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PIB x FIB

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
Curso de graduação em Direito – 1° Período
Christian Luiz Moraes Braga
Luken Pena Martins
Marcus Vinicius de Morais Silva
Samuel Justino de Moraes
Weverton Duarte Lage
PRODUTO INTERNO BRUTO:
Debate sobre o PIB
Betim – Minas Gerais
2016
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
	Este trabalho foi elaborado com o objetivo de debater sobre o Produto Interno Bruto, analisando seus pontos positivos e negativos. Foi proposto ao grupo também que discutisse sobre outros métodos de contabilidade do padrão de vida da sociedade, levando em consideração algumas perspectivas que no cálculo do PIB não são consideradas.
Justificativa
	O PIB é um método eficiente de cálculo do ponto de vista econômico, deixando de lado os aspectos sociais e ambientais, diferentemente do FIB, que leva em consideração em sua contabilidade todos esses aspectos. Portanto, para o FIB não é interessante que a economia do país cresça enquanto o desenvolvimento humano fique para trás, ao contrário do PIB.
O debate sobre o PIB: estamos fazendo a conta errada
	Como a maioria da população já deve saber, PIB é o produto interno bruto, mas segundo o texto estudado do autor Ladislau Dowbor, para muitas pessoas o PIB significa apenas a diferença de ter oportunidades de emprego ou não. Já para o governo é a diferença entre ganhar uma eleição ou perde-la. Para aqueles que defendem o meio ambiente e a sustentabilidade, o PIB é sinônimo de desespero. E na visão do autor é uma oportunidade para desancar o que é uma contabilidade clamorosamente deformada.
	Existe um modelo alternativo contábil chamado FIB, que significa Felicidade Interna Bruta. Foi criado devido ao fato de diversas pessoas estarem cansadas de ver o comportamento econômico ser calculado sem levar em conta os o bem estar da população e a preservação do meio ambiente.
	Recentemente esse assunto virou discursão no Brasil, mas especificamente no cálculo do IDH, que inclui, além do PIB, a avaliação da expectativa de vida e a educação.
	Um questionamento que é feito atualmente é como a destruição ambiental pode contribuir para o aumento do PIB? Simplesmente porque o PIB só se interessa pelo alto volume das atividades econômicas, e não se elas são boas ou ruins para o meio ambiente. Atualmente, mesmo com toda a luta contra a poluição, ela aparece sendo excelente para o PIB, e instituições como o IBAMA como um vilão, por impedir o PIB de crescer.
	Outro fato absurdo, é o PIB não considerar a redução de bens naturais do planeta que são utilizados como matéria-prima, quando um país explora sua madeira para produzir carvão por exemplo, isto é considerado uma eficiência econômica. Mas devemos lembrar que estamos acabando rapidamente com os recursos naturais do planeta, deixando as próximas gerações escassas. A partir de 2003 o banco mundial não considera a extração do petróleo como aumento da riqueza de um país, mas sim como sua descapitalização, ao contrário do que é calculado no PIB brasileiro.
	É possível identificar várias deficiências do PIB, algumas citadas no texto, como a diferença entre os meios e os fins na contabilidade do PIB. A pastoral da criança possui atualmente cerca de 450 mil voluntários, que desenvolvem um programa de saúde preventiva, com isto menos crianças ficam doentes, logo, consumem menos medicamentos e utilizam menos serviços hospitalares, e as famílias tem uma qualidade de vida melhor. Mas esse resultado reflete negativamente no PIB, pois o consumo diminuirá. Porém, todos sabem que a medicina preventiva é muito mais produtiva levando em consideração o custo-benefício, do que a saúde curativa. Mas do ponto de vista econômico, é ao contrário, porque a medicina preventiva não gera tanto lucro, por isso nenhuma empresa investe seriamente em vacinas, porque no futuro, isso significará a falta de clientes.
	Também é importante ressaltar que os 45 mil voluntários da pastoral da criança, não são contabilizados no PIB por não exercerem uma atividade propriamente econômica. Mas alguns gestores da pastoral, corrigiram a contabilidade. Eles desenvolveram a ideia de que a redução de gastos com medicamentos, significa que a família economizou algum dinheiro, que logo poderá ser utilizado com outros gastos, Ou seja, o dinheiro que foi poupado se transforma em renda familiar, as noites bem dormidas se transformam em qualidade de vida e o fato de que os pais da criança não precisarão perder dias de trabalho pela doença do filho ajudarão na economia.
