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AS_DIVERSAS_FORMAS_DE_COMPREENS_O_DA_REALIDADE__UEPA.doc

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AS DIVERSAS FORMAS DE COMPREENSÃO DA REALIDADE
 Aniceto Cirino da Silva Filho*
 Há várias maneiras de abordarmos a realidade, a saber:
O conhecimento do senso comum.
É o conhecimento que o homem adquire na vida cotidiana sem fundamentação teórica, sem nenhum questionamento crítico. A realidade – para este homem – é repleta de crenças, superstições, mitos e etc. que nunca são refletidos, pois parecem sempre óbvias, independentes de pensamentos sistemáticos. O conhecimento brota das experiências (cotidianas) vividas e repassadas por outras pessoas, como conhecimentos transmitidos de geração em geração sem investigações minuciosas. É um saber espontâneo, “empírico”, adquirido em nossa atividade diária. É um saber restrito ao homem comum que o formulou ou restrito ao meio natural em que este vive por isso não há qualquer possibilidade de se estabelecer conexões entre um fenômeno apreendido e o outro. É um conhecimento superficial e assistemático uma vez que o homem do senso comum ao aceitar os dados imediatamente observados não procura explicá-los cientificamente, até porque ignora o conhecimento científico.
O conhecimento religioso.
Diz Cassirer(1987) que entre todos os fenômenos da cultura humana, o mito e a religião ( para se manterem vivos, baseados em dogmas, que são aceitos pela fé e que não podem ser provados e nem admitem crítica ( independem do logos. Todavia, o pensamento religioso, não se opõe necessariamente ao racional ou filosófico. Na Filosofia Patrística, santo Agostinho já afirmava que a razão sozinha não pode compreender os mistérios da fé (creio para compreender); entretanto estes mistérios não contradizem, mas completam e aprimoram a razão. Todas as religiões são experiências de fé e de esperança. É por isso que uma das primeiras e mais importantes funções de todas as religiões mais elevadas foi descobrir e revelar o Santo, o Sagrado e o Divino.
O Conhecimento científico
Conhecimento que aspira a objetividade, investiga metodicamente os fatos e os fenômenos procurando suas estruturas universais e necessárias, colocando uns em relação com os outros, de modo que é possível buscar as leis gerais que regem o funcionamento desses fenômenos. 
Ciência é um sistema ordenado e coerente de conhecimentos que estabelecem relações causais, abertos a mudanças, sobre a natureza, a sociedade e o pensamento, a verdade dos quais é construída racionalmente e corrigida por novas elaborações precisadas no decorrer da prática social. Seu objetivo consiste em estudar detidamente os objetos reais experimentados e prever novos fatos.
O conhecimento filosófico
	
	A Filosofia começou como uma explicação racional ou natural do mundo material há mais de dois mil e seiscentos anos, sofrendo influência de outros povos (orientais), numa região conhecida como Jônia, na costa ocidental da Ásia Menor, provavelmente no berço dos epos homéricos: Mileto. 
	
	Os mais antigos filósofos – os pré-socráticos ( desenvolveram uma cosmologia, isto é, um conhecimento racional e experimental do movimento do mundo e do universo em geral, uma Filosofia da Natureza; representaram, pois, a fase de transição do mito à especulação. Mais tarde, a Filosofia se espraiou, concentrando-se em Atenas como uma Antropologia Filosófica, cujos representantes foram os sofistas e os socráticos.
Do seu nascimento para a Filosofia contemporânea, há uma variabilidade de significados e constantes descrições da atividade filosófica. Todavia, o sentido que mais se presta nos dias atuais é o que apreende a Filosofia como reflexão crítica das teorias e das práticas humanas. Mas, na agudeza dessas enunciações, Husserl, com sua perseverança e exigência de rigor, ofereceu-nos a idéia de que Filosofia é ciência estrita e rigorosa, e Dilthey vinculou-a essencialmente à vida humana e à história. Merleau Ponty confirmou, resgatando Pitágoras de Samos: o filosofar é procurar, é afirmar que há algo a ver e a dizer, sabendo-se que hoje pouco se procura: ‘regressa-se’, ‘defende-se’ uma ou outra tradição. Assim, a origem da Filosofia, para Karl Jaspers, está na vontade de autêntica comunicação (de existência para existência) entre os homens.
 	
