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A GENESE ASPECTOS DA ESTRUTURAÇÃO DO FEUDALISMO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES
UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS SOCIAIS
DISCIPLINA: HISTÓRIA MEDIEVAL I
PROFESSOR MS. FRANCINALDO BANDEIRA
Higor Porfirio Ferreira de Oliveira
Questão: De acordo com Hilário Franco Júnior, a gênese do sistema feudal de produção foi um processo que delongou vários séculos. Para ele, vários fatores contribuíram na estruturação do modelo econômico chamado Feudalismo. Nesse sentido, cite e comente dois aspectos citados pelo autor no texto.
Cajazeiras
2016
O processo de estruturação do feudalismo se deu durante vários séculos, e durante toda esse período de estruturação até chegarmos no chamado sistema feudal de produção, temos que falar sobre os vários aspectos que levou a sociedade, a se tornar uma sociedade feudal. Dentre esses aspectos, que são sete, iremos adentrar particularmente em dois deles, na Ruralização da sociedade e no Enrijecimento da hierarquia social. 
No primeiro desses aspectos, a chamada ruralização da sociedade, podemos perceber as antigas raízes que este possuía. Tendo em vista que a civilização romana, em sua fase inicial tinha por base a agricultura, contudo, com as dificuldades que a agricultura apresentava em um solo pouco favorável para o plantio e colheita, o comércio passaria a ser o setor mais dinâmico. E ligado a isso, estruturalmente, estava a política imperialista, que tornou o mar mediterrâneo, em basicamente, um lago de Roma. A imensa conquista romana de territórios e o crescente afluxo de riquezas provocaram profundas alterações, com muitas consequências na sociedade e na sua economia. Como exemplo, o grande crescimento do número de escravos, o enfraquecimento da camada de pequenos e médios proprietários rurais e a concentração de terras nas mãos de poucos indivíduos. A situação em Roma se apresentava era contraditória, porque o estoque de mão-de-obra escrava tinha que se renovar após as novas conquistas. Naquela situação, o Estado que era dominado pelos cidadãos mais ricos, via seus bens caírem muito, já que os mais ricos não pagavam os impostos, enquanto os mais pobres não podiam pagá-los. Assim, não havia condições sociais de prosseguirem as conquistas. Então, o sistema escravista e imperialista não teria mais como se auto-produzir, se estabelecia uma crise. 
Como o povo de Roma era uma sociedade urbana, entende-se que a crise se estabeleceria nas cidades, por isso, os mais ricos se retiraram para as suas grandes propriedades rurais, onde estariam mais seguros e onde poderiam obter praticamente todo o necessário. A questão da mão-de-obra rural foi solucionada por um regime de tripla origem, que atendia ao interesse dos proprietários em ter trabalhadores, ao interesse do Estado em garantir suas rendas fiscais e ao interesse dos mais humildes, então, assim, nascia o Colonato. Buscou-se então um novo sistema, já que a mão-de-obra escrava não era tão fácil de se obter, nesse novo sistema a terra ficava dividida em duas partes: a reserva senhorial e os lotes dos camponeses. Sendo esses lotes entregues ao camponeses em troca de uma parcela do que por eles fosse produzido e da obrigação de trabalhar nas terras do senhor, sem qualquer remuneração. Para o Estado era mais fácil vincular cada trabalhador a um lote de terra, para ter uma melhor fiscalização imperial sobre os camponeses e uma forma de também incentivas a produção. Neste período surgia o colono, homem livre, mas escravo de suas terras. A terra não poderia ser vendida sem ele, e nem ele sem a terra. A terra e o colono eram um só. 
	O segundo desses aspectos a se considerar, é chamado de enrijecimento da hierarquia social, que enquanto na Roma Clássica o critério fundamental da diferenciação social era a liberdade, a partir do século III, a condição econômica e a participação dos quadros diretivos do Estado eram decisivas. Contudo, desde o século IV defendeu-se a vitaliciedade e a hereditariedade das funções quebrando a mobilidade anterior, sendo considerado como um regime de castas. Como se vinculava o camponês a terra que habitava, vinculava-se também o artesão de cada especialidade a uma corporação. As camadas médias urbanas e rurais tendiam ao desaparecimento, a distância social entre a aristocracia latifundiária e a massa dependente crescia. Com a invasão dos bárbaros germânicos, esse quadro não teve alteração, pelo contrário. A quebra da unidade política de Roma acentuava as tendências regionalistas daquela aristocracia e reforçava seus privilégios. Continuou-se a evoluir a decadência da sociedade urbana desde o século III. As camadas humildes não tiveram sorte, já que a invasão bárbara não mudou em nada as estruturas anteriores.
	 A população germânica de acordo com o tempo passou a sofrer alterações, o que era de se esperar, já que a proporção da população bárbara em relação a romana era extremamente inferior, era de um milhão para trinta milhões. Em função disso as funções sociogermânicas convergiam-se para a antiga polarização da sociedade romana, já conhecida há tempos. A sociedade romana e germânica tiveram estruturas semelhantes e a sua identidade era de interesse das aristocracias. Então, assim, puderam de acordo com o tempo sendo fundidas em uma nova sociedade.

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