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azevedolab.net © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Biofísica Estrutura de macromoléculas Prof. Dr. Walter F. de Azevedo Jr. Biofísica Resumo Massa molecular Geometria dos aminoácidos Forças que estabilizam a estrutura de macromoléculas biológicas PDB Estrutura secundária de proteínas Estrutura 3D de proteínas Referências azevedolab.net © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Massa molecular. Além das diferenças na carga, hidrofobicidade, polaridade os aminoácidos apresentam variação quanto sua massa molecular. Normalmente usamos a unidade Dálton (D) para medir a massa molecular de aminoácidos e moléculas biológicas em geral. Um dálton equivale à massa atômica de um átomo de hidrogênio. Para proteínas usamos com freqüência o kilodálton (kD). Considerando-se a massa molecular de cada resíduo de aminoácido natural temos uma massa molecular média de 118,89 D. Este valor médio é útil na estimativa da massa molecular aproximada de proteínas e peptídeos, a partir do conhecimento do número de resíduos de aminoácidos presentes na molécula, como representado na equação abaixo. MW = 118,89 . Naa Onde MW é a massa molecular e Naa o número de resíduos de aminoácidos presentes na molécula. Massa molecular © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Ångstrom. Na nossa viagem pelo universo protéico, começamos com as definições dos aminoácidos, veremos agora diversos parâmetros geométricos, que nos ajudam a entender a estrutura tridimensional de aminoácidos e posteriormente as proteínas. Para definirmos os parâmetros geométricos do universo protéico precisamos de uma régua. As unidades de comprimento são expressas em metros no Sistema Internacional (SI), o que não é conveniente, devido às dimensões envolvidas, podemos usar submúltiplos do metro, o mais adequado para as dimensões protéicas é o nanômetro, que é 10-9 m. Esta unidade é comum de ser encontrada em textos de biofísica molecular, mas a mais comum, para ser utilizada no estudo de proteínas, é o Ångstrom (Å), 1 Å = 10-10m, ou alternativamente 1 Å = 0,1 nm . As informações estruturais sobre proteínas estão disponíveis numa base de dados chamada Protein Data Bank (PDB), disponível em www.rcsb.org/pdb. Distância interatômica © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. A estrutura ao lado indica a ligação entre dois resíduos de aminoácido consecutivos, onde somente os átomos da cadeia principal são mostrados (omitindo os hidrogênios). Esses quatro átomos estão num plano, e a ligação covalente entre o carbono da carbonila (C) e o nitrogênio (N) é uma ligação parcialmente dupla, o que deixa esta ligação sem liberdade de torção. As distâncias interatômicas são indicadas na figura. CA C O N CA 1,32 Å 1,51 Å 1,24 Å 1,46 Å Ligação peptídica © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Abaixo temos uma cadeia peptídica de 6 resíduos de aminoácido, onde lemos a sequência do N para o C terminal, essa convenção é usada para numerar os resíduos na sequência. Tal procedimento facilita a análise de diversas características das sequências de aminoácidos, tais como, conservação de resíduos de aminoácido em determinada posição, identidade sequencial entre diversas proteínas, identificação de sítios ativos, no caso de enzimas, entre outros aspectos. N-terminal C-terminalR1 R3 R5 R2 R4 R6 Ligação peptídica © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. ASA. As proteínas em solução permitem a interação de moléculas de água com sua estrutura. Um dos parâmetros geométricos, usados para analisar a interação de moléculas de água, bem como outros ligantes, com a proteína é a área acessível ao solvente (ASA). O conceito desse parâmetro é relativamente simples. Imagine uma molécula de água deslizando sobre a superfície da proteína, uma molécula com um raio 1,4 Å com formato esférico. Superfície acessível ao solvente Esferas representado átomos Molécula de água Área acessível ao solvente © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. ASA. Tal forma não é realista, mas é uma boa aproximação para nossos propósitos. Na figura temos uma representação de uma parte da proteína, onde os átomos são representados como esferas com o raio de van der Waals e a molécula de água rolando sobre os átomos, a linha tracejada representa a superfície acessível ao solvente traçada pelo centro da esfera que representa a água. Superfície acessível ao solvente Esferas