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RELAÇÃO TRANSFERENCIAL PROFESSOR ALUNO

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CEPROME 
 
PEDAGOGIA VI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A RELAÇÃO TRANSFERENCIAL PROFESSOR-ALUNO: 
O OUTRO COMO LUGAR DE INVESTIMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EMILIO VARELA DE ARAUJO 
METRÓPOLE 
2016 
 
4 
 
EMILIO VARELA DE ARAUJO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A RELAÇÃO TRANSFERENCIAL PROFESSOR-ALUNO: 
O OUTRO COMO LUGAR DE INVESTIMENTO 
 
Trabalho apresentado ao Curso de 
Pedagogia do Instituto de Educação 
Teológica Metropolitano de Caucaia (Ceará) 
 
Orientador: Prof. Hilbert Vasconcelos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caucaia 
2016 
 
 
 
 
 
4 
 
1. TEMA: 
 
A relação transferencial professor-aluno. 
 
 
2. PROBLEMA: 
 
Um dos grandes problemas do ensino-aprendizagem não está nas palavras 
que o professor diz, mas na forma como ele se relaciona com o aluno. Como fazer 
com que o estudante tenha uma relação saudável com o educador? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
3. OBJETIVOS: 
 
3.1 OBJETIVO GERAL: 
 
Descrever a relação transferencial professor-aluno a luz da teoria 
psicanalítica. 
 
 
3.1 OBJETIVO ESPECÍFICO: 
 
Conhecer as características transferenciais e psicodinâmicas na sala de aula, 
identificando suas qualidades centrais que interferem na aprendizagem do aluno e 
na sua formação social. Descrever os bloqueios inconscientes e suas relações com 
os processos psicopatológicos. 
Analisar a figura do professor e dos pais e sua intervenção no mundo psíquico 
da criança, avaliando a relação objetal e seu poder na construção de 
comportamentos. Investigar também não apenas essas estruturas, mas a sua forma 
de adaptar o sujeito a frustrações e liderança dos impulsos. 
Comunicar a importância do manejo da transferência e seu poder terapêutico 
sobre os processos mentais, indicando dinâmicas e outros jogos infantis. Abordar os 
procedimentos psicodinâmicos e suas interferências tanto no ensino como no 
desenvolvimento afetivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
4. JUSTIFICATIVA 
 
 
Pretende-se com essa pesquisa ressaltar o conceito geral da transferência e 
seu poder nas relações humanas, aprofundando-se no vínculo entre professor e 
aluno. As abordagens sobre esse fenômeno estão baseadas na teoria psicodinâmica 
cujo concentra-se na crença de que a personalidade é motivada por forças e 
conflitos intrapsíquicos. Toda problematização está centrada nos conceitos 
psicanalíticos como proposta para uma intervenção pedagógica, auxiliando o 
profissional a estabelecer uma boa relação emocional com crianças e construindo 
um ambiente tanto apropriado como satisfatório. 
Investiga-se a relação saudável (ou patológica) do aluno com o pedagogo 
como o aspecto mais, extraindo não só as características inconscientes, mas 
também a contribuição disso para a formação do saber e do aluno como ser social. 
Pretende-se enxergar o educador não como um adulto simples, mas como um lugar 
de investimento psíquico, movimentado pelo desejo da criança. O garoto(a) projetará 
seus sonhos, traumas e transtornos nesse lugar e se reinventará como sujeito, tendo 
no decorrer do caminho a sua constituição e visão simbólica do mundo. 
Envolve-se o papel do professor, seus conhecimentos e a forma como 
proceder em sala de aula. Assim, ele poderá ajudar o aluno a resolver seus conflitos 
inconscientes referente a autoestima, as resistências, as psicopatologias e outros 
obstáculos do ensino-aprendizagem. A interpretação adequada da transferência é 
algo importante e decisivo para que o profissional de educação se torne um local de 
experiências afetivas ou de representação de fantasias inconscientes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
5. REVISÃO DE LITERATURA 
 
5.1. O CONCEITO DE TRANSFERÊNCIA E SEU MANEJO NA EDUCAÇÃO: 
 
 
A transferência é um processo psicológico universal descoberto por Sigmund 
Freud em 1985, sua natureza, segundo ele, é inconsciente. Ela tem essa essência 
pelo fato de estar fora da percepção humana e ter poder sobre determinados 
comportamentos. Entende-se que isso já acontece enquanto a criança está em sua 
fase de crescimento. Ao mesmo tempo em que a personalidade está sendo formada, 
está se construindo fantasias inconscientes no qual são projetados em outra pessoa 
que se mantem um vínculo emocional. 
Percebe-se que a própria pessoa em si não sabe que está projetando seus 
conflitos e qualidades no outro, ou seja, esse outro começa a existir não como 
pessoa, mas como um lugar de investimento psíquico. Assim, estará sendo 
transferido, inconscientemente, a própria subjetividade. 
 
