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Aula9_padroes financeiros

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Padrões monetários 
internacionais 
 
Economia Monetária 
Profa. Cristina F. B. Reis 
 
Janeiro, 2014 
SUMÁRIO 
• Padrões financeiros internacionais 
– Evolução dos padrões 
– Discussão sobre andamento da produção e do 
comércio 
 
Entrega dos trabalhos 
8. Padrões monetários 
internacionais 
Padrões Monetários 
Internacionais 
• O sistema capitalista internacional parece 
caminhar para maior polarização 
– divergência entre taxas de crescimento do produto e 
níveis de renda per capita dos diferentes 
• Motivo: efeitos cumulativos das enormes 
assimetrias entre os países centrais e os 
periféricos (MEDEIROS & SERRANO, 1999( 
• 3 aspectos de assimetria, a saber: 
– a) o poder militar , b) o controle da moeda e finanças 
internacionais e c) o controle sobre a tecnologia e 
progresso técnico (Cardoso de Mello(1997)). 
Cenário do comércio e da 
produção internacionais 
a)Os países de renda média-alta são aqueles em que a participação da manufatura no valor 
adicionado é mais elevada, enquanto os países de renda alta são aqueles que possuem 
uma participação mais reduzida. FONTE: UNDATA. 
Cenário do comércio e da 
produção internacionais 
B) a participação do investimento no valor adicionado é mais estável para os países de 
renda alta, mas tem sido mais elevada para os países de renda média-alta. FONTE: 
UNDATA. 
Cenário do comércio e da 
produção internacionais 
C) A indústria de transformação permanece sendo o setor mais importante 
no comércio internacional de mercadorias. 
 
Participação evoluiu de 64,0% em 1981-1985 para 71,7% em 2006-2010. 
 
FONTE: UNDATA. 
 
 
Cenário do comércio e da 
produção internacionais 
d) Poucos países apresentam sistematicamente um peso da manufatura 
acima da parcela mundial: 
 
 apenas 17, entre mais de 200 (Áustria, Bangladesh, Suíça, Alemanha, 
Espanha, Finlândia, França, Reino Unido, Hong Kong, Israel, Itália, Japão, 
Coréia, Macau, Portugal, Suécia e Estados Unidos). 
 
FONTE: UNDATA. 
 
Cenário do comércio e da 
produção internacionais 
E) Os países com níveis de renda per capita mais elevados em geral são 
exportadores de manufaturas. 
 
 Mas há exceções, como as economias especializadas em RN dos 
Emirados Árabes, Holanda, Irlanda, Canadá, Austrália, Noruega. 
 
 FONTE: UNDATA. 
 
Cenário do comércio e da 
produção internacionais 
F) Em cerca de 80 países a parcela dos RN e alimentos nas exportações se 
elevou recentemente em relação ao quinquênio anterior. 
 
 Incluindo tanto países extremamente pobres (Butão, República Central 
Africana, Mongólia), quanto países industrializados de renda alta e 
média como África do Sul, Brasil, Canadá, Colômbia, Estados Unidos, 
Estônia, Finlândia, Hong Kong, Indonésia, Malásia, México, Nova 
Zelândia, Rússia. 
 
 FONTE: UNDATA. 
 
Cenário do comércio e da 
produção internacionais 
G) Aumento dos preços de algumas commodities vis-à-vis os das manufaturas no 
comércio internacional. FONTE: CARNEIRO, 2012. 
 
Cenário do comércio e da 
produção internacionais 
H) Os países que têm maior parcela do valor adicionado doméstico 
correspondente à agricultura, extração e pesca relativamente aos outros 
países estão entre os mais pobres do mundo: 
 
 Afeganistão, Burkina Faso, República Central Africana, Comoro, Etiópia, 
Gana, Camboja, Laos, Libéria, Mali, Mianmar, Moçambique, Malaui, 
Nigéria, Nepal, Papua Guiné, Ruanda, Ilhas Salomão, Serra Leão e Congo. 
 