representado átomos Molécula de água Área acessível ao solvente © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. A superfície de van der Waals é definida pela área contínua das superfícies esféricas, entre as esferas com os raios de van der Waals, representada em cinza na figura abaixo. Há uma equação simples, que relaciona a massa molecular de uma proteína monomérica, com sua área acessível ao solvente, esta equação é uma aproximação, mas pode ser usada para termos uma idéia preliminar da ASA, ASA = 11,1 (MW)2/3 Superfície acessível ao solvente Esferas representado átomos Molécula de água Área acessível ao solvente © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. A figura representa a superfície acessível ao solvente de uma droga ligada a uma proteína, com os átomos neutros representados por ciano, os átomos polares negativos por vermelho e os positivos por azul. A superfície acessível ao solvente (ASA) da proteína está representada em cinza. Vemos claramente o encaixe da droga no sítio ativo da enzima. Proteína Droga Área acessível ao solvente © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Classe Características Forças que estabilizam estruturas Estes átomos estão ligados covalentemente, cada ligação é representada por um bastão ligando os átomos, representados por esferas. Covalente Responsável por ligações químicas entre os átomos. Uma ligação forte, mantém a cadeia principal da proteína e as cadeias laterais. © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Classe Características Hidrofóbica Literalmente “temor à água” tal força impele os resíduos hidrofóbicos para o interior da estrutura da proteína. Resíduos hidrofílicos são normalmente encontrados na superfície da proteína. Representação de átomos polares na superfície da proteína PNP. Visualização do interior hidrofóbico da proteína, representado no centro da figura. Forças que estabilizam estruturas © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Classe Características Van der Waals Esta força é devido à proximidade entre átomos. As nuvens eletrônicas dos átomos passam a interagir. RVDW RVDW Átomos muito próximos permitem uma interação entre as nuvens eletrônicas, o que causa a força de van der Waals. Quando a distância é menor que a soma dos raios de van der Waals (Rvdw) a repulsão surge entre os átomos. Forças que estabilizam estruturas© 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. H O N Classe Características Ligações de H Esta força é de origem eletrostática, onde ocorre o compartilhamento de um H entre átomos não ligados covalentemente. É principal força para estabilização das estruturas em hélice e fita, presentes em proteínas. Numa ligação de hidrogênio temos sempre um átomo doador de H e um aceitador de H. Na verdade não há transferência do H do doador para o aceitador, e sim um ação eletrostática do próton (H) sobre o aceitador. Na figura abaixo o oxigênio é o doador e o nitrogênio é o aceitador. A distânica entre o doador e o aceitador varia entre 2,5 a 3,4 Å Forças que estabilizam estruturas Forças que estabilizam estruturas As ligações de H são responsáveis pela estabilização de diversas macromoléculas biológicas. Entre elas a molécula de DNA. Os pares de bases que estabilizam a molécula de DNA apresentam um padrão de ligações de H. Quando Watson e Crick elucidaram a estrutura tridimensional do DNA identificaram os pares de bases, Citosina-Guanina (C-G) e Adenina-Timina (A-T), que se conectam por ligações de H. A figura ao lado ilustra a estrutura do DNA. © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Forças que estabilizam estruturas As figuras ao lado mostram dois pares de base, C-G e A-T, respectivamente. Nelas vemos claramente as ligações de hidrogênio que estabilizam os pares de base. As ligações de H são indicadas por linhas pontilhadas. O par Citosina-Guanina aprensenta três ligações de H, já o par Adenina-Timina apresenta duas ligações. Na figura ao lado identifique os átomos doadores e aceitadores de hidrogênio em cada par de base. Citosina-Guanina Adenina-Timina © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Base de Dados PDB A resolução da estrutura tridimensional de proteínas, por meio da técnica de cristalografia por difração de raios X, gerou uma grande quantidade de informação estrutural sobre as proteínas, na tentativa de armazenar a estrutura dessas proteínas foi criado em 1977 uma base de dados. Essa base de dados chamada Protein Data Bank(PDB), armazena