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Antropologia Juridica

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DOUTOR LEÃO SAMPAIO – UNILEÃO 
CURSO DE DIREITO 
312.3
BEATRIZ DE OLIVEIRA SILVA
Trabalho solicitado pelo professor
 Ercílio para atribuição de pontuação
Referente a avaliação parcial da 
Disciplina de Antropologia Jurídica.
31 DE MARÇO 2016, JUAZEIRO DO NORTE
O livro “O que faz o brasil, Brasil?” do antropólogo Roberto da Matta, traz nos capítulos inicias a construção permeada de uma identidade desde o descobrimento do Brasil até a atualidade, das suas características mais peculiares.
“Nossa brasilidade é um estilo, uma maneira particular de construir e perceber a realidade.”
 O capitulo I aborda uma visão de um Brasil com inicial maiúscula como aquele que representa diversidade e complexidade, com fronteiras e territórios reconhecidos internacionalmente, que tem memória, simbolismo e significância. Já o brasil de inicial minúscula é definido apenas como um objeto sem vida, um pedaço de madeira que apodrece.
Da Matta proporciona ao leitor brasileiro a sensação de se ver retratado na vivência do livro. De maneira sucinta o autor expõe a formação étnico-social brasileira, desenvolvimento cultural e como se apresentam essas características sociais. Ao longo de todo o capitulo I ele traz indagamentos que ajudam a esclarecer a identidade brasileira, o comportamento, o nosso tão famoso “jeitinho brasileiro”.
O que temos de mais rico e belo aos olhos do mundo a nossa cultura e o processo de formação da mesma.  Busquemos um Brasil além do que transparece na cara de cada brasileiro.
“Porque aqui, como lá,o Brasil está em toda parte. Nas leis e nas nobres artes da política e da economia, das quais temos que falar sempre num idioma oficial e dobrando a língua; mas também na comida que comemos, na roupa que vestimos, na casa onde moramos e na mulher que amamos e adoramos.” (p.9)
O autor apresenta uma identidade que se forma das coisas corriqueiras, mas que consideramos importantes, a família, casamento e sexualidade, religião e moralidade, as leis e obrigações, as artes e prazeres em geral, ou seja, a ideologia de cada um. O mesmo ainda trás uma visão dualista da construção de identidade do povo brasileiro na qual de um lado ela é moderna e eletrônica e de outro lado é uma chave antiga trabalhada pelos anos.
“[...]afinal de contas, o que faz o brasil, BRASIL?”
Pode se entender como tese principal da discussão do autor a impossibilidade de compreender o Brasil a partir de uma única causa ou princípio social. 
A correlação “Brasil-brasil” compondo uma única realidade.
“Como um povo se transforma em Brasil?” 
Um país de miscigenação, de uma diversidade de classes que não encontram o perfeito equilíbrio, mas que se fundem e fazem a sociedade brasileira trata pelo o autor como aquela que se faz presente em todas as partes.
“Tome uma lista de tudo o que você considera importante – leis, idéias relativas a família, casamento e sexualidade; dinheiro; poder político; religião e moralidade; artes; comida e prazer em geral – e com ela você poderá saber quem é quem. Não é de outro modo que se realizam as pesquisas antropológicas e sociológicas. Descobrindo como as pessoas se posicionam e atualizam as “coisas” desta lista, você fará um “inventário” de identidades sociais e de sociedades.”
O nosso posicionamento diante de determinadas situações é o que caracteriza nossa cultura, ao mesmo tempo em que a sociedade guia nossas escolhas.
Podemos notar ainda como forma de analise utilizada por da Matta nesse primeiro capitulo o estudo de quem somo por meio do coletivo e do individual, da quantidade para qualidade. A nação onde várias culturas se misturaram sem perderem as suas particularidade e formar uma homogeneidade.
“Tudo isso nos leva a descobrir que existem dois modos básicos de construir a identidade brasileira...” 
Para compreendermos a complexidade do Brasil que estamos inseridos o autor nos apresenta um norte a se seguir tomando como analise as duas verseis por ele apontadas, uma vez que temos a incrível capacidade de agregar e misturar aquilo que é oposto, criando algo único, singular, sem haver a discussão das implicações sociológicas destas miscelâneas.
O autor ainda faz uma critica apresentando uma idéia de identidade nacional que a meu ver não é compartilhada por todos os brasileiros, e sim somente por parte da classe que detém o poder político e econômico, a de um Brasil onde se valoriza a religião, o carnaval, a boa comida e mulheres, e não a educação, o conhecimento ou qualquer outro valor que agregue um caráter mais intelectualizado à sociedade brasileira.
No segundo capitulo “A casa, a rua e o trabalho” do seu livro da Matta faz uma comparação da conduta em casa, na rua e no trabalho, onde, em casa há proteção, exclusividade no espaço de residência não apenas físico, mas moral (o eixo das relações mais intima). Na rua, expostos ao perigo, há um grupo de indivíduos que separadamente lutam por seus objetivos sem se importar um com o outro.
“Na rua não há, teoricamente, nem amor, nem consideração, nem respeito, nem amizade.”
Por fim, no trabalho há concorrência, ou seja, uma forma de lidar com o estranho
que foi identificado na rua como povo, e agora será rotulado como colega; isso não quer dizer uma mediação, pois tanto em casa como na rua, os padrões morais e de classificação são difundidos de uma forma que no trabalho é impossível devido à diferença de cargos. 
No entanto, essas três idéias se correlacionam, e fazem parte da vida do individuo. Na rua se ver povo, na casa o amigo e no trabalho o colega.
O que se evidencia na leitura deste capítulo é a divisão entre espaços sociais fundamentais, que rompem a vida social.
“[...] temos um lugar singular numa teia de relações marcadas por muitas dimensões sociais importantes”
De maneira sucinta a abordagem desse capitulo de dá em relação as idéias de espaço e o tempo vivenciados na sociedade brasileira.
A casa e rua são vistos como mais do que meros espaços geográficos, são modos de ler, explicar e falar do mundo, porque ali encontra historia e construção de vida.
“[...] A rua recompensa a casa e casa equilibra a rua. No Brasil, casa e rua são como dois lados de uma mesma moeda. O que se perde de um lado, ganha-se do outro. O que é negado em casa-como o sexo e o trabalho, tem-se na rua...”
Neste capitulo o autor traz a tona mais uma vez o olhar critico da sua obra ao salientar por meio de comparação e alusões históricas o trabalho no Brasil como forma de castigo. Expõem ainda os valores discriminatórios impostos desde a colonização do país que se fazem cada vez mais presentes.
“[...]E o nome diz tudo, pois a palavra deriva do latim tripaliare, que significa castigar com o tripaliu, instrumento que, na Roma Antiga, era um objeto de tortura, consistindo numa espécie de canga usada para supliciar escravos. Entre a casa (onde não deve haver trabalho e, curiosa eerroneamente, não tomamos o trabalho doméstico como tal, mas como —serviço” ou até mesmo prazer ou favor...) e a rua, o trabalho duro é visto no Brasil como algo bíblico...”
Trazendo para o contexto atual no qual recentemente se assinou uma emenda de terceirização da mão de obra trabalhista no nosso país extinguindo os direitos trabalhista que passaram anos para que se fossem conquistados as relações entre empregado e empregador estão imbuídas de conexões morais, de intimidade e simpatia, com uma relação puramente econômica, como muito bem foram disposta por Matta no seu capitulo dois.

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