 FONTE: UNDATA. 
 
Cenário do comércio e da 
produção internacionais 
i) Desenvolvimento econômico pode envolver também expressiva 
produção de excedente exportável em recursos naturais: 
 
 os países desenvolvidos têm alta participação nas exportações tanto de 
manufaturas quanto de recursos naturais, mesmo que o perfil 
exportador seja concentrado no setor industrial. 
 
 FONTE: UNDATA. 
 
Cenário do comércio e da 
produção internacionais 
 J) Nos poucos países que tiveram crescimento sustentado da renda e 
ampliaram sua participação na divisão de trabalho internacional 
entre 1980 e 2010, houve diversificação produtiva e exportadora. 
 
 Esse parece ter sido o caso da China, Tailândia, Malásia e Indonésia. 
 
 FONTE: UNDATA. 
 
Cenário do comércio e da 
produção internacionais 
 L) O dólar continua sendo a principal moeda das reservas 
internacionais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 FONTE: FORBES. 
 
Padrões monetários 
internacionais 
 Os dados confundem a teoria: 
• Como um país pobre pode se desenvolver hoje em dia? 
• Que tipo de produção? Que tipo de comércio? 
• A produção industrial é solução para o desenvolvimento? 
• Existe maldição dos recursos naturais? 
• Como receber um “convite” para o desenvolvimento? 
• O novo cenário de globalização produtiva e financeira 
requer novas teorias de comércio internacional e 
desenvolvimento? 
• Se todos ao países diversificarem, como será o comércio? 
• Como crescer sem agredir o meio-ambiente? 
 
 
 
Cenário do comércio e da 
produção internacionais 
 Tudo isso é muito complexo... 
 
 
Padrões monetários 
internacionais 
Vamos tentar nos ater a essas perguntas: 
1. Quais foram os padrões financeiros e produtivos 
internacionais? 
2. Diante do cenário atual, o que esperar? 
 
 
Padrões monetários 
internacionais 
• A ampliação ou mudança na hierarquia dos países 
do centro, o crescimento acelerado e a diminuição 
do atraso relativo dos países da periferia são 
processos que pouco ou nada tem de automáticos 
• Dependem, em cada período histórico: 
– de estratégias internas de desenvolvimento dos Estados 
Nacionais. 
– das condições externas. 
Padrões monetários 
internacionais 
• Preâmbulo de Economia Política Internacional: 
– Visões de hegemonia: liberal, realista, 
marxista 
– Teoria dos ciclos hegemônicos 
– Teoria dos ciclos tecnológicos 
Padrões monetários 
internacionais 
• MEDEIROS & SERRANO (1999): “Nosso ponto de partida é o de 
que em cada momento da evolução do sistema monetário 
internacional, com a exceção (dentro de certos limites) do país 
central que emite a moeda dominante , em todos os demais países 
que tentam se desenvolver o papel dos condicionantes externos 
aparece de forma objetiva no fato de que estes tem sempre que 
enfrentar e resolver seu problema de balanço de pagamentos”. 
• A oportunidade para o crescimento depende de, em cada período 
histórico, dois determinantes da natureza da restrição externa 
– as características gerais do regime monetário internacional e em 
particular a forma pela qual o país central opera o padrão 
monetário internacional 
– a orientação geopolítica da(s) potência(s) dominante(s). 
Padrões monetários 
internacionais 
• O país que emite a moeda de curso internacional não 
está diretamente sujeito à no BP 
• Desempenha um papel fundamental no controle da 
expansão da demanda efetiva e da liquidez internacional, 
influenciando a divisão internacional do trabalho 
=>criação e expansão dos mercados 
 => viabilização de seu financiamento 
• Ambos dependem da geopolítica internacional, e dos 
conflitos entre as principais potências internacionais. 
Padrões monetários 
internacionais 
• Cronologia de regimes monetários internacionais: 
 