	Uma outra forma que é utilizada para aumentar o PIB é diminuir o acesso da população a bens gratuitos, como são os casos de algumas praias brasileiras, e isso contribui de forma extremamente positiva para o PIB, pois as pessoas precisam gastar seu dinheiro para usufruir de algo que antes era gratuito, isso é chamado de “Economia do pedágio”
	Outro fator que é considerado para o aumento do produto interno bruto é o acesso ao conhecimento, que em alguns casos são dificultados. O acesso dos alunos aos livros é restrito em algumas situações, quando por exemplo o valor do livro é superior ao orçamento do mesmo, ou até mesmo do seu grupo familiar. Outro exemplo são os números de exemplares, que se esgotam rapidamente, deixando com que alguns estudantes fiquem sem acesso ao material. Em plena era do conhecimento as universidades trabalham com capítulos isolados de alguns livros, enquanto nos Estados Unidos o material é completo e gratuito na internet. É impressionante os recursos privados e públicos que são investidos na educação, e por outro lado empresas tentarem deixar o acesso aos textos restritos. Trata-se também da economia do pedágio, de impedir a gratuidade, que no caso seria o acesso online.
	No ano de 2009, na França, foi organizado uma comissão que desenvolveria um projeto com a visão que consistia em resgatar as dimensões das contas nacionais que melhor representassem os interesses da população, chamado de relatório Stiglitz. A intenção era mudar o foco de mediação da produção para o foco no resultado final, a qualidade de vida e ao meio ambiente, pensando nas futuras gerações. Portanto, a perspectiva social e ambiental se tornaram o eixo central da contabilidade. A cifra central seria Renda Nacional Disponível Líquida, que permitia avaliar melhor os impactos econômicos para a sociedade. Passou a existir um determinado peso nos setores mais difíceis e centrais, como a saúde, cultura e educação. Mas o ponto de mais atenção passou a ser o da renda familiar.
	Existe inúmeras apreciações do relatório Stiglitz, que sem dúvida se trata de um avanço para um referencial que já possui seus fundamentos, ao contrário das grandes deficiências que podemos encontrar no PIB.
Felicidade Interna Bruta:
Desde 1950, o progresso econômico de um país é medido pelo PIB (Produto Interno Bruto). Porém, há muito tempo vem sendo questionado quanto a sua eficácia, este índice mede apenas atividades econômicas, sem levar em conta a conservação do meio ambiente e a qualidade de vida das pessoas, ou seja, a poluição de um rio é favorável para o PIB, com o rio poluído, empresas e pessoas serão contratadas para despoluição, gerando emprego e aumentando a atividade econômica. Por isso, existe quem defenda que esse sistema é defasado e precisa ser revisto.
Na busca por um índice mais eficaz do ponto de vista do Desenvolvimento Sustentável, a ONU traz um novo indicador social, o FIB (Felicidade Interna Bruta) Esse conceito teve origem em 1972, no Butão, elaborado pelo rei Butanês Jigme Singya Wang Chuck. Na época, esse país concentrava os mais altos índices de pobreza, analfabetismo e mortalidade infantil do planeta. Após alguns anos da implementação do FIB, o Butão viu a recuperação de sua economia e seus índices de mortalidade infantil e analfabetismo despencarem. E hoje se denominam o povo mais feliz do planeta.
Para o FIB, o objetivo de uma sociedade não deveria ser apenas o crescimento econômico e sima conservação do meio ambiente e a qualidade de vida das pessoas. Esse índice é avaliado em nove dimensões.
Os bons resultados obtidos no país chamaram a atenção da ONU, que passou a estudar a implementação desse indicador social em outros países. E mesmo se tratando de um país pequeno, é possível adaptar o FIB para realidade de países maiores. 