Transferências são reedições, reduções das reações e fantasias que, 
durante o avanço da análise, costumam despertar-se e tornar-se 
conscientes, mas com a característica de substituir uma pessoa anterior 
pela pessoa do médico. Dito de outra maneira: toda uma série de 
experiências psíquicas prévias é revivida, não como algo do passado, mas 
como um vínculo atual com a pessoa do médico. Algumas são simples 
reimpressões, reedições inalteradas. Outras se fazem com mais arte: 
passam por uma moderação do seu conteúdo, uma sublimação. São, por 
tanto, edições revistas, e não mais reimpressões (Psicologado, 2011) 
 
Ou seja, transferir é então atribuir um sentido especial àquela figura 
determinada pelo desejo e se reflete como experiência atual, levando a perceber 
que o indivíduo não sabe que está deslocando suas reações ou traços sociais no 
outro. Revela-se que é através dessas expressões que a própria pessoa acaba 
projetando gestos e palavras já internalizadas. 
A transferência é ambivalente, ela tem duas faces (amor ou ódio) e logo no 
início de sua descoberta, é tratada como uma relação erótica1, exatamente por 
atribuir ou um determinado significado. Assim, ela se torna um jogo que envolve o 
outro em seu mundo. 
 
1 Erótica também pode ser traduzida por enamoramento. 
4 
 
O outro será em si uma construção mental, algo que se captura, e não a 
pessoa real. Numa clínica ou dentro de uma sala de aula isso sempre será 
despertado, porque onde há pessoas, existe vínculo. 
Permite-se afirmar que, se o paciente transfere seus impulsos inconscientes 
para o analista, ocorre a mesma coisa na relação professor-aluno. O próprio Freud 
chega a supor que a expressão transferencial é universal, ou seja, acontece também 
dentro da sala de aula. 
Logo, é correto também afirmar que o professor, transfere seus processos 
subjetivos para o aluno. O fato de o professor ser infantil e discutir, de forma 
irracional e resistente2, com a criança, já é em si uma transferência 
predominantemente de experiências passadas e revividas, chamada de 
“contratransferência3” (ZIMERMAN D. E., 1999, p. 347). 
Entende-se que a contratransferência deve ser usada como método para 
manejar o desejo da criança e não ser colocado como algo pessoal. Seria então 
necessário conhecer esse mecanismo inconsciente e usá-lo com impessoalidade. 
Seria correto supor que cada indivíduo é um lugar e, que esses lugares 
podem ser preenchidos de fantasias, crenças, sonhos e outros. Supõe que, cada 
mente humana, seria um local em que se investe, e ao mesmo tempo, como um 
espelho, reflete. Um sujeito, por assim dizer, transferiria ou refletiria seus objetos 
narcísicos. 
Quando já existe uma relação íntima entre duas pessoas, cada um se torna o 
eco do outro, ocorrendo fenômenos transferenciais. Assim, a transferência não 
chega a ser uma técnica ouum procedimento de outras áreas da psicoterapia, ela é 
um conceito sobre determinado fenômeno inconsciente. A técnica em si é o seu 
manejo. 
 
Todavia, o instrumento principal para reprimir a compulsão do paciente à 
repetição e transformá-la num motivo para recordar reside no manejo da 
transferência. Tornamos a compulsão inócua, e na verdade útil, 
concedendo-lhe o direito de afirmar-se num campo definido. Admitimo-la à 
transferência como a um playground no qual se espera que nos apresente 
tudo no tocante a impulsos patogênicos, que se acha oculto na mente do 
paciente (PePSIC, 2012) 
 
 
2 Resistente está relacionado a um sintoma ou defesa inconsciente. 
3 Contratransferência é a transferência subjetiva do profissional. 
4 
 
Na verdade, o aluno repete um conflito no passar do tempo cujo não se 
lembra, foram recalcados e precisam ser expressados para que nada dificulte a sua 
aprendizagem. Conflitos inconsciente podem ter raízes familiares, religiosas e até 
escolares. As frustrações que se originam nas relações sociais têm o poder decisivo 
de construir a realidade psíquica do indivíduo. 
Portanto, a educação servirá não apenas como um instrumento de repressão 
ou de dizer “não” a um desejo que não foi aceito, mas de criação e expressão 
artística do saber. 
Revela-se que é através do manejo da transferência que tanto o analista 
como o educador poderão fazer surgir os impulsos até as psicopatologias infantis. 
Ou seja, tudo que é ocultado psicologicamente, através de meios educacionais é 
possível fazer transparecer o bloqueio inconsciente que uma criança constrói. 
 