as coordenadas atômicas de quase todas as proteínas e outras macromoléculas biológicas determinadas até hoje. Tal base de dados é disponibilizada no site www.rcsb.org/pdb . O acesso é publico o que propiciou a disseminação das informações contidas no site. Para preservar os autores de estruturas tridimensionais de macromoléculas biológicas o PDB permite que as coordenadas atômicas sejam depositadas e só liberadas após um ano, o que, normalmente, é tempo suficiente para a publicação do artigo científico descrevendo a estrutura. © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. O gráfico ao lado representa a evolução da base de dados PDB, vemos claramente um crescimento do número de estruturas depositadas, devido ao aumento do número de laboratórios trabalhando na resolução de estruturas, bem como, devido à evolução da tecnologia para a determinação da estrutura tridimensional de macromoléculas biológicas, tais como, radiação síncrotron, tecnologia de DNA recombinante e aumento de velocidade de processamento do computadores. 0 2500 5000 7500 10000 12500 15000 17500 20000 22500 25000 27500 30000 32500 35000 37500 1976 1978 1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 Estruturas depositadas no ano Total de estruturas depositadas Base de Dados PDB © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. A estrutura da hélice alfa foi prevista teoricamente por Linus Pauling em 1950. Vale a pena lembrar, que naquela data, não havia informação estrutural sobre proteínas, e sua previsão foi baseada na estrutura cristalográfica de aminoácidos, dipeptídeos e tripeptídeos, determinados a partir de cristalografia por difração de raios X. A estrutura de hélice alfa foi posteriormente confirmada, quando a estrutura cristalográfica da mioglobina foi determinada em 1959. Hélice Alfa © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. O enovelamento da hélice alfa leva a uma estrutura onde as cadeias laterais ficam voltadas para fora da estrutura, criando uma estrutura cilíndrica compacta. Uma análise das preferências dos resíduos de aminoácido indicou que Leu, Glu, Met e Ala, são encontrados preferencialmente em hélices alfa, e os resíduos Pro, Ile, Gly e Ser, dificilmente são encontrados em hélices alfa. A figura da direita ilustra uma visão de hélice alfa ao longo do seu eixo, indicando as cadeias laterais voltadas para o lado de fora da hélice, tal estrutura tem um diâmetro aproximado de 5 Å. Hélice Alfa © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. A estrutura tridimensional das hélices alfa são estabilizadas por um padrão de ligações de hidrogênio, envolvendo o oxigênio da carbonila do resíduo i com o nitrogênio do resíduo i+4, como ilustrado na figura ao lado com linhas tracejadas. Ligação de hidrogênio Hélice Alfa © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Há várias representações possíveis das hélices numa estrutura. A representação CPK faz uso de esferas para cada átomo, e bastões para as ligações covalentes, como mostrada na figura ao lado. Tal representação permite a identificação de detalhes estruturais, possibilitando destacar características estruturais, tais como, ligações de hidrogênio, orientação espacial e conectividade, contudo, tal representação torna-se pesada, ao olharmos para estruturas completas, como a do próximo slide. Ligação de hidrogênio Hélice Alfa © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Na figura ao lado temos a representação em CPK da estrutura da mioglobina. A presença da hélices fica de difícil visualização, devido a grande quantidade de átomos. A mioglobina tem 1260 átomos, ou seja, uma esfera para cada átomo, o que dificulta a identificação das hélices. Uma forma alternativa é representação estilizada da hélice, onde usamos somente os átomos da cadeia principal, ou somente os carbonos alfa, para geramos uma representação gráfica da estrutura. Representação gráfica: CPK Código de acesso PDB: 1VXA N C Hélice Alfa © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. A representação ao lado conecta os carbonos alfa da estrutura, o que facilita a visualização das hélices. Vemos na estrutura diversas hélices, num total de 8. Usamos o programa VMD com a opção trace. O programa representa as hélices alfa em rosa. Representação gráfica: trace Código de acesso PDB: 1VXA N C Hélice Alfa © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Programas de visualização gráfica de macromoléculas, como o VMD apresentam opções