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TRABALHO DE PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E SUAS APLICAÇÕES NAS ORGANIZAÇÕES

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TRABALHO DE PSICOLOGIA
Principais abordagens e suas aplicações nas Organizações:
 A Teoria Comportamental e sua aplicação nas Organizações.
 A Teoria Psicanalística e sua aplicação nas Organizações.
 A Teoria de Gestalt e sua aplicação nas Organizações.
 
Nomes: Gabriel Barbosa (ADM) profº: Nilson
 Karina Secundim (ADM)
 Lucilene Favaro (ADM)
TEORIA COMPORTAMENTAL 
A Teoria Comportamental (ou Teoria Behaviorista) da Administração trouxe uma nova concepção e um novo enfoque dentro da teoria administrativa: a abordagem das ciências do comportamento, o abandono das posições normativas e prescritivas das teorias anteriores (Teorias Clássica, das Relações Humanas e da Burocracia) e a adoção de posições explicativas e descritivas. A ênfase permanece nas pessoas, mas dentro do contexto organizacional mais amplo.
A abordagem comportamental marca a mais forte ênfase das ciências do comportamento na teoria administrativa e a busca de soluções democráticas e flexíveis para aos problemas organizacionais. Esta abordagem originou-se das ciências comportamentais e, mais especificamente, da psicologia organizacional. É com a abordagem comportamental que a preocupação com a estrutura se desloca para a preocupação com os processos e com a dinâmica organizacional, isto é, com o comportamento organizacional. Aqui ainda predomina a ênfase nas pessoas, inaugurada com a Teoria das Relações Humanas, mas dentro de um contexto organizacional. A Abordagem comportamental será tratada em dois capítulos: um sobre a Teoria Comportamental da Administração e outro sobre a Teoria o Desenvolvimento. 
ORIGENS DA TEORIA COMPORTAMENTAL
As origens da Teoria Comportamental da Administração são as seguintes:
A oposição ferrenha e definitiva da Teoria das Relações Humanas (com sua profunda ênfase nas pessoas) em relação à Teoria Clássica (com sua profunda ênfase nas tarefas e na estrutura organizacional) caminhou lentamente para um segundo estágio: a Teoria Comportamental. Essa passou a representar uma nova tentativa de síntese da teoria da organização formal com o enfoque das relações humanas.
A Teoria Comportamental representa um desdobramento da Teoria das Relações Humanas, com a qual se mostra eminentemente crítica e severa. Se bem que compartilhem alguns dos seus conceitos fundamentais, utilizando-os apenas como pontos de partida ou de referência e reformulando-os profundamente, a Teoria Comportamental rejeita as concepções ingênuas e românticas da Teoria das Relações Humanas.
A Teoria Comportamental critica a Teoria Clássica, havendo autores que vêem no behaviorismo uma verdadeira antítese à teoria da organização formal, aos princípios gerais de administração, ao conceito de autoridade formal e à posição rígida e mecanística dos autores clássicos. 
Com a Teoria Comportamental deu se a incorporação da Sociologia da Burocracia, ampliando o campo da teoria administrativa. Também com relação à Teoria da Burocracia, a Teoria Comportamental mostra- se muito crítica, principalmente no que se refere ao "modelo de máquina" que aquela adota para representar a organização. 
Em 1947, surge um livro que marca o início da Teoria Comportamental na administração: O Comportamento Administrativo de Herbert A.Simon. O livro constitui um ataque aos princípios da Teoria Clássica e a aceitação com os devidos reparos e correções das principais idéias da Teoria das Relações Humanas. O livro constitui o início da Teoria das Decisões. A Teoria Comportamental surge no final da década de 1940 com uma redefinição total de conceitos administrativos: ao criticar as teorias anteriores, o behaviorismo na Administração não somente relaciona as abordagens anteriores como amplia seu conteúdo e diversifica sua natureza.
NOVAS PROPOSIÇÕES SOBRE A MOTIVAÇÃO HUMANA
Para explicar o comportamento organizacional, a Teoria Comportamental fundamenta-se no comportamento individual das pessoas. Para poder as pessoas se comportam, torna-se necessário o estudo da motivação humana. Assim, um dos temas fundamentais da Teoria Comportamental da Administração é a motivação humana, campo no qual a teoria administrativa recebeu volumosa contribuição. 
Os autores behavioristas verificaram que o administrador precisa conhecer as necessidades humanas para melhor compreender o comportamento humano e utilizar a motivação humana como poderoso meio para melhorar a qualidade de vida dentro das organizações.
NECESSIDADES DE MASLOW
Maslow, um psicólogo e consultor americano, apresenta uma teoria da motivação, segundo a qual as necessidades humanas estão organizadas e dispostas em níveis, numa hierarquia de importância e de influenciação. Essa hierarquia de necessidade pode ser visualizada como uma pirâmide. Na base da pirâmide estão as necessidades mais baixas (necessidade fisiológicas) e no topo as necessidades mais elevadas (as necessidades de auto-realização) .
 Necessidades fisiológicas: Constituem o nível mais baixo de todas as necessidades humanas, mas de vital importância. Neste nível estão as necessidades de alimentação, de sono, de repouso, de abrigo, ou desejo sexual. 
 Necessidades de segurança: constituem o segundo nível de necessidades humanas. São as necessidades de segurança ou de estabilidade, a busca de proteção contra a ameaça ou privação, a fuga ao perigo. 
 Necessidades Sociais: surgem no comportamento, quando as necessidades mais baixas (fisiológicas e de segurança) se encontram relativamente satisfeitas. Dentre as necessidades sociais, estão as de associação, de participação, de aceitação por parte dos companheiros, de troca de amizade, de afeto e amor.
 
 Necessidades de estima: são as necessidades relacionadas com a maneira pela qual o indivíduo se vê e se avalia. Envolve a auto apreciação, autoconfiança, a necessidade de aprovação social e de respeito, de status e de prestígio, e de consideração. 
 Necessidade de auto-realização: são as necessidades humanas mais elevadas e que estão no topo da hierarquia. São as necessidades de cada pessoa realizar o seu próprio potencial e de continuamente auto- desenvolver-se. Essa tendência geralmente se expressa através do impulso de a pessoa tornar-se sempre mais do que é e de vir a ser tudo o que pode ser.
As necessidades humanas assumem formas e expressões que variam conforme o indivíduo. A intensidade das necessidades e sua manifestação são variadas e obedecem às diferenças individuais entre as pessoas.
Apesar disso, a teoria da hierarquia de necessidades de Maslow se fundamenta nos seguintes aspectos:
Somente quando um nível inferior de necessidades está satisfeito é que o nível imediatamente mais elevado surge no comportamento da pessoa. Em outros termos, quando uma necessidade é satisfeita, ela deixa de ser motivadora de comportamento, dando oportunidade para que um nível mais elevado de necessidade possa se manifestar.
2. Nem todas as pessoas conseguem chegar ao topo da pirâmide de necessidades. Algumas chegam a se preocupar com as necessidades de
Auto - realização; outras estacionam nas necessidades de estima; outras ainda, nas necessidades sociais, enquanto muitas outras ficam preocupadas exclusivamente com necessidades de segurança e fisiológicas, sem que consigam satisfazê-las adequadamente.
3. Quando as necessidades mais baixas estão satisfeitas, as necessidades localizadas nos níveis mais elevados passam a dominar o comportamento.
Contudo, quando alguma necessidade de nível mais baixo deixa de ser satisfeita, ela volta a predominar o comportamento, enquanto gerar tensão no organismo. A necessidade mais premente monopoliza o indivíduo e o leva a mobilizar as diversas faculdades do organismo para atendê-la.
4. Cada pessoa possui sempre mais de uma motivação. Todos os níveis de motivação atuam conjuntamente no organismo. As necessidades mais elevadas atuam sobre as mais baixas, desde que essas estejam satisfeitas. 
Toda necessidade estárelacionada com o estado de satisfação ou insatisfação de outras necessidades. Seu efeito sobre o organismo é sempre global e conjunto e nunca isolado.
5. O comportamento motivado funciona como um canal através do qual as necessidades são expressas ou satisfeitas.
6. A frustração ou a possibilidade de frustração da satisfação de certas necessidades passa a ser considerada ameaça psicológica. Essa ameaça produz as reações gerais de emergência no comportamento humano.
As pesquisas não chegaram a confirmar cientificamente a teoria de Maslow e algumas delas até mesmo a invalidaram. Contudo, sua teoria é bem aceita e oferece um esquema orientador e útil para a atuação do administrador.
