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LP. Enfermagem - UFRJ. 2017.1 Nutrição e crescimento bacteriano Metabolismo: Anabolismo - fase do metabolismo concernente às reações de biossíntese e dependente de energia dos componentes celulares a partir de moléculas precursoras menores e mais simples. E Catabolismo - fase do metabolismo em que ocorre a degradação pelo organismo das macromoléculas nutritivas, com liberação de energia. As bactérias são extremamente diversificados quanto as exigências nutricionais: -Alguns podem viver com poucas substância inorgânicas (vêm de minerais e não de coisas vivas ou orgânicas. Compostos que contém carbono quase sempre são compostos orgânicos, mas exceções como o dióxido de carbono são inorgânicos.). -Outros são tão exigentes quanto o homem. Classificação dos nutrientes: Macronutrientes - Grande quantidade, metabolismo e estrutura. Ex: Carbono - corresponde a base de todas as moléculas orgânicas. Nitrogênio - corresponde ao segundo elemento mais abundante nas células. Hidrogênio - elemento presente em proteínas, açucares e demais moléculas. Fósforo - encontrado em composto orgânicos (ác. nucléicos) ou inorgânicos (fosfatos). Enxofre - composto de cisteína e metionina, estando presente também em várias vitaminas (biotina). Potássio - necessário para todo micro-organismo, devido ao seu papel de várias enzimas, tais como aquelas envolvidas na tradução. Classificação dos microrganismos em relação a fonte de carbono: Autotróficos - Organismos capazes de produzir seu próprio alimento por meio da fotossíntese ou quimiossíntese. Heterotrófico - Organismos que se alimentam de outros seres vivos. Micronutrientes - Pouca quantidade, mas essenciais, para função enzimática e formação das biomoléculas. Ex.: Cobalto - necessário apenas para formação de vitamina b12. Zinco - tem papel estrutural em várias enzimas (DNA e RNA polimesares) e outras proteínas de ligação ao DNA. Molibdênio - presente em certas enzimas. Cobre - importante para enzimas respiratórias. Manganês - Ativador de muitas enzimas. Níquel - presente em hidrogenases. Importância nutricional das bactérias: Para cultivo em laboratório cultivo in vitro: quando se conhece exigências nutricionais. Cultivo in vivo: quando não se conhece as exigências nutricionais.). Ex.: Micro-organismo que precisa de hospedeiro para ser cultivado, Mycobacterium leprae (causador da hanseníase). Meio de cultura: Mistura de nutrientes para promover o crescimento de micro-organismos. Não existe um meio de cultura universal, mas existem vários tipos de finalidade diversas. Sucesso do cultivo de micro-organismos é necessário o conhecimento de suas exigências nutricionais, para que os nutrientes sejam fornecidos de forma e em proporções adequadas. Estado físico - Líquidos (crescimento de bactérias). Sólidos (ágar 1 a 2%). Semi- sólidos (ágar < 0,5%). Tipos de isolamento: Simples (caldo nutriente). Enriquecido. Seletivo. Diferenciais. Alguns são meios gerais: permitem o crescimento de muitas espécies. Caldo ou Ágar nutriente, Ágar sangue. Outros são meios específicos: servem para identificação de espécies. Meio de Loeffler (como soro bovino), Ágar chocolate (sangue e aquecido a 80 graus - fatores V e X). Meios para anaeróbicos: adição de agentes redutores (tioglicolato de sódio). Microplacas para crescimento de diferentes meios de cultura para identificação de enterobactérias. Crescimento microbiano - em microbiologia, crescimento geralmente é o aumento do número de células. Na maioria dos procariotos ocorre a fissão binária: crescimento e divisão. O tempo de geração varia de minutos até dias, depende da condição ambiental. O ciclo de crescimento ocorre em 4 etapas: 1) Fase lag - período de adaptação da cultura, mudança de meio, preparação do complexo enzimático, reparação das células com danos. 2) Fase exponencial ou log - fase com aumento de número de células onde todas estão se dividindo, fase preferida das indústrias, onde procarióticos crescem rapidamente que os eucariotos, e, eucarióticos, onde eucariotos menores crescem mais rapidamente que os maiores. 3) Fase estacionária - ocorre a limitação por depleção de nutrientes e o acúmulo de metabólitos. Divisão = morte -- crescimento de líquido nulo. Ainda pode ocorrer catabolismo e produção de metabólitos secundários. 4) Fase de morte (declínio) - A manutenção de uma cultura no estado estacionário por longo tempo conduz as células ao processo de morte. A morte celular é acompanhada da lise celular. Condições ambientais (fatores abióticos) - Temperatura, O2, PH, pressão osmótica, atmosférica e hidroestática. Temperatura: Psicrófilos - temperatura ótima, 15°C, mas pode crescer a 0°C. Ex.: oceanos gelados. Mesófilo - Temperatura ótima 25°C - 40°C. Ex.: patógenos humanos (E.coli). Termófilos - temperatura ótima 50°C - 60°C. PH: A maioria das bactérias é entre 6,5 e 7,5. Acidófilos: pH < 4,5 (Fungos). Neutralófilos: pH > 4,5 (Patógenos humanos). Efeito do O2 no crescimento microbiano: Pressão osmótica: não deve existir grandes diferenças na concentração de solutos dentro e fora da célula, pois podem desidratar-se ou romper-se. Mecanismo de obtenção de energia Os seres vivos utilizam a molécula de adenosina trifosfato (ATP) como fonte de energia para diferentes