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Artigo Dilema do Prisioneiro

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Dilema do Prisioneiro: A cooperação como meio eficaz na redução dos problemas penitenciários (Artigo Publicado na Obra: 30 anos da Lei de Execuções Penais, Ed. Conceito – Florianópolis, 2015)
Auriney Uchôa de Brito�
INTRODUÇÃO
	A vertente da Teoria dos Jogos chamada Dilema do Prisioneiro, há muito já transcendeu à matemática, área onde foi pensada na década de 50, passando a incrementar diversas ciências, tais como a política, a economia e a sociologia, colaborando substancialmente com pesquisas sérias que buscam resultados de interesse coletivo. Agora, de forma inédita, buscaremos no decorrer do presente artigo, explicar a ajuda que a lógica dessa teoria pode dar ao antigo e carente sistema penitenciário.
	Preambularmente, cabe um esclarecimento que favorecerá a compreensão da tese. Os problemas penais em geral, onde evidentemente se inclui o sistema carcerário, não têm suas causas domiciliadas no direito, senão fora dele. São problemas de causas sociais, o direito e seus operadores, estão apenas contribuindo para os seus agravamentos. Resumindo: Quanto mais direito (especialmente o penal) pior!
	Ainda assim, força-se com uma recalcitrância sem fim, a ideia de que a criminalização de condutas intoleráveis e o aumento do rigor punitivo de crimes já existentes, é o melhor remédio para combater a potencialização dos índices de criminalidade no país. Típico de um país onde se valoriza mais o efeito eleitoreiro, do que a eficácia da norma ou das famigeradas políticas públicas.
	E o pior é que o povo tem se deixado hipnotizar pela reprodução essencialmente capitalista dos discursos políticos de resposta à criminalidade. Grande exemplo, é a alta adesão social à campanha pela redução da maioridade penal. A mídia paga, despreparada e inconsequente expõe cinematograficamente casos isolados de violência, despertando os desejos mais vingativos e impensados da população em geral, que passa a clamar por algo sem ter a menor ideia do que está acontecendo.
	E assim vamos aumentando progressivamente o número de presos, de condenados, de leis penais etc. Essa é a lógica do sistema atual: Violento, irracional, estigmatizante e eleitoreiro.
	Depois disso, importante que se leve em consideração a premissa de que a cadeia não realiza a proposta de ressocialização que se prega. Sem esforço comprova-se a consequência absolutamente inversa de alguns anos na prisão. Virou popular chamá-las de “universidade do crime”, em razão da experiência que um criminoso adquire lá dentro. Entra um criminoso comum, sai um expert, maestro do terror, cem vezes mais agressivo e revoltado. 
	Mas isso é uma constatação antiga da regra natural de que “violência gera violência”. Por isso nunca se conseguiu ressocializar. Discordamos de quem afirma que o sistema penitenciário atual está em crise. Em crise está algo que um dia funcionou bem e por motivos diversos entrou em colapso. O sistema penitenciário nunca funcionou bem. Desde os suplícios, quando cavalos arrebatavam em várias partes os corpos dos condenados amarrados em cordas, passando pelos isolamentos com trabalho forçado dos presos religiosos, até nossos presos de hoje, nunca atingimos nosso verdadeiro objetivo: evitar que novos crimes aconteçam e transformar os criminosos em pessoas de bem. Ou será que nunca foram esses nossos reais objetivos?
	Por essa razão decidimos pensar em soluções não violentas para amenizar o desgaste social provocado pela criminalidade. Pensar menos em reação e mais em cooperação. Buscar meios eficazes de redução da violência através do apoio da coletividade não criminosa. 
	Para isso, será necessária uma breve explanação acerca do dilema do prisioneiro e posteriormente a extração da sua ideia central para apresentar soluções de reversão do estado crítico do sistema repressivo nacional.
	Ao final, serão apresentadas as considerações finais com propostas de uma mudança de rumo da política irracionalmente repressiva, a fim de incentivar um movimento de racionalização através de uma política de prevenção do crime fundada na cooperação social.
