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Aula 09 - Parte 02

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CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL REGULAR 
PROFESSOR: LAURO ESCOBAR 
1 
www.pontodosconcursos.com.br 
AULA 09
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES 
= PARTE ESPECIAL = 
CONTRATOS EM ESPÉCIE
(COMPLEMENTO – AULA BÔNUS) 
Meus Amigos e Alunos. Após a aula anterior de “espécies de 
contratos”, é comum algum aluno me indagar se eu possuo algum 
material complementar sobre o tema, uma vez que o Código Civil 
contempla outras espécies de contratos, que não foram analisados em 
aula, pois não costumam cair em concursos, não estando previsto no 
edital. Isso não quer dizer que eles não caem em concursos... podem 
cair. Mas não é comum. Mas... como a intenção deste Curso Regular é 
deixá-lo completo, tive a ideia de enviar esta aula apenas como 
complemento, possibilitando seu estudo em separado, caso algum 
edital exija tais temas. Geralmente um edital costuma mencionar quais 
os contratos que cairão nas provas. Deem uma conferida! Se os 
contratos mencionados nesta aula não estiverem na relação... 
esqueçam... estudem somente os que constam do edital (e que foram 
dados na aula anterior). Mas se não houver um edital publicado, o aluno 
poderá estudar esta matéria como uma forma de ampliar seus 
conhecimentos jurídicos e sua bagagem cultural. Espero que façam um 
bom proveito deste material, posto que é bem simples e objetivo. 
Embora já esteja implícito, mas é interessante deixar bem claro que não 
haverá acréscimo financeiro algum por esta aula. Trata-se apenas de 
um complemento da aula anterior. Ele já faz parte do “pacote”. 
Bem... vamos deixar de prosa e vamos logo ao que interessa... 
TRANSPORTE 
(arts. 730 a 756, CC) 
O contrato de transporte é a aquele em que uma pessoa ou 
empresa se obriga, mediante retribuição, a transportar, de um local 
para outro, pessoas ou coisas animadas ou inanimadas. 
O contrato de transporte é celebrado entre o transportador e a 
pessoa que vai ser transportada (viajante ou passageiro – no caso de 
 
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transporte de pessoas) ou a pessoa que entrega o objeto a ser 
transportado (remetente ou expedidor – no caso de transporte de 
coisa). O destinatário, a quem a mercadoria deverá ser expedida, não é 
contratante, embora tenha alguns direitos e obrigações. 
Características Gerais: 
• Bilateral – cria obrigações tanto para o transportador (remover a 
coisa ou pessoa de um lugar para o outro), como o passageiro ou 
expedidor (pagar o preço ajustado – passagem ou frete). 
• Oneroso – há interesse e utilidade para ambas as partes. 
• Comutativo – as prestações de ambas as partes já estão certas, 
não ficando na dependência de evento incerto (que seria o 
contrato aleatório). 
• Consensual – aperfeiçoa-se pelo mútuo consentimento dos 
contraentes. 
Espécies 
1) Quanto ao objeto conduzido 
• Transporte de pessoas 
• Transporte de coisas 
2) Quanto ao meio empregado 
• Rodoviário 
• Ferroviário 
• Marítimo ou Fluvial 
• Aéreo 
TRANSPORTE DE COISAS OU MERCADORIAS 
O transporte de coisas ou mercadorias é aquele em que o 
expedidor ou rementente entrega ao transportador determinado objeto 
para que, mediante pagamento de frete, seja remetido a outra pessoa 
(consignatário ou destinatário), em local diverso daquele em que a coisa 
foi recebida (arts. 743, 744 e 745, CC). 
Partes 
• Remetente ou Expedidor – pessoa que entrega a mercadoria 
para ser transportada. 
• Transportador – pessoa que recebe a mercadoria, encarregando-
se de transportá-la. 
• Destinatário – pessoa a quem a mercadoria deve ser entregue. 
Esta pessoa, na verdade, não integra a relação contratual, será 
apenas a pessoa a que, a mercadoria será enviada. 
 
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É possível que o próprio remetente seja, também destinatário (ex: 
alguém muda de residência, sendo convencionado que seus móveis lhe 
sejam entregues em seu novo endereço. Será, ao mesmo tempo, 
remetente e destinatário). 
Conhecimento de Transporte 
A mercadoria a ser transportada será entregue ao transportador 
que emitirá, como prova do recebimento da coisa, um documento 
designado Conhecimento de Transporte, Conhecimento de Carga ou 
Conhecimento de Frete. Esse documento deverá conter: 
• nome comercial da empresa emissora do Conhecimento de Frete 
(ou seja, do transportador) 
• número de ordem do Conhecimento 
• data da emissão do Conhecimento 
• nome do remetente e do destinatário 
• lugar em que a mercadoria é recebida 
• espécie, quantidade e peso da mercadoria 
• importância do frete, com a declaração de que é pago ou a pagar 
• assinatura da empresa emissora (transportador) 
Devido ao caráter probatório de entrega da mercadoria pelo 
remetente ao transportador, o Conhecimento de Transporte representa 
as mercadorias expedidas que só poderão ser retiradas pelo destinatário 
mediante sua apresentação. É considerado um título de crédito, 
representativo das mercadorias nele mencionadas, sujeitando-se às 
normas de circulação desses títulos. Tratar-se de um título normalmente 
negociável, suscetível de transferência por endosso. 
Obrigações do Remetente 
• entregar a mercadoria que deverá ser transportada. 
• pagar o frete nos modos e condições pactuadas, porque ele 
representa a contraprestação pelo serviço. O frete será ajustado 
entre as partes nos transportes livres. Nos transportes de estrada 
de ferro ou empresa de aviação, o transportador fixa uma tabela 
de preços aprovada por órgãos oficiais, firmando-se um contrato 
por adesão. O preço pode ser pago antes da execução do 
transporte (frete pago) ou depois de executado o transporte (frete 
a pagar). 
• acondicionar bem a mercadoria para o transporte, para que possa 
ser transportada sem perigo de perda ou deterioração. O 
transportador poderá recusar despacho se a mercadoria estiver 
mal acondicionada. 
 
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• declarar a natureza, o valor e a relação das mercadorias a serem 
transportadas. Isto porque, quando o remetente entrega os 
objetos ao transportador, este se responsabilizará pela perda total 
ou parcial, furto ou avaria que venham a sofrer durante o 
transporte, sendo que sua culpa será sempre presumida (salvo 
exceções prevista na lei). 
• correr os riscos oriundos de vício próprio, de caso fortuito ou força 
maior. 
• responder por prejuízos causados à mercadoria durante o 
transporte, se a espécie de transporte faz naturalmente correr ou 
se a perda ou avaria decorrer do fato de a mercadoria ter sido 
entregue mal acondicionada, ou se o dano for anterior ao 
transporte, etc. 
Direitos do Remetente 
• variar a consignação antes da entrega da mercadoria ao 
destinatário, ou seja, o remetente pode mudar a pessoa a quem a 
mercadoria deverá ser entregue, alterar o seu destino, fazendo-a 
entregar em local diverso do anteriormente combinado. 
• receber indenização por furto, perda ou avaria do 
transportador,desde que se prove que o dano ocorreu quando o 
objeto estava sob os cuidados do transportador. 
Obrigações do Transportador 
• receber, transportar e entregar as mercadorias no tempo e no 
lugar convencionados. 
• transportar as mercadorias com diligência, tomando todas as 
providências necessárias para que não se deteriorem, sob pena de 
responder por danos que vierem a sofrer enquanto estiverem sob 
seus cuidados. 
• expedir Conhecimento do Frete ou Carga, contendo todos os 
requisitos legais. 
• seguir itinerário ajustado, exceto se o caminho for intransitável ou 
oferecer maiores riscos. 
• assumir a responsabilidade pelas perdas, furtos ou avarias que as 
mercadorias transportadas, sofrerem, exceto se oriundos de vício 
próprio,força maior ou caso fortuito. Deverá pagar, em caso de 
perda ou furto, indenização equivalente ao preço da mercadoria. 
Se houver avaria, a indenização será proporcional à depreciação 
sofrida pelo objeto. Só se responsabiliza pelas mercadorias 
constantes do Conhecimento. A cláusula de não-responsabilidade 
reputa-se como não escrita. 
 