 
5.3. O PROFESSOR COMO FIGURA DO DESEJO: 
 
O desejo é um fenômeno psicológico transferido a uma pessoa, lugar ou 
coisa. O desejo sempre tem um alvo e pode-se supor que se divide em “objeto do 
desejo” e “causa do desejo”. 
 
Numa série de casos o enamoramento não é uma outra coisa que 
investimento de objeto por parte dos instintos sexuais para a satisfação 
sexual direta, o qual se extingue quando esta é alcançada; isto é o que 
chamam de amor comum, sensual. (SOUZA, Sigmund Freud. Psicologia 
das Massas e Análise do Eu. Vol. 15, 2011, p. 69) 
 
O desejo tem seu objeto e acaba desaparecendo conforme vai se realizando, 
conforme o autor, conclui-se percebendo esse mesmo processo. No enamoramento4 
existirá o objeto (mental) que o desejo quer alcançar, as satisfações sexuais não é o 
sexo em si, mas uma erotização5 que tem determinada finalidade. 
Logo, não se pode esquecer que algo impulsionou o desejo, ou seja, ouve 
uma causa. Desejar uma pizza não é por acaso, alguma coisa estimulou o sujeito a 
querer esse tipo de alimento que, no final, acaba sendo objeto de satisfação. O que 
o indivíduo quer satisfazer não é a fome, mas a sua fantasia. 
 
4 Aqui, entende-se por enamoramento o mesmo que relação transferencial, ou objetal; 
5 Origina-se em Éros, deus grego do Olimpo, filho de Afrodite com Ares. 
4 
 
Na sala de aula existe o educador que administra todos os seus alunos e 
tenta conhecer um por um. Assim, o professor se apresenta como uma figura em 
que os estudantes tentam alcançar. Ele é a figura que pode despertar sonhos cujo o 
próprio aluno tem vontade de conquistar. 
Entende-se que o desejo pode acabar e as satisfações podem ser extintas, no 
entanto, é o pedagogo que faz com que o estudante se reinvente. Os sonhos podem 
ser vários e, se um ou mais for realizado, terá sido ensinado que algo pode ser 
conservado (COSTA, 2006, p. 14). 
O profissional de educação será um lugar de investimento, a figura buscada 
pelo aluno. Pode-se afirmar que ele ao mesmo tempo impulsionou o desejo de 
alguém e se tornou o objeto desejado. O educador nunca será o corpo concreto, 
mas um local em que se projeta os conflitos subjetivos. Assim, o sujeito o 
despersonaliza como figura e o inclui, mentalmente, num lugar em que o próprio 
profissional não existe. 
Essa figura simbólica é criada e pode até ser, em certos momentos, 
comparada a um arquétipo de pai ou herói. Uma construção arquetípica começa a 
ser erotizada numa espécie de conteúdo narcísico, ou seja, o que a criança deseja 
não é a pessoa, mas o modelo mental criado por ela mesma. Um pai pode ser herói 
para uns e vilão para outros, tudo é questão de identificação (DALGALARRONDO, 
2008, p. 261). 
Assim, percebe-se que essa figura determinada pelo desejo, tem sua 
ambivalência. Ou se transfere amor, ou se transfere hostilidade. O professor pode 
ser amado por uns e odiado por outros e não deverá se esquecer de que ele é 
apenas um lugar em que se investe realidades subjetivas. 
Se o aluno desconstrói o educador através dos fenômenos transferenciais, 
trata-se de uma relação de resistência. O aparelho psíquico transforma, 
inconscientemente, algo real em ideal. Ou seja, ele resiste de alguma forma a 
realidade e cria um mundo. No final das contas, é como o sujeito percebe e constrói 
sua forma de se relacionar com ele (FIORINI, 2004, p. 37). 
Portanto, o estudante não se relaciona com o professor, mas com o mundo 
em que ele construiu. A transferência não atinge o outro, mas volta para si mesmo 
como um círculo vicioso. A figura (ou figuras), é assim, erotizada e buscada pelo 
desejo. 
4 
 
Avalia-se que essa figura, no qual não existe em carne e osso, dá a sensação 
de falta e de que é buscada incessantemente. O professor, sem querer, mostra a 
sua ausência, por isso pode ser amado ou odiado. Será nessa supressão que o 
profissional perceberá como deve agir com cada uma das crianças, manejando os 
sentimentos inconscientes para que certo talento seja potencializado. 
 