O DILEMA DO PRISIONEIRO
	A Teoria dos Jogos, vertente da matemática que avalia a estratégia de jogadores em diferentes ações destinadas à melhorar seu desempenho e retorno, foi utilizada por muito tempo para compreender o comportamento econômico, até expandir-se para outras áreas e ciências, e alcançar, da década de 70, o estudo do comportamento animal, especialmente da evolução das espécies pela seleção natural. O principal problema da Teoria dos Jogos é o Dilema do Prisioneiro, onde cada jogador, é incentivado de forma individualizada a potencializar sua vantagem pessoal (trair), sem medir a consequência para o seu adversário.
	No Dilema do Prisioneiro Iterado, uma versão do problema, a conquista pessoal inconsequente perde parte da sua força para a cooperação. Isso porque o egoísmo do vencedor pode lhe gerar consequências ruins também. A repetição do jogo indefinidamente, dá oportunidade ao perdedor de castigar o vencedor que não cooperou, e isso, por sí só, já conduz os jogadores a pensarem de modo coletivo. Apesar de parecer mais vantajoso jogar com pensamento individualista, o equilíbrio de Nash demonstra que jogadores terão melhores resultados se cooperarem entre si.
	Isso fica muito evidente quando analisamos a fórmula clássica do dilema do prisioneiro:
Duas pessoas são presas acusadas pela prática de um crime grave. São colocados e diferentes celas e a cada um, concomitantemente, é feita a seguinte proposta: Se você delatar seu comparsa e ele ficar calado, ele pegará 10 anos de prisão e você ficará livre. Se você ficar calado e ele delatar você, ele ficará livre e você ficará preso por 10 anos. Se você delatar seu comparsa e seu comparsa delatar você, ambos ficarão presos por 5 anos. E, finalmente, se os dois silenciarem sobre seus comparsas, pegaram apenas 6 meses de prisão.
	Considerando que cada jogador terá que tomar sua decisão sem saber qual será a decisão do outro, enfrentam um verdadeiro dilema entre a traição e a cooperação. Pensar de forma individualista e egoísta poderá levá-lo à liberdade, mas poderá também levá-lo à passar 5 anos na cadeia se o outro pensar da mesma forma. Logo, o mais vantajoso para todos seria cooperar. Esse caminho exige um pequeno esforço de cada um (6 meses preso), mas os resultados à curto prazo serão mais satisfatórios para os envolvidos.
	Lembre-se, que apesar do dilema tratar de prisioneiros e delação, o problema nasceu na matemática e aos poucos invadiu outras ciências. Não é um problema jurídico, não podendo, portanto, ser tomado ao pé da letra. Fazer isso seria incentivar que os presos que participam de organizações criminosas não colaborarem com a justiça, que mantenham-se firmes em seus ideais criminosos e protejam seus comparsas. Não é isso que aqui se pretende.
	O dilema do prisioneiro deve ser visto como realmente é: Uma técnica de raciocínio e análise de uma disputa, não só entre duas pessoas, mas entre muitos jogadores, que demonstrou matematicamente como a cooperação e caridade obtiveram mais sucesso nos processos de desenvolvimento natural.�
	Essa técnica já foi cientificamente comprovada em diversas áreas, mas a traição ainda tem prevalecido na maioria delas. Ser generoso, na maioria dos casos, faz com que os traidores se aproveitem dessa boa vontade, aumentando a possibilidade de exploração. Conforme ficou eternizado na célebre frase de Maquiavel: “O homem que queira, em todas as suas palavras, fazer profissão de bondade, perder-se-á em meio a tantos outros que não são bons.”