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Direitos do Transportador 
• reter a mercadoria até receber o frete. 
• reajustar o frete se houver variação de consignação. 
• receber indenização pelo prejuízo que vier a sofrer, com 
informação falsa. 
• recusar mercadoria cujo transporte não seja permitido ou esteja 
desacompanhado de documentos legais. 
TRANSPORTE DE PESSOAS 
O contrato de transporte de pessoas é aquele em que o 
transportador se obriga a remover uma pessoa e sua bagagem de um 
local para outro, mediante remuneração (arts. 734 a 742, CC). 
Obs: O transporte feito gratuitamente (por amizade, cortesia ou 
auferindo vantagens indiretas) não se subordina às normas do contrato 
de transporte (art. 736, CC). 
Conforme o meio em que é feito o transporte, o contrato poderá 
ser: 
• Terrestre – se em terra ou em pequeno percurso de água. 
• Marítimo – se feito em alto mar ou rios e lagos navegáveis em 
longos percursos. 
• Aéreo (ou aeronáutico) – se utilizar o espaço aéreo. 
Partes 
• Transportador – pessoa que se compromete a fazer o 
transporte. 
• Passageiro – pessoa que se propõe a ser transportada, pagando 
um certo preço. 
Ambos deverão ser capazes, em se tratando de viagens de longos 
percursos, e nelas os passageiros menores serão representados por 
seus pais. Nos transportes urbanos, qualquer menor ou incapaz poderá 
fazer uso dos veículos, pagando o preço da passagem. Crianças até 12 
anos não podem viajar para fora da comarca onde residem, exceto se 
estiverem acompanhadas dos pais ou de responsável, ou devidamente 
munidas de autorização judicial. 
Bilhete 
O passageiro adquire um bilhete de passagem, que poderá ser 
nominativo ou ao portador, e que dará direito a quem o apresentar de 
ser transportado. É um título de legitimação, que atesta a vontade do 
adquirente de ser transportado de um lugar para outro, e a do 
 
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transportador de realizar o transporte. Poderá designar lugares para os 
passageiros. 
O bilhete de passagem não é indispensável para a efetivação do 
contrato. 
Bagagem 
O contrato de transporte de pessoas abrangerá a obrigação de 
transportar a bagagem do passageiro ou viajante no próprio 
compartimento em que viajar ou em depósitos apropriados dos veículos, 
mediante despacho, hipótese em que o transportador fornecerá uma 
nota de bagagem, que servirá de documento para a sua retirada no 
local de destino. 
O viajante, ao contratar o transporte, pagando o bilhete de 
passagem, adquirirá o direito de transportar consigo sua bagagem, e o 
condutor assumirá a obrigação de fazer esse transporte. O passageiro 
só pagará o transporte de sua bagagem se houver excesso de peso, de 
tamanho ou de volumes. 
Obrigações do Transportador 
• transportar o passageiro de um local para outro, no tempo e modo 
convencionados. 
• efetuar o transporte com cuidado, exatidão e presteza. 
• responder pelos danos causados ao viajante, oriundos de 
desastres não provocados por força maior ou caso fortuito, ou 
culpa do passageiro, pagando uma indenização variável, conforme 
a natureza ou a extensão do prejuízo. Deverá, ainda, indenizar 
pela perda ou avaria de bagagens dos viajantes. 
• responder pelos prejuízos causados aos passageiros em virtude de 
atraso dos transportes, na saída ou na chegada, se esse atraso 
não for motivado por força maior. 
• concluir o transporte contratado, se a viagem se interromper por 
fato imprevisível, em outro veículo, à sua custa, correndo também 
durante a espera de novo transporte. 
Direitos do Transportador 
• reter até 5% da importância a ser restituída ao passageiro, a título 
de multa compensatória, se ele desistir da viagem. 
• reter a bagagem do passageiro para garantir-se do pagamento do 
preço da passagem que não tiver sido paga no início do percurso. 
 
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• exigir declaração do valor da bagagem a fim de fixar o limite da 
indenização. 
Deveres do Passageiro 
• pagar a importância determinada de acordo com a tarifa 
estabelecida. 
• apresentar-se no local de embarque antes da hora marcada para 
partida, pois não terá direito a ser reembolsado do preço do 
bilhete, por não estar presente no local e no horário fixados, 
perder a condução, salvo se provar que outra pessoa foi 
transportada em seu lugar. 
• sujeitar-se às normas estabelecidas pelo condutor. 
• não conduzir armas. 
• não se debruçar fora das janelas com o veículo em movimento. 
• proceder de modo a não perturbar demais passageiros, e não 
danificar o veículo. 
• não transportar objeto que cause perigo ou incômodo aos 
viajantes. 
• apresentar documento de identidade nos transportes de navio ou 
avião. 
• apresentar bilhete de viagem quando lhe for pedido, mesmo no 
curso da viagem. 
Direitos do Passageiro 
• exigir o transporte, uma vez apresentado o bilhete de passagem. 
• ser transportado com cuidado, presteza e exatidão, do lugar do 
início de sua viagem ao local de chegada. 
• ocupar o lugar mencionado no bilhete, ou, se o bilhete não 
mencionar local certo, ocupar qualquer um do veículo, já que o 
transportador não poderá vender bilhetes em número superior aos 
dos lugares existentes. Em certos tipos de transportes coletivos, 
para facilitar o tráfego das pessoas, será permitido ao condutor 
transportar um número de pessoas superior ao dos assentos 
existentes. 
• desistir do transporte, mesmo depois de iniciada a viagem, com 
direito à devolução do valor correspondente ao trecho não 
utilizado, desde que comprove que outro passageiro foi 
transportado em seu lugar. 
 