No mundo, U.K., Tailândia, Canadá, e Austrália são exemplos de países que implantaram esse método. No Brasil, foram aplicadas nas cidades de Campinas, Angatuba, e Itapetininga no estado de São Paulo, e em Bento Gonçalves, RS e no núcleo rural Rajadinha, Brasília, DF.
Para alguns pesquisadores, a adoção do FIB, em conjunto com outros indicadores, informaria melhor a população sobre sua percepção de bem-estar. E segundo Michael Pennock, consultor sobre o Índice de Genuíno Progresso no Canada, esse momento atual passado pela economia mundial servirá para constatar que os paradigmas sociais precisam ser modificados e demonstrar a importância do FIB, que embora muita gente não imagine, é sim baseado em métodos científicos e não em questões filosóficas e religiosas.
As dimensões do FIB
Em nossa sociedade o conceito de desenvolvimento sempre esteve ligado a evolução econômica, porém, um pequeno país chamado Butão, localizado no Himalaia ganhou atenção internacional ao apresentar em 1972 um novo conceito sobre desenvolvimento, um conceito baseado na felicidade de sua população. Futuramente esse conceito ganhou força e o índice FIB (Felicidade Interna Bruta) foi desenvolvido. Esse índice formado por nove dimensões, que são ligadas entre si, é considerado a chave essencial a qualquer cultura para que se alcance a Felicidade.
Padrão de Vida
O FIB propõe que a sociedade deve trabalhar em função dos direitos básicos do cidadão, como: à saúde, o trabalho, à habitação, à educação, etc. Quando todos os direitos básicos são garantidos a população, alcança-se então o padrão de vida digno. Além disso o FIB também leva em conta, segundo Marcos Arruda, ''as carências a preencher através de politicas públicas e de atividades produtivas e distributivas.''
A proposta do FIB é então, orientar a atividade econômica para satisfazer as necessidades básicas do cidadão. Essas necessidades são, as necessidades sociais e humanas, que são essenciais para o alcance do padrão de vida e da Felicidade.
2.Boa governança
''A boa governança se define pela sábia gestão do poder econômico e político de modo a garantir que a sociedade crie e preserve as condições materiais, sociais, culturais e ecológicas de viver em harmonia, alegria, paz e Felicidade.'' (Arruda, Marcos, 2009).
A boa governança é aquela que os governantes trabalham em função do povo, buscando sempre seguir os caminhos que assegurem a sua Felicidade. Para que essa boa governança aconteça, os cidadãos tem papel importante ao exercer sua cidadania, buscando sempre participar da politica e exigir que seus lideres os representem. A autogestão da sociedade, tem então, papel importante para se alcançar as propostas do FIB na dimensão de boa governança, uma vez que o povo é o maior influenciador e influenciado por ela.
3.Educação
Um sistema de educação eficaz segundo Marcos Arruda, seria um sistema de abrangência, de qualidade e de alcance a todos. E são esses três elementos que o FIB utiliza para classificar a educação.
A abrangência da educação se daria ao apresentar todas as dimensões da educação, não somente limitando o conhecimento a uma só vertente, como destaca Marcos Arruda (2009): '' Uma educação abrangente é aquela que envolve a totalidade dos aspectos e dimensões da existência humana, individual e coletiva.''
Outra proposta do FIB para educação está no seu alcance para toda a população, independente de fatores econômicos. Porém esse é um grande obstáculo a ser vencido já que depende de outros fatores para sua conclusão.
Além de oferecer uma educação para todos, deve-se apresentar uma educação de qualidade, constituída por educandos capacitados, que estimulem o conhecimento em seus alunos, e instigue-os a pensar de maneira individual, sem exercer influencias sobre eles. Esse é um dos principais objetivos do FIB no campo da educação, a construção do conhecimento de maneira livre.
4.Saúde
A saúde tem enorme importância para o alcance da Felicidade. Quando o FIB trata da saúde, ele tem como objetivo abranger todas suas áreas. Sendo elas a saúde física, mental, vital, e espiritual.
Uma dimensão importante do FIB é que seja garantido um serviço público de saúde de qualidade e que não tenha como objetivo o lucro. Outra avaliação importante do FIB na área da saúde, é a quantidade de médicos, enfermeiros, consultas, atendimentos, exames, leitos, medicamentos, etc. Para que sejam oferecidos a população e que consigam atender a demanda de serviços e os façam de forma qualificada.
