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FORMA DE ESTADO E FORMA DE GOVERNO

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2.2. O ESTADO E SEU GOVERNO
2.2.1. Formas de Estado - Estado Unitário e Estado Federal; diferença entre Federação e Confederação.
Formas de Estado: Estado Unitário/Simples ou Estado Composto/Federação
Para melhor entendermos Formas de Estado, devemos responder a uma indagação, e a resposta será a forma do Estado: dentro de um determinado território, existem quantas pessoas jurídicas com capacidade política, ou seja, que possuem autonomia administrativa, financeira e legislativa?
Estado Unitário/Simples – É o Estado formado por apenas uma pessoa jurídica com capacidade política dentro de um determinado território. a) somente uma Entidade possui competência em assuntos administrativos e dará tratamento uniforme em todo o território nacional, por ex.: um único chefe do Poder Executivo (autonomia administrativa); b) somente uma Entidade possui competência para criar tributos/impostos para custear as despesas de toda a Nação (autonomia financeira); c) somente uma Entidade possui competência para editar as Leis, que tem aplicabilidade em todo o território nacional (autonomia legislativa).
Exemplo de Estado Unitário: Uruguai – O território da República Oriental do Uruguai é dividido em administrações, que respeitam a lei do todo. As administrações não possuem qualquer autonomia, seja administrativa, financeira ou legislativa. As administrações respeitam as leis nacionais.
Estado Composto ou Estado Federal – É o Estado formado por mais de uma pessoa jurídica com capacidade política dentro de um determinado território. É um Estado formado por diversas unidades parciais autônomas, cada uma possuindo autonomia administrativa, financeira e legislativa própria. Cada unidade autônoma pode manifestar sua vontade sobre os assuntos administrativos; cada unidade autônoma pode criar seus próprios tributos/impostos; cada unidade autônoma pode criar suas próprias leis.
Mas o que é uma unidade parcial? É a denominação da parte, na forma de Estado. Ela recebe os mais variados nomes: na suíça se chama cantão; na Alemanha se chama Laender; na argentina se chama província; no Brasil se chama Estados membros, Distrito Federal ou Municípios. Nós vivemos em uma Federação desde 1891 (a 1ª Constituição da Republica Federativa do Brasil).
TIPOS DE FEDERAÇÕES
Existem DOIS tipos de Federações, que são:
a) Federação centrípeta ou por agregação: é o tipo de Federação que tem origem com a união de vários Estados Soberanos, que se agregam em um movimento de fora para dentro. Por meio de uma convenção os Estados renunciam a sua soberania em prol da Federação, tornando-se apenas Estados autônomos. Porém, neste tipo de Federação, normalmente, as competências e poderes são distribuídos de forma a dar mais autonomia aos Estados-membros. Isto porque, normalmente, cada Estado por ser soberano, quer ao menos ficar com uma autonomia forte. Ex.: Federação Norte Americana ou Estados Unidos da América.
Questão: Porque nos EUA cada Estado tem seu Código Penal, seu Código de Processo Penal? Porque no Texas tem pena de morte e em outros Estados americanos não tem? Porque isso é em decorrência do processo histórico de formação da Federação. Os EUA é Federação por agregação, ou centrípeta. Eram 13 colônias independentes que se uniram em uma Federação. Por isso que elas têm mais autonomia. A nossa é Federação por desagregação ou centrífuga, porque éramos um Estado Unitário que se desagregou. Por isso, os Estados brasileiros têm menos autonomia, tendo em vista que no ato do surgimento da Federação esses Estados Membros, sequer existiam, razão porque não puderem reivindicar uma autonomia mais forte.
* Curiosidade: em alguns lugares nos EUA, quando o Deputado morre, quem assume é sua mulher.
b) Federação centrífuga ou por segregação/desagregação: é o tipo de Federação que tem origem em um Estado Unitário, que se divide em Estados Autônomos, em um movimento de dentro para fora. Neste tipo de Federação, normalmente, as competências e poderes dos Estados membros são reduzidos, conforme já explicamos acima. Ex.: Federação Brasileira.
