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Apostila de Responsabilidade Civil Parte II

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� Tópicos Espec. de Responsabilidade Civil – Prof. Cristiane Gribel
DISCPLINA ELETIVA
TÓPICOS ESPECIAIS DE RESPONSABILIDADE CIVIL
APOSTILA N.º II
PONTO: Unidade II do Programa
Unidade II – PRESSUPOSTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL
2.1 - Ação ou Omissão do Agente
2.2 - Estudo Completo da Culpa
2.3 - Estudo Completo do Dano
2.4 - Estudo Completo do Nexo Causal
Bibliografia
Sérgio Cavalieri Filho - Programa de Responsabilidade Civil – Editora Malheiros
Sílvio de Salvo Venosa - Volume IV - Responsabilidade Civil – Editora Atlas
Carlos Roberto Gonçalves – Responsabilidade Civil – Editora Saraiva
Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho – Volume III – Responsabilidade Civil – Editora Saraiva
Rui Stoco – Tratado de Responsabilidade Civil – Editora RT
Unidade II – PRESSUPOSTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL
2.1 - Ação ou omissão do agente
Na Responsabilidade Objetiva:
								Ação (atividade positiva)
Conduta ou comportamento do sujeito		 		atividade negativa
		Omissão	 =
										 abstenção
DEVER JURÍDICO ORIGINÁRIO
=
OBRIGAÇÃO
 Norma estabelecida no contrato			 Norma estabelecida em lei
	 (contratual)				 (extracontratual)
DEVER JURÍDICO SUCESSIVO
=
DÉBITO
=
RESPONSABILIDADE
Violação do dever jurídico originário		 Violação do dever jurídico originário
 estabelecido no contrato			 	 estabelecido na lei
(Responsabilidade Civil Contratual)		 (Responsabilidade Civil Extracontratual)	
	Ação do Agente						Omissão do Agente
(Conduta ou Comportamento			 (Conduta ou comportamento negativo,
	positivo)					 uma abstenção violadora de um
							 dever de agir, imposto pela lei ou
							 pelo contrato)
 Responsabilidade Subjetiva				 Responsabilidade Objetiva
 =								 =
 Conduta Culposa						 Conduta
 GERA A OBRIGAÇÃO DE REPARAR OS DANOS
							Conduta culposa
(	Na Responsabilidade Subjetiva			ou
							Comportamento culposo
Conduta:	é o comportamento humano voluntário que se exterioriza, produzindo conseqüências jurídicas, e pode ser através de uma ação ou de uma omissão do agente.
Ação:	é um movimento corpóreo comissivo, um comportamento positivo violador de um dever jurídico imposto pelo contrato (Responsabilidade Civil Contratual) ou violador de um dever jurídico, imposto pela lei (Responsabilidade Civil Extracontratual).
Omissão:	a omissão adquire relevância jurídica no momento em que o sujeito tem um dever jurídico de agir, de praticar um ato para impedir o resultado, dever esse que pode advir de um contrato (Responsabilidade Civil Contratual) ou da lei (Responsabilidade Civil Extracontratual). O sujeito, nesta hipótese, coopera na realização do evento danoso, com uma atitude negativa, deixando de movimentar-se ou não impedindo que o resultado se concretize.
Responsabilidade Civil Direta
É aquela decorrente de um fato próprio, ou seja, decorrente de um fato pessoal (de uma conduta pessoal do próprio causador do dano).
Responsabilidade Por Fato Próprio (por conduta própria)
Ex.:	Colisão de veículo em que o condutor causa dano a outrem (art. 186, do CC);
Responsabilidade Civil Indireta
É aquela responsabilidade vinculada ao responsável indiretamente, em virtude de sua ligação com o sujeito (terceiro que causou o dano), como também, em virtude de sua ligação com coisas ou animais que estejam sob a sua guarda e que venham a causar prejuízo.
Responsabilidade por Fato de Outrem (art. 932, I a V, do CC) ( Prevista em lei
os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;
o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições;
o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se alberguem por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos;
os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia.
Responsabilidade por Fato da Coisa
Arts. 937 e 938, do CC.
Responsabilidade por Fato de Animais
Art. 936, do CC.
RESPONSABILIDADE INDIRETA (POR FATO DE OUTREM - SOLIDARIEDADE) ≠ 
CO-PARTICIPAÇÃO OU CO-AUTORIA (SOLIDARIEDADE)
RESPONSABILIDADE INDIRETA (POR FATO DE OUTREM - SOLIDARIEDADE)
 A				 A		 B = Responsabilidade Civil Objetiva
								(independe de culpa)
				 B		 C = Responsabilidade Civil
(conduta direta – com culpa – na Responsabilidade Civil Subjetiva)
A 	Responde indiretamente pelos prejuízos causados a C, independente de culpa.
 B			 C
 CONDUTA
Legenda:
A = pai; tutor; curador; empregador ou comitente; os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se alberguem por dinheiro
B = filho menor; pupilo; curatelado; empregados, serviçais e prepostos; hóspedes, moradores e educandos
C = "vítima" da conduta de B
Exemplo:
B =	empregado
A = 	empregador de "B", que responderá indiretamente pelos danos causados a "C", independente da culpa.