	O Dilema do prisioneiro, portanto, muito mais que um simples problema matemático, é visto hoje como fundamento e modelo para a evolução do sistema cooperativo dentro das ciências biológicas e sociais. Assim como, importante instrumento motivador de decisões não violentas. Conforme explicou o professor de psicologia da Universidade de Washington, Estados Unidos, David P. Barash:
Suponha que dois indivíduos —ou grupos ou até Estados — tenham, ambos, a escolha de ser não violentos ou violentos. (Os teóricos generalizam essas opções como “cooperar” contra “trair” ou “bom” contra “mau”, incluindo assuntos internacionais como a corrida armamentista e a imposição de barreiras comerciais.) Se ambas as partes escolherem a não violência, recebem uma recompensa por essa atitude: resolver a disputa pacificamente ou, no caso de encontrar dinheiro, obter uma parte sem brigar. Se ambas escolherem a violência, recebem outro pagamento: a punição de uma possível perda. Mas se um trai e o outro coopera, o participante violento fica com o que se chama a tentação de trair (todo o dinheiro, no exemplo), e o que cooperou (e que se comportou de forma não violenta, enquanto o outro escolheu a violência) recebe a parte do trouxa: nenhum dinheiro, neste caso.�
	
	Robert Axelrod, deixa claro que para que a cooperação continue atrativa, o futuro deve ser indeterminado para todos os participantes do jogo. Devendo existir um número indeterminado de contatos. Desta forma, chega-se à ideia de que devemos ajudar para ser ajudados. Fazer o bem a quem precisa, para que um dia alguém nos faça o mesmo. Não agir violentamente para não criar inimigos que podem contra-atacar no próximo contato. Perdoar para ser perdoado. 
	Mahatma Ghandi, com toda sua superioridade afirmou: 
Eu sou contra a violência porque parece fazer bem, mas o bem só é temporário; o mal que faz é que é permanente. A não-violência absoluta é a ausência absoluta de danos provocados a todo o ser vivo. A não-violência, na sua forma activa, é uma boa disposição para tudo o que vive. É o amor na sua perfeição. De olho por olho e dente por dente, o mundo acabará cego e sem dentes.
	Martin Luther King, afirmou e comprovou que:
retribuir violência com violência multiplica a violência, acrescentando uma escuridão mais profunda a uma noite já carente de estrelas. A escuridão não pode banir a escuridão; só a luz pode fazê-lo. O ódio não pode banir o ódio; só o amor pode fazê-lo”. "O amor é a única força capaz de transformar um inimigo em amigo.
	Gene Sharp, um dos principais teóricos da não-violência ainda vivos, professor de Ciências Políticas da Universidade de Massachusetts, Estados Unidos, vencedor por três anos do prêmio Nobel da Paz, afirma em sua obra Da Ditadura à Democracia que:
A manutenção de elevados padrões de comportamento na ação não violenta é necessária em todas as fases do conflito. Fatores tais como o destemor e manutenção de disciplina não violenta são sempre necessários. É importante lembrar que um grande número de pessoas pode, muitas vezes, ser necessário para efetuar mudanças específicas. Mas, esses números podem ser obtidos como participantes de confiança somente com a manutenção dos elevados padrões do movimento.�
		Saímos, portanto, de um problema de ordem teórica, para um movimento prático que pode mudar a forma de pensar e agir de um povo. Com base nisso, pensamos em usar essa lógica para planejar um meio de atenuar as mazelas do nosso sistema carcerário. Desde já, reconhecemos não ser uma tarefa fácil, mas temos certeza que não é impossível se nos unirmos para esse fim.
POLÍTICA CRIMINAL E REALIDADE DO SISTEMA CARCERÁRIO ATUAL 
	No Brasil, temos uma Lei de Execuções Penais (Lei nº 7210/84) que é marco internacional na regulamentação da matéria. Excelente modelo legislativo para qualquer país desenvolvido que pretenda controlar a execução das penas e medidas de segurança dentro de um regime democrático com prioridade à dignidade da pessoa humana.
	Mas a maravilha posta no papel, não alcançou os apodrecidos prédios que transformaram-se em depósitos de humanos rotulados com nomes politicamente corretos para camuflar o desrespeito e sofrimento. Querem que a sociedade os chamem de reeducandos e não de detentos. Pretendem que os chamemos de ressocializandos, e não de presos. Como fizeram com os negros, que passaram a ser chamados de afrodescendentes, as prostitutas chamadas de profissionais do sexo e com o pobre, que passou a ser um economicamente desfavorecido. Mas o verdadeiro preconceito, perseguição e desigualdade no tratamento penal nunca cessou no íntimo de cada um de nós.