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• receber a restituição do valor do bilhete não utilizado se deixar de 
embarcar e provar que outro foi transportado em seu lugar. 
Obs: O art. 734, CC determina que o transportador responde pelos 
danos causados às pessoas transportadas e suas bagagens, salvo 
motivo de força maior, sendo nula qualquer cláusula excludente de 
responsabilidade. Já o art. 735, CC determina que a responsabilidade do 
transportador não é elidida (eliminada) por culpa de terceiro. Se ocorrer 
algum acidente por culpa de terceiro, o transportador deve indenizar o 
transportado e depois acionar, de forma regressiva, o terceiro 
responsável pelo acidente. 
SEGURO 
(arts. 757 a 802, CC) 
Contrato de Seguro é aquele pelo qual uma pessoa (segurador) se 
obriga perante outra (segurado), mediante o pagamento de um prêmio, 
a garantir-lhe interesse legítimo relativo a pessoa ou coisa e a indenizá-
la de prejuízo decorrentes de riscos futuros, previsto no contrato. 
A noção de seguro supõe a de risco, isto é, o fato de estar o 
sujeito exposto à eventualidade de um dano (à pessoa ou a seu 
patrimônio). 
Assim, o contrato de seguro é o meio pelo qual a pessoa física ou 
jurídica se protege contra os riscos que podem incidir sobre a sua vida, 
ou sobre o objeto de seus negócios. 
Partes 
• Segurador – é o que suporta o risco. A atividade do segurador é 
exercida por entidades legalmente autorizadas isto é, por 
sociedades anônimas, mediante prévia autorização do governo 
federal. 
• Segurado – é o que tem interesse direto na conservação da 
pessoa ou coisa,fornecendo uma contribuição periódica e 
moderada, isto é, o prêmio, em troca do risco que o segurador 
assumirá. 
Características Gerais 
• Contrato Bilateral – gera obrigações para o segurado e para o 
segurador. 
• Oneroso – traz prestações e contraprestações. 
• Aleatório – por não haver equivalência entre as prestações, o 
segurado não pode antever, de imediato, o que receberá em troca 
 
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de sua prestação. O segurador assume o risco, ressarcindo o dano 
sofrido pelo segurado, se o evento incerto (embora previsto no 
contrato) ocorrer. Observem que o evento pode ocorrer ou não! 
Vamos tomar como exemplo o seguro de um veículo. Se não 
ocorrer o sinistro (acidente com o veículo), o segurador irá 
receber o prêmio (quantia paga pelo segurado) sem nada 
desembolsar. Mas se o sinistro ocorrer, ele deverá pagar uma 
indenização cujo valor pode ser muito maior do que o prêmio 
recebido. 
• Formal – a forma escrita é obrigatória; para se provar é 
necessária a exibição da apólice ou do bilhete do seguro e, na 
falta deles, de um documento comprobatório do pagamento do 
respectivo prêmio. 
• Por adesão – o segurado deve aceitar, sem qualquer discussão, 
as cláusulas impostas pelo segurador na apólice impressa. 
• Boa-fé – conduta sincera e leal das partes, em especial do 
segurado (no contrato de seguro de vida, deve o segurado indicar 
moléstias de que sofre; se ocultar, perderá o direito ao valor do 
seguro). Se o segurado mentir ou omitir: 
a) se estiver de má-fé: paga o prêmio vencido e perde o 
direito à garantia. 
b) se não estiver de má-fé: o segurador pode extinguir o 
contrato ou cobrar, mesmo após o sinistro, a diferença do 
prêmio. 
Requisitos 
• Segurador só poderá ser entidade devidamente autorizada pelo 
Governo Federal para operar no ramo. 
• Capacidade civil do segurado. 
• O objeto do segurado deve ser lícito e possível (ex: é nulo o 
contrato de seguro de uma operação de contrabando). 
• O valor do objeto deve ser determinado. 
• O pagamento da seguradora deverá ser equivalente ao valor real 
do bem ou de sua reposição. 
• O contrato exige forma escrita para ser obrigatório. Esse 
instrumento chama-se apólice ou bilhete do seguro. 
Prêmio 
Estabelecido o contrato de seguro, o segurado deve fornecer uma 
contribuição, periódica e moderada, chamada prêmio, em troca do risco 
 
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que o segurador assumirá em caso de incêndio, abalroamento, 
naufrágio, furto, falência, acidente, morte, etc. 
As partes fixam livremente a taxa do prêmio, tendo-se em vista a 
duração do risco, as causas que possa efetivá-lo e o montante da 
indenização. O prêmio deve ser líquido e certo. 
Apólice 
Como já vimos, o contrato de seguro exige a forma escrita que se 
instrumentaliza pela apólice ou bilhete do seguro. Deverão mencionar os 
riscos assumidos, o início e o fim de sua validade, o limite da garantia e 
o prêmio devido, e , quando for o caso, o nome do segurado e o do 
beneficiário. 
Classificação das Apólices: 
a) Quanto à Titularidade: 
• nominativas – quando mencionarem o nome do segurador, 
do segurado e do beneficiário. 
• à ordem – quando transmissíveis por endosso. 
• ao portador – quando transferíveis por simples tradição 
(inadmissíveis em se tratando de seguro de vida). 
b) Quanto ao Risco: 
• específicas – ocupam de um risco apenas. 
• plúrimas – dizem respeito a vários riscos dentro de um 
mesmo contrato 
• abertas – se o risco se desenvolver ao longo da atividade. 
c) Quanto à Substituição: 
• simples – se o objeto do seguro é determinado 
precisamente sem que haja possibilidade de substituí-lo; 
• flutuantes – se for possível a substituição da coisa 
segurada. 
Observações: 
1) A apólice deverá ser precedida de proposta escrita com a 
declaração dos elementos essenciais do interesse a ser garantido e do 
risco. 
2) A falta de apólice pode ser suprida pelo registro mediante a 
comprovação do pagamento do prêmio. 
3) As apólices de acidentes são plurianuais. 
 
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4) O seguro pode ser contratado por meio de bilhete de seguro, 
que é um instrumento simplificado. 
Espécies de Contrato de Seguro 
1) Quanto às normas que disciplinam: 
• comerciais – regidas pelo Código Comercial. 
• civis – disciplinados pelo Código Civil. 
2) Quanto ao número de pessoas: 
• individuais – um só segurado. 
• coletivos – abrangem várias pessoas. 
3) Quanto ao objeto: 
• patrimoniais – cobrir perdas resultantes de obrigações. 
• reais – prejuízos sofridos por uma coisa. 
• pessoais – faculdades humanas, saúde, vida. 
SEGURO DE DANO 
Nos seguros de dano, a garantia prometida não pode ser maior 
que o valor do interesse segurado na conclusão do contrato e a 
indenização não pode ultrapassar o valor do interesse segurado no 
momento do sinistro, e, em hipótese alguma, o limite máximo da 
garantia fixado na apólice. 
O risco do seguro compreendem todos os prejuízos ocasionados 
pelos estragos para evitar o sinistro, minorar o dano, ou salvar a coisa. 
No seguro de coisas transportadas, a garantia começa no 
momento em que o transportador recebe e, termina com a entrega ao 
destinatário. Não se inclui na garantia o sinistro provocado por defeito 
próprio da coisa segurada, não declarado pelo segurado. 
Pode ocorrer a transferência do contrato a terceiro com a 
alienação ou cessão do interesse segurado. Se o contrato for 
nominativo, a transferência só terá efeito para o segurador, mediante 
aviso escrito assinado pelo cedente e pelo cessionário. No caso de 
apólice ou o bilhete à ordem, o contrato só poderá ser transferido por 
endosso em preto, datado e assinado pelo endossante e pelo 
endossatário. 
O segurador garante o pagamento de perdas e danos devidos pelo 
segurado a terceiro, no caso de seguro de responsabilidade civil. Em 
caso de responsabilidade legal obrigatória, a indenização por sinistro 
será paga pelo segurador diretamente ao terceiro prejudicado. 
 