TEORIA DOS DOIS FATORES DE HERZBERG
Frederick Herzberg formulou a teoria dos dois fatores para explicar o comportamento das pessoas em situação de trabalho. Para ele existem dois fatores que orientam o comportamento das pessoas:
1. Fatores higiênicos- ou fatores extrínsecos, pois estão localizados no ambiente que rodeia as pessoas e abrangem as condições dentro das quais elas desempenham seu trabalho. Como essas condições são administradas e decididas pela empresa, os fatores higiênicos estão fora do controle das pessoas. Os principais fatores higiênicos são: salário, benefícios sociais, tipo de chefia ou supervisão que as pessoas recebem de seus superiores, condições físicas e ambientais de trabalho, políticas e diretrizes da empresa, clima de relacionamento entre a empresa e os funcionários, regulamentos internos etc. São fatores de contexto e se situam no ambiente externo que circunda o indivíduo. Tradicionalmente apenas os fatores higiênicos eram utilizados na motivação dos empregados: o trabalho era considerado uma atividade desagradável e, para fazer com que as pessoas trabalhassem mais, tornava-se necessário o apelo para prêmios e incentivos salariais, supervisão, políticas empresariais abertas e estimuladoras, isto é, incentivos situados externamente ao indivíduo em troca do seu trabalho. As pesquisas de Herzberg revelaram que quando os fatores higiênicos são ótimos, eles apenas evitam a insatisfação dos empregados; se elevam a satisfação não conseguem sustentá-la por muito tempo. Quando os fatores higiênicos são precários, eles provocam a insatisfação dos empregados. Por causa dessa influência mais voltada para a insatisfação, Herzberg chama-os de fatores higiênicos, pois são essencialmente profiláticos e preventivos: eles apenas evitam a insatisfação, mas não provocam a satisfação. Seu efeito é similar ao de certos remédios higiênicos: evitam a infecção ou combatem a dor de cabeça, mas não melhoram a saúde. Por estar mais relacionado com a insatisfação, Herzberg também os chama de fatores insatisfacientes.
2. Fatores motivacionais, ou fatores intrínsecos, pois estão relacionados com o conteúdo do cargo e com a natureza das tarefas que a pessoa executa. Os fatores motivacionais estão sob o controle do indivíduo, pois estão relacionados com aquilo que ele faz e desempenha. Envolve sentimentos de crescimento individual, reconhecimento profissional e auto-realização, e dependem das tarefas que o indivíduo realiza no seu trabalho. Tradicionalmente, as tarefas e os cargos eram arranjados e definidos com a preocupação de atender aos princípios de eficiência e economia, eliminando o desafio e a criatividade individual. Com isso, perdiam o significado psicológico para o indivíduo que os executava e criavam um efeito de "desmotivação", provocando apatia, desinteresse e falta de sentido psicológico. O efeito dos fatores motivacionais sobre as pessoas é profundo e estável. Quando os fatores motivacionais são ótimos, eles provocam a satisfação nas pessoas. Porém, quando são precários, eles evitam a satisfação. Por estar relacionado com a satisfação dos indivíduos, Herzberg também os chama de fatores satisfacientes. Os fatores higiênicos e motivacionais são independentes e não se vinculam entre si. Os fatores responsáveis pela satisfação profissional das pessoas são totalmente desligados e distintos dos fatores responsáveis pela insatisfação profissional. O oposto da satisfação profissional não é a insatisfação, mas ausência de satisfação profissional. Também o oposto da insatisfação profissional é a ausência dela e não a satisfação. 
A teoria dos dois fatores de Herzberg pressupõe os seguintes aspectos:
· A satisfação no cargo depende dos fatores motivacionais ou satisfacientes. O conteúdo ou atividades desafiantes e estimulantes do cargo desempenhado pela pessoa.
· A insatisfação no cargo depende dos fatores higiênicos ou insatisfacientes. O ambiente de trabalho, salário, benefícios recebidos, supervisão, colegas e contexto geral que envolve o cargo ocupado. Para proporcionar continuamente motivação no trabalho, Herzberg propõe o "enriquecimento de tarefas” ou "enriquecimento do cargo": consiste em substituir as tarefas simples e elementares do cargo por tarefas mais complexas para acompanhar o crescimento individual de cada empregado, oferecendo-lhe condições de desafio e de satisfação profissional no cargo. O enriquecimento de tarefas depende do desenvolvimento de cada indivíduo e deve adequar-se às suas características individuais de mudança. O enriquecimento de tarefas pode ser vertical (eliminação de tarefas mais simples e acréscimo de tarefas mais complexas) ou horizontal (eliminação de tarefas relacionadas com certas atividades e acréscimo de outras tarefas diferentes, mas no mesmo nível de dificuldade). O enriquecimento de cargos adiciona ou desloca para cima ou para os lados, envolvendo atribuições mais elevadas ou laterais e complementares.
O enriquecimento de tarefas provoca efeitos desejáveis, como aumento da motivação, aumento da produtividade, redução do absenteísmo (faltas e atrasos ao serviço) e redução da rotatividade do pessoal (demissões de empregados). Contudo, pode gerar efeitos indesejáveis, como o aumento de ansiedade, face a tarefas novas e diferentes quando não são bem-sucedidas nas primeiras experiências, aumento do conflito entre as expectativas pessoais e os resultados do trabalho nas novas tarefas enriquecidas, sentimentos de exploração quando a empresa não acompanha o enriquecimento de tarefas com o enriquecimento da remuneração, redução das relações interpessoais devido à maior concentração nas tarefas enriquecidas. As teorias de motivação de Maslow e Herzberg apresentam pontos de concordância. Os fatores higiênicos de Herzberg relacionam com as necessidades primárias de Maslow (necessidades fisiológicas e de segurança, incluindo algumas necessidades sociais), enquanto os fatores motivacionais relacionam-se com as necessidades secundárias (necessidades de estima e auto-realização).
TEORIA X E TEORIA Y
McGrecor, um dos mais famosos autores behavioristas da Administração, preocupou-se em comparar dois estilos opostos e antagônicos de administração: de um lado, um estilo baseado na teoria tradicional, excessivamente mecanicista e pragmática (a que deu nome de Teoria X) e, de outro, um estilo baseado nas concepções modernas a respeito do comportamento humano (a que denominamos Teoria Y).
TEORIA X
É a concepção tradicional de administração e se baseia em convicções errôneas e incorretas sobre o comportamento humano, como, por exemplo: O homem é indolente e preguiçoso por natureza, ele evita o trabalho. Falta-lhe ambição, não gosta de assumir responsabilidades. O homem é egocêntrico. A sua própria natureza o leva a resistir às mudanças. A sua dependência o torna incapaz de autocontrole e autodisciplina. 
Em função dessas concepções e premissas a respeito da natureza humana, a Teoria X reflete um estilo de administração duro, rígido e autocrático e que se limita a fazer as pessoas trabalharem dentro de certos esquemas e padrões previamente planejados. Toda vez que um administrador imponha arbitrariamente e de cima para baixo um esquema de trabalho e passe a controlar externamente o comportamento de trabalho de seus subordinados, ele estará fazendo Teoria X. Ofato de ele impor autocraticamente ou impor suavemente não faz diferença segundo McGrecor. 
A teoria X se fundamenta em uma série de pressuposições errôneas acerca do comportamento humano e apregoa um estilo de administração onde a fiscalização e o controle externo rígido, constituem mecanismos para neutralizar a desconfiança da empresa quanto às pessoas que nela trabalham. Segundo esta teoria o único estímulo para o trabalho é somente pelo salário, se o estímulo salarial não vem o trabalho não sai.
TEORIA Y
É a moderna concepção de administração, de acordo com a teoria comportamental. A teoria Y se baseia em concepções e premissas atuais e sem preconceitos a respeito da natureza humana. A Teoria Y desenvolve um estilo de administração muito aberto e dinâmico, extremamente democrático, através do qual administrar é um processo de criar oportunidades, liberar potencialidades, remover obstáculos, encorajar o crescimento individual e proporcionar orientação quanto a objetivos. 
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL 
Comportamento organizacional é o estudo do funcionamento e da dinâmica das organizações e de como os grupos e os indivíduos se comportam dentro delas. É uma ciência interdisciplinar. Como a organização é um sistema cooperativo racional, ela somente pode alcançar seus objetivos se as pessoas que a compõem coordenarem seus esforços a fim de alcançar algo que individualmente jamais conseguiriam. Por essa razão, a organização se caracteriza por uma racional divisão do trabalho e por uma determinada hierarquia. 
