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OMAR AUGUSTO LEITE MELOOMAR AUGUSTO LEITE MELO Advogado, sócio do escritório Leite Melo & Camargo Sociedade de Advogados, sócio e editor da Tributo Municipal III Seminário de Gestão e Arrecadação Municipal – AMM � O sistema tributário municipal prevê cinco espécies tributárias: � Impostos; � Taxas; � Contribuições de melhoria; � Contribuições sociais; e � Empréstimos compulsórios. � Arts. 145, 148 e 149, CF. � Taxa: � É uma espécie de tributo (art. 3º, CTN). ▪ CF: art. 145, II. ▪ CTN: arts. 77 a 80. � É um tributo vinculado a uma atuação estatal: ▪ Prestação de serviço público específico e divisível, prestado ao▪ Prestação de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição; ▪ Exercício regular do poder de polícia (fiscalização administrativa) . ▪ A justificação da taxa está em não forçar toda a coletividade a suportar um gasto público que pode ser cobrado especificamente daqueles contribuintes que geraram a despesa. � Competência comum. ▪ Municípios podem instituir, dentro do seu campo de atuação. � Está normalmente sujeita aos princípios constitucionais tributários. � Elemento MATERIAL: � Serviço público específico e divisível: uso efetivo ou potencial. ▪ Serviço público. ▪ Taxa x tarifa/preço público (serviço público x atividade econômica). ▪ Reflexo no cálculo da taxa: custo (estimado) do serviço.▪ Reflexo no cálculo da taxa: custo (estimado) do serviço. ▪ Específico: não geral, passível de identificação do usuário. (Fisco) ▪ Reflexo na eleição do sujeito passivo da taxa (contribuinte) ▪ Divisível: uso passível de individualização por contribuinte. (Contribuinte) ▪ Reflexo no cálculo da taxa: valor cobrado = custo total do serviço rateado entre os contribuintes usuários. � Exercício regular do poder de polícia (fiscalização administrativa). ▪ Exercício efetivo, mas admite-se o exercício em potencial. � Destinação pode ser específica ou não. � Taxa de lixo (coleta, remoção, tratamento e/ou destinação); � Taxa de bombeiro; � Taxa de licença para localização e funcionamento de estabelecimentos e comércio ambulante; � Taxa de licença para execução de obras particulares;� Taxa de licença para execução de obras particulares; � Taxa de publicidade e de anúncios; � Taxa de licença para aprovação e execução de projeto de parcelamento do solo; � Taxa de fiscalização de vigilância sanitária; � Taxa de fiscalização ou licença ambiental de instalação e operação. � TUFE de Bauru/SP (Lei Municipal nº 5.771/2009): exercício regular do poder de polícia consistente na fiscalização do cumprimento da legislação administrativa do uso e ocupação do solo urbano, da exploração da publicidade nas vias e logradouros públicos, da higiene, saúde, meiologradouros públicos, da higiene, saúde, meio ambiente, segurança, ordem ou tranquilidade pública, em razão da localização, instalação e funcionamento de estabelecimentos localizados noMunicípio. � Elemento pessoal: � Sujeito ativo (credor): entidade que prestou o serviço público ou exerceu o poder de polícia, de acordo com a competência administrativa (art. 80, CTN). � Sujeito passivo (devedor): pessoa usuária do serviço público ou pessoa (a ser) fiscalizada. ▪ Cabe a responsabilidade tributária. � Elemento temporal: � Definição na lei. ▪ Exemplos: 1º/01, início da atividade do contribuinte, início ou fim da obra etc. ▪ Elemento espacial: ▪Definição na lei. � Zona urbana e/ou rural. ▪ Elementos quantitativos:▪ Elementos quantitativos: ▪Base de cálculo. � Taxa não pode ter base própria de imposto (art. 145, §2º, CF; art. 77, parágrafo único, CTN). ▪ Alíquota. � Fixa ou variável. ▪ Aplica-se o princípio da capacidade contributiva, não- confiscatoriedade. ▪ Limite e referência: custo estimado da atividade estatal. � SV 41: o serviço de iluminação pública não pode ser remuneradomediante taxa. � SV 29: É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integralde determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra. � SV 19: A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal. � 595: É INCONSTITUCIONAL A TAXA MUNICIPAL DE CONSERVAÇÃO DE ESTRADAS DE RODAGEM CUJA BASE DE CÁLCULO SEJA IDÊNTICA À DO IMPOSTO TERRITORIAL RURAL. � 551: É INCONSTITUCIONAL A TAXA DE URBANIZAÇÃO DA� 551: É INCONSTITUCIONAL A TAXA DE URBANIZAÇÃO DA LEI 2320, DE 20/12/1961, INSTITUÍDA PELO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE, PORQUE SEU FATO GERADOR É O MESMO DATRANSMISSÃO IMOBILIÁRIA. � 545: PREÇOS DE SERVIÇOS PÚBLICOS E TAXAS NÃO SE CONFUNDEM, PORQUE ESTAS, DIFERENTEMENTE DAQUELES, SÃO COMPULSÓRIAS E TÊM SUA COBRANÇA CONDICIONADA À PRÉVIA AUTORIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA, EM RELAÇÃOÀ LEIQUEAS INSTITUIU. � RE 581.947: inconstitucionalidade da taxa municipal em razão do uso do espaço público municipal (taxa de uso e ocupação do solo e espaço aéreo). Não é serviço nem fiscalização. E tarifa? � RE 789.218: inconstitucionalidade da