Buscar

ESPOROTRICOSE E CROMOMICOSE

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

*
ESPOROTRICOSE
Conceito – Micose gomosa ( produtora de gomas), pequenos “tumores” que tendem para a supuração e ulceração. A mais urbana das micoses.
Agente – Sporothrix schenckii – Fungo dimórfico
Histórico - O primeiro caso comprovado de esporotricose foi descrito por Schenck, em 1898, nos Estados Unidos. O fungo isolado deste caso foi classificado no genêro Sporotrichum. Em 1900, Hoktoen e Perkins relataram um caso com as mesmas características clínicas e foi isolado o fungo, denominado Sporothrix schenckii.  Em 1903, foi observado o primeiro caso na França por de Beurmann e Ramond e o fungo isolado foi denominado Sporotrichum beurmanni. 
*
ESPOROTRICOSE
	O fungo isolado do caso original de Schenck perdeu seu pigmento com o tempo e quando foi examinado pelos autores franceses foi considerado como espécie distinta do organismo isolado por de Beurmann e Matruchot . No entanto, em 1910, Matruchot redescreveu o organismo de Schenck como Sporotrichum schencki. Curiosamente ele retirou o “i” final do nome da espécie e até recentemente esta ortografia foi comumente usada
	Entre 1906 e 1912 de Beurmann e Gougerot reuniram cerca de 200 casos de esporotricose e realizaram uma excelente revisão da doença nos seus aspectos etiológicos, bacteriológicos, clínicos, patológicos, patogênicos e de tratamento, firmando definitivamente o uso dos iodetos.
	No Brasil, o primeiro caso foi observado por Terra e Rabelo em 1912. Neste mesmo ano, Mendes e Luz registraram a esporotricose na Bahia, Borges da Costa e Magalhães em Minas Gerais, Oliveira (1914) no Rio Grande do Sul, Cruz (em 1916) no Acre e Lobo em Pernambuco, descreveram os primeiros casos nesses estados.
*
ESPOROTRICOSE
Mecanismo de transmissão – Traumatismo ( espinhos, palhas, esporas de galináceo) , inalação e ingestão
		Direto de animais , cavalos, cães, gatos, coelhos e ratos
Outros Animais Envolvidos – jumento, mula, gato, camelo, rato, camundongo,coelho, cachorro, papagaio e reses.
		Picadas de insetos.
Habitat – grama, capim, palha, arbustos, roseiras e outras
Distribuição Geográfica – Universal, sendo mais comum nas Américas Central (México) e do Sul ( Colômbia e Venezuela) e No Brasil nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Pouco freqüente na Amazônia.
Profissões – Jardineiros, floristas, horticultores
*
ESPOROTRICOSE
Manifestações Clínicas – Almeida & Lacaz, (1943)
Esporotricose Localizada
Cancro Esporotricótico e Esporotricose Linfangítica. Adenite esporotricótica
2. Formas Extrategumentares ( Ossea, pulmonar)
3.Esporotricose Gomosa Disseminada
Forma gomosa, não ulcerada
Ulcerosas, tuberculóide, sifilóide, polimorfa, furunculosa
Formas mistas, gomas polimorfas, grandes abscessos etc.
Formas disseminadas
SINAIS Maior freqüência de processos cutâneos e a infecção pode se limitar ao ponto de inoculação do fungo ou então atingir o sistema linfático regional. O processo leva de 1 semana a dois meses para aparecer depois do traumatismo.
*
	ESPOROTRICOSE
	1. O acidente 1o. da Esporotricose – Cancro Esporotricótico ou Esporotricoma Inicial em locais ≠ do organismo simulando doenças venéreas ( pústulas, pápulo-pústulas)
	2. Linfangite ( Linfangite em Cordão ou Linfangite Nodular) quando a lesão está localizada nos membros (ascendente) pus à pressão da base – ulceração de fundo vermelho.
*
ESPOROTRICOSE
CLASSIFICAÇÃO DE SAMPAIO et al. ,1954
1.Forma cutâneo-linfática ou linfática
2.Forma cutâneo localizada (dermo-epidêrmica)
3.Forma cutâneo disseminada
4.Formas extracutâneas
*
Diagnóstico Laboratorial
EXAME – pus retirado das lesões – corpúsculos Gram +, baciliformes, fagocitados por células gigantes ou PMN – não é rotina.Diluição do pus de 10 a 15 vezes ( Solução Fisiológica). Esfregaço e coloração Giemsa 30 min.