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SEGURO DE PESSOA 
O Código Civil permite que a vida humana seja objeto de seguro 
contra os riscos de morte involuntária. O seguro não será pago se o 
segurado vier a falecer de morte voluntária nos dois primeiros anos de 
vigência inicial do contrato (ex: suicídio premeditado, duelo, etc) e no 
caso em que o beneficiário foi o assassino do segurado. No entanto, é 
admissível o seguro em casos de esportes arriscados, alistamento 
militar, ato de heroísmo, etc. 
Pelo Código Civil, o seguro de pessoas garante, que o capital 
segurado seja livremente estipulado pelo proponente, que pode 
contratar mais de um seguro sobre o mesmo interesse, com o mesmo 
ou diversos seguradores (art. 789, CC). É nula qualquer transação para 
pagamento reduzido do capital segurado (art. 795, CC). 
Pode ser feito por pessoa natural ou jurídica em proveito de grupo 
que a ela se vincule (art. 801, CC). A apólice de seguro só poderá ser 
modificada mediante a expressa anuência de segurados representados 
por três quartos do grupo. 
SEGURO SOBRE A VIDA DE OUTROS 
O proponente é obrigado a declarar qual o seu interesse em 
preservar a vida do segurado (cônjuge, ascendente ou descendente). 
Caso não seja indicada a pessoa beneficiária, o capital segurado 
será pago a metade ao cônjuge não separado judicialmente, e o 
restante aos herdeiros do segurado (art. 792, CC). A instituição do 
companheiro como beneficiário é valida, se ao tempo do contrato o 
segurado era separado judicialmente,ou de fato (art. 793, CC). 
SEGURO DE VIDA 
No caso de seguro de vida ou acidentes pessoais para o caso de 
morte, o capital estipulado não está sujeito às dívidas nem herança do 
segurado. 
O prêmio será conveniado por prazo limitado, ou por toda a vida 
do segurado. 
Para o caso de morte poderá ser estipulado um prazo de carência, 
durante o qual o segurador não responde pelo sinistro. O segurador é 
obrigado a devolver ao beneficiário o montante da reserva já formada. 
Obrigações do Segurado 
• Pagar o prêmio convencionado no prazo estipulado. 
• Caso atrase o pagamento do prêmio, deve pagá-lo com juros 
moratórios. 
 
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• Abster-se de tudo que possa aumentar os riscos e for contrário ao 
estipulado. 
• Comunicar ao segurador todos os fatos imprevistos que possam 
agravar o risco. 
• Levar ao conhecimento do segurador a ocorrência do sinistro. 
• Demonstrar os prejuízos que sofreu com o sinistro. 
• Abster-se de transacionar com a vítima, com o responsável pelos 
danos sem o prévio consentimento do segurador. 
Direitos do Segurado 
• Receber a indenização e a reparação do dano. 
• Não ver aumentado o prêmio, embora agravados os riscos, em 
razão de fato alheio à sua vontade. 
• Receber reembolso de despesas feitas no interesse da seguradora 
para diminuir prejuízos. 
• Ser defendido pela segurado nos casos de responsabilidade civil, 
cuja reparação esteja a cargo dela. 
Obrigações do Segurador 
• Indenizar o segurado quanto aos prejuízos resultantes do risco 
assumido. 
• Aceitar cessão do seguro e pagar a terceiro, havendo a 
transferência do contrato. 
• Constituir reservas técnicas, fundos especiais e provisões para 
garantir obrigações assumidas. 
Direitos do Segurador 
• Receber o prêmio durante a vigência do contrato. 
• Isentar-se do pagamento da indenização no caso de má-fé do 
segurado, ou se este deu à coisa segurada valor superior ao real 
ou no caso de caducidade da apólice. 
• Responder somente pelos riscos que assumiu. 
• Reajustar o prêmio para que este corresponda ao risco assumido. 
Extinção do Seguro 
• decurso do prazo estipulado. 
• distrato – ambos os contratantes concordam em dissolver os 
vínculos. 
 
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• inadimplemento de obrigação legal. 
• superveniência do risco – o contrato perde o objeto e a 
seguradora paga o valor assegurado. 
• cessação do risco. 
• nulidade, tornando o contrato ineficaz. 
Obs: além do Código Civil, diversas leis regem a matéria. 
Segundo estas, as Sociedades de Seguro não estão à falência e também 
não podem impetrar concordata. Em caso de insolvência ou má situação 
financeira, a empresa é submetida a um processo de liquidação, 
acarretando a dissolução compulsória. 
TRANSAÇÃO 
(arts. 840/850, CC) 
Trata-se de um negócio jurídico bilateral em que as partes fazem 
mútuas concessões, prevenindo ou extinguindo obrigações. É a 
composição amigável entre as partes, em que cada qual abre mão de 
suas pretensões, para evitar riscos de uma futura demanda 
(extrajudicial) ou extinguir um litígio que já foi instaurado (judicial). 
Exemplo: A alega que B lhe deve 200; B, por sua vez, admite que deve, 
mas afirma que a dívida é apenas de 100. As partes acabam entrando 
em acordo por 150. Assim, uma pessoa cede um pouco... a outra cede 
um outro tanto... e um acordo acaba saindo. Na realidade a transação é 
um negócio jurídico bilateral declaratório, indivisível e de 
interpretação restrita. 
Elementos: 
• existência de uma dúvida. 
• intenção em se dirimir a dúvida, extinguindo o conflito (acordo 
de vontade entre os interessados capazes). 
• reciprocidade de concessões - ambos os transigentes devem 
conceder alguma coisa ou abrir mão de algum direito; não há 
transação se apenas uma das partes receber privilégios e a 
outra, sacrifícios. 
Modalidades 
• Judicial – realizada no curso de um processo, recaindo sobre 
direitos disputados em juízo. 
• Extrajudicial – levada a efeito para se evitar a ação judicial. 
Pode ser realizada por instrumento público ou particular, 
dependendo do que a lei determina. 
 