B e A = RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA, sendo que A responde INDIRETAMENTE, por fato de outrem (art. 942, parágrafo único do CC/02)
CO-PARTICIPAÇÃO OU CO-AUTORIA (SOLIDARIEDADE)
				Respondem solidariamente pelos danos causados a
A				"C", pois ambos, com suas condutas diretas causam		A 	prejuízos e, por este motivo, ficam obrigados a reparar
					os danos
 CONDUTA
				e	Exemplo:	B =	sujeito de 18 anos de idade
A =	sujeito de 18 anos de idade 
B	
C =	vítima dos danos causados por "A" e "B"	 lesões corporais praticadas por ambos / "A" e "B" respondem solidariamente pelos prejuízos causados à vítima 
 B			C							
 CONDUTA
A = sujeito
B = sujeito
C = "vítima"
2.2 - Estudo Completo da Culpa
2.2.1 - Noções Gerais
-	O artigo 186 preceitua que a ação ou omissão seja voluntária ou que haja, pelo menos, negligência ou imprudência. Portanto, é necessário que o agente tenha agido com culpa. 
-	Na responsabilidade subjetiva, a culpa é elemento indispensável para a obrigação de indenizar.
-	Agir com culpa significa merecer a reprovação do direito por ter faltado com o dever de cuidado que o agente podia conhecer e observar. O dever de cuidado consiste em agir com a cautela necessária na prática de atos comuns visando não causar danos a bens ou a direitos alheios. Exige-se, portanto, que o agente esteja atento ao modo de agir adequado para realizar seus objetivos.
-	Para verificação do procedimento mais adequado, compara-se a ação do agente à ação esperada do homem médio, do qual se espera uma diligência cuidadosa e sensata, que poderá ser comparável àquele caso concreto.
-	Se o agente não observar o dever de cuidado estará agindo com culpa, pois estará infringindo uma primeira norma de convívio social que é o dever de não causar danos a outrem. Se ele devia e podia ter agido de forma diferente e não o fez, terá agido com culpa.
-	Se, para alcançar seu objetivo o agente resolver agir de forma imprópria, mesmo para alcançar um fim lícito, incorrerá em um erro de conduta, que também é caracterizador da culpa, pois há o dever de se escolher o meio mais adequedo para a prática de cada ação.
-	Culpa em Sentido Amplo (	leva em consideração a culpa e o dolo.
-	Culpa em Sentido Estrito (	leva em consideração apenas a culpa.
2.2.2 - Conceitos de Culpa
	A conceituação da culpa é bastante variável na doutrina.
	Para Aguiar Dias: “a culpa é a falta dediligência na observância da norma de conduta, isto é, o desprezo, por parte do agente, do esforço necessário para observá-la, com resultado não objetivado, mas previsível, desde que o agente se detivesse na consideração das conseqüências eventuais de sua atitude”.
	Caio Mário diz que “pode-se conceituar culpa como um erro de conduta, cometido pelo agente que, procedendo contra direito, causa dano a outrem, sem a intenção de prejudicar, e sem a consciência de que seu comportamento poderia causa-lo”.
	Sérgio Cavalieri Filho, menciona a noção de culpa como “conduta voluntária, contrária ao dever de cuidado imposto pelo Direito, com a produção de um evento danoso involuntário, porém previsto ou previsível”.
	Para Carlos Roberto Gonçalves, “a culpa implica a violação de um dever de diligência, que se afere em comparação do comportamento do homem médio, com o do agente causador do dano”.
2.2.3 - Culpa Lato Sensu e Culpa Stricto Sensu
	Podemos afirmar, com base nos ensinamentos de parte da doutrina, que na culpa estariam presentes os seguintes requisitos para sua configuração: a culpa lato sensu , que abrange o dolo e, a culpa stricto sensu.
	A culpa lato sensu, ou culpa em sentido amplo, abrange todo o comportamento contrário ao direito, ou seja, abrange o dolo e a culpa propriamente dita.
	Há doutrinadores que não vêem relevância na distinção entre dolo e culpa em face da Responsabilidade Civil, visto que o objetivo desta é a reparação do dano e não a punição do agente, que é função do direito penal.
	O novo código civil inovou neste sentido através da regra expressa no parágrafo único do artigo 944, pois permite ao julgador a avaliação do grau da culpa do agente para a determinação do montante a ser indenizado.
	Na verdade, o efeito trazido por esta norma é que a Responsabilidade Civil não mais poderá ter o condão de servir como uma punição na esfera civil ao agente causador do dano, especialmente quando este tiver agido com culpa leve ou levíssima. Observa-se, portanto, que o dispositivo é bastante claro, abrangendo apenas os casos de ação com culpa. Assim, se o agente agiu com dolo não há que se valer deste benefício legal (Sérgio Cavalieri, Programa de Resp. Civil, Ed. Malheiros, Pág. 49).
	A culpa stricto sensu ou em sentido estrito, também chamada culpa aquiliana, é a culpa propriamente dita. Caracteriza-se pela falta de intenção do resultado, embora pudesse ser previsto. Manifesta-se pela negligência, imprudência ou imperícia.
2.2.4 - Elementos da Culpa
Voluntariedade do comportamento do agente (da conduta)
(expresso no art. 186, do CC)
Previsibilidade (do resultado)
Só se pode apontar a culpa se o resultado era previsível. Se for de forma imprevisível, não há porque se falar em culpa.
Violação de um dever de cuidado
No que tange a voluntariedade, exige-se que a conduta do agente seja voluntária para que possa ser caracterizada a culpabilidade, mas esta voluntariedade estará desprendida do resultado obtido, que é inesperado. Observa-se que não há a intenção de provocar o dano. Se houver, o agente estará agindo com dolo. É o erro de conduta, a má escolha da maneira adequada para a ação que proporciona o resultado inesperado. Se não há voluntariedade não há que se falar em culpa. 