	Por isso afirmamos que, após a conquista de vivermos em um Estado Democrático de Direito, a prisão deixou de ser para “pretos, putas e pobres” e passou a ser para “Afrodescendentes, meretrizes e desafortunados”�.
	O Instituto Avante Brasil (Instituto da Prevenção do Crime e da Violência), em uma de suas pesquisas, analisou dados do InfoPen, do Ministério da Justiça, e apontou um crescimento de 508,8% na população carcerária brasileira no período de 1990 a 2012, registrando 548.003 presos em 2012, uma taxa de 287,31 para cada 100 mil habitantes, em uma população de 190.732.694 habitantes, de acordo com o IBGE.� Mais recentemente o Conselho Nacional de Justiça e o Ministério da Justiça apresentaram números ainda mais assustadores: Mais de 711 mil presos, representando um défict de 354 mil vagas e mais de 374 mil mandados de prisão em aberto.�
	Não obstante, ainda faz-se necessário lutar contra interpretações jurisprudenciais que pretendem iniciar a execução da pena após a confirmação de sentença em segundo grau de jurisdição, que prejudicam ainda mais essa realidade.
 	Evidenciou-se que o crescimento foi muito maior, por exemplo, que a taxa de crescimento da população nacional, que não passou de 30%. Ou seja, enquanto a população cresceu 1/3, a população carcerária mais que sextuplicou.
	Muito inferior ao crescimento da população carcerária foi o crescimento no número de vagas no sistema penitenciário no mesmo período. Em 2008 existiam 296.428 vagas, número que em 2012 chegou a 310.687, um crescimento de apenas 4%, resultando em 1,8 presos por vaga.
	Outra taxa que continuou em ascensão em 2012 foi o número de presos provisórios. Dos 513.713 detentos custodiados no sistema penitenciário, 195.036 eram presos provisórios, ou seja, 37,9% do total de custodiados. Houve um crescimento de 25,1% no número de presos provisórios entre 2008 e 2012. Em 2012, essa população era de 94,5% de presos do sexo masculino e 5,5% do sexo feminino. No que tange o sistema de vagas a situação é ainda pior. Esses 195 mil presos estão distribuídos em 94.540 vagas, cerca de 2 detentos para cada vaga, um déficit de mais de 100 mil vagas.
	Vivien Stern, Investigadora Senior do Centro Internacional de Estudos sobre Prisão – ICPS, afirma que: 
	Los castigos por distintos delitos se están haciendo cada vez más severos. Em los últimos doce años, las poblaciones carcelarias crecieron más del 50% em 50 países importantes, y em algunos países esse incremento há sido drástico. Para dar dos ejemplos, las poplaciones carcelarias de Brasil y Tailandia se han multiplicado por dos más.
	Em muchos países, junto com este cambio de políticas de bienestar social a políticas de castigo, las fuezas del mercado se han asegurado una entrada a gran escala em el negocio del control de la delinquencia. El aumento de la delinquencia, la inseguridad e los niveles de castigo ha provisto de numerosas oportunidades a muchas compañias: algunas proveen guardias de seguridad, outras construyen o administran cárceles y outras venden equipos como câmaras de seguridad com circuito cerrado de televisión o máquinas que rastrean drogas ilegales en el cuerpo de la gente"�
	A professora inglesa faz uma das melhores análises sobre o tema quando aponta a exploração comercial do crime como um dos fatores do seu crescimento. Grandes empresas passam a ter interesse na implantação do terror social. Como ela afirma, passamos a necessitar de mais segurança particular, de equipamentos de segurança para casas, carros e lojas, disputam-se grandes licitações públicas para construção, reforma e administração de presídios, e, para nós, o principal mercado, dentre vários outros que agravam essa situação, é o mercado midiático.
	A exploração midiática do crime tem fomentado uma política criminaleleitoreira. Em muitos casos, é evidente um desvirtuamento da função social da mídia, quando, ao invés de informar para fomentar a participação, as empresas que monopolizam o poder informacional, orientadas por impulsos exclusivamente capitalistas influenciam decisões nas três esferas de poder, principalmente no legislativo e no judiciário, oportunidade em que fatos ocorridos são cinematograficamente expostos à sociedade, gerando medo, insegurança e sentimento de impunidade. 
