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Aula Arquitetura Egípcia

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Sociedade e Arquitetura Egípcias
Prof.ª Ludimila Stival Cardoso
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Aspectos Gerais
A formação da civilização egípcia relaciona-se com a busca por recursos hídricos. As condições climáticas eram desfavoráveis e os homens se deslocavam ao longo do Rio Nilo;
Todos esses pequenos agrupamentos apareceram durante os últimos séculos do período Neolítico, momento em que a estabilidade climática permitiu a instalação dos primeiros povoados.
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Nordeste da África: ocupação desde 6000 a.C.;
Unificação sob Menés(3.200 a.C.);
Estado despótico e teocrático;
Caráter divino do faraó;
Poder sustentado na posse das terras e na relação com os deuses da religião egípcia;
Sacerdotes: sustentavam a tese de divindade do faraó;
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Teocracia: Forma de governo onde ocorre a centralização do poder político monárquico, legitimado pela religião;
Civilizações hidráulicas: Sociedades que dependiam da prática da agricultura;
Elementos que reafirmaram o Império Egípcio: guerras por posse de terra (domínio) e a arquitetura;
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Antigo Império (3150 a 2400 a.C.): fusão dos reinos norte e sul, centro do poder em Mênfis (atual Cairo);
Médio Império (2040 a 1580 a.C.): deslocamento do poder para Tebas, expansão territorial;
Novo Império (1580 a 1085 a.C.): prosperidade, expulsão dos hicsos, reunificação pelo faraó de Tebas.
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Religião politeísta antropozoomórfica;
Deuses: Amon-Rá(supremo), Osíris, Ísis, Hórus, Thot, Anúbis e Set;
Adoração de animais (cão, gato, crocodilo) e forças da natureza;
Crença na vida após a morte(mumificação);
Pirâmides: tumbas dos faraó (Antigo Império);
Invasão assíria em 671 a.C. e persa em 525 a.C.
Século VII d.C.: domínio árabe;
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ARQUITETURA EGITO ANTIGO
3200-30 a.C.
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Aspectos Iniciais
Egito: laboratório da arquitetura;
“Lugar onde os problemas básicos podem ser reduzidos na sua complexidade” (como se faz em um laboratório);
Singularidade: estrutura simples e regular, facilita a abstração e o simbolismo, estabilidade atemporal;
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Características da região: cheias do Nilo (1 por ano), necessidade de desenvolver técnica de medição de terras (geometria), isolamento (deserto a leste e oeste, Mar Mediterrâneo a norte e catarata a sul);
Princípios arquitetônicos: linearidade como dimensão urbana e a superfície como dimensão arquitetônica;
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Egito: peculiaridade geográfica (Nilo)
Nilo: quase um eixo linear – um eixo longitudinal (Ciclo biológico do Nilo);
Eixo maior: eixo fluido unidirecional da sua foz (norte) até sua desembocadura (sul);
Eixo menor: curso diário do sol (eixo transversal – leste, onde o sol nasce – e oeste – onde o sol se põe;
Orientação: localização dos vivos e dos mortos (egípcios) e locais sagrados (Idade Média);
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Retícula: junção dos eixos vertical e horizontal e define o plano horizontal (quadrícula – união forma um eixo perpendicular);
Divisão dos cômodos: trama reticulada;
Diretriz vertical: relação cósmica do plano horizontal com o céu e o movimento do sol (realidade e plano infinito);
Formas absolutas (história egípcia): pura geometria para a arquitetura (relativas à horizontal e à vertical);
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Eixo horizontal – divisão cômoda do terreno e da moradia (racional, intelectual);
Eixo vertical – relação cósmica – homem/universo; realidade/infinito (sublime);
EIXO – linha imaginária com a qual todos os pontos de uma superfície, volume ou espaço mantêm uma determinada relação.
Simetria – axial ou bilateral – uso da vertical como princípio de organização;
Simetria translativa ou série – repetição rítmica de formas, horizontal como princípio ordenador (modelo mais antigo);
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Horizontal – repouso, racionalidade e intelecto;
Vertical – movimento, ligação com o celeste;
Ortogonalidade
Axialidade e simetria: novo princípio de ordenação da arquitetura;
Ciclo biológico do Nilo: Verde – cor da esperança e Vermelho – cor da vida;
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BARRAGENS
As barragens foram as primeiras grandes obras de arquitetura egípcia, foram criadas para proteger a cidade de Mênfis das inundações do Rio Nilo. 