Outrossim, só haverá culpa se o prejuízo experimentado pela vítima pudesse ser previsto no tempo da ação. Previsível é aquilo que tem certo grau de probabilidade, de forma que, segundo as regras da experiência, é razoável prevê-lo (Cavalieri, pág. 55). Para se auferir se o resultado era previsível, é necessário que se considere, além dos fatos em si, as condições pessoais do sujeito, bem como as circunstâncias do momento de sua ação, devendo ser considerados, sua idade, sexo, condição social, grau de instrução, etc. Se não for possível a previsibilidade, entraremos na seara do fortuito, que é causa de excludente da culpabilidade.
A violação de um dever de cuidado é a essência da culpa. Constitui-se pela falta de cuidado, cautela, diligência ou atenção no exercício de uma atividade. 
Em suma, os elementos da conduta culposa se entremeiam. A violação de um dever de cuidado é o complemento dos demais, visto que sem ele não haveria culpa, não haveria o dano e consequentemente não haveria o dever de indenizar.
2.2.5 - Formas da Culpa
Imprudência (	falta de cuidado decorrente de uma ação. É a ação do agente sem a cautela necessária, ou seja, quando arrisca desnecessariamente a enfrentar o perigo, quando é previsível o resultado danoso.
				Ex.: dirigir em alta velocidade
Negligência (	falta (inobservância do dever) de cuidado decorrente de uma omissão.
Ex.: não trocar um pneu "careca", ou não consertar uma lanterna traseira, provocando grave acidente
Imperícia (	falta de aptidão para aquela atividade técnica. Inaptidão técnica ou falta de conhecimento para a ação praticada. Embora não esteja expressa no artigo 186 do Novo Código civil, está implícita, visto que a imperícia pode ser considerada uma espécie de negligência técnica ou profissional.
Ex.: É o caso do erro médico, do advogado que não interpõe um recurso cabível, daquele que dirige um veículo sem ser habilitado e provoca um acidente, entre outros. “Michele em Curvelo!”
2.2.6 - Graus e Formas de Manifestação da Culpa em Sentido Estrito
	Examinada em sua gravidade, a culpa se triparte em culpa grave, leve e levíssima.
	A culpa grave é a violação mais séria do dever de diligência, por isso ao dolo se equipara. É também chamada culpa consciente. É a falta de cuidado extrema por parte do agente, um descuido anormal. Difere do dolo eventual do Direito Penal pelo fato de que nesta o agente acredita que o evento danoso não ocorrerá e no dolo eventual ele se arrisca sabendo da possibilidade de ocorrência do dano.
	A culpa leve é a falta que podia ser evitada com atenção ordinária. Quando o indivíduo não adotou as cautelas comuns ao homem médio. 
	A culpa levíssima verifica-se quando a atenção para evitar o dano seria extraordinária, não podendo ser comparada, nem mesmo, à atenção esperada do homem médio, o bonus pater família. Somente poderia se esperar de uma pessoa muito atenta, dotada de conhecimento especial que pudesse ser aplicado naquele caso concreto.
Assim:
Culpa Grave (	Embora não intencional, o comportamento do agente demonstra que ele atuou como se tivesse intenção do resultado. É grave quando imprópria ao comum dos homens. É a modalidade que mais se assemelha ao dolo. É decorrente de uma violação mais séria do dever de diligência que se exige do homem mediano. Ex:Ocorre na responsabilidade civil automobilística, em casos de excesso de velocidade, de ingresso em cruzamentos com o semáforo fechado, de direção em estado de embriaguez, etc.
Culpa Leve (	Falta de diligência de um homem normal.
Culpa Levíssima (É a falta que apenas um homem diligentíssimo, não cometeria.
Observação: 
	Na responsabilidade aquiliana, a mais ligeira culpa produz obrigação de indenizar – in lege aquilia et levíssima culpa venit (Carlos Roberto Gonçalves). A regra geral determina que, independentemente do grau da culpa, a indenização será medida pela extensão do dano.
	Diante do Código Civil anterior (1916), parte da doutrina considerava irrelevante a graduação da culpa, mas à luz do Novo Código Civil de 2002, tornou-se questão indispensável frente ao que dispõe o parágrafo único do artigo 944. A mensuração do quantum indenizatório da Responsabilidade Civil poderá depender também do grau da culpa do agente causador do dano. A extensão do dano deixou de ser o único parâmetro para a determinação e quantificação da indenização. Aliado à ela, o grau da culpa, quando se tratar de culpa leve ou levíssima, toma posição para proteger também os interesses do agente quando houver uma desproporção entre sua ação e o dano consequente dela. 
Questionamento:
	O Grau de culpa pode influenciar no valor da indenização?
	Resposta: Inovaçãodo C.C – Art. 944 (caput) - a indenização deve ser fixada baseada na extensão do dano (não havendo influencia do grau de culpa). “A indenização mede-se pela extensão do dano”.
	Art. 944, parágrafo único do C.C. – inovação, pois o juiz poderá reduzir eqüitativamente o valor da indenização quando houver desproporção entre a gravidade de culpa (grau) e a extensão do dano. Tem que haver uma desproporção entre o grau da culpa e a extensão do dano. “Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e op dano, poderá o juiz reduzir, eqüitativamente, a indenização”.