A organização espera que o empregado obedeça a sua autoridade e o empregado espera que a organização se comporte corretamente com ele e opera com justiça. Ambas as partes do contrato de interação estão orientadas por diretrizes que definem o que é correto e eqüitativo. Os sociólogos se referem a uma norma de reciprocidade, enquanto os psicólogos chamam isso de contrato psicológico. Sempre existe um relacionamento de intercâmbio entre os indivíduos e a organização. O modo pelo qual os objetivos individuais são satisfeitos determina sua percepção do relacionamento. Esse relacionamento poderá ser percebido como satisfatório para as pessoas que percebem que suas recompensas excederam as demandas feitas sobre elas. O indivíduo ingressa na organização e nela permanece quando espera que suas satisfações pessoais sejam maiores que seus esforços pessoais. Se acreditar que seus esforços pessoais ultrapassam as satisfações, ele se trona propenso a abandonar a organização, se possível. 
PROCESSO DECISORIAL
A teoria de decisão nasceu com Herbert Simon, que a utilizou como base para explicar o comportamento humano nas organizações. A Teoria Comportamental concebe a organização como um sistema de decisões. Neste sistema, cada pessoa participa racional e conscientemente, escolhendo e tomando decisões individuais a respeito de alternativas mais ou menos racionais de comportamento. Assim, a organização está permeada de decisões e de ações. Nas teorias anteriores muitas importância foi dada às ações e nenhum às decisões que as provocaram. Para a Teoria Comportamental todos os níveis hierárquicos são tomadores de decisão relacionados ou não com o trabalho. A organização é um complexo sistema de decisões. Decisão é o processo de análise e escolha, entre várias alternativas disponíveis, do curso de ação que a pessoa deverá seguir. Toda decisão envolve necessariamente seis elementos, a saber: 
 Tomador de decisão: é a pessoa que faz uma escolha ou opção entre várias alternativas de ação. É o agente que está frente a alguma situação. 
 Objetivos: são os objetivos que o tomador de decisão pretende alcançar com suas ações. 
 Preferências: são os critérios que o tomador de decisão usa para fazer sua escolha pessoal. 
 Estratégia: é o custo de ação que o tomador de decisão escolhe para melhor atingir os objetivos. 
Depende dos recursos de que pode dispor e da maneira como percebe a situação. 
 Situação: São os aspectos do ambiente que envolve o tomador de decisão, muitos dos quais fora do seu controle, conhecimento ou compreensão e que afetam sua escolha. 
 Resultado: é a conseqüência ou resultante de uma dada estratégia Assim, todo tomador de decisão está inserido em uma situação, pretende alcançar objetivos, tem preferências pessoais e segue estratégias. O processo decisorial é complexo e depende tanto das características pessoais do tomador de decisões quanto da situação em que está envolvido e da maneira como percebe essa situação. A rigor, o processo decisorial se desenvolve em sete etapas. A saber: 
Percepção da situação que envolve algum problema; 
Análise e definição do problema; 
 3-Definição dos objetivos; 
 4-Procura de alternativas de solução ou de cursos de ação; 
 5-Avaliação e comparação dessas alternativas; 
 6-Escolha (seleção) da alternativa mais adequada ao alcance dos objetivos; 
 7-Implementação da alternativa escolhida. 
RESUMO/ CONCLUSÃO
A Teoria Comportamental trouxe um novo enfoque, dentro das teorias da Administração, o da abordagem das ciências do comportamento fazendo oposição à Teoria Clássica e aceitação das principais idéias – reformuladas –da Teoria das Relações Humanas, constituindo suas principais características: grande ênfase nas pessoas; preocupação com o comportamento organizacional e os processos de trabalho; e o estudo do comportamento humano. Este trabalho abordará sobre alguns dos principais autores behavioristas e outros que contribuíram significativamente para a Teoria Comportamental da Administração, como Abraham Maslow, Frederick Herzberg, Douglas McGregor, Herbert Alexander Simon.
Na década de 60, após a apreciação com a obra de Peter Drucker e Douglas McGregor, Maslow se envolveu com a área de Gestão de negócios. Em seguida, passou a relacionar as teorias de motivação e personalidade com os estudos de gestão. No fim da década, foi honrado como "Humanista do ano" pela Associação Americana de Psicologia, que o elegeu presidente. Maslow morreu em 8 de junho de 1970, vítima de um ataque cardíaco, quando caminhava próximo de sua casa.
Maslow foi um dos maiores especialistas em motivação humana e descobriu que as necessidades estão organizadas e dispostas em níveis, ou seja, criou a hierarquia das necessidades de Maslow. Esta pirâmide consiste desde os níveis mais baixos até os níveis mais elevados de necessidades humanas. São elas: necessidades fisiológicas (sobrevivência do indivíduo), necessidades de segurança (segurança, estabilidade, proteção), necessidades sociais (participação, amizade, interação), necessidades de estima (autoconfiança, status e prestígio, reconhecimento) e necessidades de auto-realização (competência, autodesenvolvimento, realização). Suas principais obras foram: Motivation and Personality (1954); Eupsychian Management (1965) republicado como Maslow on management (1998).
 Frederick Herzberg – Herzberg nasceu em Lynn, Massachusetts, nos Estados Unidos, em 18 de abril de 1923 e faleceu em 19 de janeiro de 2000 em Salt Lake City, Utah. Frederick foi psicólogo e professor de Gestão na University of Utah, e seu maior reconhecimento foi devido ao estudo realizado sobre as atitudes e motivações humanas, além de se tornar um dos nomes mais influentes na gestão empresarial. É famoso por introduzir o enriquecimento do trabalho e a teoria dos Fatores de Motivação (teoria dos dois fatores). Publicado em 1968 o artigo "One More Time: How Do You Motivate Employees?", vendeu 1,2 milhões de reimpressões até 1987, e foi o artigo mais solicitado da Harvard Business Review. 
Ao longo da sua vida acadêmica tornou-se tanto um ícone e uma lenda entre os visionários do pós-guerra como Abraham Maslow, Peter Drucker e Douglas MacGregor. Em 1995, a imprensa internacional anunciou que a sua obra “O Trabalho e a Natureza do Homem” foi listado como um dos 10 livros mais importantes, afetando a teoria e práticas de gestão no século 20.
Para explicar o comportamento das pessoas em ambiente de trabalho criou a teoria dos dois fatoresque consistia em: fatores higiênicos (como as pessoas se sentem em relação ao trabalho) e fatores motivacionais (como as pessoas se sentem em relação ao seu cargo). Por estarem relacionados com a satisfação dos indivíduos, esses fatores também são chamados de satisfacientes. Para proporcionar e complementar a motivação no trabalho, Herzberg propõe o “enriquecimento de tarefas” ou “enriquecimento do cargo”, visando à substituição das tarefas simples pelas mais complexas para o crescimento individual do empregado, satisfazendo-o profissionalmente em seu cargo. Suas principais obras foram: The motivation to work, The managerial choice: To be efficient and to be human.
 Douglas McGregor – Nascido em Detroit no ano de 1906, McGregor partilhou as suas ideias sobre as necessidades do indivíduo com Maslow e Likert. Douglas McGregor estudou no Colégio Oberlin e na Univerisadade Estatal Wayne, onde se graduou no ano de 1932. Recebeu o seu grau de doutor em Psicologia Experimental na Universidade de Harvard em 1935. De 1943 a 1945, foi diretor de relações industriais e consultor de recursos humanos na companhia Dewey Almy em Cambridge. 
Psicólogo social especialista em comportamento humano, professor do MIT e de Harvard, tornou-se famoso pela sua teoria que comparava dois estilos opostos e antagônicos de administrar. Uma baseava-se na teoria tradicional, mecanicista e pragmática a qual denominou Teoria X, e a outra, baseava-se nas concepções modernas do comportamento humano denominando Teoria Y, criadas em 1960. A teoria Y desafia as empresas a inovar na gestão dos recursos humanos e preconiza que as pessoas têm uma necessidade psicológica de trabalhar e aspiram a ter realização profissional e responsabilidade. Já a teoria X nega a existência de qualquer potencial na força de trabalho e assume que as pessoas são preguiçosas, imaturas e precisam ser controladas para ter resultados. Sua principal obra foi: The human side of enterprise.
Herbert Alexander Simon – Herbert Simon (1916-2001), economista e psicólogo norte americano, foi um dos mais influentes cientistas sociais do século XX. Graduou-se em Ciência Política pela Universidade de Chicago em 1936, onde obteve também o título de Ph. D., na área, em 1943. Iniciou suas atividades de pesquisa na Administração Pública e posteriormente mudou o foco para administração de empresas. Suas pesquisas sobre a decisão e o comportamento humano têm até hoje influência campos da Administração, Economia, Psicologia e Ciência da Computação, que lhe concederam o Prêmio Nobel de Economia em 1978 e o prêmio Turig em ciência dos computadores, além da primeira Medalha Nacional da Ciência concedida por seu trabalho em ciências do comportamento. Começou a se interessar por tomada de decisões quando ainda era estudante de Ciência Política, na Universidade de Chicago. 