1. O padrão ouro-libra, de 1819 até 1914 
2. A tentativa de retorno ao padrão ouro-libra do fim da 
Primeira Guerra até os anos 30 
3. O padrão ouro-dólar do fim da Segunda Guerra até 1971 
4. O período de crise, entre 1971 e 1979 
5. O padrão dólar flexível, de 1980 até os dias de hoje. 
Padrões monetários 
internacionais 
1. O padrão ouro-libra,de 1819 até 1914 
• Vantagens alegadas: 
– Credibilidade: papel moeda vale ouro “as good as gold” 
– Estabilidade do Sistema Financeiro Internacional: limita a 
emissão monetária 
– Inflação sobre controle 
– Aumento do fluxo de comércio e de capitais 
– Não limita o crescimento 
– Padrão apolítico: organizado exclusivamente pelo mercado 
• Qual a teoria monetária que o justifica? 
 Teoria Quantitativa da Moeda (TQM): M.V = P.Y 
Padrões monetários 
internacionais 
1. O padrão ouro-libra, de 1819 até 1914 
• Inglaterra mantém a paridade de sua moeda em relação ao ouro 
• Crescente déficit comercial em mercadorias com países que se 
industrializam, mas grande saldo de mercadorias positivo com as 
colônias, especialmente a Índia 
• Superávits em serviços nãofatores (como fretes e seguros) e a 
renda líquida recebida de seus ativos no exterior compensam 
• TC positiva 
• Déficits globais na balança de pagamentos devido ao grande 
montante de investimentos diretos e empréstimos ao exterior 
Padrões monetários 
internacionais 
1. O padrão ouro-libra, de 1819 até 1914 
• Déficits no BP não envolvem perda de ouro pois dada a 
posição internacional da libra como ativo de reserva 
• A Inglaterra financia com facilidade todo o seu déficit de 
BP causado pela saída de capital de longo prazo, 
recebendo aplicações de curto prazo do resto do mundo. 
• Constatações empíricas que contradizem hipóteses do 
modelo: 
– Jogo de soma zero: quando um país ganha, é superavitário, 
outro perde, é deficitário 
– Acesso a jazidas desigual 
– não houve equilíbrio do comércio 
 
 
Padrões monetários 
internacionais 
1. O padrão ouro-libra, de 1819 até 1914 
• 2 padrões de crescimento: 
- O Modelo Agrário-Exportador e o Desenvolvimento “Para 
Fora” 
- O “Déficit de Atenção” e a Industrialização Tardia 
 