	A primeira parte do dispositivo legal consagra o principio tradicional de que, desde que haja culpa, a obrigação de indenizar, a cargo do agente, é sempre a mesma. A cobertura dos danos causados deve ser integral. Entretanto, o parágrafo único confere ao juiz o poder de agir eqüitativamente, com base no grau de culpa e a extensão do dano.
2.2.7 - Espécies de Culpa
Direta (	conduta do agente está diretamente ligada ao evento danoso.
Indireta (	responde, indiretamente, por atos de terceiros ligados ao evento danoso.
Culpa Contratual (	quando a conduta do agente viola uma disposição contratual, gerando a obrigação de reparar os prejuízos.
Culpa Extracontratual (	quando a conduta do agente viola um dispositivo legal, gerando a obrigação de reparar os prejuízos.
Culpa in Contraendo (	culpa em função da situação do contrato.
Culpa in Comittendo (	decorre de uma ação.
Culpa in Omittendo (	decorre de uma omissão.
Culpa Presumida (	Não pode ser confundida com a responsabilidade objetiva, pois esta prescinde de culpa. Na culpa presumida o que há é a inversão do ônus da prova, porém, localiza-se na esfera da responsabilidade subjetiva. Entretanto, a presunção é relativa, iuris tantun, e pode ser elidida por prova em contrário.
Culpa Concorrente (	A conduta do agente e a conduta da vítima concorrem para o resultado danoso. Na falta de uma das ações o resultado não se produziria. Nestes casos em que é reconhecida a participação da vítima, a jurisprudência e a doutrina recomendam que a indenização seja repartida, assumindo cada parte a proporção de sua culpa, dividindo assim o prejuízo verificado, assim como o Novo Código Civil trouxe regra expressa neste sentido no seu artigo 945: “
Culpa in Concreto (	Aquela examinada na conduta específica sob exame.
Culpa in Abstrato (	Aquela conduta de transgressão avaliada pelo padrão do homem médio.
Culpa in Vigilando (	Ligada ao dever de vigiar. Decorrente da ausência de fiscalização, falta de atenção ou cuidado com o procedimento de outrem que esteja sob a guarda ou responsabilidade do agente. Ocorre, por exemplo, em relação aos pais que respondem pelos atos dos filhos menores
					
Culpa in Eligendo (	Ligada a eleição, má escolha. É a que decorre da má escolha do representante. Com base na Súmula n. 341 do STF, a culpa do patrão é presumida pelo ato culposo do empregado ou preposto.
					
Culpa in Custodiendo (	Culpa em função da custódia ou da guarda (coisa e animal).
Observação:
Com o advento do Novo Código Civil de 2002, que adotou expressamente a responsabilidade objetiva em seu artigo 933, as culpas in eligendo, in vigilando e in custodiendo foram abrangidas e não mais se tratará de culpa presumida nestes casos, pois a responsabilidade objetiva impõe que, a obrigação de indenizar ocorra independentemente de culpa
2.2.8 - Imputabilidade (Regra Geral - art. 186, do CC)
Imputar é atribuir à alguém, a responsabilidade pela prática de um ato.
Imputabilidade é o conjunto de condições pessoais que dão ao agente capacidade para responder pelas conseqüências de uma conduta contrária a um dever jurídico.
Imputável é o sujeito que podia e devia ter agido de algum modo e que, diante de sua conduta lesiva, é obrigado a reparar os danos causados. Ter capacidade de discernimento de seus atos.
	Elementos da Imputabilidade: maturidade (desenvolvimento mental) e sanidade (higidez).
	Os menores de 16 anos não são responsáveis porque são incapazes, nos termos do art. 3º, I, do Código Civil, pois falta-lhes maturidade. 
	São igualmente irresponsáveis os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem necessário discernimento para a prática de atos da vida civil. Na doutrina são chamados de “amentais”. A inimputabilidade dos loucos decorre da falta de higidez mental, insanidade de todo o gênero.
	Na Jornada de Direito Civil promovida pelo CEJ foi aprovado o Enunciado n.º 40, com a seguinte redação: “o incapaz responde pelos prejuízos que causar de maneira subsidiária ou excepcionalmente, como devedor principal, na hipótese do ressarcimento devido pelos adolescentes que praticarem atos infracionais, nos termos do art. 116 do Estatuto da Criança e do Adolescente, no âmbito das medidas sócio-educativas ali previstas.”
	Na Jornada de Direito Civil promovida pelo CEJ também foi aprovado o Enunciado n.º 39, com a seguinte redação: “A impossibilidade de privação do necessário à pessoa, prevista no art. 928, traduz um dever de indenização eqüitativa, informando pelo princípio constitucional da proteção à dignidade da pessoa humana. Como conseqüência, também os pais, tutores e curadores serão beneficiários pelo limite humanitário do dever de indenizar, de modo que a passagem ao patrimônio do incapaz se dará não quando esgotados todos os recursos do responsável, mas quando reduzidos estes ao montante necessário a manutenção de sua dignidade.”
	Responsabilidade Civil dos Incapazes: O Código Civil optou por um critério mitigado e subsidiário em seu art. 928 no que diz respeito a responsabilidade do incapaz. Responderá o incapaz pelos prejuízos que causar se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de faze-lo ou não dispuserem de meios suficientes. Aduz o parágrafo único desse artigo: “A indenização, que deverá se eqüitativa, não terá lugar se ela privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.”
	Como o art. 928 refere-se ao incapaz de forma geral, abrange não só os amentais, mas também os menores de 18 anos.
2.3 - Estudo Completo do Dano
Noções Gerais
Objetivo (	reparar os danos (materiais e morais) causados a terceiros.
