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A SABEDORIA NOSSA DE CADA DIA

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A SABEDORIA NOSSA DE CADA DIA – OS SEGREDOS DO PAI NOSSO.
Jamais a loucura foi tão lúcida
O amor é a fonte mais excelente de solidão. A solidão é a fonte mais excelente do processo de busca. Quem não ama vive isolado o produz relações superficiais. Quem ama se entrega, mesmo correndo o risco de ser rejeitado, frustrado, ferido.
Inúmeras pessoas tem vergonha de dizer para as outras “eu te amo, eu preciso de você”, pois estas palavras nos despem do orgulho e produzem cumplicidade. Mas é incrível que o Deus revelado na bíblia não tenha medo de se comprometer. Muitos pensadores e teólogos não o analisaram sob esse prisma. Deus sente uma necessidade tão intensa de se relacionar com a humanidade que não tem receio de se envolver em complicações.
Ele busca cumplicidade, mesmo correndo o risco de sofrer rejeições e indiferença. Como analisar sob o prisma psicológico essa frase imperativa “Amai a Deus sobre todas as coisas”? O Deus Todo Poderoso está dando um grito comprometedor. Que coragem!
Em outras palavras, é como se Deus dissesse: “Vocês me acham inacessível e inatingível, mas eu sou um Deus solitário, tenho necessidade vital de afeto. Vocês querem se curvar diante do meu poder, mas eu preciso dos seus corações. Por favor, me amem”.
Você tem coragem de fazer uma declaração como essa aos seus filhos ou ao seu cônjuge? Voce tem coragem de expressar sem medo seus sentimentos? Muitos morrem sem nunca declarar seu amor pelos mais próximos. Alguns pais jamais disseram aos filhos que precisam ser amados por eles. Pedem que lhes obedeçam, sejam éticos, bons alunos, mas não sabem pedir seu carinho, atenção, diálogo. Muitos só conseguem receber afeto num leito de hospital.
Quando Jesus morria na cruz, com suas fibras musculares dilaceradas, teve a audácia de “abraçar” seus algozes, dizendo: “Pai, perdoa-os, porque eles não sabem o que fazem.” Por que esse homem, em seus últimos momentos de vida, era capaz de dar tanto afeto? Quem teve as características de sua personalidade?
Se não considerarmos que o amor é uma necessidade vital de Deus, a morte de Jesus na cruz é um ato agressivo e desumano, pois pela primeira vez na história um pai viu seu filho morrer agonizando e não fez nada por ele. Se colocarmos o amor como necessidade central desse misterioso Deus, a morte de Jesus representa a ansiedade desesperada de um filho em resgatar a humanidade para seu Pai e faze-lo assim superar sua indecifrável solidão.
Não importa se a humanidade seja constituída de carrascos como os soldados romanos, de negadores como Pedro e de traidores como Judas. Deus a ama incondicional e inexplicavelmente. Nunca o amor chegou a limites tão impensáveis. Jamais a loucura foi tão lúcida.
A busca por Deus nos vales profundos do inconsciente

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