5.4. A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO É UMA RELAÇÃO OBJETAL: 
 
Pode-se entender as relações objetais como às relações emocionais entre 
sujeito e objeto amado que, através de um processo de identificação comum, 
contribuem para o desenvolvimento do ego (eu). Percebe-se por "objeto" uma 
pessoa, ou a sua representação, com a qual o sujeito forma uma relação emocional 
intensa, que lhe possibilita a tal identificação com o outro. 
Percebe-se que é na identificação que se exerce também o vínculo 
transferencial e alguns papéis sociais, como no exemplo familiar. Já, se a sala de 
aula também é resultado de uma construção social, será também um ambiente que 
reflete fenômenos transferenciais. 
 
Na relação com o analista em um ambiente criado para minimizar ao 
máximo as interferências de tudo que não seja subjetivo, o que se expressa 
na transferência é o mundo dos objetos internos existentes no sujeito. Esse 
mundo encontra sua expressão em fantasias inconscientes (Eizirik, Aguiar, 
& Schestatski, 2015, p. 78) 
 
Entende-se, no final das contas, que a relação com o analista é uma relação 
objetal. Tanto o médico como o paciente expressam suas fantasias6. Trocando a 
relação analista-analisando pela realidade professor-aluno, fica mais evidente como 
isso se manifesta. 
Compreende-se logo de início o Outro como um lugar de investimento e não 
como uma pessoa-física. Portanto, é “o que está” e não “quem está” se 
relacionando. Ou seja, os lugares ou objetos se conectam e, por estarem 
internalizados ou representados no aparelho psíquico (do aluno por exemplo), 
enxerga-se que tudo isso provoca efeitos reais, quase mecânicos, de excitação, em 
particular. 
 
6 Fantasia é a forma de perceber ou reagir ao mundo; representação psíquica. 
4 
 
Alguns objetos simbólicos que se pode, obviamente, já perceber na relação 
entre uma educadora e um aluno é a conversão da palavra “professora”pela palavra 
“tia”, identifica-se um afeto envolvido e a probabilidade dos efeitos que isso pode ter 
sobre o desenvolvimento da criança. Esse objeto simbólico vai relacionando o saber 
e a afetividade entre esses dois indivíduos (SOUZA, 2011, p. 61). 
Chama-se a professora de tia não por ser um chiste, mas por ser uma forma 
de função materna. A palavra “tia” pode até ser a descrição inadequada que a 
criança escolheu para identificar essa pessoa, mas sendo “tia” ou “mãe”, a relação 
transferencial identificará ser uma linguagem materna. Podem ser figuras 
transmitidas tanto na ordem do amor como da hostilidade, dependendo de como o 
aluno é tratado. 
A relação objetal (educador-aluno) não se tem tanta consciência assim, 
mesmo que duas pessoas ou um grupo estejam conversando e sabendo o que 
estão falando, não percebem as fantasias inconscientes envolvidas e como elas são 
transferidas, a qual se constitui em discurso verbal e não-verbal (FELDMAN, 2015, 
p. 497). 
Pode-se supor que isso tudo é regido por processos metafóricos e 
metonímicos, no sentido de que a metáfora se refere ao processo de transporte (ou 
transferência) de um sentido próprio para um sentido figurado, operando por meio de 
comparações implícitas. Já a metonímia poderia ser comparada a conexões que se 
dão por semelhança de função ou significação. 
Assim, ao se relacionar de forma metafórica ou metonímica com a 
consciência, percebe-se que o inconsciente está constantemente criando novos 
significados. Pode ser o que acontece também na comunicação professor-aluno. 
Com esses fenômenos ocorrendo a todo instante na sala de aula, o educador 
enxerga as expressões objetais e seus significados. 
Observa-se as expressões subjetivas no padrão da fala, escrita, desenhos, 
histórias e outros. Essas expressões objetais, introjetadas tanto no profissional como 
na criança, vão se relacionar entre si e darão significados importantes. Esses 
fenômenos que se revelam nas experiências são fantasias inconscientes (SOUZA, 
2010, p. 297). 
A representação de “mãe” interage com a realidade psíquica da criança, 
assim como a percepção do aluno interage com o modelo mental do professor. Será 
a partir dessa interação dos objetos que o Outro se constituirá como sujeito. 
4 
 
