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História do Direito Prof. Marcos Seixas para 1ª avaliação

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História do Direito brasileiro
Império Romano
Ano 534 a.C. – Transição da Idade Antiga para a Idade Média . Os Reinos Medievais surgiram a partir da fusão dos povos germânicos com os romanos após a invasão germânica durante a decadência do Império Romano.
Império Romano do Ocidente antes da fusão: 
Civilização complexa: Tribunais, impostos, comércio e etc;
Direito baseado em leis escritas ( o direito é uma tecnologia );
Valorização das opiniões dos professores (juristas) para o direito;
Existência de faculdades de direito;
Baseado nas “ Leis das 12 tábuas” 
Povos Germânicos antes da fusão:
Direito baseado em costumes e tradições;
Eram agrafos ( não dominavam a escrita );
O direito era passado de forma oral e hereditária.
Na fusão:
Nenhuma cultura foi inteiramente preservada, as línguas se fundiram e geraram novas línguas, parte do direito romano foi perdido mas a mistura do que restou com os costumes e tradições germânicas resultaram no Direito Romano Vulgarizado ( Direito hibrido ).
A lei mais importante dos visigodos era a Lex Romana Visigotehorim ( ou Fuero Juzgo ) (península ibérica).
Império Romano do Oriente:
O Imperador Justiniano determinado a recuperar o Império Romano do Ocidente após a invasão germânica, conseguiu recuperar a península itálica. Justiniano reuniu diversos juristas e compactuou 1000 anos de direito romano no Corpus Juris Civilis (Corpo do direito civil).
Justiniano espalhou cópias da compilação por todo o seu império, inclusive pela recém conquistada península itálica. Entretanto, com a morte de Justiniano e a reconquista da Peninsula itálica por parte dos povos germânicos, a compilação foi esquecida e perdida mas bibliotecas.
Fim do Império Romano.
Reino de Portugal
Anos mais tarde um Monge a Bolonha encontrou o livro e reuniu um grupo de estudiosos, tempos depois foi criada uma faculdade de direito na Bolonha baseada na compilação recém descoberta e aos poucos o Direito Romano Vulgarizado foi sendo substituído pelo Direito Romano da compilação.
Para Portugal e Espanha a transição dos direitos não se deu de forma natural por conta da invasão dos Mouros (árabes) na região, a invasão já estava estabelecida há 700 anos (califado de córdoba). As Cruzadas (lutas pela reconquista das terras invadidas pelos árabes patrocinadas pela Igreja) marcaram os reinos de Portugal e Espanha.
O reino de Portugal era inicialmente o Condado Portucalente concedido pelo rei de Leão, até que vilas próximas começaram a se agregar a Portugal em busca de proteção, criando assim uma relação de vassalagem entre as vilas e Portugal. Em 1128 d.C o Papa declara Portugal como reino e então o Corpus Juris Civilis é absorvido por Portugal, entretanto ainda era um país em transição do feudalismo para a monarquia absoluta.
Fontes do direito
Ius Proprium: Direito individual do país.
Costume: Inicialmente mais importante por conta da falta de influencia do Rei durante o regime Feudal.
Lei: A medida em que a Monarquia Absoluta foi tomando força as leis (criadas pelo Rei) começaram a substituir os costumes.
** Em Portugal e Espanha o direito próprio não tinha resquícios do vulgarizado**
** Durante o regime feudal a nobreza precisava aprovar as leis propostas pelo Rei, a Côrte eram as reuniões onde se discutiam essas aprovações. (por isso haviam mais costumes do que leis ).**
Ius Commune: Direito comum a todos os países.
Direito Romano: Corpus Juris Civilis.
Direito Canônico: Corpos Iuris Canonis (Regras jurídicas da igreja )
** Ius commune se aplica subsidiariamente (reserva), o modo como esse direito é aplicado varia de país para país.**
**A Igreja cria um corpo de regras jurídicas que disciplinam o regimento burocrático da igreja e a vivência dos cristãos(todos), outorgando no direito comum.*
Com isso passaram a coexistir duas ordens jurídicas:
Direito Romano Germânico
O rei de Portugal diferentemente dos outros já era poderoso militarmente poderoso por conta das guerras de reconquista, em 1350 o rei se firma politicamente e para de consultar a Côrte. A medida que o rei começa a criar sozinho as leis ele começa a substituir tanto o direito como diminui o uso do direito Romano, entretanto o Direito Romano nunca deixou de ser importante, tanto que as leis que o rei criava eram baseadas nele.