Despertado o clamor público, passa-se a assediar o Estado com a exigência de providências rápidas, rigorosas e eficazes de controle social, com a finalidade de atenuar os riscos enumerados pelos meios de comunicação de massa. 
A partir daí, num primeiro momento, o Legislativo, ao invés de exercer sua atividade típica nos ditames de um plano de política criminal, analisando ex ante os principais fatores que contribuem para o aumento da criminalidade, é forçado a trabalhar em caráter de urgência para atender aos anseios sociais imediatos. E se aproveitam disso, claro.
Sobre esse problema o professor argentino Eugênio Raúl Zaffaroni nos apresenta uma novidade que se enquadra perfeitamente na presente discussão: 
Com freqüência instrumentalizam-se vítimas ou seus parentes, aproveitando, na maioria dos casos, a necessidade de desviar culpas e elaborar o dolo, para que encabecem campanhas de lei e ordem, nas quais a vingança é o principal objetivo. As vítimas assim manipuladas passam a opinar como técnicos e como legisladores e convocam os personagens mais sinistros e obscuros do autoritarismo penal VÖLKISCH ao seu redor, diante dos quais os políticos amedrontados se rendem, num espetáculo vergonhoso para a democracia e a dignidade da representação popular. 
 E continua o juiz da Suprema Corte argentina afirmando que: 
Como o Estado enfraquecido dos países que levam a pior na globalização não pode resolver os sérios problemas sociais, seus políticos optam por fingir que os resolvem ou que sabem como fazê-lo, tornam-se maneiristas afetados, a política passa a ser um espetáculo e o próprio Estado se converte num espetáculo. Os políticos - presos na essência competitiva de sua atividade - deixam de buscar o melhor para preocupar-se apenas com o que pode ser transmitido de melhor e aumentar sua clientela eleitoral.�
	Os professores Luiz Flávio Gomes e Débora de Souza denominaram essa situação de Populismo Penal, que:
Constitui a política pública mais irresponsável e mais atraente nas democracias contemporâneas desequilibradas. O populismo Penal dá voto. Logo, não está com seus dias contados. O povo quer assim, o político faz assim. Os Problemas sociais ficam sempre adiados, até que um dia chega o caos absoluto e vem novo golpe militar (que também é cíclico), apoiado pelos insatisfeitos da elite e da plebe.�
	Se seguirmos nessa linha, em meados de 2014 esse quadro deve estar algumas vezes mais grave. Nem precisa ser um matemático ou pessimista profissional para prever o agravamento. Basta conhecer que o tratamento criminológico é o mesmo de sempre: Uma cultura de castigo, um povo amedrontado e hipnotizado, uma imprensa interesseira, parlamentares estrategistas, uma política criminal irracional, somada à ideia de que presos que não votam, não merecem tratamento digno.
COOPERAÇÃO PARA REDUZIR OS PROBLEMAS CARCERÁRIOS E PREVENIR CRIMES
	Muitas críticas se espalham acerca desse tema, porém, poucas soluções são apresentadas. Por isso resolvemos utilizar essa técnica de raciocínio para compreender os motivos da falência do nosso sistema atual e, principalmente, apresentar a sugestão de mudança no tratamento dos criminosos.
	Com base no dilema do prisioneiro, estamos na condição de trair ou cooperar com nosso adversário. É muito mais fácil fazer um julgamento imediato e preconceituoso destinado a trair e isolar o adversário. Assim achamos que vencemos uma batalha. Ledo engano.
	Para que mandamos uma pessoa para a cadeia? Não adianta responder que é para ressocializá-lo. Já sabemos que lá não é lugar pra isso. Então vamos para outras opções: a) para que ele simplesmente sofra ou morra se for possível? b) para que ele aprenda na dor o que não deve ser feito? c) para que ele seja neutralizado e saia do meio dos “bons”? d) Para dar exemplo do que ocorre com quem desrespeita a lei?