Considerado um dos maiores figuras do behaviorismo, Simon criou a Teoria das Decisões na qual utilizou como base para explicar o comportamento humano nas organizações. Essa teoria trata a organização como um complexo sistema de decisões. A teoria aborda que a decisão envolve seis elementos: tomador de decisão; objetivos; preferências; estratégia; situação; resultado. Sua principal obra foi: Administrative Behavior (1947).
BIBLIOGRAFIA/ REFERÊNCIAS 
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 8ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
WWW.ceap.br
WWW.passeidireto.com
WWW.professorcezar.adm.br
TEORIA PSICANALÍSTICA
A teoria psicanalítica foi desenvolvida pelo neurologista austríaco Sigmund Freud (1856-1939) e está intimamente relacionada a sua prática psicoterapêutica. É uma teoria que procura descrever a etiologia dos transtornos mentais, o desenvolvimento do homem e de sua personalidade, além de explicar a motivação humana. Com base nesse corpo teórico Freud desenvolveu um tipo de psicoterapia. Ao conjunto formado pela teoria, a prática psicoterapêutica nela baseada e os métodos utilizados dão-se o nome de psicanálise.
OBJETO DE ESTUDO: O INCONSCIENTE
O objeto de estudo da Psicanálise é o inconsciente. Por sua vez, o inconsciente segundo o dicionário Aurélio é o conjunto dos processos e fatos psíquicos que atuam sobre a conduta do indivíduo, mas escapam ao âmbito da consciência e não podem a esta ser trazidos por nenhum esforço da vontade ou da memória, aflorando, entretanto, nos sonhos, nos atos falhos, nos estados neuróticos ou psicóticos, isto é, quando a consciência não está vigilante.
A premissa inicial de Freud era de que há conexões entre todos os eventos mentais. Quando um pensamento ou sentimento parece não estar relacionado aos pensamentos e sentimentos que o precedem, as conexões estão no inconsciente. Uma vez que estes elos inconscientes são descobertos, a aparente descontinuidade está resolvida.
No inconsciente estão elementos instintivos, que nunca foram conscientes e que não são acessíveis à consciência. Além disso, há material que foi excluído da consciência, censurado e reprimido, o que veremos quando da análise dos complexos. Esse material não é esquecido ou perdido, mas não lhe é permitido ser lembrado.
Nessa perspectiva, a intenção de Freud, desde seus primeiros escritos, era entender melhor os aspectos obscuros e aparentemente inatingíveis da vida mental.
Desse modo, para melhor entendermos sobre o objeto de estudo da Psicanálise é importante conhecermos as definições de consciente, pré-consciente e inconsciente:
Consciente é o conjunto dos processos e fatos psíquicos de que temos consciência, isto é, conhecimento.
Inconsciente além do explicitado acima é um processo psíquico, cuja existência somos obrigados a supor – devido a um motivo tal que inferimos a partir de seus efeitos – mas do qual nada sabemos.
Pré-consciente é o conjunto dos processos psíquicos latentes, mas disponíveis, isto é, aptos a se tornarem conscientes, como por exemplo, as lembranças. Estritamente falando, o pré-consciente é uma parte do inconsciente, mas que pode se tornar consciente com facilidade. Ex. as lembranças do que se fizeram ontem, seu segundo nome, todas as ruas nas quais você morou etc.
Os sonhos constituem o principal, mas não o único, acesso ao inconsciente. Há também aquilo que Freud chamou de “para praxes”, lapsos inexplicáveis de língua, falhas da memória, confusões, leituras errôneas e colocação de objetos em lugares errados, que podem se atribuídos aos desejos e intenções inconscientes.
Vale lembrar, entre outras coisas, que a presença do inconsciente é revelada também nas piadas, que, para Freud, têm um conteúdo acentuadamente libidinal, ansioso ou agressivo.
Por fim, o objetivo da Psicanálise é liberar materiais inconscientes antes inacessíveis, de modo que se possa lidar com eles conscientemente. Desse modo é possível que uma pessoa possa então viver de forma mais satisfeita ao libertar-se de alguns sofrimentos, complexos, desejos reprimidos, cuja origem reside nessa área da memória, chamada de inconsciente.
O APARELHO PSÍQUICO
Freud caracterizou uma organização psíquica dividida em sistemas chamados também de instâncias psíquicas, que ocupariam lugares na mente interagindo entre si com funções específicas. Dois modelos foram propostos, um topográfico e outro estrutural. No topográfico divide-se e localiza-se a atividade mental nos sistemas consciente, pré-consciente e inconsciente, já no estrutural os elementos eminentemente ativos se dividem em três instâncias id, ego e superego.
Modelo Topográfico: O modelo topográfico divide a atividade mental em consciente, pré-consciente e inconsciente. 
Consciente: O consciente é definido como a parte do aparelho psíquico pela qual estamos cientes das nossas percepções externas e internas, incluindo lembranças e ações intencionais, tem a função de receber informações das excitações provenientes do exterior e do interior através das nossas funções perceptivas, cognitivas, e motoras, funcionando de modo realista, de acordo com as noções de tempo e espaço.
Pré-Consciente: Sistema articuladocom o sistema consciente, sendo tudo aquilo que não está diretamente no consciente, que deixou de ser consciente sem, contudo se tornar totalmente inconsciente, permanecendo acessível à consciência.
Inconsciente: Conteúdo ausente do sistema consciente, sendo o foco e objeto de estudo da teoria psicanalítica. Seu material não é acessível por meio consciente podendo ser captado apenas indiretamente por meio de técnicas e métodos. É constituído por conteúdo recalcado que por meio da repressão não tem acesso aos sistemas consciente e pré-consciente.
MODELO ESTRUTURAL: O modelo estrutural divide os elementos eminentemente ativos em instâncias: id, ego e superego. 
ID: Concebido como conjunto de conteúdos regidos pelo princípio do prazer, de natureza pulsional e inconsciente. O seu conteúdo seria hereditário e inato, recalcado e totalmente adquirido, sendo considerado a fonte da energia psíquica (libido), composto dos representantes psíquicos dos instintos, uma reserva inconsciente dos impulsos e desejos. Através das interdições e restrições morais do superego, se dá nele a origem do ego.
Ego: É a alma racional no esquema platônico adotado por Freud, se define como sendo o conjunto de funções ligadas às relações do indivíduo com o mundo exterior, lida com os estímulos tanto internos quanto externos. O ego seria pré-consciente surgindo num processo de diferenciação do Id onde através do processo de repressão se faz prevalecer o princípio da realidade sobre o princípio do prazer, estabelece o equilíbrio entre as reivindicações do Id e as exigências do superego.
Superego: Aparece como órgão de repressão e censura, num conjunto de princípios morais, interdições e deveres. Por meio destes tende a reprimir os impulsos que a sociedade e a cultura proíbem ao Id, é visto como consciente com componentes inconscientes, responsabiliza-se pelo desenvolvimento da consciência moral, da auto-observação e da formação dos ideais, o que originaria nossa personalidade moral e social.
Os Mecanismos de Defesa
Medidas defensivas inconscientes utilizadas para resolver conflitos não solucionados no nível consciente, eles negam, falsificam ou distorcem a realidade de forma que a pessoa não tenha consciência do que está ocorrendo. Para a psicanálise, as psicoses significam uma severa falência deste sistema defensivo, pois quando esses mecanismos controlam os processos mentais, nenhum sintoma se desenvolve, mesmo que o efeito possa limitar as potencialidades do ego e empobrecer os instintos. Os mecanismos dividem-se em eficazes, que estancam o que possa ser desagradável, e ineficazes, que não bloqueiam por completo permitindo a possibilidade de neuroses.
Repressão
Mecanismo de defesa contra ansiedade ou culpa gerada por impulsos sexuais ou agressivos, se tratando de afastar ou reprimi-los do consciente, realizada pela censura do ego ou superego.
Negação
Mecanismo de defesa em que os fatos ou as implicações da realidade são negados para realização de desejos internos, a suposição de que uma verdade não se aplica a sua pessoa para amenizar aspirações internas.
Projeção
Consiste em projetar para algo ou alguém sentimentos próprios e expulsar de si, depositando, no outro, qualidades, sentimentos, defeitos e emoções que desconhece, ou que não deseja admitir que traga em si.