de representação em cartoons, que perde os detalhes mas facilita a identificação de aspectos gerais sobre a estrutura 3D da proteína, como na figura, gerada com o VMD, com opção de representação gráfica new cartoons. Os laços que conectam a estrutura não apresentamo formato helicoidal, sendo representado por um tubo contínuo mais fino que a fita usada nas representações das hélices. Representação gráfica: new cartoon Código de acesso PDB: 1VXA N C Hélice Alfa © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Outra representação gráfica possível para as hélices e a representação em cilindro, onde cada hélice é indicada como um cilindro. A figura ao lado representa a estrutura das hélice da mioglobina como cilindros. Representação gráfica: cartoon Código de acesso PDB: 1VXA N C Hélice Alfa © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. A função de armazenamento de oxigênio nos músculo é atribuída à mioglobina de organismos da ordem Cetacea, principalmente da subordem odontoceti e gênero Physeteridae. A concentração de mioglobina nos tecidos musculares desses mamíferos marinhos chega a ser aproximadamente 10 vezes maior que em mamíferos terrestres, tal reserva de oxigênio é importante em longo mergulhos. Fonte:http://animaldiversity.ummz.umich.edu/site/accounts/pictures/Physeter_catodon.html Hélice Alfa A distância, ao longo do eixo da hélice alfa, entre dois carbonos alfa de resíduos de aminoácidos consecutivos é de 1,5 Å. Cada volta de uma hélice alfa apresenta 3,6 resíduos, assim temos que uma volta completa na hélice alfa leva a um deslocamento de 5,4 Å, ao longo do eixo da hélice alfa. Eixo da hélice alfa 1,5 Å 5,4 Å Hélice Alfa © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Hélice Alfa (3,613) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 A hélice alfa envolve ligações de hidrogênio entre o resíduo i e o resíduo i + 4, a análise do padrão de ligação de hidrogênio indica que o mesmo envolve um número fixo de átomos da cadeia principal, ou seja, numerando-se a partir do oxigênio da carbonila até o hidrogênio da amida da cadeia principal temos 13 átomos, como mostrado na figura acima. Tal característica fixa da hélice alfa cria uma notação alternativa para representá-la, a hélice alfa é uma hélice 3,613, tal notação indica que temos 3,6 resíduos por volta e 13 átomos entre as ligações de hidrogênio. Ligação de hidrogênio © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Hélice 310 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Além da hélice alfa temos duas outras hélices possíveis, uma com três voltas, e 10 átomos da cadeia principal entre as ligações de hidrogênio. Essa hélice é chamada de hélice 310, sendo bem menos comum que as hélices alfa. A ligação de hidrogênio envolve uma carbonila do resíduo i com o nitrogênio do resíduo i+3. Ligação de hidrogênio © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Hélice Pi (4,416) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 Ligação de hidrogênio A terceira hélice possível apresenta 4,4 resíduos por volta e 16 átomos entre as ligações de hidrogênio. Essa hélice chamada de hélice Pi, apresenta notação 4,416. A ligação de hidrogênio envolve uma carbonila do resíduo i com o nitrogênio do resíduo i+5. © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Hélices Podemos pensar a hélice alfa como uma mola em equilíbrio, onde não aplicam-se forças. Se comprimirmos a mola que representa a hélice alfa teremos um encolhimento da mola, resultando na hélice Pi (representado em vermelho). O estiramento da hélice alfa resulta na hélice 310, (representado em rosa). A representação ao lado usa a representação CPK para os átomos e desenha uma hélice imaginária passando pelo átomos da cadeia principal. Tal representação gráfica auxilia da abstração do conceito de hélice e é comumente usada em programas gráficos para visualização de proteínas. Hélice Pi Hélice Alfa Hélice 310 © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. As fitas beta apresentam uma cadeia principal distendida, não havendo hélices em sua topologia. Uma cadeia distendida, como mostrada na figura ao lado, não possibilita a existência de ligações de hidrogênio, como observadas nas hélices, contudo, tal arranjo, libera o oxigênio da carbonila e o nitrogênio da cadeia principal para fazerem ligações de hidrogênio, com partes distantes da cadeia peptídica, ou mesmo, com outras cadeias peptídicas. A condição necessária é a proximidade do par