MICROSCOPIA Y - Formas esféricas ou ovais (charutos) com halo claro e massa cromática corada de violeta, ao lado de navetas, ou corpúsculos radiados(estrela), escassa presença no processo inicial e formas cutâneo e localizadas
*
MICROSCOPIA FORMA M – hifas finas hialinas, septadas e ramificadas, com conidióforos delgados em cujo ápice são encontrados simpodulosporos hialinos unicelulares, de globosos a ovóides, que nascem em pequenos dentículos, ficando reunidos em disposição floral ( margaridas ou crisântemos).
Diagnóstico Laboratorial
*
MACROSCOPIA FORMA M – a Temperatura Ambiente - colônia branca a creme, coriácea, com superfície sulcada. Algumas tornam-se de castanho-escuras a negras.
MACROSCOPIA FORMA Y – Em Ágar Infusão de Cérebro e Coração (BHI), acrescida ou não de sangue. Colônia leveduriforme, de consistência mole, de branca a creme e com superfície irregular.Tiamina e Biotina - baixa concentração de CO2, facilita a conversão.
Provas Sorológicas – Reação de Aglutinação Widal&Abrami, RFC, Imunodifusão
Reações Intradérmicas – Esporotriquina , reforça o diagnostico clínico em 48h
Inoculações - em rato, peritonite e orquite especifica ( via peritoneal ou testicular)
Exame Hematológico – Eosinófilo moderada – também no pus das lesões.
*
CROMOMICOSE – CROMOBLASTOMICOSE
Conceito: Dermatomicose crônica, que atinge a pele e tecidos subcutâneos do Homem, causada por uma das várias espécies de fungos demáceos, sapróbios do solo e vegetal em decomposição, sendo caracterizada por processos verrucosos.
 Agentes: Fonsecaea pedrosoi, F. compacta, Phialophora verrucosa, Cladosporium carrionii e Rhinocladiella aquaspersa
Histórico : Pedroso, em 1911 fez a primeira observação clínica, só publicada em 1920. O primeiro caso no Brasil foi o de Rudolph, em l914, porém não havia descrição do agente etiológico
Habitat: solo ( geofílicos) e vegetal em decomposição 
*
CROMOMICOSE – CROMOBLASTOMICOSE
Distribuição Geográfica: Cosmopolita, entretanto a doença é mais comum em países de climas tropicais e subtropicais, sendo a maioria dos casos oriunda da América Tropical
Mecanismo de Transmissão: Traumatismo com inoculação do agente
Incidência: Acomete principalmente Homens dos 30 a 50 anos de idade. A doença não se transmite de homem para homem e, animais raramente são infectados.
Manifestações Clínicas – 
1.Lesões Nodulosas ou Verrucosas isoladas
2.Lesões Verrucosas Confluentes
3. Lesões Ulcero-verrucosas com aspecto de Couve-Flor
*
CROMOMICOSE – CROMOBLASTOMICOSE
Evolução Clínica
No ponto de inoculação, em geral os membros e, mais os inferiores, forma-se a pápula que cresce lentamente até formar lesões nódulo-verrucosas. Esta lesão aparece vários meses após a inoculação e pode ser pruriginosa. A pápula eritemato-escamosa evolui para extensas placas verrucosas ou vegetantes e escamosa, com ulcerações e crostas sanguinolenta. Linfadema e elefantíase do membro pode acompanhar os casos mais antigos. Hiperceratose e hiperacantose presentes.
*
Diagnostico Laboratorial
Exame Direto – raspagem dos pontos enegrecidos e clareadas com KOH 20%. Material de biópsia também pode ser utilizada.
Ao Exame observam-se células arredondadas, acastanhadas, com ou sem septações: são os corpúsculos escleróticos ou fumagóides, comuns a todos os agentes responsáveis pela doença.
Cultura – em Agar Sabouraud ou BDA o crescimento é lento (4 sem). Colônia escura, filamentosa e não permite o diagnóstico do gênero e espécie.
Os diferentes agentes da cromomicose podem apresentar os 3 tipos de esporulação, com predomínio de um deles para cada gênero e/ou espécie.
*
FRUTIFICAÇÃO TIPO CLADOSPORIUM
	As cadeias de esporos originam-se de uma célula do conidióforo que possui três disjuntores. É o tipo de frutificação predominante nos microcultivos de Fonsecaea pedrosoi, apesar de ser encontrado nos outros gêneros.
