxílio a pessoas a navios ou aeronaves em perigo ou em dificuldade grave.
OBSERVAÇÃO: A passagem inocente não se refere às aeronaves; só se refere às embarcações.
- Zona contígua: compreende uma faixa que se estende das doze às vinte e quatro milhas marítimas”. Ou seja, depois das 12 milhas do mar territorial, começam as 12 milhas da zona contígua.
Na zona contígua, o Estado pode exercer o seu poder de polícia para proteger o seu território. Pode exercer a fiscalização aduaneira (comércio), fiscalização sanitária e fiscalização de imigração, etc.
- Zona Econômica Exclusiva: compreende uma faixa que se estende das doze às duzentas milhas marítimas”. Ou seja, após as 12 milhas do mar territorial, conta-se mais 188 milhas, que é a zona econômica exclusiva.
Na zona econômica exclusiva, o Brasil tem direito exclusivo para fins de exploração e aproveitamento dos recursos naturais, mas não possui Jurisdição sobre aquela extensão do mar.
Representando:
 | 12 milhas		| 12 milhas .
Linha de base	Mar territorial	 Zona contígua
 | 12 milhas |	 188 milhas . 
Linha de base Mar territorial Zona Econômica Exclusiva
- Plataforma continental: compreende o leito e o subsolo das áreas submarinas, iniciando-se na linha de base e se estendendo até o bordo exterior da margem continental, ou, na ausência de bordo exterior, até uma distância de duzentas milhas marítimas, contadas na forma horizontal.
- Bordo exterior: é a queda abrupta da margem continental, que conduz aos fundos marinhos.
- Espaço aéreo nacional: ele não é definido em lei ou tratado, mas, verticalmente falando, se entende que é até onde as aeronaves civis ou militares possam alcançar. Depois disso é o espaço de toda a humanidade, para fins de pesquisa. No sentido horizontal ele abrange o espaço coberto por terra bem como o espaço do mar territorial.
- Alto-Mar: Corresponde às áreas marítimas a partir do limite externo da zona econômica exclusiva. Neste espaço vigora o princípio da liberdade, desde que para fins lícitos. OBS.: Os Estados sem litoral também tem direito a acessar o alto-mar.
- Fundos Marinhos: Abrange as águas subaquáticas, o leito e o subsolo das águas internacionais, que não pertencem, portanto, a nenhum Estado. São patrimônio comum da humanidade, e sua exploração deve ser feita em benefício dos povos do mundo em geral.
No caso do Brasil, que não é uma ilha, o mesmo possui fronteira com outros Estados Nacionais por terra como também por rios. Com relação a essas fronteiras existe um espaço que ganhou especial regulação, tanto na CF/88 como em lei federal, chamado de Faixa de Fronteira. 
- Faixa de Fronteira: Segundo a nossa Constituição Federal, Faixa de Fronteira é a faixa de até cento e cinqüenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres, considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização serão reguladas em lei (Art. 20, § 2º).
Regulamentando o tema, a Lei Federal 6.634/79 preceitua que a Faixa de Fronteira é a faixa interna de 150 Km (cento e cinqüenta quilômetros) de largura, paralela à linha divisória terrestre do território nacional, considerada área indispensável à Segurança Nacional (Art. 1º).
Nessa faixa, necessita-se do assentimento prévio do Conselho de Segurança Nacional, a prática de certos atos, dentre eles:
a) Construção de pontes, estradas internacionais e campos de pouso;
b) Estabelecimento ou exploração de indústrias que interessem à Segurança Nacional, assim relacionadas em decreto do Poder Executivo;
c) Transações com imóvel rural, que impliquem a obtenção, por estrangeiro, do domínio, da posse ou de qualquer direito real sobre o imóvel.
Território ficto (ou por ficção, ou por extensão):
São determinadas situações jurídicas que a lei equipara a território. A lei dá o status de território; é uma ficção jurídica. Esses elementos são: art. 5º do CP (porque lá tem o p. da territorialidade):
- embarcação pública nacional onde quer que esteja;
- embarcação particular nacional no mar territorial nacional e no mar internacional;
- aeronave publica nacional onde quer que esteja;
- aeronave particular nacional no espaço aéreo nacional e no espaço aéreo internacional.
Questão: Representação diplomática (ex.: embaixada, consulados) não são território por extensão. O que ocorre é que na embaixada e no consulado o Estado exerce a soberania, poder de mando. Ex.: Na embaixada brasileira localizada na Itália, o Brasil exerce seu poder de império. Mas não é por isso que podemos dizer que é nosso território por extensão. Ele não é nosso, porque, ex., se lá na nossa embaixada da Itália tiver petróleo, claro que esse petróleo não será nosso.
_ Professor, mas o que é embaixada? Qual a diferença existente entre Embaixada e Consulado?_ Veja:
- Embaixada: é a representação diplomática de um país dentro de outro. Cada país só tem uma embaixada na nação estrangeira, geralmente na capital federal. É responsável por assuntos de interesse comuns entre as duas nações envolvendo negociações políticas, desenvolvimento econômico e cultural, informações oficiais, etc.
- Consulado: é a representação administrativa de um país dentro de outro. Cada país pode ter diversos consulados na nação estrangeira. É responsável basicamente por resolver assuntos dos seus cidadãos no território estrangeiro como vistos, auxílio administrativo tanto para pessoa física como jurídica, etc.
- Jurisdição nacional – É o poder que o Estado detém para julgar as relações jurídicas, que ocorram em seu território (abrange o mar territorial), de acordo com o seu ordenamento jurídico. É o espaço onde o ordenamento jurídico de um país é aplicado. Diz respeito ao alcance regulatório do direito nacional.
Conclusão: Território Nacional em sentido amplo é todo o espaço terrestre + mar territorial + espaço aéreo, solo e subsolo correspondentes + extensões criadas por lei.

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