Marcos Arruda (2009) escreve a respeito de outra dimensão importante do FIB, que segundo ele, é a ''autogestão da saúde individual e comunitária.'' Essa autogestão expressa que a saúde também é uma questão individual, e que a medicina preventiva e as atividades produtivas de saúde são tão importantes quanto a consulta a especialistas e médicos.
O FIB é então usado para guiar o planejamento da política pública de saúde, permitindo orientar os investimentos para suprir as carências que impedem a saúde de ser fator de Felicidade para a cidadania.
5.Resiliencia Ecológica
É fato que a natureza sofre com as ações humanas. Também é fato que após a exploração de áreas naturais, elas na maioria das vezes, são colocadas de lado e não são capazes de se recuperar.
O FIB propõe então que haja um equilíbrio na exploração para o crescimento econômico, e quando essa exploração ocorra, que seja seguido de um processo de recuperação das áreas exploradas, pois a natureza exerce papel importante em indicadores como padrão de vida, saúde e Felicidade.
6. Diversidade Cultural
A diversidade cultural refere-se aos diferentes costumes de uma sociedade, entre os quais podemos citar: vestimenta, culinária, manifestações religiosas, tradições, entre outros aspectos. A diversidade cultural, exerce papel importante na construção de identidades
Diversidade cultural é uma situação por onde diferentes expressões culturais próprias da herança e diversas tradições podem conviver harmonicamente, cada uma contribuindo diferentemente. Geralmente, no passado as civilizações mantinham uma cultura isolada do resto das outras comunidades, isto significa que apesar de interagir umas com as outras e enriquecer, a diversidade se mantinha distante, com cada grupo tentando manter sua própria identidade. Atualmente, como resultado de certos processos históricos, sociais e tecnológicos, a diversidade cultural tem se concentrado numa eliminação gradual das diferenças. Assim, podemos perceber que a partir destas diferentes culturas e antepassados surge uma espécie de cultura comum global, que reúne em uma mescla de diferentes culturas.
7.Vitalidade Comunitária
Talvez um dos ingredientes mais importantes para a Felicidade seja estar em grupos ou comunidades nos quais nos sentimos amados e apoiados. Em que somos vistos como sujeitos, e não como objetos ou meios para se atingir um fim, financeiro ou social. Quando uma organização foca na felicidade de seus colaboradores, temos a sensação de que as pessoas não estão a serviço do trabalho, mas que o trabalho está a serviço das pessoas, ou seja, as necessidades humanas são superiores as necessidades econômicas.
''O FIB então, ao investigar os diversos fatores aspectos da vida familiar e comunitária das pessoas, inclusive idosos e crianças, facilita a formulação de políticas que ajudem a criar ambientes propícios para a vitalidade comunitária, e ofereçam as condições materiais e sociais para a convivialidade.'' (Arruda, Marco. 2009)
8. Uso equilibrado do tempo
Essa é uma das principais dimensões do FIB, pois é ela que é influenciada e influencia todas as outras dimensões. Somente com o uso equilibradodo tempo, conseguimos usufruir de todas as outras dimensões, por isso o tempo é essencial e por isso é indispensável que seja utilizado de maneira livre.
O FIB tem como principal objetivo identificar como utilizamos nosso tempo, o tempo em serviço, o tempo no transporte, o tempo no estudo, e principalmente o tempo que temos livre. A forma que utilizamos o tempo serve de avaliação para classificar nossa felicidade em outras áreas e por isso é fator fundamental na busca pela Felicidade.
9.Bem estar psicológico e espiritual
Este fator é dado pela avaliação de todas as outras dimensões anteriores. Somente através dessas dimensões anteriores o bem estar psicológico e espiritual é alcançado. O bem estar psicológico e espiritual se constrói através de relações com os outros, da busca pelo equilíbrio com o meio onde vive, participação e integração cultural.
Segundo Marcos Arruda (2009): ''Alguns indicadores que favorecem a medida do bem estar incluem Felicidade/infelicidade subjetiva, satisfação/insatisfação com a vida, alegria de viver, liberdade/coerção, equidade/desigualdade (...)'' além desses indicadores outras condições, como dito antes, as outras dimensões também servem de indicadores, e condicionam a realização da Felicidade neste campo.