instituição e a cobrança de taxas por emissão ou remessa de carnês/guias de recolhimento de tributos, por não envolver a prestação de um serviço público para o contribuinte, mas sim um serviço prestado à própria tributos, por não envolver a prestação de um serviço público para o contribuinte, mas sim um serviço prestado à própria AdministraçãoTributária. � RE 588.322: a regularidade do exercício do poder de polícia é imprescindível para a cobrança da taxa de localização e fiscalização. A existência do órgão administrativo não é condição para o reconhecimento da constitucionalidade da cobrança da taxa de localização e fiscalização, mas constitui um dos elementos admitidos para se inferir o efetivo exercício do poder de polícia, exigido constitucionalmente. A taxa estará validada se demonstrado a existência de órgão e de estrutura competente para o respectivo exercício. � RE 425.485: o exercício do poder de polícia não precisa ser presencial; pode ser remoto. � AI 456.186 e RE 206.777: inconstitucionalidade da taxa de limpeza de logradouros públicos, por falta de especificidade e divisibilidade. � RE 206.777: constitucionalidade da taxa municipal de bombeiros� RE 206.777: constitucionalidade da taxa municipal de bombeiros (de prevenção e combate de incêndios). � ADI 1948: constitucionalidade da taxa que leva em conta o faturamento do contribuinte, para definir a sua faixa de tributação (faturamento como critério). O que não se admite é a utilização do faturamento como base de cálculo. � ARE 738.944: é legítima a utilização do porte da empresa, obtido a partir do somatório das receitas bruta de seus estabelecimentos, para mensurar o custo da atividade despendida na fiscalização que dá ensejo a cobrança da taxa. � RE 216.207, 581.947: o exercício do poder de polícia é presumido em favor da Municipalidade. Logo, cabe ao contribuinte provar o contrário. � RE 554.951: inconstitucionalidade da taxa de licença para localização, funcionamento e instalação cobrada com base nolocalização, funcionamento e instalação cobrada com base no número de empregados do contribuinte, por falta de comprometimento com o custo da atividade. � AgRg no ARE 707.908: constitucionalidade da taxa de fiscalização sobre a regularidade do posicionamento e da permanência dos orelhões em relação aos padrões locais de estética urbana, circulação de pessoas e segurança pública. � AI 618.150: constitucionalidade da taxa de fiscalização de anúncios. � ADI 2969: inconstitucionalidade da cobrança de taxa para fornecimento de certidões, desde que motivada para defesa dedireitos e esclarecimentos de situação de interesse pessoal. Art. 5º, XXXIV, b, CF. � AI 753.964: A jurisprudência do Supremo é no sentido de haver, relativamente ao fornecimento de água e tratamento de esgoto, o envolvimento de tarifa e não de taxa. ADI 800: O pedágio cobrado pela efetiva utilização de rodovias envolvimento de tarifa e não de taxa. � ADI 800: O pedágio cobrado pela efetiva utilização de rodovias conservadas pelo Poder Público, cuja cobrança está autorizada pelo inciso V, parte final, do art. 150 da Constituição de 1988, não tem natureza jurídica de taxa, mas sim de preço público, não estando a sua instituição, consequentemente, sujeita ao princípio da legalidade estrita. � AI 527.814: validade da cobrança de taxa de fiscalização, localização e funcionamento de escritório de advocacia, por não invadir nem confundir com a fiscalização profissional. � RE 214.569: validade da taxa de fiscalização de obras, calculada com base na área construída. � ADI 2551: a taxa, enquanto contraprestação a uma atividade do Poder Público, não pode superar a relação de razoável equivalência que deve existir entre o custo real da atuação estatal referida ao contribuinte e o valor que o Estado pode exigir de cada contribuinte, considerados, para esse efeito, os elementos pertinentes às alíquotas e à base de cálculo fixadas em lei. Se o valor da taxa, no entanto, ultrapassar o custo do serviço prestadovalor da taxa, no entanto, ultrapassar o custo do serviço prestado ou posto à disposição do contribuinte, dando causa, assim, a uma situação de onerosidade excessiva, que descaracterize essa relação de equivalência entre os fatores referidos (o custo real do serviço, de um lado, e o valor exigido do contribuinte, de outro), configurar-se-á, então, quanto a essa modalidade de tributo, hipótese de ofensa à cláusula vedatória inscrita no art. 150, IV, da Constituição da República. � ADI 416.601:desnecessidade de mensuração exata do custo da atividade. � ADI 948: taxa deve ter valor proporcional ao custo da atividade. � AgRg no RE 176.382: taxa de polícia pode se valer da capacidade contributiva. � RE 113.441: validade da cobrança da taxa (anual) de renovação de licença para funcionamento. � ADI 3028: receita da taxa pode ter destinação específica, não� ADI 3028: receita da taxa pode ter destinação específica, não se aplicando o disposto no art. 167, IV, CF. � RE 613.287: imunidade recíproca não alcança as taxas. � ADI 2178: inconstitucionalidade da TFA: fato gerador relacionado à atividade do contribuinte; lei não especificou os contribuintes; falta de definição legal do montante devido; violação à isonomia. � RE 259.889: inconstitucionalidade da taxa de conservação e serviços de estradas de rodagem, por não ser específico e divisível. � RESP 1.117.903: a natureza jurídica da remuneração dos serviços de água e esgoto, prestados por concessionária de serviço público, é de tarifa ou preço público, consubstanciando, assim, contraprestação de caráter não-tributário, razão pela qual não se subsume aocaráter não-tributário, razão pela qual não se subsume ao regime jurídico tributário estabelecido para as taxas. Consequência no prazo prescricional (de 5 para 10 anos). � RESP 881.937: preço público só pode ser cobrado se o serviço prestado for de natureza comercial ou industrial (“taxa” pelo uso de vias e bens públicos). � AgRg noRESP 1.378.498: é ilegal a cobrança em face de concessionária de serviço público pelo uso de solo, subsolo ou espaço aéreo (ex.: para a instalação de postes, dutos ou linhas de transmissão) porque aa instalação de postes, dutos ou linhas de transmissão) porque a utilização, neste caso, reverte em favor da sociedade - razão pela qual não cabe a fixação de preço público e a natureza do valor cobrado não é de taxa, pois não há serviço público prestado ou poder de polícia exercido. (STF: ED no RE 581.947: esta discussão ainda está em aberto). � RESP 78.048: taxa de publicidade não pode ter por base de cálculo o espaço ocupado pelo anúncio na fachada externa do estabelecimento, porque a fiscalização não depende do tamanho da placa de publicidade. � RESP 261.571: é dispensável a comprovação efetiva do exercício da fiscalização por parte da municipalidade em face da notoriedade de sua atuação. � RESP 810.335: é desnecessária a prova da efetiva fiscalização, sendo suficiente sua potencial existência.fiscalização, sendo suficiente sua potencial existência. � RESP 967.157: a 1ª Seção do STJ pacificou o entendimento de que a controvérsia acerca da divisibilidade e especificidade de taxas é matéria constitucional, de competência do STF. � RESP 1.114.780: O envio da guia de cobrança (carnê), da taxa de licença para funcionamento, ao endereço do contribuinte, configura a notificação presumida do lançamento do tributo, passível de ser ilidida pelo contribuinte, a quem cabe comprovar seu não-recebimento. � Nova redação do art. 4º da LC 123/2006, dada pela LC 147/2014 § 3º. Ressalvado o disposto nesta Lei Complementar, ficam reduzidos a 0 (zero) todos os custos, inclusive prévios, relativos à abertura, à inscrição, ao registro, aoprévios, relativos à abertura, à inscrição, ao registro, ao funcionamento, ao alvará, à licença, ao cadastro, às alterações e procedimentos de baixa e encerramento e aos demais itens relativos ao Microempreendedor Individual, incluindo os valores referentes a taxas, a emolumentos e a demais contribuições relativas aos órgãos de registro, de licenciamento, sindicais, de regulamentação, de anotação de responsabilidade técnica, de vistoria e de fiscalização do exercício de profissões regulamentadas. � As taxas têm um papel importante no sistema tributário nacional, e devem ser melhor utilizadas pelos Municípios não apenas como mais uma fonte de receita tributária, mas sobretudo para fins de implantação de um sistema tributário e financeiro mais justo.e financeiro mais justo. � Com efeito, as taxas servem para amenizar o peso tributário das costas de todos os cidadãos municipais, repartindo os custos despendidos com serviços públicos e fiscalizações de forma específica entre aqueles que usaram ou geraram tais despesas públicas. � Alertas especiais: � Caracterização do fato gerador: serviço público e fiscalização � Arrecadação não deve superar o custo da atividade. � “O que está assente é que, se as atividades gerais do Estado devem ser financiadas com os impostos, arrecadados de toda a coletividade, há outras atividades estatais que, dada sua divisibilidade e referibilidade a um indivíduo ou a um grupo de indivíduos determinável, podem (e, numa perspectiva de justiçadeterminável, podem (e, numa perspectiva de justiça fiscal, devem) ser financiadas por tributos pagos pelos indivíduos a que essas atividades estatais se dirigem. A implementação dessa ideia levou à criação, a par dos impostos, de outras espécies de tributo (de que as taxas são o exemplo mais expressivo), que se diferenciam pela circunstância de se atrelarem a determinadas manifestações da atuação estatal, que condicionam e legitimam tais exações” (Luciano Amaro, Direito Tributário Brasileiro). Omar Augusto Leite MeloOmar Augusto Leite MeloOmar Augusto Leite MeloOmar Augusto Leite Melo omar@omar.adv.br www.omar.adv.br :: www.tributomunicipal.com.br
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