			Reparatória - danos material - retornar ao status quo
Natureza
			Compensatória - danos morais
Não haverá responsabilidade se não houver dano. A ilicitude do ato é que proporciona sua repercussão na órbita jurídica e sem a prova do dano, ninguém pode ser responsabilizado civilmente.
Em sentido amplo, dano é a lesão a qualquer bem jurídico e em sentido estrito, é a lesão ao patrimônio. Daí resulta que o dano pode ser moral e material. 
Ressalta-se a necessidade de frisar que a reparação do dano não deverá jamais ser fonte de lucro ou enriquecimento, mas deverá ser exata e justa no sentido de atender ao princípio regulador da responsabilidade civil, que é o restituo in integrun, ou seja, recolocar a vítima na situação que se encontrava anteriormente à ocorrência do dano.
Requisitos para a existência do dano
Destruição ou diminuição do patrimônio do lesado e/ou ofensa com repercussão moral;
Causalidade ("relação de causa e efeito");
Legitimidade da vítima em ser ressarcida;
Efetividade e certeza do dano;
Tem que ser provado, efetivo e certo.
Ausência de causas excludentes da responsabilidade.
2.3.1	Dano Patrimonial
(dano emergente + lucro cessante)
 		 PREJUÍZO MATERIAL RAZOABILIDADE
		Previsão legal (	art. 402, do CC (razoabilidade)
					Art. 186, do CC (definição de ato ilícito)
Dano no Código de Defesa do Consumidor - Lei nº 8.078/90
Art. 42, parágrafo único (	repetição de indébito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso.
Dano Moral - Estudo Completo
O conceito de dano moral varia de acordo com o ponto de vista. Segundo Savatier (citado por Sérgio Cavalieri Filho, Programa de Responsabilidade Civil, 5a ed. Malheiros,SP – 2003), “dano moral é qualquer sofrimento que não é causado por uma perda pecuniária”. Para os que utilizam-se do critério de exclusão, dano moral seria aquele que não tem caráter patrimonial. Mas o que se mostra mais completo e abrangente é o conceito posto por Sérgio Cavalieri Filho em Programa de Responsabilidade Civil, 5a ed. Malheiros, SP – 2003: “dano moral é a lesão de um bem integrante da personalidade; violação de um bem personalíssimo, tal como a honra, a liberdade, a saúde, a integridade psicológica, causando dor, vexame, sofrimento, desconforto e humilhação à vítima.
Considerando ser o dano moral irreparável, a condenação pecuniária nestes casos, age como uma consolação, um lenitivo para a dor. Possui também um caráter punitivo, devendo ser um desestímulo ao lesante, levando-se em conta sua situação econômica para o arbitramento do valor da indenização. 
1)	Previsão Legal (	art. 5º, incisos V e X, da CF/88
					art. 186, CC
					art. 6º, inciso VI e VII, do CDC
2)	Possibilidade de Cumulação de Pedidos :Súmula n.º 37 do STJ
							Natureza compensatória
							Violação do direito à dignidade - 							agressão (CF/88)
	 						Conseqüências da violação: dor, 	3)	Configuração do Dano Moral	sofrimentos, humilhação, etc:
							Gera dever de indenizar
							Conseqüências da violação: 							chateação, aborrecimento, etc:
							Não gera dever de indenizar
4)	Dano Moral e Inadimplemento Contratual
		Só é cabível quando há violação da dignidade.
		Ex.:	Uma pessoa contrata uma festa em um hotel de 5 estrelas e, 		na hora da festa não há salgados e bebidas para servir.
5)	Dano Moral e Exercício Regular de um Direito
Se a conduta é permitida pelas normas não há o que se falar em dano moral, entretanto, se houve excesso na conduta, verifica-se o Exercício Irregular de um Direito, Abuso de um Direito, sendo neste caso, passível de indenização por danos morais.
Desta forma, o indivíduo, no exercício de seu direito, deve conter-se no âmbito da razoabilidade. Se o excede e, embora exercendo-o, causa um mal desnecessário ou injusto, equipara o seu comportamento ao ilícito e, ao invés de excludente de responsabilidade, incide o dever ressarcitório.
Cabe, portanto ao Juiz, com o seu bom senso, distinguir o exercício regular do direito, do abuso de direito, que muitas vezes são separados por uma barreira muito tênue, para no caso concreto, excluir ou não a responsabilidade do autor pelos danos morais causados.
		6)	A Prova do Dano Moral
Necessário, apenas, provar a ofensa, o ato ofensivo, pois o sofrimento de alguém é impossível provar.
		7)	Transmissibilidade do Dano Moral aos Herdeiros.
Se já existe um processo, dar-se-á a sucessão processual (art. 43, do CPC);
Se não existe um processo, há divergência na doutrina:
Cavalieri entende que é facultado aos herdeiros a propositura de ação de reparação por danos morais se o ofendido tiver falecido em data próxima ao fato, pois, se o fato aconteceu a um prazo relativamente longo ficaria demonstrado o seu desinteresse em pedir a reparação judicial. Seria um tipo de preclusão lógica.
Outros doutrinadores entendem que a ação de perdas e danos é personalíssima e com o falecimento do ofendido, falece o direito à propositura da ação.
