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* Digestão e Absorção e Transporte de Lipídios * Anatomia da Digestão de Lipídios A digestão dos lipídios inicia no estômago, catalisada pelas lipases lingual e gástrica. O principal local da digestão lipídica no adulto é o duodeno. é o principal local da digestão dos lipídios nos recém-nascidos. * Digestão no Estômago O calor do estômago auxilia na liquefação dos lipídios * Digestão no Estômago Aspectos Gerais A fase inicial de hidrólise é lenta devido à falta de emulsificação, onde as fases aquosa e lipídica estão separadas. A motilidade gástrica auxilia na formação da emulsão lipídica de ácidos graxos livres, fosfolipídios e de monoacilgliceróis da dieta, facilitando a ação das lipases lingual e gástrica. * Papel da Lipase Lingual Digestão no Estômago Secretada pelas glândulas serosas de Ebner (no dorso da língua). Não é de grande importância em adultos, sendo fundamental no lactente. Hidrolisa triacilgliceróis com ácidos graxos de cadeia curta e média no carbono 3 do glicerol, formando ácidos graxos livres e 1,2-diacilgliceróis. Estabilizada pelo pH ácido do estômago, seu principal local de ação. Pode agir, também, na orofaringe, no esôfago e duodeno. * Secretada pelo estômago, no suco gástrico. Principal local de ação é a região fúndica estomacal. pH ótimo de atuação varia entre 4 e 6. É a principal lipase pré duodenal. Hidrolisa triacilgliceróis com ácidos graxos de cadeia média e de cadeia curta no C3 do glicerol, formando ácidos graxos livres e 1,2-diacilgliceróis Possui papel fundamental no lactente. Papel da Lipase Gástrica Digestão no Estômago * Bile Duodeno Enzimas É o principal local de digestão lipídica no adulto É constituída por ácidos biliares, colesterol, lecitina e pigmentos biliares, além de proteínas e íons Estão presentes no suco pancreático Emulsificação no Intestino * Emulsificação CONHCH2COO- H OH OH CH3 CH3 OH porção apolar porção polar H2O H2O H2O H2O H2O H2O H2O H2O Duodeno Ácido Biliar Emulsificação dos Lipídios da Dieta: Papel dos Sais Biliares Digestão no Intestino * Bile Lipídios da Dieta Duodeno Enzimas Fosfolipase A2 Colesteril esterase Lipase pancreática Degradação Enzimática dos Lipídios Digestão no Intestino * Degradação dos Triacilgliceróis Ação da Lipase Pancreática Digestão no Intestino A lipase pancreática tem dificuldade em hidrolisar a ligação éster secundária do triacilglicerol, por isto o 2-monoacilglicerol é o principal produto. * Degradação dos Triacilgliceróis Ação da Isomerase Digestão no Intestino A isomerização é um processo lento, por isto menos de ¼ dos triacilgliceróis são totalmente hidrolizados a glicerol e ácidos graxos livres CH2 - OH CH CH2 - OH O CH3 - C - O - CH CH2 - OH CH2 - OH O CH3 - C - O - 2-Monoacilglicerol 1-Monoacilglicerol Lipase Pancreática Isomerase Glicerol + Ácido graxo * Gotícula de Lipídio Lipase Colipase Sal Biliar Duodeno A lipase age em conjunto com a proteína colipase formando o complexo proteíco lipase-colipase chamado lipase pancreática Degradação dos Triacilgliceróis Digestão no Intestino * A lipase pancreática age na interface água-óleo. Na ausência da micela lipídica o sítio ativo está coberto por uma “tampa” helicoidal. Degradação dos Triacilgliceróis Digestão no Intestino * A colipase fixa a lipase na gotícula de gordura afastando os sais biliares e estabiliza a “tampa” helicoidal na sua conformação deslocada, expondo o sítio ativo da lipase. Degradação dos Triacilgliceróis Digestão no Intestino Gera a superfície hidrofóbica próxima ao sítio ativo * Degradação dos Triacilgliceróis do Leite Digestão no Intestino O leite materno é constituído principalmente por tracilgliceróis contendo ácidos graxos de cadeia média e curta. O principal local de digestão destes lipídios é no estômago, através da ação das lipases lingual e gástrica. Os ácidos graxos livres são absorvidos por este órgão. A lipase pancreática possui baixa atividade no lactente. A lipase ativada por sais biliares (presente no leite) completa a digestão no duodeno * Degradação dos Triacilgliceróis Digestão no Intestino O Orlistat é um inibidor reversível das lipases gástrica e pancreática * Degradação do Colesterol Ação da Colesteril- esterase Digestão no Intestino * Degradação dos Fosfolipídios Ação da Fosfolipase A2 Digestão no Intestino Dieta e Bile * O suco intestinal, secretado pelas glândulas de Brunner e Liberkühn, possui uma fosfolipase que degrada os lisofosfolipídios, produzindo glicerol, ác. graxos, ác. fosfórico, colina, etc., finalizando, assim, a digestão dos fosfolipídios. Degradação dos Fosfolipídios Digestão no Intestino * Lipídios e proteínas da dieta + + Colecistoquinina Secretina Duodeno Controle Hormonal da Digestão de Lipídios Células endócrinas intestinais Acidez do quimo * Colecistoquinina Motilidade Gástrica - Controle Hormonal da Digestão de Lipídios A colecistoquinina inibe a motilidade gástrica, reduzindo a passagem do conteúdo estomacal para o intestino e aumentando o tempo de digestão dos lipídios da dieta * Secreta Bile Secreta Enzimas Bicarbonato + Colecistoquinina Secretina + Digestão lipídios e proteínas Duodeno Controle Hormonal da Digestão de Lipídios + * As micelas se difundem por entre as microvilosidades que formam a borda em escova. Os