Regressão
É o retorno inconsciente a situações anteriores que se provaram seguras, diante de uma frustração ou um presente angustiante. Seria a utilização de atitudes e métodos eficazes que no passado tenham deixado esta impressão e quando da necessidade aparecem como mecanismos de defesa.
Substituição
Neste mecanismo o inconsciente manifesta-se indiretamente à consciência oferecendo um substituto aceitável para suprir os desejos do Id ou do superego, uma satisfação imaginária do desejo onde um objeto que é valorizado emocionalmente porém não pode ser obtido é substituído inconscientemente por outro.
Sublimação
A racionalização de valores puramente instintivos, ao concentrar esforços em atitudes aceitáveis exprimindo aquilo que é reprimido por outras vias. Aparecem nos dotes artísticos, esportivos entre outros queriam nada mais que instintos reprimidos que acharem uma forma permitida se desenvolve de forma plena.
Transferência
Mecanismo onde a transferência de sentimentos pode ser vista como, a repetição frente à outra pessoa ou situação, de atitudes emocionais, inconscientes, amigáveis ou hostis, que o paciente estabeleceu na sua infância no contato com os pais e com as pessoas que o cercaram.
Recalque
Exclusão de idéias, sentimentos e desejos que o indivíduo não queira admitir e que continuam a fazer parte da vida psíquica. Traumas e conflitos não resolvidos são recalcados e se não resolvidos podem acarretar transtornos psíquicos.
As Manifestações do Inconsciente
Para Freud, os sentimentos e desejos reprimidos que depositamos no inconsciente manifestam-se indiretamente, já que não é possível acessar diretamente o inconsciente, devemos estudar as suas manifestações observáveis, as principais manifestações do inconsciente freudiano são as listadas abaixo.
Sonhos
Podemos sintetizar a teoria psicanalítica dos sonhos como a experiência subjetiva que aparece na consciência durante o sono e que após acordar, chamamos de sonho é o resultado de uma atividade mental inconsciente durante este processo fisiológico, que por sua natureza ou intensidade pode ameaçar interferir com o próprio sono. O sonho seria uma função psíquica encarregada de compensar, de suavizar, de substituir, uma realidade que nos é frustrante por outra diferente, onde todas as nossas ações parecem absurdas porque gozamos enquanto dormimos de uma espécie de liberdade condicional, livres da censura social, que se expandem nos sonhos. Podem ter seu conteúdo explicito durante o sono onde a pessoa pode ou não recordar depois de despertar, seus vários elementos são designados como conteúdo manifesto do sonho. Os pensamentos e desejos inconscientes que ameaçam acordar a pessoa são denominados conteúdo latente do sonho. As operações mentais inconscientes por meio das quais o conteúdo latente do sonho se transforma em sonho manifesto, chama-se de elaboração do sonho.
Instinto Sexual
Freud através da prática clínica observou que a ansiedade que se manifestava através das neuroses era conseqüência de instintos ligados à sexualidade, o que seria a libido. Esta energia reprimida tinha expressão nos vários sintomas neuróticos que serviam como um mecanismo de defesa psicológica. Essa força, o instinto sexual, não se apresentava consciente, formado por instintos, impulsos orgânicos e desejos inconscientes, ou seja, pelo que Freud designa como pulsões. Estas são regidas pelo princípio do prazer, que exige satisfação imediata. O id é a energia dos instintos e dos desejos em busca da realização desse princípio do prazer. É a libido. Instintos, impulsos e desejos, as pulsões, são de natureza sexual e a sexualidade não se reduz ao ato sexual genital, mas a todos os desejos que pedem e encontram satisfação na totalidade do corpo.
As fases da sexualidade: Freud demarcou três fases da sexualidade humana que se diferenciam pelos órgãos que sentem prazer e pelos objetos ou seres que dão prazer. A fase oral, quando o desejo e o prazer localizam-se primordialmente na boca e na ingestão de alimentos e o seio materno, a mamadeira, a chupeta, os dedos são objetos do prazer. A fase anal, quando o desejo e o prazer localizam-se primordialmente nas excreções e as fezes, brincar com massas e com tintas, amassar barro ou argila, comer coisas cremosas, sujar-se são os objetos do prazer. A fase genital ou fase fálica, quando o desejo e o prazer localizam-se primordialmente nos órgãos genitais e nas partes do corpo que excitam tais órgãos. Nessa fase, para os meninos, a mãe é o objeto do desejo e do prazer e para as meninas, o pai.
Complexo de Édipo
O termo deriva do herói grego Édipo que, sem saber, matou seu pai e se casou com sua mãe. Para Freudisso resume o desejo incestuoso pelo pai ou pela mãe, sendo esse o desejo fundamental que concentra a totalidade da vida psíquica e determina o sentido da vida. Essa fixação geralmente termina quando a criança se identifica com o parente do mesmo sexo e reprime seus instintos sexuais. Se o relacionamento prévio com os pais fosse relativamente amável e não traumático, e se a atitude parental não fosse excessivamente proibitiva nem excessivamente estimulante, o estagio seria ultrapassado harmoniosamente.
Complexo de Electra
O equivalente feminino do Complexo de Édipo é o Complexo de Eletra, cuja lenda fundamental é a de Electra e seu irmão Orestes, filhos de Agamemnon e Clytemnestra. Eletra ajudou o irmão a matar sua mãe e o amante dela, um tema da tragédia grega.
Narcisismo
O narcisismo é o encantamento e a paixão que sentimos por nossa própria imagem ou por nós mesmos, porque não conseguimos diferenciar um do outro. Como crítica à humanidade em geral - que se pode vislumbrar em Freud - narcisismo é a bela imagem que os homens possuem de si mesmos, como seres ilusoriamente racionais e com a qual estiveram encantados durante séculos.
Atos Falhos
Os chamados atos falhos ou também chamados de sintomáticos são para psicanálise evidência da força e individualismo do inconsciente e se manifestaria através de algo que racional e conscientemente não seria feito, um erro na fala, na memória ou numa ação física que seria supostamente causada pelo inconsciente, isto é, através do ato falho o desejo do inconsciente é realizado. Isto explica o fato de que nenhum gesto, pensamento ou palavra acontece acidentalmente. Os atos falhos são diferentes do erro comum, evidenciando que o ato falho é como um sintoma, constituindo o elo entre o intuito consciente da pessoa e aquele que se encontra reprimido e que por um lapso, este chamado de ato falho, é expresso.
Métodos da Terapia Psicanalítica
Breuer e o início da psicanálise freudiana
Psicanálise, entre outras coisas é um método terapêutico para tratamento de doenças de natureza psicológica sem motivação orgânica, um método de exploração indireta do inconsciente para entender a influência deste sobre a conduta das pessoas. Originou-se na prática clínica do médico e fisiologista Josef Breuer, devendo-se a Sigmund Freud (1856-1939) o aperfeiçoamento da técnica e a criação de novos métodos e conceitos, foi esse conjunto de métodos, teorias, conceitos e técnicas que Freud denominou psicanálise.
Breuer fazia o uso de hipnose e da terapia da conversa para induzir o paciente a recordar experiências traumatizantes sofridas por ele, isso supostamente aliviaria os sintomas da depressão, histeria e outros males psíquicos.
Essa terapia da conversa deve ser franca e permitir ao paciente trazer a tona recordações difíceis de emergir de forma consciente, já que o paciente tende a tentar esquecer ou negar a si próprio o ocorrido.
Catarse: Breuer acreditava que os sintomas neuróticos desaparecem quando deixam de ser processos inconscientes, tornando-se processos conscientes.
A primeira publicação sobre os métodos, técnicas e resultados dos tratamentos realizados por Breuer foi publicada em conjunto com Sigmund Freud, apesar de Freud inicialmente discordar de alguns pontos do método de Catarse de Breuer, esse método continuou a ser usado pelos médicos da corrente “Breuriana”.
Freud, gradualmente desistiu de usar hipnose, substituindo-a pelo divã , que permitiria ao paciente, em uma posição confortável, fazer um esforço para lembrar os traumas que estariam na origem de seus problemas, Freud acreditava que os processos mentais que não se manifestavam conscientemente, são redirecionados de forma inconsciente, causando os sintomas dos problemas psíquicos.
	
	
Freud começou a praticar a auto-análise anotando seus sonhos, vendo nesses pistas para atividades inconscientes, para ele deveriam ser levados em conta tanto o material colhido em análise , quanto o realizá-los de forma inconsciente, as experiências na infância eram de suma importância para entender a vida adulta e os desejos sexuais eram o principal motivador do comportamento humano, para ele a maioria dos distúrbios estavam relacionados a sentimentos reprimidos com origem em experiências sexuais perturbadoras.