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É importante observar que o Código atual trata a transação como 
um contrato típico ou nominado e não mais como uma forma de 
pagamento indireto. 
A transação somente é permitida em relação a direitos 
patrimoniais de caráter privado, ou seja, somente pode haver 
transação quanto a direitos disponíveis, em que a parte pode dispor. 
Portanto, não é possível transação em relação às coisas fora do 
comércio, como o estado e a capacidade das pessoas, legitimidade e 
dissolução do casamento, investigação de paternidade, etc. Pergunto: 
Cabe transação referente aos alimentos? Resposta: – Não! Os 
alimentos envolvem direitos de personalidade; são indisponíveis não 
podendo ser objeto de transação, tanto no caso de alimentos devidos 
em decorrência de parentesco, casamento ou união estável (há uma 
proteção constitucional da dignidade da pessoa humana – art. 3º, III, 
CF/88). No entanto pode haver transação acerca do quantum devido. 
Ou seja: não pode haver transação em relação ao direito de alimentos; 
mas pode haver quanto aos valores devidos. No entanto, tecnicamente 
falando, para se alterar os valores dos alimentos deve-se ingressar com 
uma ação específica chamada de “revisional de alimentos”. Da mesma 
forma não é permitida a transação em relação à guarda de filhos, 
investigação de paternidade, legitimidade ou dissolução do casamento, 
posto que estes não são direitos disponíveis. 
ARBITRAGEM 
(arts. 851/853, CC) 
A exemplo da transação, o atual Código Civil não mais considera a 
arbitragem como uma forma de pagamento indireto. Mas sim como uma 
espécie de contrato típico ou nominado. 
A arbitragem é o acordo de vontades (bilateral) por meio do qual 
as partes, preferindo não se submeter à decisão judicial (ou seja, a um 
processo judicial), confiam a árbitros a solução de seus conflitos de 
interesses. Exemplo: A celebrou um contrato com B, sendo que surgiu 
um conflito de interesses em relação a algumas cláusulas que estavam 
ambíguas no contrato. A, ao invés de se ingressar com uma ação 
judicial contra B, pode pactuar que irão por fim ao conflito por meio de 
um árbitro (e não um Juiz), cuja decisão as partes se comprometem a 
acatar. Com isso, além de proporcionar decisão mais rápida, é menos 
formal, menos dispendioso (custas processuais, honorários advocatícios, 
etc.) e mais discreto (não tem a publicidade de um processo judicial). O 
Código Civil trata do tema na parte alusiva às várias espécies de 
contratos. O assunto, atualmente, também é regulado pela Lei n° 
 
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9.307/96, tanto no plano interno, como internacional. A exemplo da 
transação, também se restringe a direitos patrimoniais disponíveis. 
Possui duas espécies: 
1) Cláusula Compromissória – (pactum de compromittendo – 
tem um caráter preventivo) – é a promessa de celebrar o compromisso 
futuramente; convenção (preliminar) através da qual as partes, em um 
contrato, comprometem-se a submeter à arbitragem os litígios que 
possam vir a surgir, relativamente a tal contrato. Exemplo: vou celebrar 
um contato; ainda não tenho problema algum neste contrato; mas eu 
penso: e se surgir algum problema? E eu mesmo respondo: se surgir o 
problema nós o resolveremos por meio da arbitragem. Portanto as 
partes pactuam isso no próprio contrato, de forma preventiva. Esta 
cláusula é autônoma em relação ao contrato. Deveser estipulada por 
escrito. Nos contratos de adesão só terá eficácia se o aderente tomar a 
iniciativa de instituir a arbitragem ou concordar, expressamente, com a 
sua instituição. 
2) Compromisso Arbitral – é a regulamentação definitiva da 
arbitragem, feita após o surgimento do conflito de interesses. Surgindo 
um conflito de interesses durante a execução de um contrato as partes 
podem convencionar a se submeterem à arbitragem. Esta pode ser 
classificada em: 
a) Judicial – na pendência do processo judicial (por isso é 
chamado também de “endoprocessual”) – faz-se um termo nos 
autos, cessam as funções do Juiz togado (isto é, aquele que é 
concursado, de carreira) e a partes passam a resolver suas 
pendências, a partir daí, por meio de nomeação de árbitros. 
b) Extrajudicial – não foi ajuizada ação (extraprocessual) – 
pode ser celebrado por escritura pública ou escrito particular – 
eventual ação não pode ser mais ajuizada, pois as partes abriram 
mão de tal direito (salvo exceções previstas na lei). 
Quem pode ser árbitro? Resposta: qualquer pessoa física capaz 
(excetuando-se o analfabeto), que tenha a confiança das partes. Estas 
podem nomear um ou mais árbitros, sempre em número ímpar e 
eventuais suplentes. Considera-se instituída a arbitragem quando aceita 
a nomeação pelos árbitros. É licito às partes estabelecer o 
procedimento, um rito a ser seguido. Não havendo previsão a respeito, 
competirá ao árbitro ou tribunal arbitral discipliná-lo. 
A sentença arbitral será proferida no prazo estipulado pelas partes 
ou no prazo de seis meses, contado da instituição da arbitragem. 
Produz, entre as partes e seus sucessores os mesmos efeitos da 
sentença proferida pelos Juízes togados. Sendo condenatória, é 
 
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considerada como um título executivo. A sentença proferida pelo 
árbitro não fica sujeita a recurso ou homologação do Poder Judiciário. 
No entanto pode ser impugnada se for nula (ex: o árbitro era 
absolutamente incapaz). 
COMISSÃO 
(arts. 693 a 709, CC) 
Contrato pelo qual uma pessoa (comissário) adquire ou vende 
bens, em seu próprio nome e responsabilidade, mas por ordem e por 
conta de outrem (comitente), em troca de certa remuneração, 
obrigando-se para com terceiros com quem contrata (art. 693, CC). 
Trata-se de um contrato parecido com o mandato. O art. 709, CC 
prevê que são aplicáveis à comissão, no que couber, as regras sobre o 
mandato. No entanto na comissão não há uma representação direta. 
Neste caso a representação é indireta. Ou seja, no mandato o 
representante (mandatário) age em nome do representado (mandante). 
Já na comissão o representante (comissário) age em nome próprio. O 
comissário contrata diretamente com terceiros em seu nome, 
vinculando-se obrigacionalmente. Por isso, as pessoas com as quais 
contratar não poderão acionar o comitente; e este também não poderá 
acioná-las. O comissário (pessoa física ou jurídica) deverá ser, em 
regra, empresário (comerciante), ainda que o comitente não o seja. 
Características: trata-se de um contrato bilateral, oneroso, 
consensual e personalíssimo (intuitu personae – baseado na confiança 
que se deposita no comissário). Trata-se de uma intermediação aliada à 
prestação de serviços. 
A responsabilidade do comissário vem estabelecida no art. 696, 
CC: No desempenho das suas incumbências o comissário é obrigado a 
agir com cuidado e diligência, não só para evitar qualquer prejuízo ao 
comitente, mas ainda para lhe proporcionar o lucro que razoavelmente 
se podia esperar do negócio. Parágrafo único. Responderá o comissário, 
salvo motivo de força maior, por qualquer prejuízo que, por ação ou 
omissão, ocasionar ao comitente. 
Comissão del credere 
A comissão pode ser simples ou del credere. Esta é uma 
modalidade em que o comissário assume a responsabilidade de 
responder pela solvência daquele com que vier a contratar no interesse 
e por conta do comitente. Assim, nesta hipótese, o comissário responde 
solidariamente com as pessoas com quem houver tratado em nome do 
comitente. Por isso, neste caso ele tem direito a uma remuneração mais 
elevada, para compensar o risco assumido. 
 