		8)	Dano Moral e Pessoa Jurídica
É plenamente aceito a existência de dano moral para a pessoa jurídica, podendo ser proposta a competente ação reparatória. (Súmula n.º 227 do STJ)
9) 	Dano Moral e Morte do Filho
Alguns doutrinadores entendem ser possível a cumulação de ação de danos morais e de danos materiais em caso de morte de filho, no nascimento ou nos primeiros anos de vida. Entretanto, este entendimento é minoritário, pois, os pais não teriam o condão de saber o que seria o filho quando chegasse a idade adulta, inexistindo, desta forma, o dano material, representado pelos lucros cessantes. Esta hipótese só é admitida no caso em que os pais já fizeram investimentos no filho e este estava próximo de entrar no mercado de trabalho, configurando-se, dessa forma, a existência de lucro cessante.
		10)	Dano Estético
Possibilidade de cumulação com os danos morais e materiais, pois assim tem se posicionado a Jurisprudência – há vários entendimentos do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro e do STJ neste sentido.
Divergência doutrinária e jurisprudencial: O dano estético pode ser deformidade física grave (ex:perda de perna) ou comprometimento do sujeito com o dano ocorrido {arranhão, etc}.
	Para alguns doutrinadores, o dano estético estaria incorporado na indenização por danos morais (Sérgio Cavalieri e Caio Mário da Silva Pereira).
	Para outros, o dano estético seria uma terceira espécie de dano, ao lado do dano patrimonial (ou material) e moral. Neste sentido se firmou o STJ e o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (que entendem pela possibilidade de cumulação dos danos estéticos com os danos morais e materiais).
Exemplo: Gisele Bundchen que fica com marcas no rosto devido a uma batida em seu carro. Neste caso especifico pode ocorrer indenização pelos 3 danos. 
		11)	Dano à Imagem
Bem personalíssimo (art. 20, do CC)
Dano Patrimonial 
Dano Emergente 
Sem autorização da vítima	
Lucro Cessante
Dano Moral
Valor da Indenização
Dano causado por empresa jornalística (LIBERDADE DE INFORMAÇÃO X INVIOLABILIDADE DA VIDA PRIVADA)
Equilíbrio na informação publica ( não gera dano à imagem
Sensacionalismo ou deturpação de notícia ( pode gerar danos à imagem.
Exemplo: Foto da Xuxa “sem trajes” publicada em jornal de grande circulação sem a sua autorização. Pode ocorrer, neste caso especifico, dano emergente, lucro cessante e danos morais. 
OBS: Nem sempre vai haver indenização por todas as espécies de dano. 
Com Reflexos Morais: Ofensa a sua dignidade, a sua honra subjetiva. 
Com Reflexos Patrimoniais: Danos Materiais: Dano emergente (dano presente) e Lucro Cessante (dano futuro).
2.4 - Estudo Completo do Nexo Causal
Conceito
É a relação de causalidade entre a conduta e o resultado (dano).
Na responsabilidade civil subjetiva, é a relação de causalidade entre a conduta culposa e o dano.
Na responsabilidade objetiva, é a relação de causalidade entre entre a conduta e o dano.
A determinação do nexo causal deve ser avaliada no caso concreto, sendo o pressuposto da responsabilidade civil mais difícil de ser determinado no estudo do caso concreto, principalmente nos eventos de causalidade múltipla.
Para o estudo do liame de causalidade, concorrem três principais teorias, que aqui serão mencionadas para efeitos didáticos, sem que seja dada maior reflexão ao tema, tendo em vista que nenhuma teoria oferece soluções prontas para todos os problemas envolvendo nexo causal. 
Como teorias, apenas nos fornece uma base, um roteiro básico a ser seguido para apontarmos no caso concreto qual foi a conduta apta a produzir o resultado. Nos fornece um raciocínio lógico a ser desenvolvido para a melhor solução do caso concreto em exame.
As principais teorias explicativas do nexo causal são, resumidamente: Teoria da equivalência das condições ou dos antecedentes, onde toda e qualquer circunstância que haja concorrido para o resultado é considerada uma causa apta a produzi-lo; Teoria da causalidade adequada, que considera causadora do dano a condição que por si só foi apta a produzi-lo, ou seja, a mais adequada a produzi-lo; a Teoria dos danos diretos e imediatos (ou causalidade direta e imediata), que pressupõe que todo dano relacionado a uma causa é indenizável, mesmo que a causa seja remota, desde que haja a ligação necessária (nexo causal) entre a conduta e o dano produzido, fazendo surgir a obrigação de indenizar. 
Como muito bem esclarece Sérgio Cavalieri Filho, o nexo causal é o pressuposto onde se registra o maior número de divergências entre os julgadores de todos os graus.
É importante salientar ainda que também existedivergência na doutrina quanto a qual das teorias explicativas do nexo causal é adotada pelo Código Civil Brasileiro. Enquanto a maioria entende ser a Teoria da Causalidade Adequada (Sérgio Cavalieri Filho, dentre outros), sendo que Cavalieri, em sua renomada obra, somente discorre sobre a Teoria da Equivalência dos Antecedentes e Teoria da Causalidade Adequada Condições; outra parte da doutrina entende que é a Teoria da Causalidade Direta e Imediata a predominante no Direito Brasileiro, e seria esta a teoria adotada pelo Código Civil Brasileiro (conforme os entendimentos de Pablo Stolze Gagliano, Rodolfo Pamplona Filho e Carlos Roberto Gonçalves).
Vale mencionar que o único dispositivo do Código Civil aplicável ao estudo do nexo causal é o art. 403 do Código Civil.
Divergências à parte, uma coisa é certa: A teoria que mais vem sendo aplicada pela jurisprudência é a Teoria da Causalidade Adequada.