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MASTABAS
Segundo a religião egípcia, a vida física era temporária, mas a espiritual era eterna – e assim os monumentos à eternidade deveriam ser duradouros.
Mastabas eram os túmulos dos faraós das duas primeiras dinastias. 
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A mastaba simulava uma casa egípcia. Com laterais inclinadas e teto plano, tinha vários quartos pequenos sobre um buraco amplo. A estrutura era formada por pilares de madeira ou adobe cobertos de cascalho e paredes de adobe.
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As tumbas mais sofisticadas tinham várias divisões. Constituindo uma casa completa para o morto, além de um portal para a eternidade. Os aposentos eram decorados com relevos.
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Uma porta falsa de adobe ou pedra na fachada, imitando madeira, permitia ao espírito do morto entrar e sair da tumba. A “porta”, em geral no lado oriental da mastaba, dava para o Nilo.
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PIRÂMIDES
As pirâmides são túmulos da realeza da 3ª Dinastia (2780-2680 a.C.) e foi aperfeiçoada na 4ª Dinastia (2134-1786 a.C.). O interior é decorado com escritos religiosos. Acreditava-se que essas estruturas deixavam o faraó mais próximo do Deus Rá. 
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M1 - Base retangular M2 - Primeira ampliação da base M3 - Segunda ampliação da base P1 - Pirâmide de 4 degraus P2 – Acréscimo de 2 degraus
Pirâmide de degraus de Saqqara (2778 a. C.) – Pirâmide do faraó Djoser da 3ª Dinastia. Arquiteto Imhotep.
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Pirâmide de Meidum, 3ª Dinastia.
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Pirâmide curvada de Dashur 2723 a.C.
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Pirâmide Vermelha, Mênfis, 3ª Dinastia. 
A Pirâmide Vermelha é a maior das três principais pirâmides localizadas na necrópole de Dashur, e é a terceira maior pirâmide egípcia. Quando foi terminada, era a maior estrutura criada pelo ser humano no mundo. Foi a primeira "verdadeira" pirâmide com lados lisos e simétricos. 
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 A entrada alta no lado norte permite o acesso a uma longa passagem de 62m que é inclinada para baixo em um ângulo de cerca de 27º.
Uma vez alcançado o fim da passagem, a pessoa entra, através de um corredor curto, na primeira câmara, que tem uma altura de 12.3m. É um bom exemplo de teto sustentado por mísulas, com onze camadas de blocos de pedra. 
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“As pirâmides de Gizé são as maiores e as mais bem construídas de todas as pirâmides. Foram utilizados enormes blocos de pedras em toda a parte. O revestimento exterior era feito de blocos do mais fino calcário branco. Posteriormente, as pirâmides tornaram-se mais pequenas e algumas delas tinham pequenos blocos de pedra e cascalho no interior, enquanto outras apenas tinham tijolos de barro[...]” 
Millard, Anne. The Egyptians (people of the past)
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O complexo de Gizé da 4ª Dinastia (Antigo Império), marca o auge das pirâmides egípcias. Foi erguido por 3 faraós: Quéops, seu filho Quéfren e seu neto Miquerinos. 
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As pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos estão alinhadas num eixo quase diagonal. Os templos mortuários e os caminhos se orientam em direção ao Nilo, e a oeste está o cemitério de mastabas construído para os altos oficiais.
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A Pirâmide de Quéops (2680-2565 a.C.) é a maior das 3 pirâmides, tem 146m de altura e 231m² de base. Na construção, usou-se rocha calcária importada. Em cada lado da pirâmide havia um pequeno lago.
Corredores de pedra de até 100m de extensão levavam, para cima e para baixo, às câmaras funerárias do rei e da rainha e a outra sala subterrânea, construída na superestrutura da pirâmide. 
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Possíveis sistemas de rampas para a construção das pirâmides
Sistema 1:
 rampa reta de um dos lados da pirâmide.
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Sistema 2:
 sistema de rampa em espiral ao redor da pirâmide.
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Sistema 3:
combinação das duas primeiras rampas. 
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TÚMULOS CAVADOS NA ROCHA
No Médio Império (2134-1786 a.C.) os túmulos particulares passaram de mastabas a câmaras cavadas em morros ao longo do rio Nilo. A decoração colorida representava temas da vida cotidiana, rituais
sagrados, mitos dos deuses e, em muitos casos, imagens do próprio funeral.