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AGÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO 
(arts. 710 a 721, CC) 
Contrato pelo qual uma pessoa se obriga, mediante retribuição, a 
realizar certos negócios, em zona determinada, com caráter de 
habitualidade, em favor e por conta de outrem, sem subordinação 
hierárquica. O distribuidor compra a mercadoria do fabricante para 
revendê-la em região por ele determinada, com exclusividade. O 
fabricante fica obrigado a não vender a mercadoria a outro negociante 
na mesma região. Está previsto no Código Civil e em leis especiais. 
Aplica-se supletivamente as regras do mandato e da comissão. 
Características Gerais: contrato bilateral, oneroso, consensual e 
personalíssimo (intuitu personae). Contém cláusula de exclusividade de 
produto e de local de venda. Há habitualidade e autonomia na prestação 
do serviço. 
CORRETAGEM 
(arts. 722 a 729, CC) 
O atual Código Civil trata a corretagem e a mediação como 
sinônimos, embora a doutrina faça distinções. É interessante deixar 
claro que o Código procura disciplinar o contrato de corretagem. E não a 
profissão de corretor. 
Corretagem (ou mediação) é o contrato pelo qual uma pessoa, 
sem relação de dependência, se obriga, mediante remuneração, a obter 
para outrem um ou mais negócios, conforme as instruções recebidas, ou 
a fornecer-lhe as informações necessárias para a celebração do 
contrato. O corretor aproxima pessoas que pretendem contratar, 
procurando conciliar interesses; ele coloca o seu cliente em contato com 
pessoas interessadas a celebrar contratos com ele. É uma intermediação 
entre um vendedor e um comprador. No entanto ele não está vinculado 
àquele que pretendem efetuar entre si o contrato futuro. Realizado o 
negócio fará jus a uma remuneração. E não terá culpa se o acordo 
visado fracassar. 
Características: contrato bilateral, oneroso, aleatório ou 
comutativo, consensual e acessório. Trata-se de uma obrigação de 
fazer. E de resultado (e não de meio), pois não depende do serviço 
prestado propriamente, mas em razão do resultado obtido (a venda). 
CONSTITUIÇÃO DE RENDA 
(arts. 803 a 813, CC) 
 
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Contrato em que uma pessoa (instituidor ou censuísta) entrega 
certo capital, em dinheiro, bem móvel ou imóvel, a outra (rendeiro ou 
censuário), que se obriga a pagar-lhe, temporariamente, renda ou 
prestação periódica. O contrato de constituição de renda será feito a 
prazo certo, ou por vida. Ele pode ultrapassar a vida do devedor mas 
não a do credor, seja ele o contratante, seja terceiro. 
Características: trata-se de um contrato muito peculiar, podendo 
assumir diversos aspectos: unilateral ou bilateral; gratuito ou oneroso 
(pode haver uma contraprestação); comutativo ou aleatório; real 
(entrega efetiva); temporário (pode até ser vitalícia, mas é proibida a 
perpetuidade e não se transmite aos herdeiros do beneficiário). 
Modos constitutivos: ato inter vivos (contrato – escritura 
pública), ato causa mortis (testamento – o testador deixa a renda de 
herança) ou por sentença judicial (o Juiz, em ação de responsabilidade 
civil condena o réu a prestar alimentos ao ofendido ou pessoa de sua 
família). 
Extinção: expiração do prazo estipulado em contrato, rescisão 
contratual, declaração de ausência do credor, implemento de condição 
resolutiva e perecimento ou destruição do imóvel a que a renda estiver 
vinculada. 
TESTES
01) (OAB/SP – 2007) No tocante ao contrato de transporte de 
pessoas,assinale a alternativa CORRETA. 
a) o transporte gratuito, assim considerado aquele realizado por 
amizade ou cortesia, e sem vantagens indiretas para o transportador, 
submete-se às mesmas regras do contrato de pessoas regulado pelo 
Código Civil. 
b) é lícito ao transportador exigir a declaração do valor de bagagem a 
fim de fixar o limite da indenização. 
c) é válida a cláusula de excludente de responsabilidade, quando 
demonstrada pelo transportador a ciência inequívoca do transportado 
acerca de tal condição. 
d) o transportador não responde pelos danos causados ao 
transportado quando demonstrada a culpa exclusiva de terceiro pelo 
acidente. 
 
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02) (CESPE/UnB - OAB – Exame Unificado – 2008) A respeito do 
transporte de pessoas, assinale a opção CORRETA, de acordo 
com o Código Civil vigente. 
a) o transportador responde pelos danos causados às pessoas 
transportadas, mas só responde pelo extravio das bagagens se o 
passageiro tiver declarado o valor a elas correspondente. 
b) é nula a cláusula de exclusão da responsabilidade no contrato de 
transporte de pessoas, ao qual também não se aplica a excludente da 
força maior. 
c) o transportador não poderá reter bagagem ou objetos pessoais de 
passageiros para garantir o pagamento da passagem que não tiver 
sido efetuado no início do percurso. 
d) em regra, o transporte feito por cortesia não se subordina às 
normas estipuladas para o contrato de transporte de pessoas. 
03) (OAB/CESPE – Exame Unificado 2008.3) Supondo que 
Cláudio viaje de ônibus, para ir do interior de um estado à 
capital, assinale a opção CORRETA. 
a) Caso a viagem tenha de ser interrompida em consequência de 
evento imprevisível, a empresa responsável pelo transporte não é 
obrigada a concluir o trajeto. 
b) Se Cláudio não tiver pago a passagem e se recusar a fazê-lo 
quando chegar ao destino, será lícito à empresa reter objetos 
pessoais pertencentes a ele como garantia do pagamento. 
c) Cláudio, sob pena de ferir a boa-fé objetiva, somente poderá 
rescindir o contrato com a empresa de transporte, antes de iniciada a 
viagem, caso demonstre justo motivo. 
d) Cláudio não poderá desistir do transporte após iniciada a viagem. 
04) (OAB/MG – 2007) Assinale a opção CORRETA quanto ao 
contrato de seguro. 
a) na falta de indicação da pessoa ou beneficiário, ou se por qualquer 
motivo não prevalecer a que for feita, o capital segurado será pago 
por metade ao cônjuge não separado judicialmente e o restante aos 
herdeiros do segurado. 
b) não é válida a instituição do companheiro como beneficiário, se ao 
tempo do contrato o segurado era separado judicialmente. 
c) é permitida qualquer transação de seguro de pessoa, para 
pagamento reduzido do capital segurado. 
 
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d) no seguro sobre a vida de outros, o proponente não é obrigado a 
declarar o seu interesse pela preservação da vida do segurado. 
05) (TJ/RS – 2003) Tomando por base o tema "contrato de 
seguro", considere as assertivas abaixo. 
I – Pelo contrato de seguro, o segurador se obriga, mediante o 
pagamento do prêmio, a garantir interesses legítimos do segurado, 
relativos a pessoa ou a coisa, contra riscos determinados. 
II – O contrato de seguro prova-se com a exibição da apólice ou do 
bilhete do seguro e, na falta deles, por documento comprobatório 
do pagamento do respectivo prêmio. 
III – Anulável será o contrato para garantia de riscos provenientes 
de ato doloso do segurado, do beneficiário ou de representante de 
um ou de outro. 
Quais são CORRETAS? 
a) apenas I. 
b) apenas II. 
c) apenas III. 
d) apenas I e II. 
e) I, II e III. 
06) (OAB/RS – 2007) Quanto à matéria de contratos, considere 
as assertivas abaixo: 
I. Proferida a sentença, não podem mais as partes celebrar 
transação. 
II. O fiador somente pode exonerar-se da fiança mediante sentença 
do juiz. 
III. A doação do ascendente ao descendente implica adiantamento 
de herança. 
Quais são CORRETAS? 
a) apenas II. 
b) apenas III. 
c) apenas I e III. 
d) I, II e III. 
07) No que se refere aos contratos de SEGURO, assinale a 
alternativa CORRETA. 
a) no seguro de pessoas, a apólice ou bilhete podem ser ao portador. 
 