Estudo Individualizado das Teorias
Teoria da Equivalência das Condições (ou Antecedentes)
Elaborada pelo jurista alemão Von Buri.
Esta teoria não diferencia os antecedentes do resultado danoso, de forma que tudo aquilo que concorre para o evento, ou seja, para o resultado danoso, será considerado causa.
Desta forma, com base nesta teoria, se várias condições concorrem para o mesmo resultado, todas tem o mesmo valor, a mesma relevância, pois todas se equivalem, ou seja, todas as causas, sem distinção, são consideradas como aptas a produzir o resultado danoso (o dano).
Sem aplicação no Direito Civil, pode nos levar a uma aplicação infinita das causas ditas como aptas para produzir o dano.
Por esta razão, é afastada no Direito Civil, por ter levado muito longe as implicações da responsabilidade ao atribuir a um dano um número infinito de causas. Ela, se aplicada, tenderia a tornar cada homem responsável por todos os males que atingem a humanidade.
Exemplo: Ação de Reparação de Danos ajuizada pelos herdeiros de vítima de homicídio – Poderíamos a chegar ao absurdo de que teriam a obrigação de reparar os danos o autor de disparo, o fabricante da arma, o fabricante da bala, o fabricante da matéria prima da arma e da bala, o fornecedor da matéria prima, etc... sem os quais não teria ocorrido a morte da vítima.
Teoria da Causalidade Adequada (adotada por grande parte dos civilistas, como Sérgio Cavalieri Filho e pela maioria da Jurisprudência)
Elaborada pelo filósofo alemão Von Kries.
Para esta teoria, a causa é apenas o antecedente abstratamente adequado e idôneo à produção do dano. Responde o autor (ou autores) da conduta (ou condutas) mais apta, mais adequada a produzir o resultado, o dano causado a vítima.
Esta teoria leva em consideração somente a causa mais adequada (ou causas) a produzir o resultado. 
Assim, para esta teoria, o problema da relação de causalidade é uma questão científica de probabilidade. Dentre os antecedentes do dano, há que se destacar aquele que está em condições de necessariamente tê-lo produzido.
Com base nela, em toda ação de reparação de danos, o Juiz tem que eliminar fatos menos relevantes, que possam figurar entre os antecedentes do dano, sendo aqueles que seriam indiferentes a sua efetivação. O critério de eliminação seria em estabelecer que, mesmo na sua ausência, o dano ocorreria. Após esta eliminação, resta alguma causa (ou causas) que, “no curso normal das coisas”, é capaz de provocar o dano.
Responderá o sujeito (ou sujeitos) que, através da sua conduta (ou condutas), foi efetivamente capaz de produzir o resultado, ou seja, a causa mais eficiente para produzi-lo. 
Exemplo1: Vítima de Atropelamento grave que vem a falecer no hospital, e que teve sua situação agravada em virtude de omissão de socorro de outro individuo. Como definiríamos a responsabilidade civil no caso concreto?
Exemplo2: Questão envolvendo a queda de muro de uma casa, citado por de Sérgio Cavalieri Filho.
Havendo várias causas que tenham contribuído para a queda do muro, aquelas que não forem preponderantes, eficazes a, por si só, produzirem o resultado, deverão ser desconsideradas, devendo responder somente o Autor da causa (ou causas) que efetivamente causaram o dano (queda do muro). 
Autor A					Autor B
Causa 1					Causa 2
			Vítima
Autor C					Autor D*
Causa 3					Causa 4
Observação:
Vale ressaltar que, havendo mais de uma causa no evento capaz de produzir o resultado (dano), todos os seus autores responderão solidariamente, conforme art. 942 c/c 403 do CC.
Teoria da Causalidade Direta e Imediata Para esta teoria, seria apenas o antecedente fático que, ligado por um vínculo de necessariedade ao resultado danoso, determinaria como conseqüência sua, direta e imediata. O Autor da conduta somente responde pelo danos diretos e imediatos que a sua conduta causou. Para os doutrinadores que discorrem sobre esta Teoria (Carlos Roberto Gonçalves e Pablo Stolze Gagliano e Sérgio Pamplona Filho), esta seria a teoria adotada pelo Código Civil, levando-se em consideração o disposto no art. 403 do Novo Código Civil.
Teoria adotada por Pablo Stolze Gagliano e Carlos Roberto Gonçalves. Estes dizem que esta é a majoritária, ou seja, é a efetivamente adotada pelo C.C., de acordo com o art. 403 do C.C., posicionamento este que não concordo.
Exemplo: Atropelamento + Ambulância = Resultado Morte. O 1º sujeito (o que atropelou e causou lesões leves) responde somente por lesão corporal leve e o 2º sujeito (motorista da ambulância – que provocou a morte da vítima, uma vez que dirigia embriagado, ocasionando um acidente com a ambulância e, conseqüentemente, com a vítima) responde por homicídio, pois cada um responde até o limite do seu resultado. 
Autor A					Autor B
lesão leve					morte
			Vítima
Causas Concorrentes
São as causas concomitantes ao comportamento do autor, realizadas pela vítima, que contribui, efetivamente, para o resultado, razão pela qual a indenização será reduzida proporcionalmente à participação da vítima.
Trata-se de um comportamento concorrente da vitima, também chamado de causa concorrente ou culpa concorrente, e que também contribui para o dano por ela (vítima) experimentado. 
O juiz fixará o valor da indenização confrontando a causa concorrente (culpa concorrente) da vítima e, a conduta do autor do dano.