MÉTODO DA PSICANÁLISE DE FREUD
A principal característica da psicanálise Freudiana é tratar através da fala as doenças da alma (psicose, melancolia), dos nervos (neurose) e da sexualidade (perversão), excluindo qualquer outra forma de intervenção, para isso são usadas as seguintes técnicas:
	
	
Associações Livres: Assim como a terapia da conversa de Breuer consiste em solicitar ao paciente dizer de forma franca e livre tudo o que ocorre com ele, as aspirações, angústias, sonhos e fantasias, que lhe provocam alguma resistência. O psicanalista identifica as perturbações em função do encadeamento das associações realizadas pelo paciente, tentando identificar os fenômenos inconscientes por trás das neuroses, nessa técnica são interpretadas principalmente as lembranças da infância. Freud encontrou nas associações-lives um substituto para a hipnose.
Interpretação do Sonhos: Os sonhos são uma manifestação simbólica do inconsciente, permitindo a realização de um desejo. A sua interpretação permite a descoberta das causas das situações traumáticas. Para Freud, a elaboração do sonho é feita por técnicas como a condensação (um mesmo elemento representava vários pensamentos do sonho) e o deslocamento (um elemento do sonho é colocado no lugar de um pensamento latente).
Atos Falhos: Consiste em analisar situações de perturbações mentais momentâneas, como se esquecer de nomes de pessoas conhecidas, trocar palavras, ouvir coisas que não foram ditas, também são objeto de análise as ações não intencionais e/ou sem objetivo.
Transferências: Análise da relação entre o psicanalista e o paciente durante os momentos onde o paciente revive situações traumáticas. Nesses momentos os sentimentos reprimidos são transferidos para o psicanalista. A interpretação destas transferências é um dos elementos fundamentais que pode levar à descoberta das situações traumatizantes.
Estas e outras técnicas são complementares, podendo ser usadas em conjunto, ou alternadamente, pode-se também usar mais uma técnica que outra.
Dentre as diversas escolas de psicoterapia, a psicanálise é a única a recorrer exclusivamente ao sistema de pensamento freudiano do inconsciente e da sexualidade, e empregar uma técnica de tratamento e de transformação baseada na transferência, bem como na obrigação de o próprio terapeuta recorrer à psicanálise.
Dentre as diversas escolas de psicoterapia, a psicanálise é a única a recorrer exclusivamente ao sistema de pensamento freudiano do inconsciente e da sexualidade, e empregar uma técnica de tratamento e de transformação baseada na transferência, bem como na obrigação de o próprio terapeuta recorrer à psicanálise.
A PSICANÁLISE NA ADMINISTRAÇÃO
Psicanálise Organizacional
Como em todas as relações sociais, o funcionário é exposto a um sofrimento psíquico quando é forçado pela organização a reprimir seus desejos, seja pelas condições de trabalho ou pelas pressões por resultado.
A Psicanálise propõe um questionamento sobre qual seria o lugar do desejo e do sujeito no trabalho, buscando entender quais meios podem colaborar para a promoção e manutenção da saúde e a redução desse sofrimento psíquico, uma das correntes que busca entender essa relação pessoa-organização é a Psicanálise Organizacional.
A psicanálise pode ser aplicada, trazendo benefícios, a todas as organizações dos mais variados setores, rompendo com a visão apenas geral, do todo, e levando em consideração o comportamento de cada pessoa no grupo, o grau de consciência individual em relação aos problemas, a percepção que cada indivíduo tem da realidade na qual se encontra e os inevitáveis conflitos intra-organizacionais.
A aplicação da psicanálise à organização envolve o desenvolvimento deferramentas para analisar a essência de cada indivíduo na organização, o comportamento dos indivíduos nos grupos e o comportamento dos grupos na organização.
O INCONSCIENTE ORGANIZACIONAL
As atitudes frente aos obstáculos ao crescimento individual vão interferir diretamente no progresso geral, o comportamento individual interfere no sucesso da organização. Como a psicanálise é um investiga os processos mentais, ela auxilia a entender como isso ocorre.
Sendo a organização formada por pessoas é necessário entende-la como portadora de uma individualidade, um “Eu”, e esse “Eu” é reflexo dos “Eus” de cada indivíduo, devemos encontrar na psicanálise, um modo de melhor aproveitamento do potencial humano dentro da organização, buscando também uma melhora da qualidade de vida de cada funcionário.
Se todos nós temos conteúdos no inconsciente e a organização é feita por pessoas, isso quer dizer que a organização também tem seu próprio inconsciente, o inconsciente organizacional.
A psicanálise organizacional visa identificar as neuroses da organização, ou seja, trabalha o conteúdo inconsciente coletivo dentro da organização, tentando tornar cada pessoa um “ser” livre e que conhece seus limites, aprendendo a pensar por si, trabalhar e desenvolver suas potencialidades bloqueadas.
OBJETIVOS DA PSICANÁLISE ORGANIZACIONAL
A psicanálise organizacional propõe soluções para os conflitos das pessoas dentro das organizações, seus sofrimentos e dificuldades pessoais e interpessoais, para isso deve-se analisar as relações interpessoais nas organizações e trabalhar as neuroses individuais que se refletem na organização, já que todo o inconsciente adquirido pela pessoa ao longo da vida é levado para dentro da empresa.
Para a psicanálise a neurose é uma doença cujos sintomas são a expressão simbólica de um conflito psíquico entre o desejo e os mecanismos de defesa, é uma reação da mente em relação às experiências desagradáveis.
O objetivo da psicanálise organizacional é evitar o poder traumático e negativo que alguns colaboradores exercem dentro das organizações, além de amenizar o medo, a raiva, o stress e a depressão nos ambientes de trabalho, esses traumas podem ocorrer por não escolhermos as pessoas com quem vamos conviver na organização, são as mais diversas pessoas com as mais diversas experiências.
O conhecimento do “ser” e o desenvolvimento de habilidades interpessoais são uma das principais ferramentas para a motivação e comprometimento da equipe, o fator financeiro não deve ser o único motivacional na organização.
A psicanálise na gestão das empresas busca a identificação das verdadeiras causas de muitos conflitos pessoais, por vezes causados por manifestações de origem inconsciente, sem esses conflitos, a pessoa será mais saudável, produtiva, e social, utilizando todo o seu potencial.
Como conseqüência as empresas se transformarão em organizações saudáveis e muito mais lucrativas, pois empresas são formadas por pessoas e o crescimento das pessoas é o crescimento das empresas.
RESUMO/ CONCLUSÃO
A psicanálise é uma ciência que estuda o inconsciente e seus reflexos no comportamento humano, para isso faz uso dos métodos de associações livres para identificar os processos inconscientes por trás dos problemas psíquicos, a teoria da sexualidade latente de Freud é a de maior aceitação para explicar essa ação do inconsciente, apesar de outras correntes substituírem a sexualidade pelo complexo de inferioridade ou o narcisismo.
A psicanálise, vendo a empresa como um ser com personalidade e inconsciente, pode ser usada para resolver os problemas intra e interpessoais e assim colaborar para o crescimento e sucesso da organização.
BIBLIOGRAFIA/ REFERÊNCIAS
ATIÉ, Frida. Anna Freud: o analista como educador www.psy.med.br
RAPPAPORT, Clara Regina. Psicanálise - introdução a práxis - Freud e Lacan
www.psicologado.com
www.psicanalise.online.nom.br
TEORIA DE GESTALT
A Gestalt (ou psicologia de forma) teve como precursor Ehrenfels, que já em 1890 refletia sobre as qualidades da forma. Mas a teoria foi desenvolvida de fato no começo do século XX por Wollfang Kohler e Kurt Koffka, teóricos que sofreram explicitamente a influência da fenomenologia e, que nesse sentido, opõem-se às psicologias de tendência positivista.
A psicologia derivada da tendência empirista tentava reduzir a percepção a uma análise rigorosa, até encontrar o "átomo" psíquico fundamental. O mundo percebido seria inicialmente uma grande confusão de sensações, cujos fragmentos se organizariam trabalhosamente pelo processo de associação, pela qual resultam por fim as percepções e depois as idéias.
Os gestaltistas afirmam que não há excitação sensorial isolada, mas complexos em que o parcial é função do conjunto. Isso significa que o objeto não é percebido em suas partes, para depois ser organizado mentalmente, mas se apresenta primeiro na totalidade (na sua forma, na sua configuração), e só depois o indivíduo atentará para os detalhes.
O conjunto é mais que a soma das partes, e cada elemento depende da estrutura a que pertence. Quando ouvimos uma melodia, não percebemos inicialmente as notas de que ela se compõe: por isso podemos ouvi-la com todas as notas diferentes quando transposta para outro tom e reconhecê-la assim mesmo. No entanto, se uma só nota é alterada, altera-se o todo. Na transposição para outro tom, a estrutura da melodia permanece a mesma, ao passo que no último caso há alteração estrutural.