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b) os agentes autorizados do segurador, presumem-se seus 
representantes para todos os atos relativos aos contratos que 
agenciarem. 
c) no seguro de responsabilidade civil, o segurador não garante o 
pagamento de perdas e danos devidos pelo segurado a terceiros. 
d) a instituição de companheiro como beneficiário não é válida, se o 
segurado era apenas separado de fato na época da instituição. 
e) é válida a cláusula que exclui o pagamento por suicídio, a qualquer 
tempo, do segurado. 
08) Assinale a opção CORRETA com relação às espécies 
contratuais de uma forma geral. 
a) o contrato preliminar gera uma obrigação de fazer, no entanto não 
comporta a execução específica, resolvendo-se o seu 
descumprimento em perdas e danos. 
b) no contrato de transporte cumulativo, em que vários 
transportadores efetuam, sucessivamente, o deslocamento de coisas, 
cada transportador se obriga a cumprir o contrato relativamente ao 
respectivo percurso; se, em tal percurso, a coisa transportada for 
danificada, o transportador deverá responder pelo dano. 
c) no contrato de empreitada global a preço fixo, não poderá o 
empreiteiro exigir alteração do valor do preço pelo serviço 
extraordinário executado às claras, inclusive sob a supervisão do 
dono da obra. 
d) na doação com cláusula de reversão, o bem doado não volta ao 
patrimônio do doador se este sobreviver ao donatário, salvo quando 
tenha ocorrido a alienação da coisa doada. 
09) Acerca das espécies contratuais regidas pelo Código Civil, 
assinale a opção CORRETA. 
a) O contrato de compra e venda deve conter cláusula que estipule o 
preço do bem ou o modo de determiná-lo. Esse preço pode ser fixado 
de acordo com o tabelamento oficial, estipulado por terceiro ou por 
qualquer um dos contratantes. 
b) O objeto do contrato de fiança é uma obrigação assumida em 
outro contrato do qual é acessório, servindo-lhe, ainda, de garantia. 
Por isso, a responsabilidade do fiador deve corresponder ao valor da 
dívida garantida, não podendo ser em valor superior, inferior ou com 
mais ônus do que aqueles estabelecidos na obrigação principal. 
 
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c) No contrato bilateral com cláusula resolutiva expressa, no qual os 
contratantes assumam que as obrigações autônomas devem ser 
cumpridas sucessivamente, se uma das partes não cumprir 
espontaneamente a sua prestação, o contratante prejudicado poderá 
considerar o contrato resolvido, alegando a exceção do contrato não 
cumprido. 
d) No contrato de seguro de coisa, a indenização securitária deve ser 
feita em dinheiro, salvo se convencionada pelos contratantes a 
recomposição ou a substituição da coisa. 
GABARITO
01) Alternativa correta: letra “b”. O contrato de transporte é 
aquele em que uma pessoa ou empresa se obriga, mediante retribuição, 
a transportar, de um local para outro, pessoas ou coisas animadas ou 
inanimadas. O transporte de pessoas está previsto nos arts. 734/742, 
CC. O parágrafo único do art. 734, CC prevê que é lícito ao 
transportador exigir declaração do valor da bagagem a fim de fixar o 
limite da indenização. A letra “a” está errada, pois nos termos do art. 
736, CC o transporte gratuito não se subordina às normas previstas pelo 
Código Civil. Embora a alternativa“c” tenha sido redigida de forma 
confusa está errada, pois o art. 734, CC determina que o transportador 
responde pelos danos causados às pessoas transportadas e suas 
bagagens, salvo motivo de força maior, sendo nula qualquer cláusula 
excludente de responsabilidade. A letra “d” está errada, pois o art. 735, 
CC determina que a responsabilidade do transportador não é elidida 
(eliminada) por culpa de terceiro. O transportador deve indenizar o 
transportado e depois acionar, de forma regressiva, o terceiro 
responsável pelo acidente. 
02) Alternativa correta: “d”. Esta alternativa está prevista no art. 
736, CC, que prevê que não se subordina às normas do contrato de 
transporte o feito gratuitamente, por amizade ou cortesia. Já o 
parágrafo único no mesmo dispositivo esclarece que não se considera 
gratuito o transporte quando, embora feito sem remuneração, o 
transportador auferir vantagens indiretas. As letras “a” e “b” estão 
erradas, pois o transportador responde pelos danos causados às pessoas 
transportadas e suas bagagens, salvo motivo de força maior, sendo nula 
qualquer cláusula excludente da responsabilidade. A letra “c” está 
errada, nos termos do art. 742, CC (o transportador, uma vez 
executado o transporte, tem direito de retenção sobre a bagagem de 
passageiro e outros objetos pessoais deste, para garantir-se do 
 
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pagamento do valor da passagem que não tiver sido feito no início ou 
durante o percurso). 
03) Alternativa correta: letra “b”. O art. 742 prevê que o 
transportador, uma vez executado o transporte, tem direito de retenção 
sobre a bagagem de passageiro e outros objetos pessoais deste, para 
garantir-se do pagamento do valor da passagem que não tiver sido feito 
no início ou durante o percurso. A letra “a” está errada, pois o art. 741, 
CC prevê que, interrompendo-se a viagem por qualquer motivo alheio à 
vontade do transportador, ainda que em conseqüência de evento 
imprevisível, fica ele obrigado a concluir o transporte contratado em 
outro veículo da mesma categoria, ou, com a anuência do passageiro, 
por modalidade diferente, à sua custa, correndo também por sua conta 
as despesas de estada e alimentação do usuário, durante a espera de 
novo transporte. A letra “c” está errada, pois o art. 740, CC, prevê que 
o passageiro tem direito a rescindir o contrato de transporte antes de 
iniciada a viagem, sendo-lhe devida a restituição do valor da passagem, 
desde que feita a comunicação ao transportador em tempo de ser 
renegociada. A letra “d” também está errada, pois o art. 740, §1º, CC 
prevê que ao passageiro é facultado desistir do transporte, mesmo 
depois de iniciada a viagem, sendo-lhe devida a restituição do valor 
correspondente ao trecho não utilizado, desde que provado que outra 
pessoa haja sido transportada em seu lugar. 
04) Alternativa correta: letra “a”. O contrato de seguro (previsto 
nos arts. 757 a 802, CC) é aquele pelo qual uma pessoa (segurador) se 
obriga perante outra (segurado), mediante o pagamento de um prêmio, 
a garantir-lhe interesse legítimo relativo a pessoa ou coisa e a indenizá-
la de prejuízo decorrente de riscos futuros, previsto no contrato. 
Estabelece o art. 792, CC, quanto ao seguro de pessoas, que na falta de 
indicação da pessoa ou beneficiário, ou se por qualquer motivo não 
prevalecer a que for feita, o capital segurado será pago por metade ao 
cônjuge não separado judicialmente, e o restante aos herdeiros do 
segurado, obedecida a ordem da vocação hereditária. A alternativa “b” 
está errada, pois o art. 793, CC prevê que a instituição do companheiro 
como beneficiário é válida, se ao tempo do contrato o segurado era 
separado judicialmente, ou já se encontrava separado de fato. A letra 
“c” está errada, pois o art. 795, CC determina que é nula, no seguro de 
pessoa, qualquer transação para pagamento reduzido de capital. A letra 
“d” também está errada, pois o art. 790, CC determina que no seguro 
sobre a vida de outros, o proponente é obrigado a declarar, sob pena de 
falsidade, o seu interesse pela preservação da vida do segurado. 
05) Alternativa correta: letra “d”. Estão corretas as afirmativas I e 
II, nos termos dos art. 757 e 758, CC, respectivamente. O item III está 
errado, pois a consequência para a garantia de risco proveniente de ato 
 