Padrões monetários 
internacionais 
2. Tentativa de retorno do padrão ouro-libra, entre guerras 
• Na situação de Guerra, os países se vem obrigados a 
escolher entre abandonar ou não o padrão-ouro 
• Inglaterra passa a incorrer em déficits na TC (perde 
inclusive o saldo comercial positivo com a Índia) 
• Retorno à conversibilidade à paridade antiga, a despeito 
das diferenças de inflação durante a Primeira Guerra e da 
mudança de paridade de vários outros países. 
• Fracasso: 
– perda de competitividade industrial inglesa => déficit TC com EUA 
– demais países industriais impõem gradativamente obstáculos à 
saídas de capital de curto prazo em direção a Londres 
– pagamentos de reparações de guerra dos perdedores depois da 
guerra 
• resultado: ouro flui para EUA 
Padrões monetários 
internacionais 
2. Tentativa de retorno do padrão ouro-libra, entre guerras 
• EUA não pode ser o hegemon: 
– obtêm vultosos saldos positivos tanto na conta 
corrente (inclusive na balança comercial na conta de 
mercadorias) quanto na conta de capitais atraindo cada 
vez mais o ouro do resto do mundo. 
– EUA aumentam suas tarifas , sobem a taxa de juros e 
depois ainda desvalorizam o câmbio , lançando o 
mundo na grande depressão. 
• A Crise do Crescimento “Para Fora” e o processo de 
“Substituição de Importações” 
Padrões monetários 
internacionais 
3. O padrão ouro-dólar do fim da Segunda Guerra até 1971 
• Padrão formalmente organizado: BW, 1944 – 1971 
• O preço oficial do ouro em dólar é mantido fixo e o dólar 
substitui a libra como a moeda chave nas transações 
internacionais 
• Dólar é definido como moeda internacional e lastreado 
em ouro (80% das reservas já estavam nos EUA) 
• Reservas internacionais são em dólar 
• Demais moedas seriam conversíveis em dólar, inicialmente 
a uma taxa fixa (flexibilizadas já no final dos anos 40). 
• Brasil era signatário de Bretton Woods: 1US$ = Cr18,46 
Padrões monetários 
internacionais 
3. O padrão ouro-dólar do fim da Segunda Guerra até 1971 
• FMI é criado para ajudar a resolver problemas no Balanço 
de Pagamentos dos países 
• Guerra Fria: via ajuda externa e através de empréstimos e 
investimento direto, os EUA mantêm crescentes déficits no 
BP. 
• Com a reconstrução dos demais países capitalistas 
centrais, os saldos comerciais e de conta corrente dos EUA 
são reduzidos continuamente até se tornarem negativos 
em 1971 
• Crescimento nos países em desenvolvimento: 
– keynesianismo, desenvolvimento à convite 
– ISI, IEO 
Padrões monetários 
internacionais 
3. O padrão ouro-dólar do fim da Segunda Guerra até 1971 
• Anos 60, EUA: 
– Desequilíbrios fiscais (Guerra do Vietnã) 
– Desequilíbrios do BP 
– Inflação 
– Emissão de dólares sem lastro 
– Aumenta a liquidez internacional 
– Aumentam as reservas internacionais, Excesso de dólares 
– Altas taxas de crescimento 
• Emissão de dólares sem lastro gera uma corrida contra o 
dólar => países começam a trocar suas reservas de dólares 
por ouro, reduzindo o estoque de metal disponível nos 
Estados Unidos. 
 
Padrões monetários 
internacionais 
4. Transição padrão ouro-dólar para dólar flexível, 1971-1979 
• Realinhamento cambial se torna necessário para 
desacelerar o declínio relativo da competitividade dos EUA 
• Países centrais recusaram a proposta dos EUA de um 
movimento coordenado de valorização das moedas dos 
outros países 
• A solução encontrada pelos EUA para conciliar a 
preservação do papel internacional do dólar com seu desejo 
de desvalorizar o câmbio foi decretar unilateralmente a 
inconversibilidade em 1971, 
• Desvalorização do dólar começa em 1973: fim de Bretton 
Woods 
Padrões monetários 
internacionais 
4. Transição padrão ouro-dólar para dólar flexível, 1971-
1979 
• Economia mundial em grande turbulência. 
• A nova situação de incoversibilidade e flexibilização das 
taxas de câmbio dos países centrais gerou grandes ondas 
especulativas, 
• A demanda efetiva e a liquidez internacional cresciam 
impulsionadas tanto pela expansão acelerada da 
economia americana quanto pela expansão do circuito 
offshore do Eurodólar. 
• O acirramento das rivalidades entre os Estados capitalistas 
Padrões monetários 
internacionais 
4. Transição padrão ouro-dólar para dólar flexível, 1971-
1979 
• As taxas de juros americanas eram mantidas relativamente 
baixas para operar a desvalorização do dólar => negativas 
em termos reais, 
• Onda especulativa de commodities que culmina nos 
choques do petróleo 
• Explosão inflacionária jamais vista em tempos de paz nos 
países centrais. 
• O movimento especulativo foi ampliado pelo fato de que 
diversos países ainda mantinham restrições a fluxos de 
capital especulativo externo de curto prazo 
Padrões monetários 
internacionais 
4. Transição padrão ouro-dólar para dólar flexível, 1971-
1979 
• EUA: 
– Emissionismo 
– Desequilíbrio fiscal (excesso de gastos) 
– Inflação 
– Perda de credibilidade 
– Perda da hegemonia norte-americana 
 