No dia-a-dia encontramos inúmeros exemplos da tendência à configuração: sempre vemos formas nas nuvens (rosto, cachorro, dragão, etc); as constelações representam cruz, um escorpião; reconhecemos um rosto familiar, mas longe dele muitas vezes não nos lembramos bem dos detalhes. Já pensaram como é difícil descrever alguém para um retrato falado? Isso porque percebemos o rosto no seu conjunto, e não nos detalhes.
A tendência para organizar aquilo que é percebido significa a impossibilidade de existir o fato bruto, pois o objeto é elaborado e nunca aparece na percepção tal como existe em si. O sujeito estrutura organicamente o que está apenas justaposto ou leva à perfeição formas apenas esboçadas.
Tudo o que dissemos para a percepção, vale para o comportamento dos animais e das pessoas: há que partir da admissão de um campo total em que o organismo e o meio entram como dois pólos correlativos que constituem o verdadeiro ambiente da ação. Assim, um espaço se estrutura de forma diferente se o percorro como faminto como fugitivo, ou como artista.
Kohler fez diversas experiências com chimpanzés. Numa jaula, o problema de alcançar uma banana inacessível é resolvido pelo chimpanzé quando ele sobe em um caixote para pegar a fruta, ou quando usa um bambu para derrubá-la. Segundo Kohler, para solucionar o problema, o chimpanzé deve perceber como um todo o campo onde se situa, ou seja, ele só tem o insight (intuição, "iluminação súbita") quando estabelece a relação fruta-caixote ou fruta-bambu. Dá-se então "fechamento", ou seja, a predominância de uma determinada forma sobre outras.
ORIGEM DA PSICOLOGIA DA FORMA
Durante o século XIX e até o início do século XX, a Psicologia havia se consolidado como um ramo da Filosofia, e limitava-se a estudar tanto o comportamento como as emoções e a percepção. Nessa época, os estudos sobre a percepção humana da forma tinham em comum a análise atomista, ou seja, que procurava o conjunto a partir de seus elementos. Sob esse ponto de vista, o homem tenderia a somente perceber uma imagem através de suas partes componentes, compreendendo-as por associações de experiências passadas (associacionismo). Em oposição direta a isto, surgiu a Teoria da Gestalt (ou “configuração”) no início do século XX, com as idéias de psicólogos alemães e austríacos, como 
Max Wertheimer, Christian von Ehrenfels, Felix Krüger, Wolfgang Köhler
e Kurt Koffka. Inicialmente voltada apenas para o estudo da psicologia e dos fenômenos psíquicos, a Gestalt acabou ampliando seu campo de aplicação e se tornouuma verdadeira corrente de pensamento filosófico. 
A Teoria da Gestalt afirma que não se pode ter conhecimento do todo através das partes, e sim das partes através do todo; que os conjuntos possuem leis próprias e estas regem seus elementos (e não o contrário, como se pensava antes); e que só através da percepção da totalidade é que o cérebro pode de fato perceber, decodificar e assimilar uma imagem ou um conceito.
Mas sobre esse pensamento já se formulavam concepções distintas. A chamada “corrente dualista”, da escola de Graz, na Áustria, identificou três processos distintos na percepção sensorial: um, a sensação, corresponde à pura percepção física dos elementos de uma configuração (o formato de uma imagem ou as notas de uma música), que é particular do objeto percebido; e o outro, a representação, que seria um processo “extra-sensorial” através do qual os elementos, agrupados, excitam a percepção e adquirem sentido (a forma visual ou a melodia da música), que já é particular do trabalho mental do homem. A outra concepção, divergente do “dualismo”, era a chamada “corrente monista” (de mono, único), defendida pelos alemães. Pelo ponto de vista monista, tanto sensação como representação se daria simultaneamente, e não em separado. A forma, ou seja, a compreensão que os dualistas chamaram de “extra-sensorial”, não pode ser dissociada da sensação do objeto material. Por ocorrerem ao mesmo tempo, percepções sensoriais e representativas vão se completando até finalizarem o processo de percepção visual. Só quando uma é concluída que a outra pode ser concluída também.
A TEORIA DA FORMA
O psicólogo austríaco Christian von Ehrenfels (1859-1932) lançou, em 1890, as bases do que viriam, mais tarde, a ser os estudos da Psicologia da Forma (originalmente, Gestaltpsychologie). Sua primeira constatação foi a divisão de duas espécies de “qualidades da forma”: as sensíveis, próprias do objeto, e as formais, próprias da nossa concepção. São as primeiras agrupadas de acordo com as últimas que formam o conjunto e possibilitam a percepção (como vimos antes no debate entre “dualistas” e “monistas”). Mas Ehrenfels não foi capaz, em suas pesquisas, de resolver a questão dos “excitantes” das qualidades formais: o que levaria à compreensão partes também estabelece correlações equilibradas. Pois, para a Gestalt, o todo é um elemento próprio, mas refere-se sempre às correlações entre suas partes.
“Entre os princípios da Gestalt, destaca-se como fundamental referência para as composições gráficas, o seguinte conceito: "o todo é mais do que a soma das partes". Isto equivale a dizer que "A + B" não é simplesmente "(A+B)", mas sim um terceiro elemento "C" que possui características próprias.”
LEIS GESTALTISTAS DA ORGANIZAÇÃO 
A Teoria da Gestalt, em suas análises estruturais, descobriu certas leis que reagem à percepção humana das formas, facilitando a compreensão das imagens e idéias. Essas leis são nada menos que conclusões sobre o comportamento natural do cérebro, quando age no processo de percepção. Os elementos constitutivos são agrupados de acordo com as características que possuem entre si, como semelhança, proximidade e outras que veremos a seguir. O fato de o cérebro agir em concordância com os princípios Gestálticos já poderia ser considerado a evidência fundamental de que a Lei da Pregnância é verdadeira. 
São estas, resumidamente, as Leis da Gestalt: 
SEMELHANÇA: Ou “similaridade”, possivelmente a lei mais óbvia, que define que os objetos similares tendem a se agrupar. A similaridade pode acontecer na cor dos objetos, na textura e na sensação de massa dos elementos. Estas características podem ser exploradas quando desejamos criar relações ou agrupar elementos na composição de uma figura. Por outro lado, o mau uso da similaridade pode dificultar a percepção visual como, por exemplo, o uso de texturas semelhantes em elementos do “fundo” e em elementos do primeiro plano.
PROXIMIDADE: Os elementos são agrupados de acordo com a distância a que se encontram uns dos outros. Logicamente, elementos que estão mais perto de outros numa região tendem a ser percebidos como um grupo, mais do que se estiverem distante de seus similares.
 
BOA CONTINUIDADE: Está relacionada à coincidência de direções, ou alinhamento, das formas dispostas. Se vários elementos de um quadro apontam para o mesmo canto, por exemplo, o resultado final “fluirá” mais naturalmente. Isso logicamente facilita a compreensão. Os elementos harmônicos produzem um conjunto harmônico. 
PREGNÂNCIA: A mais importante de todas, possivelmente, ou pelo menos a mais sintética. Diz que todas as formas tendem a ser percebidas em seu caráter mais simples: uma espada e um escudo podem tornar-se uma reta e um círculo, e um homem pode ser um aglomerado de formas geométricas. É o princípio da simplificação natural da percepção. Quanto mais simples, mais facilmente é assimilada: desta forma, a parte mais facilmente compreendida em um desenho é a mais regular, que requer menos simplificação. 
CLAUSURA: Ou “fechamento”, o princípio de que a boa forma se completa, se fecha sobre si mesma, formando uma figura delimitada. O conceito de clausura relaciona-se ao fechamento visual, como se completássemos visualmente um objeto incompleto. Ocorre geralmente quando o desenho do elemento sugere alguma extensão lógica, como um arco de quase 360º sugere um círculo. O conceito de boa continuidade está ligado ao alinhamento, pois dois elementos alinhados passam a impressão de estarem relacionados.
EXPERIÊNCIA PASSADA: Esta última relaciona-se com o pensamento pré-Gestáltico, que via nas associações o processo fundamental da percepção da forma. A associação aqui, sim, é imprescindível, pois certas formas só podem ser compreendidas se já a conhecermos, ou se tivermos consciência prévia de sua existência. Da mesma forma, a experiência passada favorece a compreensão metonímica: se já tivermos visto a forma inteira de um elemento, ao visualizarmos somente uma parte dele reproduziremos esta forma inteira na memória. 
