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RECURSOS PARTE GERAL

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL III
RECURSOS
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LEI Nº 13.105, DE 16 DE MARÇO DE 2015.
WWW.PLANALTO.GOV.BR
CPC/1973: 1.220 artigos
CPC/2015: 1.072 artigos 
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RECURSO
Conceito - É o pedido de reexame de ato decisório proferido pelo juiz de primeiro grau.
 
Atos recorríveis - Os atos do juiz recorríveis são a decisão interlocutória e a sentença. 
 
Atos irrecorríveis - Os despachos, que veiculam atos apenas ordinatórios do procedimento, não comportam recurso.
Art. 1.001.  Dos despachos não cabe recurso.
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RECURSOS ≠ AÇÕES AUTÔNOMAS DE IMPUGNAÇÃO ≠ SUCEDÂNEOS RECURSAIS
Recursos - meios de impugnação que se desenvolvem no bojo do processo de origem;
Ações impugnativas autônomas se desenvolvem em processo distinto daquele que as originaram. Exceção ao principio da coisa julgada.
Ex. Ação Rescisória, Reconsideração, Correição Parcial e Mandado de Segurança Contra Ato Judicial.
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Sucedâneos Recursais - é todo meio de impugnação de decisão judicial que nem é recurso nem é ação de impugnação. Trata-se de categoria que engloba todas as outras formas de impugnação da decisão. São exemplos: pedido de reconsideração, pedido de suspensão da segurança (Lei Federal n.8.437/1992, art. 4º; Lei Federal n. 4.348/1964, art.4º), a remessa necessária (CPC, art. 475) e a correição parcial. (Fredie Didier) 
OBS: para Didier os sucedâneos recursais englobariam as demandas autônomas de impugnação. Outros autores afirmam que eles nunca dão origem a um novo processo e o legislador não os trata como recursos. Ex. remessa necessária e pedido de reconsideração.
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CONCEITO
É o meio idôneo para provocar a impugnação e, consequentemente, o reexame de uma decisão judicial, com vistas a obter, na mesma relação processual, a reforma, a invalidação, o esclarecimento ou a integração do julgado.
Voluntariedade 
Ônus, não obrigatoriedade
Razões para reforma:
 Injustiça da decisão recorrida;
		 Má apreciação da prova;
		 Erro ao julgar (error in judiccando); 
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Possibilidade de anulação da decisão:
 Vício formal (error in procedendo);
 Falta de motivação;
Classificação:
A) quanto à extensão da matéria impugnada:
Parcial ou total
Art. 1.002.  A decisão pode ser impugnada no todo ou em parte.
B) quanto à autonomia:
Principal ou adesivo
C) quanto à natureza da matéria apreciada:
Comuns (exige apenas a sucumbência) ou especiais (rec. Especial e extraordinário)
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RECURSOS –
 
Art. 994.  São cabíveis os seguintes recursos:
I - apelação;
II - agravo de instrumento;
III - agravo interno;
IV - embargos de declaração;
V - recurso ordinário;
VI - recurso especial;
VII - recurso extraordinário;
VIII - agravo em recurso especial ou extraordinário;
IX - embargos de divergência.
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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
1) Duplo grau de jurisdição
 Possibilita à parte que submeta matéria já apreciada e decidida a novo julgamento, por órgão hierarquicamente superior.
	Previsto na CF
2) Taxatividade
 Consideram-se recursos apenas os designados por lei federal.
3) Singularidade ou Unirrecorribilidade
 Cada decisão comporta um único recurso.
	Exceção: recursos especial e extraordinário
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4) Fungibilidade
 Possibilidade de recebimento de um recurso pelo outro. Exigências: 
	* dúvida objetiva sobre qual é o recurso cabível
	*interposição do recurso “inadequado” no prazo do recurso cabível
 Objetivo de não prejudicar a parte pela interposição de um recurso no lugar de outro.
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5) Reformatio in pejus 
 No julgamento do recurso, destarte, pode-se acolher ou não o pedido de reforma formulado pelo recorrente, mas não se tolera que a pretexto de reexame da decisão impugnada se lhe possa impor um gravame maior do que o constante da decisão reexaminada, e que não tenha sido objeto, também de recurso do adversário do recorrente.
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PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE
 
Juizos de admissibilidade e de mérito
Requisitos subjetivos:
Legitimidade – regra geral, apenas tem legitimidade para recorrer a parte que é vencida no ato decisório. 
OBS.: Também são legítimos - o terceiro interessado e o Ministério Público quando atua na condição de parte ou de fiscal da lei. 
 