O PIB E A FELICIDADE
Segundo a revista britânica The Economist, “o PIB mede tudo, exceto o que faz a vida valer a pena”. Mas essa ideia está realmente correta? O PIB é controverso, mede o progresso, mas deixa de lado outros fatores. O PIB inclui a publicidade do cigarro, mas não subtrai a poluição do ar. Inclui a cachaça e as ambulâncias que recolhem as vítimas de motoristas bêbados, mas não subtrai as horas que perdemos em congestionamentos de automóveis. Ou seja, para esse indicador social, o bem estar dos cidadãos e a conservação da natureza não estão dentre as prioridades.
De acordo com pesquisa feita por Blanchflower e Oswald, mesmo com o crescimento do poder aquisitivo, a população vem se entristecendo nos últimos 50 anos. Segundo a pesquisa, os motivos são variados, Com o divorcio virá problemas como perda de guarda do filho, pagamento de pensão alimentícia, alem do fator emocional da solidão causada pela separação. Outro motivo da infelicidade da população pode ser causado por doenças, com o cidadão doente, haverá mais gastos com tratamentos e medicamentos, mas é ai que entra outra contradição do PIB: a doença trará mais movimento econômico e crescimento do PIB.
Educação superior e emprego elevam a taxa de felicidade da população, só que nem todos tem acesso. Calcula-se que seriam necessários US$ 60 mil por ano para anular o sentimento da infelicidade provocado pelo desemprego. 
Os níveis de felicidade variam de acordo com a idade. Se colocarmos em um gráfico, teria forma de “U”, são mais felizes no início e ao fim da vida, enquanto que no meio da vida apresentam níveis de felicidade mais baixos. 
Em relatório publicado sobre o bem-estar pelo Office for National Statistics da Inglaterra, as pesquisas mostraram que os britânicos mais felizes são aqueles que possuem algum tipo de conjugue, tem um bem-estar melhor do que os solteiros, viúvos ou divorciados, os donos de casa própria também são mais felizes do que os locatários, e os que têm deficiência e saúde ruim são bem menos felizes e mais ansiosos do que os saudáveis.
Essas pesquisas demonstram que o crescimento do PIB não pode estar ligado diretamente ao aumento da felicidade do povo, pois esse cálculo do Produto Interno Bruto é muito mais complexo, e esses aspectos dependeriam de outros fatores.
Índice quer medir felicidade do brasileiro
	Diversos índices como a inflação e a expectativa de vida tentam mensurar a nossa felicidade, mas é realmente possível calcular o bem estar do brasileiro? Essa é a resposta que a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Movimento Mais Feliz e a rede social MyFunCity querem encontrar com o Índice de Bem Estar Brasil (ou Well Being Brazil, WBB, em inglês).
	A intenção do WBB é servir de complemento a índices como o PIB ou o IDH, porem, como cita o professor da FGV-EAESP e um dos idealizadores do projeto Fábio Gallo, ainda é muito cedo para entender bem estar social e crescimento econômico.
	O ponto de partida do estudo avaliará as expectativas em dez critérios: educação, segurança, saúde, família, redes de relacionamento, governo, consumo, sustentabilidade, mobilidade e trabalho e dinheiro.
	Essa iniciativa já começou com o MyFunCity, a ideia é reunir opiniões dos usuários, em um mapa interativo, sobre o transporte público, lazer, trânsito, e limpeza. Para que governantes e cidadãos possam identificar os problemas com maior facilidade.
	A iniciativa parte de vários movimentos para incluir como “essenciais à busca da felicidade” alguns direitos sociais como educação, saúde, alimentação e moradia. Alguns países já desenvolveram seus próprios índices, como por exemplo, o Butão, que lançou em 1970 a Felicidade Interna Bruta (FIB). Há também o Índice Planeta Feliz, que compara o nível de felicidade em vários países. E o Índice de Prosperidade Legatum, divulgado pela Forbes.