Padrões monetários 
internacionais 
5. Padrão dólar flexível, 1979-hj 
• Começa com aperto monetário 
• 1979: choque dos juros de Volcker (presidente do FED). 
• As taxas de juros nominais e reais atingem níveis sem 
precedentes 
• Combate à inflação (segundo choque do petróleo) 
• Retomada da hegemonia para o dólar 
• Inovações e desregulação financeiras que desde então 
vem espalhando por todo o mundo a combinação entre 
enormes fluxos de capitais de curto prazo e volatilidade de 
juros e taxas de câmbio 
Padrões monetários 
internacionais 
5. Padrão dólar flexível, 1979-hj 
• A liberdade para fazer flutuar o dólar é a vantagens do padrão dólar 
flexível que permite que os EUA não “tenham” que perder 
competitividade real em nome da manutenção de sua preeminência 
financeira. 
• Aoutra vantagem é a eliminação completa da sua restrição externa . 
• EUA podem incorrer também em déficits em conta corrente 
permanentes sem precisar se preocupar com o fato de que seu 
passivo externo líquido está aumentando uma vez que este passivo 
“externo” é composto de obrigações denominadas na própria moeda 
americana 
Padrões monetários 
internacionais 
5. Padrão dólar flexível, 1979-hj 
• Neste sistema , todo o valor dos déficits americanos na 
TC e no BP, na medida que os pagamentos internacionais 
são realizados em dólar, são total e automaticamente 
financiados por um influxo de capital de curto prazo 
idêntico ao aumento das reservas dos outros países 
• A vitória americana na guerra fria garantiu o sucesso da 
desmonetização definitiva do ouro e a redução da 
capacidade de contestação da liderança americana por 
parte dos outros Estados Nacionais capitalistas. 
Padrões monetários 
internacionais 
5. Padrão dólar flexível, 1979-hj 
• Anos 80 e 90 
• Retomada da hegemonia para o dólar: moeda forte entre 
1982 e 2001 
• Valorização do dólar (+ credibilidade) 
• Recessão nos Estados Unidos e no mundo 
• Redução da liquidez do sistema financeiro internacional 
• Crise da dívida externa 
• Paradigma neoclássico e Estado Mínimo 
– Ajuste fiscal, Controle da inflação, Crescimento do comércio e da 
produção 
Padrões monetários 
internacionais 
5. Padrão dólar flexível, 1979-hj 
• Anos 2000 (a partir de 2001 – Governo Bush): 
– Redução de impostos (principalmente sobre as parcelas 
mais ricas da população) 
– Aumento dos gastos públicos 
– Desindustrialização 
– 2 guerras, Incentivo à economia, Desequilíbrio fiscal 
– Emissionismo 
– Fortalecimento do Euro 
– Desvalorização do dólar e redução da hegemonia do dólar 
como moeda. 
Padrões monetários 
internacionais 
5. Padrão dólar flexível, 1979-hj 
• Crise dos Estados Unidos 
• Desregulamentação financeira feita desde o governo Reagan => 
aumento da alavancagem dos bancos, inovações financeiras 
→ 1999: Aumento do crédito para clientes subprime (juros altos) 
→ 2001: Bolha da Nasdaq (bolha das empresas ligadas à nova 
tecnologia)/11 de setembro 
-> Deterioram as expectativas na economia americana 
-> FED reage criando políticas de estímulo à economia norte-americana: 
 2001 – 04: redução da taxa de juros pelo FED (1% a.a.) 
 Política monetária expansionista 
 Aumento do crédito, do consumo, do investimento, do preço das 
ações, do preço dos imóveis, do preço das commodities, 
Refinanciamentos (utilizar imóveis quitados como garantias de novos 
créditos) 
Padrões monetários 
internacionais 
5. Padrão dólar flexível, 1979-hj 
• Crises cambiais sucessivas: México, Ásia, Rússia, Brasil, Argentina 
• Crise de 2008: fortalecimento do dólar (corrida para o ativo 
tradicionalmente mais conhecido). 
• Crise Europeia 2010 
→ Reação norte-americana: 
• Empréstimo aos bancos (US$700bi) 
• Aumentam as garantias do FED (US$250 mil) 
• Pacote fiscal (aumento de gastos) 
• Emissão de moeda 
• Solução passa por um processo de desalavancagem: pagamento de 
dívidas antigas, retomada do consumo 
 
