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Impasses da Democracia no Brasil Resumo

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Nome: Thays Maria Cavalcante Silveira
Curso: Relações Internacionais Data: 29/06/2016 Disciplina: Ciência Política
RESENHA CRÍTICA
AVRITZER, Leonardo. Impasses da democracia no Brasil – 1º Edição – Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2016.
CREDENCIAIS DO AUTOR
	Leonardo Avritzer possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Minas Gerais (1983), mestrado em Ciência Política pela Universidade Federal de Minas Gerais (1987), doutorado em Sociologia Política - New School for Social Research (1993) e pós-doutorado pelo Massachusetts Institute of Technology (1998-1999) e (2003). Atualmente é professor titular da Universidade Federal de Minas Gerais. Foi representante de área da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (2005-2011), professor visitante da USP (2004), da Tulane University (2008) e da Universidade de Coimbra (2009). Foi diretor da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (1997-1998) e atual presidente da Associação Brasileira de Ciência Política (2012-2014). É membro do Conselho Consultivo da International Political Science Association (IPSA). É autor dos seguintes livros: Democracy and the public space in Latin America (2002) e A moralidade da democracia (1996) - prêmio melhor livro do ano (ANPOCS), Participatory Institutions in Democratic Brazil (2009), Los Desafios de la Participación en América Latina (2014).
RESUMO DA OBRA
	O livro é constituído de cinco capítulos e trata de questões que afetam os componentes da ordem democrática baseando-se na política de coalizão. “Este é um livro de oposição a um modo de fazer política, e está além das polêmicas entre esquerda ou direita”. O autor percorre toda a história da democracia brasileira, desde a abertura em 1986, até os últimos lances – o pedido de impeachment da presidenta Dilma e as denúncias de corrupção envolvendo o presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
	No primeiro capítulo, AVRITZER, explica o funcionamento do presidencialismo de coalizão e afirma que pode ser entendido de duas formas: a primeira seria como solução institucional para um problema político específico ou como maneira de realizar amplas coalizões que despolitizam uma agenda progressista da política no Brasil. No entanto, defende a importância desta forma de política embora saiba que, recentemente, tenha se tornado um problema. Os problemas clássicos do presidencialismo de coalisão estão ligados à incapacidade de o partido do presidente deter maioria no Congresso ou estar próximo dele.
	O custo do presidencialismo de coalizão não é só político, mas econômico e financeiro. O custo político se dá quando a população não vê, como legítima, a ligação entre partidos e processos decisórios. O custo econômico é a desorganização da agenda do governo, a atuação questionável de órgãos como Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), que são ineficientes e por vezes alvo de suspeitas de corrupção. 
	No segundo capítulo, o autor chama atenção para a participação social durante a democracia, desde a promulgação da Constituição Federal em 1988, onde a assistência social passa a ser direito reconhecido pelo estado e não apenas como auxílio pontual aos pobres.
	Avritzer se refere ao Partido dos Trabalhadores (PT) como sendo realizador ativo da participação social, expandindo conselhos e conferências nacionais, que já existiam antes de 2003, no entanto, eram restritas a algumas áreas de políticas participativas.
	No entanto, as políticas participativas para o meio ambiente geraram enfrentamentos entre a Eletronorte, IBAMA e os atores socioambientais, devido o conflito na construção da usina de Belo Monte. Outro enfrentamento importante foi a maneira de consultar os indígenas em relação aos impactos ambientais da usina sobre suas terras. Entre outros conflitos.
	Todos esses conflitos passaram a formar um novo campo de participação social, que acabou fragmentando e pluralizando, de um lado, reforçam-se os atores de esquerda, de outro, essa desinterdição leva às ruas atores conservadores, isso ocorre nas manifestações de 2013, que o terceiro capítulo vem trazendo.
	Segundo o autor, o ponto de partida das manifestações de junho de 2013 foi a ruptura do campo político da participação social no Brasil. Foi uma ruptura paulatina e se deu a medida que se acumularam conflitos de movimentos sociais. 
	O Movimento Passe Livre, surgido em 2005 por militantes de esquerda não petistas, começou a se organizar contra o aumento da tarifa do transporte público. A partir daí é desencadeada uma onda de manifestações que só tiveram precedente na campanha das Diretas Já e nos caras-pintadas pelo impeachment do ex-presidente Collor. O objetivo era democratizar o espaço público, simbolizada pelo desígnio de “ocupar as ruas”. No entanto, esse espaço passou a ser ocupado por movimentos conservadores.
	Avritzer enfatiza a ausência da grande mídia televisiva, a Rede Globo tentou esconder as manifestações até as últimas chamadas, e a participação da mídia alternativa, as páginas nas redes sociais que transmitiam a notícia estavam como as mais acessadas do mês. As manifestações de junho foram o primeiro evento público que questionou o controle do espaço midiático.
