MATERIAL OBESIDADE

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O tratamento para o obesidade requer disciplina e paciência. Algumas pessoas, em busca de uma solução rápida, fazem o uso de medicamentos e ignoram o fato de que essa é uma via que requer muita responsabilidade, pois pode acarretar sérios prejuízos à pessoa. Somente um médico pode receitar o uso de fármacos e esse uso deve sempre vir acompanhado de mudanças no estilo de vida, como dietas rigorosas e práticas de exercícios físicos.
Além disso, há um perfil delimitado para aqueles que precisam fazer o uso de medicamentos: são aquelas pessoas com IMC igual ou maior que 30; com IMC igual ou maior que 25, se possui outras doenças como hipertensão, diabetes mellitus tipo 2, dislipidemia, entre outras; ou aquelas cujo esforço para perda de peso por dietas e exercícios foi esgotado.
Os medicamentos usados contra a obesidade podem ser divididos entre aqueles que atuam no sistema nervoso central modificando o apetite; aqueles que incrementam a termogênese (maior produção de calor e gasto de calorias) e aqueles que diminuem a absorção de gorduras no sistema gastrointestinal. Aqueles que atuam no sistema nervoso central podem ser chamados de anorexígenos e são divididos em catecolaminérgicos,serotoninérgicos e serotoninérgicos associados aos catecolaminérgicos.
Os medicamentos catecolaminérgicos podem ser à base de anfetamina e sua atuação baseia-se em aumentar a neurotransmissão catecolaminérgica (responsável pela resposta rápida ao estresse), pois promovem a liberação de neurotransmissores catecolaminas, como a adrenalina, a noradrenalina e a dopamina. Ao serem liberadas, essas substâncias deixam o organismo em vigília máxima e, consequentemente, bloqueiam a sinalização da fome, causando perda de apetite.
Os medicamentos serotoninérgicos, por sua vez, agem nos receptores para serotonina localizados no hipotálamo ventro-medial, relacionados com a indução da diminuição do consumo alimentar. A Dexfenfluoramina, por exemplo, atua na diminuição da recaptação pré-sináptica de serotonina , promovendo uma maior liberação de serotonina como um mecanismo compensatório do corpo.
Os medicamentos que associam os serotoninérgicos aos catecolaminérgicos atuam na neurotransmissão de ambos os sistemas e também são chamados de sacienógenos.  A Sibutramina é um exemplo desse tipo de fármaco e inibe a recaptação da serotonina tanto quanto tem um efeito catecolaminérgico. A sensação de saciedade é aumentada com o aumento de serotonina e o apetite é inibido com o aumento das catecolaminas.
Há também os medicamentos que incrementam a termogênese, ou seja, aumentam o consumo energético. Eles atuam aumentando o ritmo da atividade do sistema nervoso, o que acelera o ritmo das atividades do corpo, como o respiratório e o cardíaco. O corpo necessita gastar calorias para manter sua temperatura e, com a aceleração do ritmo, queimam-se mais calorias. A aminofilina e a cafeína, por exemplo, são medicamentos termogênicos que aumentam a ação da noradrenalina em terminações nervosas.
Por último, temos os fármacos inibidores da absorção intestinal de gordura, representados pelo Orlistat, que atua no intestino inibindo as lipases, responsáveis pela quebra de moléculas de triglicerídeos, que gera ácidos graxos livres e monoglicerídeos. O sítio ativo da lípase fica ligado ao orlistate e um terço dos triglicerídeos não são absorvidos pelo intestino e são eliminados nas fezes.
Portanto, o uso dos medicamentos deve ser feito de forma bastante delicada, já que podem ocorrer desde suportáveis efeitos colaterais, como sérios efeitos. A suspensão do tratamento deve ser gradual, para que não ocorra ganho de peso e, ainda assim, ressalta-se que deve sempre ser acompanhado por um médico e associado a dietas e exercícios.
Estimulantes Corticais
Anfetamina e derivados
Este grupo de fármacos, na medicina humana, é utilizado no tratamento da obesidade, pois é inibidora do apetite.
Além de inibir o apetite, as anfetaminas também podem, em certa dosagem, provocar um estado de excitação e sensação de poder. Seu uso foi popularizado durante a Segunda Guerra Mundial, na década de 50, para combater a fadiga causada pelo combate.
Recomendação: O uso de medicamentos no tratamento da obesidade e sobrepeso está indicado quando: Houver falha do tratamento não farmacológico, em pacientes: • com IMC igual ou superior a 30 kg/m²; • com IMC igual ou superior a 25 kg/m² associado a outros fatores de risco, como a hipertensão arterial, DM tipo 2, hiperlipidemia, apneia do sono, osteoartrose, gota, entre outras; • ou com circunferência abdominal maior ou igual a 102cm (homens) e 88cm (mulheres)
Referências:
DA COSTA, Claudio Giulliano Alves. Médico – Pesquisador Associado no NIB/UNICAMP. MEDICAMENTOS PARA EMAGRECER: INDICAÇÕES, OPÇÕES E RISCOS. NutriWeb. Em: <http://www.nutriweb.org.br/n0202/medemagrecer.htm >. Acesso em 14 de junho 2012.
Ballone GJ – Tratamento Psiquiátrico da Obesidade, in. PsiqWeb, Internet, disponível em: http://www.psiqweb.med.br, revisto em 2005. Em: <http://virtualpsy.locaweb.com.br/index.php?art=215&sec=39  >. Acesso em 14 de junho 2012.