	Por assim dizer, a Filosofia não se esgota em nenhuma definição, em sistemas perennis, porque nenhum desses esgota a realidade. Deste modo, a Filosofia estará sempre presente como exame minucioso ou análise, uma certa maneira de pensar-agir e um corpo de conteúdo à luz de perguntas; será sempre reflexão profunda, universal, rigorosa complementando ou integrando as ciências particulares, por isso, será o conhecimento totalmente unificado (Spencer). 
O conhecimento artístico
Nos modos de organização da experiência humana há uma outra manifestação cultural: a arte. Chauí (1999:317) considera que 
a palavra arte vem do latim ars e corresponde ao termo grego techne, técnica, significando: o que é ordenado ou toda espécie de atividade humana submetida a regras. Em sentido lato, significa habilidade, desteridade, agilidade. Em sentido estrito, instrumento, ofício, ciência. Seu campo semântico se define por oposição ao acaso, ao espontâneo e ao natural. Por isso, em seu sentido mais geral, arte é um conjunto de regras para dirigir uma atividade humana qualquer.
De outro modo, as artes, nos dias atuais, passaram a ser concebidas como uma forma criadora de – através dos sentimentos - transformar as experiências vividas em objeto de conhecimento, isto é, dando forma artística ao visível, ao sonoro, ao movimento, à linguagem, aos gestos etc.
Relação sujeito-objeto
Na Teoria do Conhecimento ou Gnosiologia, tratado filosófico, quando queremos compreender o fenômeno do conhecimento humano devemos ter em vista que - no conhecimento - já se encontram presentes, em contato mútuo, a consciência e a matéria. Dizia Husserl, filósofo alemão do século XX, a intencionalidade é própria da consciência, pois esta é doadora de sentido, concebe o mundo dando-lhe sentido. Portanto, há duas esferas no processo do conhecer, o sujeito e o objeto. Assim, o conhecimento representa uma relação entre esses dois aspectos: o sujeito cognoscente e o objeto cognoscível. O dualismo sujeito e objeto pertence à essência do conhecimento.
Como já dissemos a relação entre os dois elementos é ao mesmo tempo uma correlação. Não há como sustentar e explicar o conhecimento sem afirmar que todo sujeito só o é para um objeto e o objeto só é objeto para um sujeito. Ambos são o que são enquanto o são para o outro. Mas esta correlação não é reversível. Ser sujeito é algo completamente distinto de ser objeto. O papel da nossa consciência consiste em apreender os fatos, e a função do objeto em ser apreendido pelo sujeito. Do ponto de vista de todo sujeito há um “deslocamento” do mesmo em direção ao objeto que o capta na sua essência, trazendo deste objeto sempre algo de novo que modifica o sujeito, por conter, agora, as propriedades inerentes do objeto – a imagem. 
De outro modo, visto pelo lado do objeto, o conhecimento apresenta-se como uma transferência das propriedades do objeto para o sujeito, isto é, o objeto transcende – através de sua imagem - para a esfera do sujeito. Assim, o objeto é o determinante, o sujeito é o determinado. 
O conhecimento pode definir-se, por último, como o reflexo e a reprodução do objeto na nossa mente.
Possibilidades do conhecimento: Dogmatismo, Ceticismo, Pragmatismo e Criticismo.
Entre os problemas fundamentais da Gnosiologia, faz-se necessário descrever aquele que se refere à possibilidade do conhecimento humano. Formularemos a questão, assim: poderá o sujeito apreender realmente o objeto? O que podemos conhecer?
Como atitude humana ingênua, o dogmatismo é a posição primeira e mais antiga como “resposta” ao problema levantado, caracteriza a infância da humanidade. Nesta atitude “natural”, aceitamos a realidade exterior como algo pronto e acabado e não pomos em dúvidanem questionamos as coisas, os fatos e as idéias; antes, acreditamos em tudo que se nos apresenta aos nossos sentidos.
Há um significado mais estrito posto por Kant na sua crítica da razão pura aos sistemas metafísicos do século XVII: “o dogmatismo é o proceder dogmático da razão pura, sem a crítica do seu próprio poder”. Concebido, aqui, como doutrina cuja verdade é absoluta, inquestionável, e, a razão, faculdade humana independente de toda experiência, é responsável pelo conhecimento direto de toda certeza. Para esta posição dogmática, não existe nenhuma suspeita das limitações da capacidade racional, bem como suprime o problema do conhecimento, pelo desconhecimento de que ele reside na relação entre sujeito cognoscente e objeto conhecido.
 Dogmatismo é, pois, “doutrina fixada”, ou opinião estabelecida por decreto (dogma). Dogmatikós em grego significa “que se funda em princípios” cujos princípios serão ensinados sem contestações. Assim, o dogmático se apega à certeza de uma doutrina e ao atingi-la, nela permanece.
DIVISÃO: 
Dogmatismo Ético: trata-se do conhecimento absoluto da moral.
Dogmatismo Religioso: trata-se do conhecimento absoluto da religião
Enquanto o dogmatismo afirma absolutamente a verdade, o ceticismo refere-se a possibilidade do conhecimento negando-a radicalmente: o sujeito não pode apreender o objeto, pois não há como contatar a consciência e o mundo, e o homem não pode, sob nenhum aspecto, conhecer a certeza absoluta das coisas, é melhor “suspender o juízo” (epoché), isto é, abster-se de julgar, pois não existe conhecimento. 
O pragmatismo admite uma outra forma de compreender a verdade: “verdadeiro significa útil, valioso, fomentador da vida” e, também compreende o homem como um “ser essencialmente prático, um ser de vontade e de ação” A sua verdade consiste na congruência dos pensamentos com fins práticos do homem, em que aqueles resultem úteis e proveitosos para o comportamento prático deste.
Fundador: WILLIAN JAMES 
Representantes: SCHILLER, NIETZSCHE E JORGE SIMMEL.
CRITICISMO : Significa “ examinar” .
O seu comportamento não é dogmático nem cético, mas reflexivo e crítico.
O Criticismo é “o método de filosofar que consiste em investigar as fontes das próprias afirmações e objeções e as razões em que as mesmas assentam. Método que dá a esperança de chegar a certeza”.
Única posição justa na questão da possibilidade do conhecimento.
*Mestre em Educação na Área de Concentração em Ensino Superior e Gestão Universitária. Professor Adjunto I da Universidade da Amazônia-Unama, professor colaborador da Universidade Estadual do Pará-UEPA e do Instituto Regional para Formação Presbiteral-IRFP, nos cursos de graduação: Direito, Psicologia, Filosofia, Biologia, Secretariado, Enfermagem, História, Serviço Social, Geografia, Pedagogia, Letras, Educação Física, Ciências Sociais, Ciências Contábeis e Administração.

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