ações, o ATP é utilizado e gerado durante os processos de respiração celular, tanto na presença de oxigênio (respiração aeróbia) quanto na ausência de oxigênio (respiração anaeróbia e fermentação). Respiração - A respiração divide-se em duas fases: a anaeróbia, que compreende a etapa da glicólise, que ocorre na ausência do oxigênio no citoplasma das células eucariótica e procariótica, e aeróbia que ocorre na presença do oxigênio. A fase aeróbia divide-se em duas etapas: o ciclo de Krebs que ocorre na matriz mitocondrial das células eucarióticas e no citoplasma das células procarióticas, e a cadeia respiratória que ocorre nas cristas mitocondriais e próximas à face interna da membrana plasmática, em eucariotos e procariotos, respectivamente. Glicólise: nessa etapa, a glicose (C_6_6H_{12}_{12}O_6_6) é oxidada, em um processo denominado glicólise, usando dois ATPs por moléculas de glicose para fornecer a energia inicial. Ao final da glicólise, produzem duas moléculas de piruvato, 4 ATPs, sendo que 2 ATPs irão repor os utilizados inicialmente, havendo, portanto um saldo final de 2 ATPs e a liberação de elétrons energizados e íons H^+^+, são capturados por aceptores de elétrons denominados NAD^+^+ (do inglês Nicotinamide Adenine Dinucleotide), formando, no final da glicólise, dois equivalentes reduzidos em NADH^+^+. Ciclo de Krebs: o piruvato, com três carbonos, produzido na glicólise, passa para o interior das mitocôndrias, onde é oxidado até o grupo acetil, com dois carbonos, pela ação da piruvato desidrogenase, liberando uma molécula de gás carbônico (CO_2_2) e energia, sendo parte dela captada quando NADH^+^+ é reduzido, formando NADH_2_2 e, a outra parte da energia é captada quando o grupo acetil é combinado com a coenzima A, formando a acetilcoenzima A (Acetil CoA). O Acetil CoA combina-se com um composto de quatro carbonos, o ácido oxalacético, e libera a coenzima A, formando o ácido cítrico. Ao longo do ciclo, o ácido cítrico perde dois carbonos na forma de CO_2_2 e oito hidrogênios que são captados por NAD e por um outro aceptor de elétrons chamado FAD (do inglês, Flavin Adenine Dinucleotide). Ao final, forma-se o ácido oxalacético, que novamente se unirá ao acetil CoA, reiniciando o ciclo. Durante esse processo, formam-se também duas moléculas de GTP (do inglês Guanosine Triphosphate), muito semelhante ao ATP. Cadeia respiratória ou fosforilação oxidativa: nessas regiões há enzimas oxidativas organizadas em sequência,denominadas citocromos, que atuam como transportadores de elétrons. A essa série de enzimas dá-se o nome de cadeia respiratória. As moléculas de NADH e FADH formadas na glicólise e no ciclo de Krebs são oxidadas na cadeia respiratória, transferindo os elétrons para os citocromos. À medida que os elétrons de hidrogênio provenientes dessas moléculas passam pelos transportadores, esses são oxidados e perdem energia que é armazenada em moléculas de ATP, através da fosforilação do ADP. Por esse fato, a cadeia respiratória também é conhecida como fosforilação oxidativa. O receptor final do hidrogênio é o oxigênio, formando a água. É de extrema importância o fornecimento constante de oxigênio, caso contrário os transportadores ficariam sempre com seus hidrogênios reduzidos, sem condições de receber novos hidrogênios, interrompendo a respiração. A cadeia respiratória é responsável pela maior parte de ATP produzido pela célula. Ao final, produz-se 8 NADH_2_2, 2 FADH_2_2 e 34 ATP. Alguns bactérias fazendo só respiração celular ou fermentação, outras podem selecionar o que fazer. O ambiente é que vai selecionar qual tipo de respiração será viável fazer. A fermentação ocorre na ausência do oxigênio no citosol da célula eucariótica e procariótica. A glicose é degradada em substâncias mais simples, como o ácido lático (fermentação lática) e o álcool etílico (fermentação alcoólica). Tanto na fermentação lática como alcoólica há um saldo de apenas 2 moléculas de ATP e, em ambos os processos, iniciam com o ácido pirúvico obtido da glicólise, como descrito na respiração aeróbia. FERMENTAÇÃO LÁTICA FERMENTAÇÃO ALCOÓLICA Realizada por certas bactérias, protozoários, fungos e células do tecido muscular (durante intensa atividade física, há ausência de oxigênio, com isso as células realizam fermentação, e a liberação do ácido lático ocasiona a fadiga muscular) e hemácias. Realizada por certas bactérias e leveduras. Processo utilizado para produção de iogurte, conservas, entre outros. Processo utilizado para produção de vinho, cerveja, pão (o fermento biológico contendo o fungo, acrescentado na massa, reage com o açúcar, produzindo CO2 que fica armazenado em cavidades dentro da massa), obtenção de álcool pela cana-de-açúcar, entre outros. Piruvato é reduzido a lactato pela ação da enzima lactato-desidrogenase, utilizando íons de hidrogênio provenientes da reoxidação do NADH2 formados na glicólise. Piruvato é convertido a acetaldeído através da ação piruvato descarboxilase, gerando CO2 e NADH e reoxidando o NADH, através da álcool desidrogenase, o acetaldeído é convertido em álcool etílico Como não há oxigênio, o aceptor final de hidrogênio é o próprio piruvato. Como não há oxigênio, o aceptor final de hidrogênio é o acetaldeído.
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