Tecnicamente, o mais correto é tratarmos a mesma como causa concorrente, tendo em vista a possibilidade de responsabilidade civil objetiva, independentemente de culpa, apesar do Código Civil (art. 945), mencionar o elemento culpa.
Desta forma, quando estivermos diante de uma causa concorrente, O juiz fixará o valor da indenização confrontando a causa concorrente da vítima e, a conduta do autor do dano, e que também foi apta a produzir o dano (art. 945 do CC).
Exemplos:
	Uma pessoa dirige um veículo, a noite, em alta velocidade e com os apagados e abalroa uma moto que transitava em sua frente, levando na garupa uma pessoa sem capacete e em razão do acidente, a pessoa veio a falecer pelo traumatismo craniano que sofreu.
	Houve ou não concorrência da vítima (não utilização do capacete) para que o fato ocorresse?
	Possibilidade de Divergência: Para quem entende que a causa que foi apta a produzir o resultado morte da vítima foi somente a conduta do motorista que dirigia em alta velocidade e com os faróis apagados, não aplicará a causa da vítima (falta de capacete) para reduzir proporcionalmente o valor da indenização com base na sua contribuição no resultado (responsabilidade plena do motorista), sendo este o posicionamento do Sérgio Cavalieri Filho, que foi voto vencido no recurso interposto. Porém, para quem entende que a falta de capacete da vítima também foi causa de sua morte, já que se ela estivesse com capacete poderia até sobreviver ao acidente, aplicará a causa concorrente no caso concreto, hipótese em que o valor da indenização será fixado levando-se em consideração a sua causa (falta de capacete) em confronto com a causa do autor do dano (motorista do veículo)Concausas
São causas que juntamente com a causa principal, concorrem para o resultado. Podem somente reforçar o resultado, interromper o nexo causal ou excluí-lo.
São causas antecedentes ou pré-existentes, concomitantes ou supervenientes que podem servir para agravar a causa principal, ou que podem contribuir eficazmente para o resultado, para o dano suportado pela vítima.
Podem ocorrer antes, concomitante ou posteriormente a causa principal. Se for adequada a produzir o resultado, o autor da conduta responde, juntamente com o autor da “causa principal”, solidariamente.
Se não for adequada, por si só, a produzir o dano, o autor da conduta não responde, respondendo somente o autor da conduta que foi mais adequada a produzir o dano.
Ex.:	Uma pessoa hemofílica sofreu um acidente (atropelamento) e veio a falecer por causa dos ferimentos e da não coagulação do sangue.
	A causa principal foi o acidente (antecedentes ou pré-existentes)
Ex.:	Uma mulher esta dando a luz a um bebê quando deu-se o rompimento de um aneurisma cerebral vindo a falecer. A causa principal foi o rompimento do aneurisma, não tendo o que se falar em erro médico por causa do parto (concomitantes)
Ex.: 	Uma pessoa sofre um acidente e por demora no atendimento veio a falecer. A causa principal foi o acidente (superveniente).
Concausa Antecedente:
Ocorre antes da causa principal.
Ex: Pessoa hemofílica (causa antecedente) que vem a ser atropelada e morre posteriormente. A concausa antecedente (doença) não rompe o nexo causal, logo o sujeito responderá pelo resultado morte, independentemente da doença pré-existente que vítima possui. 
Concausa Concomitante:
É a causa que acontece junto à causa principal.
Ex: Mãe que morre na hora do parto (concausa) devido a um aneurisma que ela possui e que se rompe no momento em que vai dar a luz. Ninguém responde pelo fato.
Concausa Superveniente:
Ocorre depois, posteriormente à causa principal.
Ex: sujeito que é vítima de um atropelamento grave, e pela demora no socorro, tem uma hemorragia e vem a falecer. Quem responde é o sujeito que atropelou, pois o fato da demora do socorro não rompe o nexo causal, pois neste caso simplesmente o reforçou, já que não foi causa adequada a produzir o resultado morte. 
Co-Participação - Solidariedade
Ambos os autores da ação contribuem efetivamente para o resultado. Sendo responsáveis solidariamente, a vítima poderá acionar qualquer um dos co-autores ou a sua totalidade. Ao co-autor acionado cabe o direito de regresso contra os demais co-autores.
Trata-se de hipótese de Solidariedade resultante da lei (art. 942 do C.C).
Causa de Omissão
Dever de agir ( responde pela omissão.
Causas Excludentes do Nexo Causal (segundo a doutrina tradicional), que serão objeto de estudo nas próximas unidades, dentre outros
Caso fortuito ou força maior;
Fato exclusivo da vítima (ou culpa exclusiva da vítima, para alguns); e
Fato de terceiros.
Não existe a intenção de produzir o resultado danoso.
Conduta voluntária do agente que nasce lícita, tornando-se ilícita na medida em que se desvia dos padrões socialmente adequados.
O agente só quer a ação, vindo a atingir o resultado por desvio acidental da conduta decorrente de uma falta de cuidado.
Encontra-se o fator inadimplemento, porém, despido da consciência da violação. A ação é voluntária no que diz respeito à materialidade do ato gerador das conseqüências danosas.
Existe a intenção de produzir o resultado danoso.
Conduta voluntária do agente, sendo que a conduta já nasce ilícita porque a vontade se dirige à concretização de um resultado anti-jurídico, abrangendo a conduta e o efeito lesivo dele resultante.
O agente quer a ação e o resultado.
Encontra-se o fator inadimplemento.
CULPA
DOLO
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