→ Características da Federação:
Existem várias características; vamos citar aqui algumas:
A própria existência da Constituição Federal: só há que se falar em Federação com uma Constituição Federal, instrumento normativo que cria a Federação;
Indissolubilidade do Vínculo: as unidades parciais não têm direito de separação, de secessão. A nossa constituição tem essa característica, ao prescrever em seu art. 1º, que: “A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito (...). Esta característica é tão importante que o legislador nos dá meios para proteger essa indissolubilidade do vinculo; vejamos: 
→ 1º instrumento - Intervenção Federal, que é um mecanismo que protege a indissolubilidade do vínculo. Pelo Artigo 34 da CF/88, a União poderá intervir nos Estados e no Distrito Federal para manter a integridade nacional.
→ 2º instrumento – Previsão de CRIME. Pelo Direito Penal brasileiro é crime pregar contra a Federação (Ex.: fazer adesivo falando para separar a Paraíba do resto do País). Os crimes estão na lei 7.170/83 – Lei de Segurança Nacional.
Divisão constitucional de competência: Só existe Federação se ocorrer a divisão de competências, para evitar conflitos entre as unidades parciais. Ou seja, é necessário especificar o que compete a cada Ente da Federação fazer. Ex. arts. 21 e 22 da CF/88 – competências da União; art. 25 da CF/88 - competência dos Estados membros; art. 32 da CF/88 – competências do DF; art. 29 e 30 da CF/88 – Competência dos Municípios. 
Participação das unidades parciais na formulação da vontade geral: Na realidade Brasileira os Estados e o DF participam da criação das Leis Federais – que terão aplicabilidade em todo o território Nacional – porque o Senado Federal, que é representante dos Estados e do DF, participa do processo legislativo (sentido amplo) das Leis Federais. Recordem que os Senadores não são representantes do povo, e sim representantes dos Estados.
Existência de um Tribunal encarregado de manter a Supremacia da Constituição Federal, exercendo o controle de constitucionalidade das Leis Federais, Estaduais e Municipais, evitando que alguma unidade da Federação crie Leis em desacordo com a Lei Maior do Estado Nacional. No Brasil é o Supremo Tribunal Federal o órgão encarregado de manter a Supremacia da Constituição Federal – art. 102, I, da CF/88.
* A forma FEDERATIVA de Estado é uma Clausula Pétrea (núcleo intangível, eterno da nossa CF/88), prevista no art. 60, parágrafo 4º. Cláusula Pétrea significa o dispositivo normativo que não poderá ser suprimido enquanto estiver em vigor uma Constituição.
* Quando os Estados se unem em federação, eles perdem a soberania e ganham autonomia. Ou seja, a soberania não é mais dos Estados, mas sim do todo; no caso do Brasil, é da República Federativa do Brasil.
CONFEDERAÇÃO
O que é Confederação? Qual a diferença existente entre Federação e Confederação?
Confederação – é uma associação de Estados soberanos, instituída para tratar de assuntos determinados, como defesa, comércio internacional, união monetária, entre outros. Ex.: União Europeia, Mercosul, etc.
Diferença entre Federação e Confederação:
Confederação 				Federação
	Nasce através de um Tratado Internacional. É o Tratado que dá nascimento à Confederação.
	Nasce de uma Constituição Federal; é a Constituição que dá nascimento à Federação.
	As unidades parciais têm direito de secessão ou separação.
	As unidades parciais não têm direito de separação/secessão. 
	As unidades parciais têm Soberania; mesmo depois da união permanecem soberanas.
	As unidades parciais não têm soberania; elas são dotadas de autonomia.
2.2.2. Formas de governo - Monarquia, Tirania, Aristocracia, Oligarquia, República e Demagogia.
Antes de adentrarmos no assunto é importante salientarmos,que não existe um consenso doutrinário sobre as Formas de Governo. A única verdade que ainda se pode sustentar é que existe uma Classificação Antiga e uma Classificação Moderna de Forma de Governo. Vamos, então, tratar das Formas Antigas e Modernas de Governo, na visão da Doutrina Majoritária.
FORMAS DE GOVERNO – CLASSIFICAÇÃO ANTIGA
Para melhor sabermos o que seja Formas de Governo, devemos responder à seguinte pergunta: de que maneira o poder é exercido dentro de um território? Respondendo a esta indagação, chega-se à forma de governo.
No ano de 340 anos antes de cristo, Aristóteles, filósofo grego, no livro “política”, disse que temos 3 formas de governos: Monarquia, Aristocracia e República.