Sua forma arquitetônica se relaciona com um objeto presente nas câmaras funerárias (bandeja transformada em “casa da alma”)
Túmulo de Beni Hassan (2130-1785 a.C.)
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“Nos templos egípcios o que predomina é o equilíbrio de verticais e horizontais, de cheios e vazios. No templo egípcio, os suportes são altas e poderosas pilastras muito próximas entre si; deseja-se que a construção transmita uma imagem de força, que preencha com sua massa o ambiente. Os suportes são colunas cujo diâmetro é proporcional à altura e ao intervalo, manifestando assim, visivelmente, a lei de medida e equilíbrio que rege a natureza.” Argan, G.C.; Historia da Arte Italiana: da Antiguidade a Duccio –v.1, São Paulo, Cosac & Naify, 2003.
TEMPLOS
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Templos: imagem do cosmos e representação do Egito, eram considerados a morada dos deuses, explicitavam o poder do faraó e sua relação com os deuses, exibindo em seus espaços públicos imagens de vitórias do rei e de sua devoção.
Conserva a forma plástica, tem a coluna como primeiro plano, o pilono (pórtico monumental), o peristilo (pátio aberto com colunas), o salão hipostilo (sala coberta com colunas) e o santuário ( recinto mais fechado) 
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“Para construir um templo, os egípcios marcavam a planta no chão e depois colocavam as bases das colunas e a primeira camada de blocos para as paredes. Os espaços entre os blocos eram enchidos com areia, proporcionando uma superfície plana, sobre a qual se colocava a nova camada de pedras. Utilizavam uma rampa sempre crescente, ao longo da qual as pedras eram arrastadas. Depois de aplicada cada camada, acrescentavam mais areia para alisar de novo a superfície. A areia era então retirada e ao mesmo tempo, faziam-se as decorações.” Millard, Anne. The Egyptians (people of the past)
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Templo de Karnak, Tebas
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Templo de Karnak, Tebas
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Templo de Karnak, Tebas
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Templo de Abu Simbel, Baixa Núbia, 1260 a.C.
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Templo de Luxor
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Construída junto à pirâmide de Quéfren, a esfinge foi esculpida em pedra maciça. Exemplo mais antigo do gênero – um leão com cabeça de faraó, adereço na cabeça e barba falsa -, figurava como guardiã dos túmulo reais.
ESFINGE
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COLUNAS
Divididas conforme seu capitel (extremidade superior de uma coluna);
Partes da coluna: Capitel, Fuste e Base;
Tipos de Capitel: palmiforme (palmeiras), papiriforme (papirus), lotiforme (lótus);
Fuste: estriado, fasciculado, liso ou decorado;
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Capitel Lotiforme
Capitel Palmiforme
Capitel Papiriforme
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Flor de Lótus.
Flor de Papiro.
Flor de Palmeira.
Formas de Capitel
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Fuste Liso
Fuste Fasciculado
Fuste Estriado
Fuste Decorado
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CORNIJAS
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OBELISCO: pura verticalidade, coroado com uma estrutura em forma piramidal (sol), tem quatro lados e representa a vontade de se chegar ao céu, reduz a materialidade
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O obelisco era esculpido em pedra, transportado em navios pelo Nilo e erguido da seguinte forma:
1) Primeiro coloca-se uma base de granito
2) Depois rodeavam essa base com uma muralha de tijolos
3) Essa estrutura de tijolos era preenchida com areia.
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4) Nos dois lados da muralha erguiam-se rampas. Usando cordas e trenós, o obelisco era puxado pela rampa por operários até que ele se aprumasse na areia.
5) A areia era removida gradualmente com o obelisco mantido na vertical até assentar-se sobre sua base. 
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6) Por fim as estruturas em volta do obelisco eram removidas
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BIBLIOGRAFIA: 
História Ilustrada da Arquitetura; Emily Cole
Arquitetura Egípcia; Manual de Arte Parramón
Argan, G.C.; Historia da Arte Italiana: da Antiguidade a Duccio –v.1, São Paulo, Cosac & Naify, 2003.
Millard, Anne; The Egyptians - People of the Past
Documentário History Channel “Construindo um Império: Egito”
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