Padrões monetários 
internacionais 
5. Padrão dólar flexível, 1979-hj 
Brasil: 
• A crise atinge o PIB de duas formas: 
– redução da demanda externa (X – M) 
– redução da poupança externa e, portanto, do Investimento (I) 
• Efeito amenizado: 
– Reservas Internacionais (200 bilhões de US$) 
– Sistema bancário regulado (menos exposto às flutuações externas) 
– Câmbio flutuante 
– Credibilidade 
– Risco Brasil 
– Política anticíclica 
Padrões monetários 
internacionais 
5. Padrão dólar flexível, 1979-hj 
Brasil: Política anti-cíclica 
Lado monetário: 
• Redução da SELIC em 2009 
• Redução do compulsório 
• Aumento do crédito do BNDES e Caixa 
Lado fiscal: 
• Redução de impostos (IPI, por exemplo) 
• Aumento do seguro desemprego e salário mínimo 
• PAC 
• Redução da meta de superávit primário 
• Expansão dos programas sociais 
 
O Comércio e a produção 
internacional hoje em dia 
 
Diante do cenário atual, o que esperar? 
 
• Globalização produtiva e financeira: reorganização da 
divisão centro/periferia 
• Maior fragmentação das cadeias globais de valor 
(CGV) ao longo dos anos até hoje, mas sob lideranças 
de empresas transnacionais oligopolistas 
• Maior velocidade e complexidade das atividades, em 
termos geográficos, setoriais e funcionais 
 
 
 
 
• Crescimento dos fluxos de IDE e financeiros em geral 
• Mudança de foco de cadeia para redes: A realocação 
esteve associada à: 
– Motivos técnico/econômicos: queda nos custos de 
comercialização e às novas tecnologias de comunicação e 
logística 
– Político/ militares: disputas geopolíticas durante a Guerra Fria 
e após seu final, com a ascensão de novas potências 
econômicas – principalmente a China. 
 
 
O Comércio e a produção 
internacional hoje em dia 
• Com a maior fragmentação da produção, forma tradicional de medir 
comércio internacional oculta relações de dependência produtiva e 
não explica por que a indústria de transformação não reduziu a 
heterogeneidade estrutural nos países em desenvolvimento 
• Novas tentativas de mensurar o comércio por valor adicionado (p.e.: 
OCDE/ OMC, UNCTAD, etc.) 
 
 
 
Balança comercial dos EUA em iphones (US$ milhões). 
 
 
 
 
Source: Miroudot (2011) apud OCDE/OMC (2013a). 
 
 
 
 
 China Japão Coréia Alemanha Resto do 
mundo 
Mundo 
Medida tradicional -1,901.2 0 0 0 0 -1,901.2 
Medida em termos de VA -73.5 -684.8 -259.4 -340.7 -542.8 -1,901.2 
 
O Comércio internacional 
hoje em dia 
• A curva sorridente: valor adicionado ao longo da CGV. 
 
 
 
 
 
 
 
O Comércio internacional 
hoje em dia 
Índices de participação nas 
CGVs em 2009, indicadores 
para frente e para trás, dos 
países da OCDE (acima) e 
não-OCDE (abaixo), em %. 
Fonte: OCDE/ OMC, 2013a, 
p. 30. 
 