As leis eram lidas em voz alta no Pelourinho (monumento “poste” que simboliza o poder do rei) de uma á três vezes por dia. Os populares queriam que o rei juntasse todo o direito em uma única obra para que ficasse mais acessível ( ordenações ):
Ordenações Afonsinas -1448
Ordenações Manuelinas-1513
Ordenações Filipinas -1603 – Leis que mais ficaram em vigor no Brasil (até 1916). Leis que vigoraram durante a união ibérica pelo Rei Felipe ( l de Portugal/ II de Espanha)
**Pluralismo jurídico: A coexistência de mais de uma forma jurídica**
**Monismo jurídico: Quando há apenas uma única ordem de direito**
Com as revoluções protestantes e pronunciação dos países baixos tornando essas suas religiões oficiais o Direito Canônico foi extraído do Ius Commune para os países baixos. Hugo Grócio conquistou o Direito Internacional laico baseado-se nos Direitos Naturais no contexto da insatisfação dos países protestante em seguir as orientações do Papa quanto ao reconhecimento da América como propriedade de Portugal e Espanha.
Ordenações Filipinas:
Mesmo estando em vigor durante a União Ibérica nem o direito nem a administração de Portugal e Espanha foram unificados. O Rei seguinte a Felipe I deveria aprovar as Ordenações Filipinas como um rei “único e legitimo” português, e assim foi feito.
As Ordenações Filipinas foram divididas em 5 livros:
Diz sobre: Justiça, administração, imposto, casa militar e órgãos policiais.
Diz sobre: Relações entre o Estado Português e a Igreja Católica (coleta de impostos, dízimos, imunidade e direitos dos bispos) e o direito feudal.
Diz sobre: Direito processual civil (tudo aquilo que não for criminal)
Diz sobre: Direito civil (conjunto de direitos referentes a propriedade, a família, a contratos, a responsabilidade civil, sucessões e obrigações)
Diz sobre: Crimes e processos criminais (incluindo os crimes por pecado).
Algumas características das ordenações filipinas:
Linguagem narrativa;
Penas cruéis;
Tratamentos desiguais;
Penas que excedem o criminoso;
Leis que preservam os dogmas religiosos e reprimem o comportamento divergente da religião;
Os juízes eram chamados de ministros;
Não havia separação de poderes, os mesmos que julgavam tinham outras tarefas;
A justiça era do Rei, os juízes eram subordinados ao Rei (o Rei como Senhor da justiça);
A justiça e os jurados são as mãos do Rei;
Para brechas na lei as fontes do direito eram acessadas na seguinte sequência:
Lei: do Rei;
Stilo: jurisprudência;
Costume: do povo;
Leis internacionais: Se for caso de pecado utiliza-se o direito canônico, se não o Corpus Juris Civilis;
Se nada se encaixa o caso é encaminhado para o Rei e a resolução se torna um precedente vinculante (se torna base para a resolução dos próximos casos);
**Precedente: Exemplo que surge de um caso.
Jurisprudência: Conjunto de precedentes que se transformam em uma tese jurídica (reiterado de decisões no mesmo sentido). **
** Anacronismo: ver com novos olhos coisas do passado**
A hierarquia da justiça de Portugal nas colônias
Não existia poder judiciário e nem separação de poderes, em lugar disso havia a obrigação moral do Rei para com seus súditos, formando assim a Justiça do Rei ( Justiça Régia ). A hierarquia era constituída abaixo do Rei que era o juiz supremo ( Rex Judex).
Como não havia a separação dos poderes e funções, os juízes não se dedicavam somente aos julgamentos, eles exerciam múltiplas funções.