doador-aceitador. C Fita Beta N © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. N C Ligação de hidrogênio C N Folha Beta Paralela A disposição próxima da fitas beta possibilita ligações de hidrogênio que fortalecem a estrutura tridimensional da proteína. O arranjo mostrado ao lado é a base para a montagem de uma folha beta, com várias fitas beta. Quando as fitas que formam a folha apontam todas na mesma direção temos um folha beta paralela. N C © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Para simplificar a representação gráfica, normalmente usamos vetores, como os indicados ao lado, para representar a fitas que formam a folha. A cabeça do vetor indica o C- terminal e o início do vetor o N- terminal. C C N N N C Folha Beta Paralela © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Outra possibilidade de formarmos folhas beta e com fitas betas alternadas, como mostrado na figura ao lado. Na folha ao lado temos 3 fitas beta, onde a primeira segue com o N-terminal na parte superior, a segunda com o C-terminal na parte superior, e assim vão alternando-se, num padrão anti-paralelo de fitas. Folha Beta Anti-Paralela © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. N C Na representação com vetores fica claro a alternância do sentido das fitas beta. Folha Beta Anti-Paralela © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. -Combinações de elementos de estrutura secundária -Podem envolver hélices e fitas- -Caracterizam classes de proteínas Superestruturas © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. N C Grampo Beta (Beta-Hairpin) O grampo beta é uma folha beta anti- paralela, que por aparecer com frequência na estrutura de proteínas recebeu um denominação específica. O grampo beta caracteriza-se pela presença de duas fitas beta próximas, formando um pequeno trecho de folha, como mostrado na figura ao lado. © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. N C N C Grampo Alfa (Alpha-Hairpin) O grampo alfa apresenta duas hélices alfa contínuas, como descrito na figura ao lado. As duas hélices estão ligadas por um trecho da cadeia peptídica que não segue nem uma estrutura em fita nem em hélice, mostrada em amarelo. © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. N C Motivo Beta-Alfa-Beta O motivo beta-alfa-beta apresenta em sequência uma fita beta, uma hélice alfa e por último uma fita beta. © 2 0 1 0 D r.W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Primária Secundária Terciária Quaternária Níveis de Estrutura Protéica © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Classe Características Examples Estrutura secundária de hélice alfa Mioglobina Estrutura secundária de folha beta Quimotripsina Presença de -- PNP + Ausência de -- Papaína estrutura (irregulares) Ferrodoxina Classes Estruturais © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. A partir da elucidação da estrutura tridimensional da hemoglobina (uma proteína da classe alfa) foi possível identificar as bases estruturais da patologia conhecida como anemia falciforme. Esta doença é caracterizada pela mutação de um resíduo de aminoácido da hemoglobina. Esta mutação é de glutamato para valina, na posição 6 da cadeia beta. Fonte: http://www.rcsb.org/pdb/explore/images.do?structureId=2HHB Hemoglobina © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. A hemoglobina sem esta mutação (HbA) passa facilmente pelos capilares, realizando a liberação de oxigênio nas células (figura de cima). A hemoglobina mutada (HbS), ao passar para forma desoxigenada, muda sua forma de disco para uma forma de foice (figura de baixo). Tal forma é mais rígida, dificultando a circulação. Fonte: http://sickle.bwh.harvard.edu/scd_background.html Hemoglobina © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. A presença de um resíduo hidrofobico (valina) onde antes havia um hidrofílico (glutamato), cria uma porção adesiva na superfície da hemoglobina. Tal superfície adesiva promove a formação de um polímero de hemoglobinas, como mostrado na figura ao lado. Fonte: http://sickle.bwh.harvard.edu/scd_background.html Hemoglobina © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. ALBERTS, B. et al. Biologia Molecular da Célula. 4a edição. Artmed editora, Porto Alegre, 2004 (Capítulo 3). LESK, A. M. Introduction to Protein Architecture. Oxford University Press, New York, 2001. Referências © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r.
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