O Comércio internacional 
hoje em dia 
Valor adicionado estrangeiro das exportações por indústria, média OCDE, em 1995 e 
2009 (em %). Fonte: OCDE/OMC 
 
 
O Comércio internacional 
hoje em dia 
• Parcelas de mercado nas exportações globais (OCDE na margem direita), em %. 
CGVs: indicadores 
• Participação das economias emergentes na indústria de transformação 
mundial, em termos de VA, em 1990, 2000 e 2009/2010 (em % do total). 
CGVs: indicadores 
• Participação das economias emergentes na indústria de transformação 
mundial, em termos de emprego, em 1990, 2000 e 2009/2010 (em % do total). 
CGVs: indicadores 
• Participação das economias emergentes na indústria de transformação 
mundial, em termos de emprego, em 1990, 2000 e 2009/2010 (em % do total). 
CGVs: indicadores 
Exportações por 
intensidade 
tecnológica e nível 
de preços, em 
países selecionados 
da OCDE e BRIICS, 
2010. 
Parcelas do Investimento Direto Estrangeiro e do Comércio mundiais sobre o PIB 
mundial, de 1990 a 2011 (em %). 
O Comércio internacional 
hoje em dia 
• Investimentos Diretos Estrangeiros dos EUA, Europa e Japão para os BRICS, de 
2003 a 2009, em US$ milhões. 
O Comércio internacional 
hoje em dia 
Conclusões 
Referências 
BERNANKE, B.; BLINDER, A. Credit, money and aggregate demand. American Economic Review, Nashville, v. 
78, n. 2, p. 435-439, May 1988. 
LICHA, A. “TEORIA DA POLÍTICA MONETÁRIA .Uma abordagem a nível intermediário”. Notas de aulas, 
IE/UFRJ. http://www.ie.ufrj.br/hpp/intranet/pdfs/teoria_da_politica_monetaria.pdf 
FONSECA. M.; CURADO, M (2012). “Mecanismos de transmissão da política monetária: a visão das diferentes 
escolasde pensamento”. Ensaios FEE, Porto Alegre, v. 33, n. 2, p. 423-452, nov. 2012. 
SUMMA, R. (2010). Um modelo alternativo ao “novo consenso” para economia aberta. Tese de doutorado 
apresentada ao IE-UFRJ, 2010. 
CONERLY, BILL. Future of dollar as world reserve currency. Forbes, 25 de outubro de 2013. 
http://www.forbes.com/sites/billconerly/2013/10/25/future-of-the-dollar-as-world-reserve-currency/ 
OCDE/OMC (2013a) Interconnected Economies: benefiting from global value chains. Preliminary Version. 
Disponível em, ultimo acesso em 07/06/2013: 
http://www.keepeek.com/Digital-Asset-Management/oecd/science-and-technology/interconnected-
economies_9789264189560-en 
 
Referências 
MEDEIROS, C., SERRANO, F. "Padrões monetários internacionais e crescimento". In: 
FIORI, J. Estados e moedas. Rio de Janeiro: Vozes, 1999. 
BCB (2013) “Depósitos Compulsórios”, “Gestão da Dívida Mobiliária e Operações de 
mercado aberto” e “Regime de metas para a inflação no Brasil” com informações 
até março de 2013. Série Perguntas mais frequentes. Diretoria de Política 
Econômica, Departamento de Relacionamento com Investidores e Estudos 
Especiais. 
CARVALHO, F. C. (ed.) Economia monetária e Financeira: teoria e política. Ed. 
Campus, 2001. Caps. 12 a 15. 
LOPES, J. C.; ROSSETTI, J. P. Economia Monetária. SP: Atlas, 9ª Ed., 2005. Cap. 7. 
FMI. Global Financial Stability Report, abril 2013. 
http://www.imf.org/External/Pubs/FT/GFSR/2013/01/pdf/text.pdf 
 
PRÓXIMA AULA 
Prova escrita – não atrasem, por favor!

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