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Art. 996.  O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica.
Parágrafo único.  Cumpre ao terceiro demonstrar a possibilidade de a decisão sobre a relação jurídica submetida à apreciação judicial atingir direito de que se afirme titular ou que possa discutir em juízo como substituto processual.
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Interesse – apenas pode recorrer a parte sucumbente, ou seja, aquela que não recebe da decisão tudo o que foi pedido. Se o autor vencer a causa em parte, sairá vencido e vencedor ao mesmo tempo, sendo tanto o réu quando o autor sucumbentes em parte. Neste caso, ambos têm o interesse de recorrer.
Art. 1.000.  A parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão não poderá recorrer.
Parágrafo único. Considera-se aceitação tácita a prática, sem nenhuma reserva, de ato incompatível com a vontade de recorrer.
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Art. 996.  O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica.
Parágrafo único.  Cumpre ao terceiro demonstrar a possibilidade de a decisão sobre a relação jurídica submetida à apreciação judicial atingir direito de que se afirme titular ou que possa discutir em juízo como substituto processual.
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Requisitos objetivos
Tempestividade - consistente em interpor o recurso no prazo previsto em lei. O recurso interposto fora do tempo é intempestivo. 
Os prazos são contados em dobro para a Fazenda Pública, MP e Defensoria Pública. Quando houver litisconsortes com diferentes procuradores.
Art. 997.  Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com observância das exigências legais.
OBS.: O prazo para recorrer é peremptório, ou seja, não admite alteração, entretanto, deve o juiz restituir integralmente o prazo se, no seu curso falecer uma das partes, seu advogado ou ocorrer motivo de força maior
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Art. 1.003.  O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados da decisão.
§ 1o Os sujeitos previstos no caput considerar-se-ão intimados em audiência quando nesta for proferida a decisão.
§ 2o Aplica-se o disposto no art. 231, incisos I a VI, ao prazo de interposição de recurso pelo réu contra decisão proferida anteriormente à citação.
§ 4o Para aferição da tempestividade do recurso remetido pelo correio, será considerada como data de interposição a data de postagem.
§ 5o Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes é de 15 (quinze) dias.
§ 6o O recorrente comprovará a ocorrência de feriado local no ato de interposição do recurso.
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Art. 231.  Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do prazo:
I - a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a citação ou a intimação for pelo correio;
II - a data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a citação ou a intimação for por oficial de justiça;
III - a data de ocorrência da citação ou da intimação, quando ela se der por ato do escrivão ou do chefe de secretaria;
IV - o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, quando a citação ou a intimação for por edital;
V - o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da intimação ou ao término do prazo para que a consulta se dê, quando a citação ou a intimação for eletrônica;
VI - a data de juntada do comunicado de que trata o art. 232 ou, não havendo esse, a data de juntada da carta aos autos de origem devidamente cumprida, quando a citação ou a intimação se realizar
em cumprimento de carta;
VII - a data de publicação, quando a intimação se der pelo Diário da Justiça impresso ou eletrônico;
VIII - o dia da carga, quando a intimação se der por meio da retirada dos autos, em carga, do cartório ou da secretaria.
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Cabimento ou Adequação - diz respeito ao fato de existir um recurso apropriado para cada decisão, não podendo haver a substituição do recurso à critério da parte. É o princípio da Singularidade ou unirrecorribilidade das decisões. 
Preparo - consiste no pagamento das despesas processuais relativas ao processamento do recurso, cuja prova deve vir junto aos autos juntamente com a petição de interposição. 
OBS.: O recurso não preparado é declarado deserto. 
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Dispensa do preparo - são dispensados do preparo:
o Ministério Público, 
a Fazenda Pública (administração direta, autarquias e fundações) 
e os beneficiários de justiça gratuita. 
agravo retido e embargos de declaração
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Art. 1.007.  No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção.
§ 1o São dispensados de preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, os recursos interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelo Distrito Federal, pelos Estados, pelos Municípios, e respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal.
§ 2o A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, implicará deserção se o recorrente, intimado na pessoa de seu advogado, não vier a supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 3o É dispensado o recolhimento do porte de remessa e de retorno no processo em autos eletrônicos.
§ 4o O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o recolhimento do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro, sob pena de deserção.
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§ 6o Provando o recorrente justo impedimento, o relator relevará a pena de deserção, por decisão irrecorrível, fixando-lhe prazo de 5 (cinco) dias para efetuar o preparo.
§ 7o O equívoco no preenchimento da guia de custas não implicará a aplicação da pena de deserção, cabendo ao relator, na hipótese de dúvida quanto ao recolhimento, intimar o recorrente para sanar o vício no prazo de 5 (cinco) dias.
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Regularidade Formal – a interposição deve observar o que for estabelecido em lei.
Exemplos: petição escrita; interposição no juizo de origem, exceto agravo de instrumento; petição deve conter a qualificação das partes; as razoes do inconformismo(causa de pedir); pedido de nova decisão;
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Recurso adesivo – é aplicado exclusivamente em caso de sucumbência recíproca. Assim, sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir a outra parte.
Subordinação do recurso adesivo ao principal - o recurso adesivo fica subordinado ao recurso principal. Assim, não será conhecido o recurso adesivo, se houver desistência do recurso principal, ou se for ele declarado inadmissível ou deserto.
Cabimento do recurso adesivo – apenas se admite o recurso adesivo na:
apelação, 
no recurso extraordinário 
e no recurso especial.
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Art. 997.  § 1o Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir o outro.
§ 2o O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as mesmas regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal, salvo disposição legal diversa, observado, ainda, o seguinte:
I - será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora interposto, no prazo de que a parte dispõe para responder;
II - será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial;
III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele considerado inadmissível.
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SUMULA IMPEDITIVA DE RECURSO
Art. 932.  Incumbe ao relator:
III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida;
IV - negar provimento a recurso que for contrário a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
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Efeitos dos recursos
Qualquer recurso tem o efeito de obstar o trânsito em julgado ou a preclusão.
 – os recursos podem ser recebidos nos efeitos devolutivo e suspensivo, ou somente no devolutivo. 
 