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doloso do segurado, do beneficiário ou de representante de um ou do 
outro é a nulidade absoluta (ato nulo), nos termos do art. 762, CC (e 
não anulável como na afirmação). 
06) Alternativa correta: letra “b”. Apenas o item III está correto. 
De fato, a doação do ascendente ao descendente implica adiantamento 
de herança, nos termos do art. 544, CC. O item I está errado. Por meio 
da transação as partes interessadas fazem concessões mútuas, 
prevenindo ou extinguindo uma obrigação litigiosa ou duvidosa, 
incidindo sobre direitos patrimoniais de caráter privado (disponíveis), 
tornado-a certa e previsível. Pode ser extrajudicial, quando feita fora de 
juízo, através de convenção das partes, resolvendo questões 
controversas, por instrumento público se a lei assim exigir, ou 
particular, sem a necessidade de homologação judicial, pois terá apenas 
função preventiva, cabendo, portanto, cláusula penal ou outro acessório 
para compelir as partes ao acordo. E pode ser judicial, quando efetuada 
no curso de um processo, recaindo sobre direitos contestados em juízo, 
devendo ser posto a termo nos autos, assinados pelos transigentes e 
homologado pelo juiz. A transação poderá ser feita mesmo após 
proferida a sentença. No entanto é nula a transação, mesmo com 
sentença transitado em julgado, quando algum dos transatores não 
tinha ciência do litígio, ou quando, por título ulteriormente descoberto, 
se verificar que nenhum deles tinha direito sobre o objeto da transação 
(art. 850, CC). O item II está errado. A fiança é uma garantia pessoal 
(fidejussória) pela qual uma pessoa (fiador) se compromete a um 
terceiro (credor) a cumprir uma obrigação caso o devedor principal 
(afiançado) não a cumpra. Podendo, conforme convenção, figurar como 
devedor solidário. O fiador poderá, mediante notificação ao credor, 
independentemente de sentença judicial ou anuência do devedor 
principal, exonerar-se da fiança, ficando ainda obrigado por todos os 
seus efeitos durante sessenta dias (art. 835, CC). 
07) Alternativa correta: letra “b”. É o que dispõe o art. 775, CC. A 
letra “a” está errada, pois o parágrafo único do art. 760, CC determina 
que no contrato de pessoas a apólice ou bilhete não podem ser 
nominativos. A letra “c” está errada, pois no caso de seguro de 
responsabilidade civil o segurador garante o pagamento de perdas e 
danos devidos pelo segurado a terceiro, nos termos do art. 787, CC. A 
letra “d” está errada, pois o art. 793, CC estabelece que “ É válida a 
instituição do companheiro como beneficiário, se ao tempo do contrato o 
segurado era separado judicialmente, ou já se encontrava separado de 
fato”. Finalmente a letra “e” está errada, pois estabelece o art. 798 e 
seu parágrafo único que: “O beneficiário não tem direito ao capital 
estipulado quando o segurado se suicida nos primeiros dois anos de 
vigência inicial do contrato, ou da sua recondução depois de suspenso, 
 
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observado o disposto no parágrafo único do artigo antecedente. 
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese prevista neste artigo, é nula a 
cláusula contratual que exclui o pagamento do capital por suicídio do 
segurado”. 
08) Alternativa correta: letra “b”. O art. 733, CC estabelece que 
nos contratos de transporte cumulativo, cada transportadorse obriga a 
cumprir o contrato relativamente ao respectivo percurso, respondendo 
pelos danos nele causados a pessoas e coisas. Já o §1o deste dispositivo 
acrescenta que o dano, resultante do atraso ou da interrupção da 
viagem, será determinado em razão da totalidade do percurso. A letra 
“a” está errada, pois o contrato preliminar, gera obrigação de fazer 
comportando execução específica nos termos do art. 463, CC: Concluído 
o contrato preliminar, com observância do disposto no artigo 
antecedente, e desde que dele não conste cláusula de arrependimento, 
qualquer das partes terá o direito de exigir a celebração do definitivo, 
assinando prazo à outra para que o efetive. No entanto a segunda parte 
da alternativa está correta nos termos do art. 465, CC: Se o estipulante 
não der execução ao contrato preliminar, poderá a outra parte 
considerá-lo desfeito, e pedir perdas e danos. A letra “c” está errada, 
pois na empreitada (arts. 610 a 626, CC) a preço fixo (marché à forfait) 
a retribuição é estipulada para a obra inteira, de antemão, em quantia 
certa e invariável, sem considerar o fracionamento da atividade. Na 
empreitada a preço fixo absoluto (ou global) não admite qualquer 
alteração na remuneração, seja qual for o custo da mão-de-obra ou dos 
materiais. A letra “d” está errada, pois nos termos do art. 547, CC, o 
doador pode estipular que os bens doados voltem ao seu patrimônio, se 
sobreviver ao donatário. Acrescenta o parágrafo único deste dispositivo 
que não prevalece cláusula de reversão em favor de terceiro. 
09) Alternativa correta: letra “d”. Questão difícil, pois mistura 
diversas espécies de contratos, exigindo pormenores de cada um. 
Vamos a analise de cada uma das alternativas. A letra “d” está correta, 
pois de fato, no contrato de seguro (arts. 757 a 802, CC), nos termos 
do art. 776, CC, o segurador é obrigado a pagar em dinheiro o prejuízo 
resultante do risco assumido, salvo se convencionada a reposição da 
coisa. A letra “a” está errada na sua parte final. De fato, pelo art. 481, 
CC, no contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a 
transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço 
em dinheiro. Este preço pode ser fixado de acordo com tabelamento 
oficial (art. 488, CC), ou estipulado por terceiro (art. 485, CC), ou à 
taxa de mercado ou de bolsa (art. 486, CC), etc. Mas nulo é o contrato 
de compra e venda, quando se deixa ao arbítrio exclusivo de uma das 
partes a fixação do preço (art. 489, CC). A letra “b” está errada, pois o 
art. 823, CC prevê que a fiança pode ser de valor inferior ao da 
 
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obrigação principal e contraída em condições menos onerosas, e, 
quando exceder o valor da dívida, ou for mais onerosa que ela, não 
valerá senão até ao limite da obrigação afiançada. A letra “c” está 
errada, pois o examinador misturou dois institutos. A exceção de 
contrato não cumprido está prevista nos arts. 476 e 477, CC, em que a 
regra é a de que nenhum dos contratantes poderá, antes de cumprir a 
sua obrigação, exigir a do outro. Já a cláusula resolutiva expressa está 
prevista no art. 474, operando-se de pleno direito.

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