Aquilo que é mais íntimo e narcísico da personalidade de um indivíduo tem 
muito a ver com traços identificatórios. Supõe que a formação social se estruturasse 
na base de espelhos, é o que acontece quando um aluno projeta seu ego no 
professor. 
Pode-se perceber logo de início o fenômeno narcísico nas crianças. 
Narcisismo aqui, revela-se como um objeto primário e não está no sentido 
condenatório ou patológico, mas como um espelho, de que o que se percebe no 
outro diz muito sobre si mesmo (SOUZA, 2010, p. 12). 
O eco do outro reflete sua própria imagem, e o mesmo não reconhece que 
isso é algo pessoal. Esses fenômenos narcísicos se manifestam em toda relação 
social, com menor ou maior interferência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
6. METODOLOGIA 
 
O presente trabalho aborda uma pesquisa histórica, comparativa e 
bibliográfica voltava para a relação transferencial professor-aluno. 
Desenvolveu-se técnicas de análises psicodinâmicas em cima do estudo 
bibliográfico sobre a transferência de processos inconscientes entre professores e 
alunos, com o objetivo de potencializar a aprendizagem e uma formação socioafetiva 
mais saudável. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
7. CRONOGRAMA 
 
 
 
METRÓPOLE 
 
2016 
 
 
ATIVIDADES 
 
OUTUBRO 
 
NOVEMBRO 
 
 
DEZEMBRO 
 
Pesquisas 
Bibliográficas 
 
X 
 
 
 
 
Coleta 
 
X 
 
 
 
 
Tratamento 
 
X 
 
X 
 
 
Redação 
 
X 
 
 
Revisão 
 
 
 
X 
 
Entrega 
 
 
 
X 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
8. REFERÊNCIAS 
 
BETTELHEM, B. (1997). A Psicanálise dos Contos de Fadas. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 
COSTA, A. (2006). Sonhos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. 
DALGALARRONDO, P. (2008). Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais - 2 edição. Porto 
Alegre: Artmed. 
EIZIRIK, C. L., Aguiar, R. W., & Schestatski, S. S. (2015). Psicoterapia de Orientação Analítica: 
fundamentos teóricos e clínicos - 3. ed. Porto Alegre: Artmed. 
FELDMAN, R. S. (2015). Introdução à Psicologia. Porto Alegre: Artmed. 
FIORINI, H. J. (2004). Teoria e Técnica de Psicoterapias. São Paulo: Martins Fontes. 
MINKOFF, R. A. (Diretor). (1994). O Rei Leão. Vol. 1 [Filme Cinematográfico]. 
PePsic. (2 de Agosto de 2009). Contos de Fadas: de sua origem à clínica contemporânea. Fonte: 
PePsic: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-
11682009000200009 
PePsic. (2 de Agosto de 2009). Contos de Fadas: de sua orígem à clínica contemporânea. Fonte: 
PePsic: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-
11682009000200009 
PePSIC. (Novembro de 2012). O manejo da transferência. Fonte: PePSIC: 
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-157X2012000200012 
Psicologado. (Outubro de 2011). Transferência e Contratransferência. Fonte: Psicologado: 
https://psicologado.com/abordagens/psicanalise/transferencia-e-contratransferencia 
Scielo Brasil. (Agosto de 2010). O Desenho na expressão de sentimentos em Crianças Hispitalizadas. 
Fonte: Scielo Brasil: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-
02922010000800016 
SOUZA, P. C. (2010). Sigmund Freud. Histórias de Uma Neurose Infantil. Vol. 14. São Paulo: 
Companhia das Letras. 
SOUZA, P. C. (2010). Sigmund Freud. Introdução ao Narcisismo. Vol. 12. São Paulo: Companhia das 
Letras. 
SOUZA, P. C. (2011). Sigmund Freud. Psicologia das Massas e Análise do Eu. Vol. 15. São Paulo: 
Campanhia das Letras. 
ZIMERMAN, D. E. (1999). Fundamentos Psicanalíticos: teoria, técnica e clínica - uma abordagem 
didática. Porto Alegre: Artmed. 
 
 
 
 
4 
 
9. ESTRUTURA DO T.C.C 
 
 
INTRODUÇÃO: 
 
1. A relação transferencial professor-aluno – O outro como lugar de investimento 
1.1. Histórico 
1. 2. Conceitos 
2. Potencialização da aprendizagem por meio a relação transferencial 
2. 1. Breve Contexto 
2. 2. Pesquisa Bibliográficas e análises 
3. Estudo Bibliográficos 
3. 1. Método 
3. 2. Desenvolvimento 
3. 3. Resultados 
4. Conclusão 
5. Referências Bibliográficas

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