Efeito devolutivo - corresponde à devolução da matéria para nova apreciação, seja pelo mesmo juízo ou por outro;
“tantum devolutum quantum appellatum”
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Efeito suspensivo - é aquele que suspende os efeitos da decisão atacada. 
Pode ser deferido excepcionalmente, mesmo quando não previsto, quando houver risco de dano irreparável à parte.
Art. 995.  Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão judicial em sentido diverso.
Parágrafo único.  A eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por decisão do relator, se da imediata produção de seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação, e ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso.
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OUTROS EFEITOS DOS RECURSOS
Efeito substitutivo – substituir a decisão recorrida no que tiver sido objeto de recurso.
Efeito translativo – próprio da apelação. Admite-se julgamento recursal além daquilo que foi objeto de impugnação, incluídas questões de ordem pública não suscitadas pelas partes. Efeito expansivo – possibilidade de o julgamento do recurso ensejar decisão mais abrangente do que o reexame da matéria impugnada. Ex. quando o julgamento do recurso atinge outros atos além do impugnado, como na hipotese de anular uma decisão, e consequentemente todos os atos praticados posteriormente.
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Recurso em caso de litisconsórcio - o recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos ou opostos os seus interesses.
Baixa do processo após o trânsito em julgado do acórdão - transitado em julgado o acórdão, o escrivão, ou secretário, independentemente de despacho, providenciará a baixa dos autos ao juízo de origem, no prazo de 5 (cinco) dias (art. 1.006).
Substituição da sentença pelo acórdão - o julgamento proferido pelo tribunal substituirá a sentença ou a decisão recorrida no que tiver sido objeto de recurso (art. 1.008).

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