Níveis hierárquicos:
 Justiça Régia:
Justiça Régia
Justiça Senhorial
Justiça Municipal
** 2 e 3 jurisdições concedidas pelo Rei**
3- Justiça Municipal:
Os Municípios eram ocupações urbanas que surgiam espontaneamente, originados dos arraiais quese transformavam em vilas e/ou em cidades. Para que uma cidade ou vila se transformasse em município era necessário que essa se tornasse significativamente importante economicamente para o Rei. Ao preencher este requisito a mesma se tornava município através da entrega da Carta de Foral que descrevia os direitos, deveres e privilégios do município nascente em relação á Coroa. 
Um dos direitos era o direito da justiça municipal, onde o rei concedia a jurisdição municipal, através da Câmara dos vereadores a qual tinha funções administrativas e jurídicas.
A câmara cria regras de convivência, determina valores de importações e etc... Apenas os homens bons poderiam se candidatar á câmara.
**Requisitos para ser considerado um “homem bom:
Homem;
Chefe de família (hetero);
Nobre ou rico (algo que o destaque socialmente)
Não ter sangue sujo (não ter judeus entre as três últimas gerações ancestrais)**
 Primeiramente ocorria a Eleição de Pelouros onde apenas os homens bons votavam. Logo após havia uma eleição entre os vereadores para a eleição do juiz municipal (juiz ordinário), o qual tinha mandato de um ano e poderia ser leigo (não precisaria ser formado em direito). Estes julgavam casos de baixo valor econômico e pequenos casos criminais como 1ª instância.
2- Justiça Senhorial
A justiça (jurisdição) e a terra doadas pelo Rei ao Senhor Feudal e/ou ao Capitão Donatário eram feitas por meio da Carta de Foral e a Carta de Doação (que descrevia os limites geográficos e o sucessor do donatário).
O juiz da Justiça Senhorial em preferência é o próprio Capitão Donatário por ele mesmo receber a justiça através da Carta de Doação pessoalmente, entretanto ele normalmente instituía um ouvidor para esta função por conta dos demais afazeres na administração da capitania. Este ouvidor instituído pelo Donatário teria que ser necessariamente bacharel em direito e teriam um mandato de 3 anos (regra geralmente ignorada exceto pela capitania de Itamaracá (Pernambuco)).
As atribuições dos ouvidores eram as seguintes:
Recurso contra as decisões do juiz ordinário (2ª instância);
Julgar de 1ª instância casos de menor complexidade que ocorrem fora do município;
Julga em 1ª instância casos de maior complexidade dentro e fora dos municípios (maior importância econômica e crimes mais graves).
1-Justiça Régis:
Não é acessível em 1ª instância, só como recurso (de 1ª ou 2ª instância), representantes:
No Brasil: Ouvidor Geral;
Em Portugal: Corregedor.
**Cargos extintos pelo excesso de casos para um só homem**
No lugar foram instituídos as Relações:
Relação de Goa;
Relação do Porto;
Relação da Bahia- 1º Tribunal da América, para todos os ouvidores do Brasil. Desembargadores escolhidos pelo Rei, homens letrados (formados em Coimbra) com funções jurídicas e administrativas. 
A Relação da Bahia foi criada em 1609 onde hoje é o Elevador Lacerda.
Relação do Rio de Janeiro- Fundada em 1752 atendendo as causas do Sul e folgando a Relação da Bahia que ficou apenas os casos do Norte.
A cima da Relação há a Casa da Suplicação em Lisboa, com juízes escolhidos pelo Rei com cargos vitalícios. Este é o mais alto tribunal português.
Em casos excepcionais o Rei poderia intervir na decisão da Casa de Suplicação através do poder de Graça, o que não era comum, geralmente diminuindo penas por apelos familiares.
No final do século XVII foi a chegada dos Juízes de Fora (letrados), para presidir a câmara e assim fiscalizar as decisões da câmara, garantindo que o conflito de interesses não prejudicasse a Coroa. Substituíram também os juízes ordinários (aqueles que haviam dado sansões esdrúxulas) e garantindo uma maior imparcialidade. 
Iluminismo e o Direito Português
As consequências do iluminismo para o direito português e brasileiro:
Muda o formato das fontes do direito português instituído anteriormente nas Ordenações Filipinas;
Faz mudanças na formação dos bacharéis em direito.