	Essas são quatro das respostas mais usadas, todas equivocadas. Na análise da história do direito penal, percebeu-se o exercício da vingança pura nas sociedades mais retrógradas, denominadas primitivas. Era um povo que se vingava de quem desrespeitava os bens comuns. Matavam e dizimavam famílias e gerações para demonstrar poder e dar exemplo. Se eles são chamados primitivos pelo fato de pensarem assim, quem então somos nós? Os pós-modernos? 
	Nossas escolhas egoístas e vingativas representam o principal fator do desastroso sistema que temos. Os detentos ficam mais revoltados e violentos e voltam a delinquir. Não damos trabalho, não damos educação e quando eles reagem, queremos puni-los. Ou seja, traímos nosso comparsa, nosso comparsa nos trai, e ambos perdemos. 
	Precisamos cooperar.
	A Holanda e a Suécia hoje são referências mundiais no tratamento de presos. E o que eles fazem que nós não fazemos? Eles cooperam. O professor Luiz Flávio Gomes afirma que:
Uma boa pista que se poderia sugerir para entender essas abissais diferenças pode residir na cultura de cada país: patriarcal ou alteralista. Um ponto relevante consiste em examinar o quanto os países mais liberais já se distanciaram do arquétipo do Pai (patriarcal) para fazer preponderar o arquétipo da alteridade. No campo econômico, apesar de todas as crises mundiais e locais, as nações mais prósperas neste princípio do século XXI (países nórdicos, Suíça, Canadá, Japão etc.) são as mais cooperativas, as mais solidárias (ou seja, as que contam com menos desigualdades). As que seguem mais firmemente o arquétipo da alteridade (não o patriarcado). Trata-se, neste caso, de uma cooperação intencional, deliberada. O progresso econômico sustentável depende dessa prática cooperativa. Nenhuma sociedade é rica plenamente se grande parcela da sua população está mergulhada na miséria e na pobreza.�
	A preocupação desses países está mais voltada para a recuperação dos presos que para sua punição. Buscam de todas as formas evitar a reincidência, criam leis para diminuir penas, para criar penas alternativas e descriminalizar algumas condutas. Investes na qualidade da educação e bem estar da população. Investem em treinamento e mecanismos de prevenção do delito. Tudo que não fazemos, essa é a diferença.
	As técnicas de prevenção primária, secundária e terciária�, somadas ao elevado espírito de cooperação, geram resultados como os vistos nos países prestigiados com a redução da criminalidade. Parece estranho, mas pequenos atos de solidariedade, caridade e amor ao próximo podem reduzir os índices de criminalidade no nosso país. É uma experiência que vale a pena fazer, já que a nossa brutalidade não têm apresentado bons resultados. E como faremos isso? Explicaremos com base nas teorias da prevenção.
	A prevenção primária deve ser promovida quando nem se cogita a prática do crime. Ocorre através da educação, lazer, saúde, emprego, igualdade e bem estar da população. Devemos revitalizar nossas escolas e motivar nossos jovens ao estudo. Nossos parlamentares ganham centenas de milhares de reais, enquanto nossos professores viram noites dedicando-se à profissão por uma mixaria que mal lhe veste e alimenta. A saúde é um caos por falta de investimento e corrupção. Não damos oportunidade de emprego para jovens e adultos. E agora não nos dirigimos apenas aos governantes, mas à toda a sociedade. Temos o hábito de imputar a culpa de tudo aos políticos corruptos, e nada fazemos para ajudar a reduzir as mazelas sociais, a não ser uma esmola aqui e outra ali. 
	A prevenção primária é desmotivada pela ausência de resultados visíveis imediatos. Nós, seres humanos, somos acostumados comresultados rápidos em tudo que fazemos. Iniciamos o exercício físico, e em uma semana já nos olhamos no espelho em busca de resultados. Estudamos uma matéria por uma semana, e já queremos saber tudo sobre ela. Fazemos uma boa ação, e queremos ao menos um sorriso em troca. Desmotiva não saber quantas crianças deixaram de praticar crimes ou usar drogas porque estão na escola. Desmotiva não saber quantos pais de família deixaram de vender drogas ou roubar porque tiveram uma oportunidade de trabalho. Mas, mesmo sem sabermos o resultado, sabemos que estamos fazendo o bem para a nossa sociedade, por isso devemos perseverar nesse sentido.