produtos da degradação dos lipídios são absorvidos pelas células da mucosa intestinal (jejuno). Os sais biliares são fundamentais para a absorção dos lipídios, exceto para os ácidos graxos de cadeia média e curta que são absorvidos diretamente pelo enterócito. Absorção dos Lípídios pela Mucosa Intestinal * Absorção dos Lípídios pelo Estômago Ácidos graxos de cadeia curta e média Lipídios restantes Ácidos graxos de cadeia curta e média Duodeno Veia porta Albumina Os ácidos graxos de cadeia média e curta livres podem ser absorvidos pelo estômago, passando diretamente à circulação porta * são complexos macromoleculares sintetizados no fígado e no intestino delgado, que transportam o colesterol, fosfolipídios e os triglicerídeos através da corrente sangüínea; A fração protéica das lipoproteínas denomina-se Apoproteína, e se divide em 5 classes principais – Apo A, B, C, D e E – e várias subclasses. Transporte de Lipídios Lipoproteínas * * QM – Quilomícrons VLDL – Lipoproteína de densidade muito baixa LDL – Lipoproteína de baixa densidade HDL – Lipoproteína de alta densidade IDL – Lipoproteína de densidade intermediária Classes de Lipoproteínas Plasmáticas De acordo com a fração lipídica: * Partículas grandes produzidas pelo intestino; Compostas por 90% de triglicerídios da dieta (exógeno); Pobre em colesterol. QUILOMICRONS - QM * Quilo Constituídos por colesterol, ésteres de colesterol, fosfolipídios, triacilgliceróis, vitaminas lipossolúveis, e por Apo B-48, Apo CII, Apo CIII e Apo E E Transporte dos Lipídios da Dieta pelos Quilomícrons * Menores que QM; Densidade muito baixa; Cerca de 50% da partícula é constituído de triglicerídios de origem endógena, principalmente hepática. VLDL * Partículas pequenas; Constitui cerca de 50% do total de lipoproteínas no plasma; Aproximadamente 50% da molécula constituído de colesterol esterificado e 25% de porção protéica; Transportam colesterol e fosfolipídios ás células periféricas e precursores de esteróides; Considerado o “mau colesterol” LDL * Menor partícula; Constituída de cerca de 50% de proteína, 20% de colesterol e 30% de fosfolipídio, contendo somente traços de triglicerídios. Responsável pelo transporte reverso do colesterol; Considerado o “Bom colesterol” . HDL * * * * Entre as causasgerais estão: a deficiência de bile, a insuficiência pancreática a deficiência de colipase a atrofia da mucosa intestinal Malabsorção de Lipídios ou Esteatorréia Utiliza-se uma dieta rica em triacilgliceróis de cadeia média e curta, pois é estes são degradados principalmente pelas lipases lingual e gástrica no estômago * Colestase Anemia hemolítica Degradação do heme e formação de bilirrubina pelo fígado Secreção de bilirrubina na bile Cálculo biliar de bilirrubinato de cálcio Obstrução do fluxo biliar = Colestase Esteatorréia e avitaminose * Colestase Obstrução do fluxo biliar * Icterícia Obstrução do ducto biliar Deficiência de bile e refluxo de bilirrubina para o sangue Aumento dos níveis de bilirrubina no sangue Icterícia = acúmulo de bilirrubina na pele e na esclera * Icterícia Neonatal Ocorre em recém nascidos, particularmente em prematuros, devido a atividade reduzida da enzima hepática bilirrubina gluconil-transferase, podendo causar encefalopatia, pelo acúmulo de bilirrubina nos gânglios da base. Neste caso os recém nascidos são expostos à luz fluorescente azul, que converte a bilirrubina em em uma forma mais polar e solúvel em água. Estes fotoisômeros podem ser excretados na bile. * Fibrose Cística É uma doença autossômica recessiva (frequência 1:2000) que resulta na deficiência na síntese do canal de cloro CFTR. Na ausência de cloro, as secreções mucosas tornam-se viscosas, levando a um bloqueia no ducto pancreático, bem como das secreções hepáticas e biliares, resultando em esteatorréia. As secreções pulmonares podem ser afetadas da mesma forma, levando a infecções e à morte Cystic Fubrosis Transmembrane Condutance Regulator * É um defeito genético na formação, no transporte ou na destruição das lipoproteínas, levando à uma condição primária de hipo ou hiperlipoproteinemia Dislipoproteinemias * Hiperlipoproteinemia Tipo I ou deficiência familiar de lipoproteína lipase: deficiência na síntese de LPL, na produção anormal de LPL, ou na síntese de apo C-II, causando uma LPL inativa. Tipo III ou disbetalipoproteinemia familiar: deficiência na síntese de apo E. Tipo V: deficiência na síntese de LPL ou apo E (?). Dislipoproteinemias Associadas ao Metabolismo dos Quilimícrons Hipolipoproteinemia Abetalipoproteinemia: deficiência na síntese de apoproteína B-48 (apo B-48). * Quilúria É a presença de quilomícrons na urina, resultando em um urina leitosa, devido à presença de uma conexão anormal entre o trato urinário e o sistema de drenagem linfática do intestino. Quilotórax É a presença de quilomícrons no líquido pleural (líquido pleural leitoso) devido à presença de uma conexão anormal entre o espaço pleural e o sistema de drenagem linfática do intestino, resultado em um líquido pleural leitoso Quilúria e Quilotórax Em ambos os casos utiliza-se uma dieta rica em triacilgliceróis de cadeia média e curta, pois estes ácidos graxos são absorvidos diretamente através da veia porta * * * *
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