	O autor chegou à conclusão que a lição que fica das manifestações, tanto para o sistema político quanto para a opinião pública, pode, talvez ser resumida da seguinte forma: há uma enorme insatisfação no Brasil ligada a diversas agendas, algumas progressistas e outras conservadoras. Fazendo um diagnóstico das manifestações de março de 2015 observa-se a presença marcante da classe média e também a pauta conservadora. Em junho de 2013, houve agendas conservadoras, mas também progressistas. Em 2015 as agendas conservadoras se acentuaram, a questão da corrupção identificada fortemente com o governo apareceu como tema fundamental.
	No quarto capítulo, Avritzer, chama atenção da atual punição às práticas de corrupção e relembra em nos anos 60, era possível ganhar uma eleição com o slogan informal “rouba, mas faz”. A corrupção não é cultural, e envolve a capacidade das instituições de coibir e punir aqueles que insistem em praticá-lo. 
	Hoje conhecemos as práticas de corrupção pela mídia e através da criação da Controladoria Geral da União (CGU), inserida no interior do Poder executivo, a CGU passa a identificar omissões ou malfeitos em curso traz pra si o controle desses atos.
	 Enquanto isso, a grande mídia cumpre seu papel de ampliar os escândalos e relacioná-los ao PT, não é possível ver, nos principais jornais do país, uma manchete relacionando o PSDB à corrupção, embora tenha havido importantes denúncias contra o partido em 2014. Logo, o problema é o processamento seletivo de informação.
	No quinto capítulo, o autor analisa a classe média durante o período democrático. O conceito de classe média não é apenas econômico, mas também cultural. 
	Desde 2003 as mudanças foram profundas na estrutura social brasileira. A queda acentuada da pobreza, que tirou mais de vinte milhões de pessoas dessa condição, foi criado o sistema de proteção social; aumento do salário mínimo, entre outras. Essas transformações criaram uma nova classe média. Não se trata apenas de redução da desigualdade, mas de transformações num padrão secular de integração.
	No entanto, esse fenômeno gerou um forte impacto político. A classe média alta foi afetada pelas mudanças que reduziram a desigualdade e levaram a mobilidade no mercado de trabalho. Foi a classe média alta que esteve por trás da forte rejeição do PT e ao governo Dilma no estado de São Paulo e nas principais capitais do Sudeste e da região Sul, lugares onde essa classe predomina.
CONCLUSÃO DA RESENHISTA
		Avritzer faz uma análise contínua da situação que se encontra o presidencialismo de coalizão, afirmando haver uma crise de legitimidade nesse tipo de política. O atual momento é de incômodo com o sistema, e muito disso é efeito da dupla face do presidencialismode coalizão. A partir de 2013, fica visível uma crise de legitimidade da forma como se formam as coalizões, a partir do loteamento de ministérios e distribuição de cargos que deságuam em esquemas de corrupção para financiamento ilegal dos partidos e das campanhas. 
		Quando pontua exercícios democráticos de oposição para se sair do impasse da democracia, Avritzer comenta que houve uma mudança do modo de se fazer oposição, uma “americanização” nos moldes do que o Partido Republicano faz com a gestão Barack Obama, temos agora uma oposição permanente. E relembra que os vários avanços da democracia brasileira foram obtidos por acordos de lideranças no Congresso. Não é necessariamente negativo romper com esse padrão, mas a questão é o limite para isso.
CRÍTICA DA RESENHISTA
	 A obra é objetiva quanto à crise do presidencialismo de coalizão, fica claro que o que acontece é o tão famigerado peemedebismo, ou seja, uma aliança hegemônica para a defesa de interesses associada a um sistema seletivo de vetos. O que é caracterizado como impasse também é a perda de confiança no Poder Legislativo, já que vem se colocando em segundo plano em relação ao Poder Judiciário.
	Graças ao autor, é possível sustentar a importância da participação social no Brasil. Ela surge mais abrangente em 2003, com o primeiro mandato do ex-presidente Lula, que cria projetos de inclusão e retira o Brasil do mapa da fome da ONU e mais de vinte milhões de pessoas saem da condição de pobreza, implementa também programas sociais como o luz para todos, FIES e PROUNI.
	Com a eleição da então, presidenta afastada, Dilma Roussef, com a falta de maioria no Congresso, houve desgaste do governo o que causou impopularidade e generalizou ao partido no qual a presidenta faz parte. Não somente isso, como também a insatisfação da classe média “tradicional” ou classe média alta passou a ser o centro da crise política.
	Logo, Avritzer da a resposta para a saída para os impasses da democracia no Brasil, que seria punir os culpados pelos casos graves de corrupção sem partidarizar suas ações e cita que “caso o processo de impeachment não for conduzido de forma procedimentalmente adequada, poderá transformar esse impasse em uma crise da democracia”, o que foi observado nos últimos meses com os casos de imparcialidade jurídica e que o afastamento da presidenta eleita democraticamente foi um golpe de estado, já que foi provado que esta não cometeu o crime de responsabilidade fiscal do qual estava sendo acusada.

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