	Alguns parlamentares, por desinteresse ou incompetência mesmo, acabam realizando um desserviço nesse sentido. Um bom exemplo, foram as operações nacionais realizadas para de tirar adolescentes que trabalhavam em borracharias, oficinas mecânicas e lavagens de veículos. Garotos de 15, 16, 17 anos foram afastados das suas funções e os proprietários foram multados. As autoridades julgaram que esse tipo de trabalho degrada a dignidade dos jovens. Ou seja, o dinheirinho curto e lícito que ganhavam lhes foi tirado. Agora vão para as ruas cheirar cola, assaltar, matar e aí as mesmas autoridades querem a todo custo prende-los e condená-los como adultos. Como se cumprir 10 anos de prisão numa cadeia brasileira não degradasse a dignidade do jovem. Perceba que são políticas absolutamente incoerentes e esquizofrênicas.
	Devemos aumentar nossa iniciativa para reduzir a desigualdade social sem contar com a ajuda dos corruptos. Não pense que “uma andorinha sozinha não faz verão”, já temos muitos soldados do bem que trabalham nesse sentido. Cada criança que se salva, é um criminoso a menos no futuro. Como profeticamente afirmou Pitágoras: “Eduquem as crianças e não será necessário punir os adultos.”
	A prevenção secundária, ocorre num momento em que o crime já é provável. O crime está prestes a acontecer e deve ser evitado. Promove-se através do policiamento, fiscalização e intervenção das autoridades. Temos leis penais criminalizando gravemente determinadas condutas, mas, ainda assim elas não reduzem, a exemplo da lei seca. Várias alterações legislativas foram promovidas para punir a embriaguez ao volante, mas as mortes no trânsito têm índices assustadores. Falta fiscalização. Nem precisava prender. Bastava punir com a perda da habilitação e detenção do veículo, mas com policiamento constante em locais estratégicos. Uma lei branda, certa e de rápida aplicação, como recomendou Beccaria.�
	As Unidades de Polícia Pacificadora- UPPs são bons exemplos de prevenção secundária. O modelo deve ser fortalecido e implantado também em outras áreas e sem etiquetamento. Deveríamos criar unidades de polícia pacificadora, por exemplo, nos órgãos públicos estaduais e federais, assim como nos parlamentos nacionais. Isso ajudaria a reduzir a criminalidade. Diferente da primária, essa já apresenta resultados mais evidentes, isso dá mais motivação aos atores principais. Como seria de tivessemos uma espécie de UPP contra a corrupção composta por órgão de controle social estadual e federal no âmbito dos ministérios e secretarias de Estado. Que tal um membro do MPF ou PF trabalhando dentro de uma secretaria estadual de saúde que manipula verba federal?
	A terceira, e não menos importante, prevenção terciária, ocorre quando o crime já foi praticado. Devemos investigar os motivos que levaram a pessoa a delinquir e trabalhar junto com ela um estratégia para evitar que o fato se repita. É necessário criar mecanismos de combate à reincidência.
	Como já foi dito, o tratamento desumano dispensado aos presos de hoje, só aumentam sua revolta e exclusão social. A ressocialização é uma mentira. Os poucos que se recuperam, conseguem por um extremo esforço pessoal e apoio na fé.
	A lei de execuções penais prevê no seu artigo 11 as assistências ao preso: material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa. Deve ser dada a devida importância para esse dispositivo, pois é ele que dá a diretriz para a atenuação dessa crise com a prevenção terciária.
	O egresso do sistema carcerário sai com o pior dos rótulos, sendo praticamente impossível evitar o preconceito e recebê-lo com um sorriso e um abraço de volta ao seio da nossa sociedade.
	Por isso afirmamos que o dever não é apenas o poder público, mas de todo o povo. 
	A regra é simples. Se educarmos, incluirmos e cuidarmos, teremos menos indivíduos pensando em cometer crimes. Se os que já pensam em cometer um crime, forem impedidos ou intimidados, não chegaram à ir para a cadeia. Se conseguirmos fazer com que os já condenados não repitam o erro, menos presos egressos voltarão à delinquir. E assim, o número reduzirá.
	
CONSIDERAÇÕES FINAIS
	
	A cooperação, generosidade e o amor ao próximo, representam a chave para a solução do sistema carcerário. A intolerância, a ganância , a vaidade e a ignorância, são nossos obstáculos. Devemos estar vigilantes com tudo que assistimos, lemos e ouvimos na imprensa, na maioria das vezes há um plano maligno por trás.
	A política criminal movida pelos telejornais já não merece mais espaço na nossa sociedade. Parlamentares sem preparação técnica, corruptos e interesseiros não merecem o nosso voto. E nós, precisamos respeitar nossos valores, nossa constituição, nossos irmãos humilhados e sofridos. Devemos pensar coletivamente e cooperarmos. Não importa se as autoridades não fazem o seu papel, devemos fazer o nosso. Se vendemos nosso voto, não temos direito de cobrar nada depois.
	O movimento populista depende de nós para acontecer. Quando a mídia vende um discurso de terror e nós mordemos a isca, vem um parlamentar e surge como o vingador que acabará com o crime com a sua super lei, observe. Aí muitos acreditam e dão a ele o que ele quer, o voto, quando na verdade, sua lei que aumentou a pena, criou um novo crime, enrijeceu regras já existentes, só serve para agravar mais o nosso problema. Essa é a realidade que deve ser conhecida.
	O sistema carcerário mundial só vai se reerguer, quando o povo, as autoridades e os parlamentares entenderem que a cadeia como está, não resolve o problema. Construir mais vagas e presídios não resolverá, privatizar não resolverá, matar e enterrar em pé para não ocupar espaço, também não resolverá. Já sabemos disso há anos. Mas não fazemos nada para mudar.
	Chega-se ao momento, portanto, de estabelecermos metas de prevenção em seus três níveis. Programas uniformes para todas as esferas de governo, incluindo o ministério público. Políticas, públicas, projetos e planejamentos são termos que já estão perdendo a credibilidade. Necessitamos de ações objetivas, pragmaticidade e eficácia, fundadas na cooperação.
REFERÊNCIAS:
AXELROD, Robert. A evolução da cooperação: o dilema do prisioneiro e a teoria de jogos: 1984.
BARASH. David P. O Dilema do Prisioneiro e Outras Oportunidades. Disponível em: http://www.embaixada-americana.org.br/HTML/ijse0309p/barash.htm
BECCARIA. Cesare. Dos delitos e das Penas. São Paulo: Martin Claret
BRITO, Auriney Uchoa de. Apontamentos sobre a teoria dos crimes do colarinho branco. Disponível em: www.aurineybrito.com.br.
 _______________. Direito Penal Informático. São Paulo: Saraiva, 2013.
 ______________. Poder da Mídia: Uma análise do Direito Penal na Sociedade da Informação. In Direito da Sociedade da Informação – Temas Jurídicos Relevantes. São Paulo: Quartier Latin, 2013.
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�	 AURINEY BRITO – Advogado Criminal do Escritório Brito Advogados Associados, Doutorando em Direito Penal pela Universidad de Buenos Aires; Mestre em Direito Penal na Sociedade da Informação pela UniFMU/SP; Especialista em Direito Penal Econômico Europeu pela Universidade de Coimbra/Portugal; Especialista em Direito Penal e Processo Penal pela Universidade Gama Filho/RJ; Especialista em Direito Penal e Processo Penal pela Escola Paulista de Direito. Estuda Direito Penal Transnacional na George-August universität Gottingen na Alemanha. Professor em diversos cursos de pós-graduação em São Paulo, Brasília e Macapá. Vice-presidente da OAB/AP e diretor Geral da Escola Superior de Advocacia do Amapá. Autor de diversos artigos jurídicos e dos livros publicados.
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�	BRITO, Auriney Uchoa de. Apontamentos sobre a teoria dos crimes do colarinho branco. Disponível em: www.aurineybrito.com.br.
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�	 BECCARIA, Cesare. Dos delitos e das penas. São Paulo: Martin Claret.

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