	Assim como o Butão, nós precisamos do nosso próprio índice pois o Brasil possui uma dimensão continental pode apresentar disparidades imensas. “Não entendemos como certos ambientes criam índices com base em pesquisas gerais ou parâmetros objetivos”, diz Gallo, da FGV. Gallo cita também como exemplo a educação, que nas regiões sul e sudeste tem índices muito diferentes das regiões norte e nordeste.
	O Brasil hoje está entre as maiores economias do mundo, mas o índice de IDH é um dos mais baixos mesmo entre os países latino-americanos. Isso índica que a ascensão da economia do país não quer dizer necessariamente aumento na qualidade de vida, da felicidade ou do bem estar da população.
	Para o economista da consultoria LCA, Francisco Pessoa, o PIB que deveria ser o indicador oficial de bem estar de uma população não explica sozinho a realidade social e econômica de um país, “a imagem do PIB é indefinida e não representa um retrato fiel da realidade”. A intenção do WBB é responder a questões que ainda não tem respostas, mas ainda é cedo pra saber se elas serão satisfatórias.
Para além do PIB:
	As últimas pesquisas sobre as taxas de crescimento do PIB brasileiro mostrou que o país está passando por um processo de recessão econômica, e se esse fenômeno tiver continuidade, em qualquer momento o desemprego pode se tornar viral para as famílias brasileiras.
	Não podemos subestimar a importância da contabilidade do PIB e de seu crescimento, até mesmo porque pode proporcionar uma condição de vida melhor aos brasileiros e existem outras inúmeras vantagens, principalmente para as necessidades básicas de classes menos favorecidas. Mas esse indicador deve ser calculado através de um trabalho bem minucioso, principalmente porque o PIB calcula o crescimento econômico e não o bem-estar da população. O PIB só contabiliza basicamente transações de mercado, deixando de lado as contribuições essenciais para a qualidade de vida social, que são os casos dos trabalhos voluntários, domésticos, atividades de lazer, entre outros exemplos. Portanto, podemos concluir que o PIB exclui a perspectiva social, ambiental e a desigualdade de renda, visando apenas a produção. Sem falar que existem pessoas que recebem algum tipo de renda governamental, sem ter participação na formação do PIB, que é o caso de aposentados, deficientes, idosos ou desalentados economicamente.
	Mas com tantos pontos negativos que apresenta o PIB, para um país é interessante que o PIB cresça pouco? Isso irá depender do aspecto que será analisado, podendo ser visto o processo de crescimento econômico, o desenvolvimento socioeconômico ou o processo de desenvolvimento sustentável do país. Analisando exatamente cada uma dessas perspectivas, é possível chegar a conclusão se o crescimento do PIB é bom ou ruim para o Brasil.
CONCLUSÃO
Ao término deste trabalho podemos concluir que o PIB éuma ferramenta de extrema importância para medir o potencial econômico de um país, de modo que, é fundamental que uma nação se desenvolva economicamente, para que o PIB esteja sempre positivo. Porém, analisando outros aspectos de padrões de vida da população, o PIB não se mostra tão eficiente, pois o mesmo só visa a perspectiva econômica. 
O desenvolvimento do trabalho mostra que alguns métodos de contabilidade veem surgindo e sendo aprimorados, como é o caso do FIB, que leva em consideração aspectos sociais e ambientais em seu cálculo, sendo assim mais preciso ao indicar se a população está contente ou não em seu país. Mas o PIB é indispensável para qualquer país. Portanto, é interessante que os índices de qualidade de vida da sociedade e os índices econômicos caminhem lado a lado, exercendo um papel de qualidade e transparência.
REFERÊNCIAS
ARRUDA, Marcos. As nove dimensões do FIB, 2009, PACS, São Paulo.
CARDOSO, Eliana. O PIB e a felicidade, 2012, O estado de São Paulo.
DOWBOR, Ladislau. O debate sobre o PIB, 2009.
HOJE EM DIA. Para além do PIB, 2014.
LAPORTA, Taís. Índice quer medir a felicidade do brasileiro, 2013, iG São Paulo.
URA, Dasho. Felicidade Interna Bruta, disponível em www.felicidadeinternabruta.org.br acesso em: 06 set 2016.

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