Sabastião José Carvalho e Melo, Conde das Oeiras e depois Marquês de Pombal foi um iluminista nascido em 13 de Maio de 1699 e faleceu em 1782 aos 82 anos, implementou tais reformas durante o seu mandato como Secretario de Estado dos Negócios Interiores do Reino. Tinha como objetivo centralizar e fortalecer o poder da coroa, para isso se achou necessário mudar as fontes do direito. Portanto o intuito das reformas pombalinas era diminuir a importância e a utilização das demais fontes do direito, valorizando ainda mais a lei por serem provenientes da coroa.
Lei da Boa Razão
Em 18 de agosto de 1769 entra em vigência a “Lei da Boa Razão”, esta lei se compunha de regras jurídicas de atuação humana que não poderiam ser negadas, deveriam ser obedecidas por todos os povos por se tratar de uma lei atemporal, imutável, supra-humana e universal, com base no pensamento jurisnaturalista era advinda de concepções cristãs e iluministas, se tornou critério de admissibilidade para outras normas jurídicas. A Lei da Boa Razão é o mais importante documento legislativo português da era pombalina, é o texto legal que caracteriza as ideias do Marquês de Pombal, em relação à posição do Estado em face da aplicação do Direito. Entretanto a lei gerou muitas controversas quanto a sua interpretação para admissibilidade de outras normas jurídicas por ser muito subjetiva, assim apenas substituindo o problema de não ter um parâmetro de admissibilidade da lei por ter um parâmetro muito vago. 
As mudanças na fonte do direito:
Ius Proprium:
Costume: Como não havia hierarquia no Ius Proprium os juízes ordinários geralmente ignoravam as leis e resolviam os casos por costumes e por vezes ainda criavam costumes para resolver os casos como bem entendiam como justo, então Pombal determinou que para a utilização do costume ele precisaria ter mais de 100 anos e necessitaria ser comprovado por documentos antigos ou testemunhos de anciões. Os costumes admitidos também deveriam estar de acordo com a Lei da Boa Razão.
Estilo: Foram totalmente extintos.
Lei: Se tornou a fonte mais importante.
Ius Commune:
Direito Canônico: Não foi modificado por só tratar de questões de pecado. 
Direito Romano:As opiniões de Acúrcio e Bártolo deixaram de ter privilégios e passaram a ser tão importante quanto as dos demais professores e todas as opiniões validas deveriam estar de acordo com a lei da Boa Razão
As mudanças na educação jurídica:
Para que os novos juristas já estivessem adaptados a nova ordem jurídica o Marquês de Pombal realizou as seguintes mudanças na Faculdade de Direito de Coimbra:
As aulas que eram dedicadas ao estudo do Direito Romano e do Direito Canônico foram expressamente diminuídas e pela primeira vez passou-se a estudar o Direito Nacional Português. Os estudantes foram obrigados a jogar fora suas postilas (anotações de estudantes anteriores a ele), em lugar disso os professores tiveram que produzir livros que descrevessem todo o conteúdo das aulas, ou seja, compêndios, manuais das aulas. Além disso os estudantes deveriam também possuir o Vade me cum (vem comigo), que era o livro das leis que os estudantes portavam. O Marquês criou também a bibliografia jurídica, uma matéria de Estudo do direito Português e uma matéria de Estudo do Direito Natural.
***A acção reformadora de Pombal estendeu-se ainda ao âmbito da política religiosa. Também neste campo, o Primeiro-Ministro empenhou-se no fortalecimento do absolutismo régio e no combate a sectores e instituições que poderiam enfraquecê-lo.A 3 de setembro 1759, curiosamente passado um ano depois da tentativa de regicídio a D. José, expulsou os jesuítas da metrópole e das colónias, confiscando os seus bens, sob a alegação de que a Companhia de Jesus agia como um poder autónomo dentro do Estado português.Nomeou o seu irmão Paulo António de Carvalho e Mendonça Presidente do Conselho do Santo Ofício (Inquisição). Assim apesar de a Inquisição não ter sido oficialmente desmantelada, ela sofreu com o governo de Pombal um profundo abalo na sua autonomia, sendo usada como instrumento de poderpolítico do Marques, com a criação de medidas que a levaram à progressiva subordinação à autoridade real.***

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