FRUTIFICAÇÃO TIPO FIALOFORA 
	O conidióforo tem a forma de vaso. Os esporos se dispõem ao redor do conidioforo, lembrando “vaso de flores” . Predomina nos microcultivos de Phialophora verrucosa, apesar de ser encontrada
nos outros gêneros.
FRUTIFICAÇÃO DO TIPO RINOCLADIELLA
	Esporos dispostos ao longo e na extremidade do conidióforo. Aparece esporadicamente em microcultivos de todos os gêneros responsáveis pela cromomicose
*
FEOHIFOMICOSE
Conceito: O termo feohifomicose abrange amplo espectro de infecções oportunistas causadas por fungos demáceos. Inclui,desde a colonização superficial, passando pela implantação traumática, até a infecção sistêmica. 
Histórico: Ajello e cols.,em1974 foram os primeiros a utilizar a denominação para separar as diversas infecções por fungos demáceos da cromomicose. Assim sendo, em todas as lesões onde aparecer nos tecidos células leveduriformes , pseudo-hifas hifas verdadeiros, ou qualquer combinação destas formas, estaremos diante de uma feohifomicose. Não se encontram corpúsculos escleróticas ou fumagóides em lesões de feohifomicose.
O mesmo fungo pode causar micetoma, cromomicose ou feohifomicose em diferentes pacientes. Nos eumicetomas causados por fungos demáceos encontram-se grãos nos tecidos. McGinnis, em 1983 enfatizam que micoses já consagradas não devem ter seu nome substituído.
Agentes: Exophiala jeanselmei, E. dermatitidis (Wangiella dermatitidis) 
	Xylohypha bantiana, Cladosporium bantianum
*
FEOHIFOMICOSE
Formas Clinicas
 Segundo Chandler et al. (1980) são basicamente de 2 tipos:. Subcutânea e Sistêmica ou Disseminada
Classificação
Feohifomicoses Superficiais
.Tinha Nigra e Piedra Preta
Feohifomicoses Cutâneas
. Onicomicose e Dermatomicose
Queratite Micótica
Feohifomicose Subcutânea
Feohifomicose Sistêmica
*
FEOHIFOMICOSE
FEOHIFOMICOSE SUBCUTÂNEA: Ocorre com: diabéticos, leucêmicos, transplantados ou com corticoterapia prolongada (imunodepressão iatrogênica). Em imunocompetente é rara.
 Abcessos com secreção serossanguinolenta ou lesões verrucosas em várias partes do corpo por implantação traumática. Evolução lenta e crônica. Lesão cística, única, assintomática, bem encapsulada e subcutânea. Pode aparecer como pápulas ou nódulos.
FEOHIFOMICOSE SISTÊMICA
Feohifomicose sistêmica ou cerebral, rara e grave. As vias de infecção: trato respiratório, contaminação cirúrgica, infusão venosa contaminada, infecção dos seios da face e infecções cutâneas e subcutâneas
Manifestações Clínicas: Sintomas neurológicos compatíveis com abscessos cerebrais bacterianos, mais indolentes. Dores de cabeça de longa duração, hemiparesias, convulsões, letargia e confusão, podendo evoluir pra coma. Sem febre
*
FEOHIFOMICOSE
Diagnóstico Laboratorial: 
 	O diagnostico pode ser efetuado com a demonstração de filamentos micelianos ocre ou marrom-claro (demáceos) nos exames diretos ou em cortes histológicos das biópsias ou ainda de material coletado por punção dos cistos.
Figura 1B. Feo-hifomicose subcutânea. Esfregaço corado de aspirado de cisto subcutianeo em paciente submetido a transplante renal e em uso de imunossupressores. Hifas catenulares de cor acastanhada em meio à secreção purulenta. Em cultivo isolou-se um fungo demácio identificado como Exophiala dermatítidis. 
*
EXAME DIRETO – Clarificação com KOH
ANATOMOPATOLÓGICO – Pelo encontro de células leveduriformes, pseudo-hífas ou hífas verdadeiras demáceas em lesões clinicamente suspeitas, com H.E.; não são indicadas colorações especiais por mascararem a tonalidade marrom, próprias das hifas. 
CULTIVO – Dados epidemiológicos. Em meio BDA, crescimento lento, colônias
FEOHIFOMICOSE

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais