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Resumo Controle da Administração

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Direito Administrativo II – Professor Tiago Nunes
Fichamento Controle da Administração
Caroline Souto Nunes
Conceito e fundamento:
O controle da administração visa verificar a legalidade, a legitimidade, a atuação, a adequação dos atos administrativos ao ordenamento jurídico, ele implica a observância de todos os princípios conformadores do regime jurídico administrativo: de todos os valores que compõem o sistema jurídico brasileiro. Ele configura a oportunidade da coletividade verificar se a Administração está realmente trabalhando ao objetivo fundamental da República Federativa, o qual é o “bem comum”.
A legislação atribui competências aos agentes públicos e, concomitantemente, determina os limites para o exercício destas atribuições. Neste sentido, o próprio sentido de competência alude à existência de limites quanto a atuação da Administração. Sendo assim, o tema em estudo analisa os instrumentos jurídicos de fiscalização sobre a atuação dos agentes, órgãos e entidades componentes da Administração Pública.
O objetivo do controle é garantir, tanto o direito dos administrados quanto anuir o exercício da função administrativa às normas jurídicas. Descende diretamente da opção republicana a inafastabilidade de controle interno e externo.
Classificação: 
Quanto ao órgão controlador, há o controle judicial, o qual é promovido por meio das ações constitucionais perante o Poder Judiciário, podendo ser exercido a priori se realizado antes do ato controlado, ou a posteriori, se realizado depois do ato controlado, e quando ocorre sobre a atividade administrativa é sempre efetivado mediante provocação da parte interessada, exemplo: mandado de segurança e ação civil pública; já o controle legislativo é aquele realizado pelo parlamento com auxílio dos Tribunais de Contas, exemplo: comissões parlamentares de inquérito; enquanto que o controle administrativo é o domínio interno no âmbito da própria Administração, podendo ser realizada por ofício ou por provocação da parte interessada, exemplo: recurso hierárquico.
Quanto à extensão/origem: o controle pode ser interno ou externo. Será interno quando realizado pela própria entidade responsável pela atividade controlada, isto é, quando é realizado através de um Poder sobre seus próprios órgãos e agentes, exemplo: controle exercido pelas chefias sobre seus subordinados; havendo também o controle externo, o qual depende de previsão normativa, sendo indispensável previsão constitucional expressa, visto que a Constituição Federal estabeleceu que os poderes são independentes e harmônicos entre si. O controle é uma atenuação à independência prevista na Constituição Federal. Somente o próprio texto constitucional pode instituir um controle externo, que tenha o condão de conceder a interferência direta de um poder sobre as atividades realizadas por outro poder. Esse controle deve ser realizado visando à legalidade, legitimidade, razoabilidade e economicidade; exemplo: anulação judicial de ato da Administração.
Quanto à natureza, há o controle de mérito, o qual é desempenhado somente pela própria Administração quanto as ponderações sobre conveniência e oportunidade de seus atos. A revogação não opera efeitos retroativos. Exemplo: revogação de ato administrativo. E também há o controle de legalidade exercitável pela própria Administração que conserva a prerrogativa de rever os seus próprios atos. Trata-se de um dever, de avaliar a compatibilidade da atuação administrativa com o ordenamento jurídico, operando efeitos retroativos. Pode ser exercido pelo Judiciário ou pelo Legislativo, nos casos admitidos na Constituição.
Quanto ao âmbito, há o controle por subordinação e o controle por vinculação, sendo que aquele é desemprenhado por meio de autoridade hierarquicamente superior em face de quem praticou o ato controlado, inexistindo controle por subordinação da Administração direta sobre a indireta, exemplo: anulação, realizada pelo Presidente da República, de ato praticado por Ministro de Estado. Já o último corresponde ao poder exercido pela Administração direta sobre as entidades descentralizadas; exemplo: poder de fiscalização do Ministro de Estado sobre autarquia vinculada à sua pasta.
Quanto à iniciativa, há o controle de ofício e o controle provocado pela parte interessada.
Quanto ao momento de exercício: existem três momentos: controle prévio ou a priori, é aquele feito antes do ato controlado. Exemplo: mandado de segurança impetrado para impedir a prática de ato ilegal; controle concomitante: solicitado ao mesmo tempo da execução da atividade controlada. Exemplo: fiscalização durante a execução de obra pública; e o controle posterior ou a posteriori, o qual é realizado após a prática do ato controlado. Exemplo: ação popular proposta visando anular ato lesivo ao patrimônio público.
A natureza jurídica dos mecanismos de controle da Administração Pública Federal é de princípio fundamental da Administração Pública. Sendo os objetivos fundamentais a garantia do respeito aos direitos subjetivos dos usuários da Administração e da observância das diretrizes constitucionais da Administração.
Controle administrativo: É fundamentado no princípio da autotutela que a Administração exerce sobre seus próprios atos. Tem como objetivos a confirmação, correção ou alteração de comportamentos administrativos. A Administração tem o dever de anular seus próprios atos, quando eivados de nulidade, podendo revogá-los ou alterá-los, por conveniência e oportunidade, respeitando os direitos adquiridos. Trata-se da aplicação da Súmula 473, STF. 
Os meios de controle administrativo são a supervisão ministerial sobre as entidades descentralizadas e o controle hierárquico típico dos órgãos da Administração direta.
Controle legislativo: É efetivado no âmbito dos parlamentos e dos órgãos do Poder Legislativo. Seu alcance inclui o controle político sobre o próprio exercício da função administrativa e o controle financeiro sobre a gestão dos gastos públicos dos três Poderes. O exercício deste controle compõe uma das funções típicas do Poder Legislativo. Por isso, o Parlamento pode instaurar Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs); proceder a pedidos de informações; convocar autoridades para esclarecimentos; exercer a fiscalização financeira, contábil, operacional e orçamentária sobre atos e contratos dos demais Poderes, com apoio consultivo do Tribunal de Contas.
Controle judicial: É o controle das atividades administrativas, o qual é realizado sempre mediante provocação, podendo ser a priori ou a posteriori. São meios de controle judicial: habeas corpus, habeas data, mandado de segurança, mandado de injunção, ação popular e ação civil pública. A possibilidade do exercício desse controle advém do “sistema da jurisdição una” (inafastabilidade do controle jurisdicional), como está previsto na Carta Magna e também, se trata do corolário do princípio da legalidade.
Não há limites para o controle exercido pelo Judiciário, podendo incidir sobre atos, contratos, manifestações unilaterais de vontade que representem lesão ou ameaça de lesão a direito individual, difuso ou coletivo (controle amplo). Entretanto, tal controle tem limites. Devendo ser observados os princípios e regras advindos do regime jurídico administrativo, não sendo admissível o exame de questões de mérito. Ele restringe a sua atuação aos aspectos de legalidade do ato, decretando sua nulidade em caso os elementos do ato administrativo estiverem revestidos de ilegalidade em sua formação ou execução. A anulação (e nunca a revogação) somente pode ocorrer nos casos de comprovada ilegalidade. A invalidação (ou anulação) consiste em uma declaração de que o ato desrespeitou a lei em algum dos seus elementos.
A prescrição administrativa, corresponde à supressão do direito de questionar ato ou decisão administrativa, ou da possibilidade de a própria Administração decidir. Em regra, o prazo para interposição de recursos administrativos é de cinco dias. Enquanto que o prazo para propositura de ações judiciais,tanto pela Administração quanto pelo administrado, em regra é de cinco anos. Ademais, são aplicáveis as hipóteses de suspensão e interrupção do prazo prescricional previstas na legislação civil também são aplicáveis às ações judiciais pertinentes ao Direito Administrativo.
Preclusão administrativa: corresponde ao impedimento de revisão da decisão por parte da Administração, uma vez que as decisões administrativas não transitam em julgado, na medida em que sempre podem ser objeto de revisão perante o Poder Judiciário. Porém, mesmo ocorrendo tal preclusão, a decisão será passível de controle judicial, não sendo correto aprecia-la como imutável ou transitada em julgado.
REFERÊNCIAS:
MAZZA, Alexandre. Manual de direito administrativo. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
ROSA, Márcio Fernando Elias. Direito administrativo II: Coleção sinopses jurídicas v.20. 3.ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

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