O renomado filósofo disse ainda, que as Formas de Governos podem ser puras ou impuras. Puras são as formas de governo que tem por objetivo a busca do bem comum, o bem de todos, o interesse geral, independentemente de quem esteja no exercício do Poder. Impuras são as formas de governos que tem por objeto a defesa dos interesses de um só, de um grupo determinado ou da multidão (da maioria).
Em termos Atuais e combinando todos os critérios, a classificação de Aristóteles pode ser assim explicada:
Monarquia ou Realeza – quando o governo é exercido por um só, tendo em vista o bem geral;
Tirania ou Despotia – forma impura, corrupta ou anômala da Monarquia – quando é um só que governa, mas no interesse próprio, desprezando o interesse geral dos governados, oprimindo-os.
Aristocracia – quando o governo é exercido por uma minoria privilegiada, pela nobreza, em beneficio de toda a sociedade.
Oligarquia – forma de governo exercido por uma minoria em proveito próprio. É também conhecida como a forma impura ou degenerada da Aristocracia.
Democracia – É a forma de governo em que o poder é ou pode ser exercido por todos os cidadãos, visando o bem comum. O exercício do Poder pode se dar de maneira direta, indireta ou semi-direta/mista. O governo só é democrático quando é exercido em prol de toda a coletividade.
Demagogia – é a forma impura ou corrupta da democracia – em que o governo está nas mãos da multidão revoltada ou esta domina diretamente os governantes, implantando um regime de violência e de opressão. Também há quem sustente que o governo escolhido pela maioria, mas exercido somente em prol da maioria, configura demagogia. 
	Apesar de Aristóteles ter dito que as formas de governos são três, fazendo uma análise sistemática de sua obra, verifica-se que são, na verdade, seis formas de governo, caso consideremos as formas impuras como forma de governo.
FORMAS DE GOVERNO – CLASSIFICAÇAÇÃO MODERNA
Em 1513, Maquiavel, em “O príncipe”, disse que os Estados são Principados ou Repúblicas:
→ Monarquia = Principado;
→ República.
Voltando a responder a pergunta, de que maneira o poder é exercido: 
→ Monarquia – é aquela Forma de Governo em que o poder é exercido de forma hereditária (a sucessão no governo se dá com a transmissão de pai para filho), vitalícia (enquanto vida o governante tiver) e irresponsável (poderes ilimitados);
→ República – é aquela Forma de Governo em que o poder é exercido de maneira eletiva (eleição), temporária (o governo é por um período de tempo pré-determinado) e responsável (o governo deve obediência às Leis do País);
De Maquiavel aos dias atuais houve uma evolução histórica no conceito de Monarquia. Atualmente existe a chamada Monarquia Constitucional, forma de Governo na qual o Monarca está sujeito à obediência das normas contidas em uma Constituição, bem como nas demais espécies normativas de um País, pelo o que o governo é exercido de forma limitada/responsável. Exemplos de Países que adotam a Monarquia Constitucional como forma de Governo: Austrália, Mônaco, Marrocos, Inglaterra, Suécia, entre muitos outros.
As Monarquias absolutistas – modelo de Maquiavel – governo exercido de forma ilimitada/irresponsável, está em declínio no mundo, apesar de existirem alguns resquícios em alguns países, tais como Brunei, Catar, Arábia Saudita, entre outros.
Majoritariamente, entende-se que a forma de governo brasileira não é cláusula pétrea. Ou seja, pela atual Constituição Federal, poderíamos “em tese” sermos governados por uma Monarquia Constitucional.
Porém, como o art. 60, § 4º, II da CF/88 prescreve que é cláusula pétrea o voto direto, secreto, universal e periódico, há quem entenda que este dispositivo constitucional só é compatível com a forma Republicana de Governo.
Ademais, prescreve o artigo 2º do ADCT, que no dia 7 de setembro de 1993 o eleitorado definiria, através de plebiscito, a forma (república ou monarquia constitucional), sendo que essa seria a oportunidade única de voltarmos a uma Monarquia. Ou seja, por esse segundo entendimento, a forma de governo brasileira seria cláusula pétrea (cláusula de pedra, cláusula imodificável), assim que fosse feita a escolha da forma de governo no dia 7 de setembro de 1993.
Obs.: Existe uma diversidade de Classificações de Formas Modernas de Governo, porém, é a classificação dada por Maquiavel, que tem sido mais aceita.

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