ANÁLISE DAS IMAGENS: Para se fazer uma análise sintática de uma imagem, é preciso, necessariamente, identificar os principais elementos que da composição. E tratar a imagem não como a semiótica, que faz a análise da ligação e significado das partes que a compõem, mas sim do ponto de vista da percepção do olho humano, do modo de estruturar naturalmente os seus elementos gráficos em nossa mente. Foi justamente para estudar essa percepção que se desenvolveu a Teoria da Gestalt. Propõe essa teoria, entre outras regras, que o cérebro humano tende automaticamente a desmembrar a imagem em diferentes partes, organizá-las de acordo com semelhanças de forma, tamanho, cor, textura etc., que por sua vez serão reagrupadas de novo num conjunto gráfico que possibilita a compreensão do significado exposto. 
A Gestalt estabelece sete relações através das quais as partes da imagem são agrupadas na percepção visual: proximidade, semelhança, direção, pregnância, boa continuidade, fechamento e experiência passada. Esse dom natural de “arrumar” as informações passadas em seu cérebro possibilita ao homem assimilar esses dados com maior facilidade e rapidez. Na Arte figurativa, em geral, a preocupação na organização e disposição dos elementos utiliza-se dos mesmos princípios posteriormente estudados pela Gestalt, desde os estudos de Leonardo Da Vinci e Alberti sobre a perspectiva e a hierarquização dos componentes, podendo os valorizar, dar-lhes destaque ou relegando-os o segundo plano, tendo como resultado na obra final um papel principal e destacado, logo percebido pelo espectador, ou secundário no entendimento da cena.
Em Gestalt, explicamos esse “fenômeno da percepção” através da decomposição e imediata recomposição das partes em relação ao todo. Não é muito diferente com a imagem comunicativa. Os mesmos elementos da figura artística se aplicam à comunicação visual, inclusive a retórica. Uma imagem é capaz de ter a mesma eloqüência que um discurso falado oumesmo que um livro. Tudo depende da ordem e da intensidade em que são organizados: a sua configuração ou Gestalt. Seja texto ou imagem, estamos lidando com discursos da propaganda, e daí devemos perseguir sempre os elementos fundamentais desses objetos de análise
GESTALT – GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS: O COMPORTAMENTO COMO UM ESTÍMULO
A Gestalt é muito conhecida no mundo da psicologia e tem como teoria o estudo da percepção e a sensação do movimento, os processos psicológicos envolvidos diante do estímulo e como este é percebido pelo sujeito. Um grande desafio dentro das organizações é o de compreender como as pessoas decidem fazer algo e esse instrumento de tomada de decisão é um pouco complexo e varia de pessoas para pessoas. Existe uma diferença entre controlar comportamentos e controlar as variáveis que interferem na ocorrência de comportamentos. 
Na organização, a área de gestão de recursos humanos administra o comportamento das pessoas para a concretização na formulação de objetivos, atendendo de maneira igual com o objetivo de incentivar o colaborador, para que este se sinta bem em seu ambiente e trabalhe com prazer e vigor. 
A Gestalt é a busca pela superação do desequilíbrio, assimetria e possíveis irregularidades estéticas, no sentido de encontrar a boa forma para o fechamento da visão do todo. Conhecida como a da aprendizagem por "insight" “O indivíduo que tem um insight vê uma situação de uma nova maneira, que implica a compreensão das relações lógicas ou percepção das conexões entre meios e fins" (Hill, 1981).
A Gestalt Gestão de Recursos Humanos pode ser aplicada para se estudar o clima organizacional, por exemplo, baseando-se em tendências percebidas nas experiências e comportamentos específicos das pessoas dentro da organização. A abordagem gestáltica consolidou sua presença no cenário das práticas psicológica eficientemente usada como instrumento na área de Recursos Humanos. Enquanto isso, cada um diligencia, em seu setor de pesquisa, "espaço" disponível em que a gestalt possa se implantar legitimamente e contribuir com uma nova perspectiva. Podemos vê-la tentar conquistar seu espaço em contextos muitos variado: gestalt junto a crianças e adolescentes, casais em processos de divórcio e divorciados, celibatários ou solitários, expansão da sexualidade, grupos de mulheres, homossexuais etc. Preparação para a aposentadoria, acompanhamento dos últimos momentos da vida. Grupos especiais para: psicóticos, doenças psicossomáticas, cancerosos, alcoólicos, toxicômanos, bulímicos ou obesos, desempregados, imigrados etc.
Além disso, vemos tentativas de associar a gestalt a outras abordagens, como: análise transacional, rebirthing, bioenergética, programação neurolinguística, psicodrama, ioga, rolfing, massagem, heptonomia, eutonia, astrologia, tarô, tudo isso com maior ou menor sucesso, conforme o caso. Registramos experiências de aplicação da gestalt em domínios variados: hospitais psiquiátricos, prisões, escolas, infância, pessoas desajustadas, serviços sociais, conselhos conjugais, terapia familiar, empresas, publicidade, agricultores, dentistas etc.
RESUMO/ CONCLUSÃO
A Psicologia da Gestalt teve sua origem na Alemanha não tem uma definição especifica em nosso idioma, mas, pode ser interpretada de várias formas, como, configuração, estrutura, forma, padrão, feição. Como muitos movimentos científicos importantes, a psicologia da forma (Gestalt) nasceu de uma oposição contra a ciência estabelecida na época. Por se oporem à tradição acadêmica da psicologia mais antiga (psicologia experimental), a Gestalt era conhecida como uma psicologia de protesto. A Psicologia da Gestalt originou-se como uma teoria da percepção que incluía as relações entre a forma do objeto e os processos do indivíduo que o recebe. Foi uma reação às abordagens atomistas que reduziam a percepção aos processos mentais ou conteúdos mentais. 
Seus maiores representantes e mais conhecidos foram Max Wertheimer (1880-1943), Wolfgang Kohler (1887-1967) e Kurt Koffka (1886-1941), eles se utilizavam da experiência imediata e adotavam o método fenomenológico.
 A Psicologia da Gestalt questionou a explicação da percepção como uma soma de sensações. Duvidou também da concepção dos processos fisiológicos correspondentes como uma soma de atividades separadas. Para os gestaltistas, nem o processo ideológico, nem a percepção ou a excitação nervosa poderiam ser concebidas como uma simples soma das partes. O processo cerebral, assim como a percepção, deveria ser um todo unificado, não sendo mais uma integração de atividades isoladas de unidades distintas, assim como a percepção é tampouco uma composição de sensações separadas. 
“A fórmula fundamental da teoria da Gestalt poderia ser expressa da seguinte maneira: existem totalidades, cujo comportamento não é determinado pelos seus elementos individuais, mas nos quais os processos parciais são eles mesmos determinados pela natureza intrínseca do todo" (Max Wertheimer).
Os teóricos da Gestalt propuseram uma série de princípios para percepção, tais como: proximidade, semelhança, direção, disposição objetiva, destino comum. Também como conceitos básicos destacam-se: O todo e a parte; Figura e Fundo; Aqui e agora. 
Onde se ressalta a concepção estruturalista desta escola – o problema para o gestaltista não é como o dado é solucionado, mas como é estruturado. Do toda uma parte emerge e vira figura, ficando o restante indiferenciado ou num fundo. 
A experiência passada da percepção de um objeto ou forma tem menor influência na visão de um objeto que se está vendo aqui e agora do que a experiência da percepção aqui e agora. 
A Psicologia da Gestalt é, fundamentalmente, um campo de pesquisa experimental, com procedimentos realizados em laboratório, diferente de uma abordagem eminentemente clínica como a Gestalt Terapia. É inegável que muitos conceitos são assimilados no jargão da Gestalt-Terapia nas teorizações da abordagem, conceitos como figura-fundo, pregnância, “boa forma”, homeostase, campo, etc. Todos esses conceitos foram desenvolvidos por teóricos da Psicologia da Gestalt, e das teorias de base gestáltica, como a Teoria de Campo do Kurt.
Transcorridos pouco mais de 50 anos desde a proposição da Gestalt Terapia, a abordagem gestáltica consolidou sua presença no cenário das práticas psicológicas, seja como abordagem psicoterapêutica, quanto como alternativa pedagógica, bem como eficiente instrumento na área de Recursos Humanos das empresas.
BIBLIOGRAFIA/ REFERÊNCIAS
www.passeidireto.com
www.infoescola.com
Ana Maria. Psicologias, Uma introdução ao estudo de psicologia.São Paulo: Saraiva 2004.
KIYAN, Ana Maria Mezzarana. E a gestalt emerge: vida e obra de Frederick Perls. Sao Paulo: Altana, 2001

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