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RECURSOS 2017.1

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL III
RECURSOS
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Recursos 
Art. 994. São cabíveis os seguintes recursos: 
I – apelação; 
II – agravo de instrumento; 
III – agravo interno; 
IV – embargos de declaração; 
V – recurso ordinário; 
VI – recurso especial; 
VII – recurso extraordinário; 
VIII – agravo em recurso especial ou extraordinário; 
IX – embargos de divergência. 
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DA APELAÇÃO
Art. 1.009
 
Conceito – apelação é o recurso que se interpõe das sentenças dos juízes de primeiro grau de jurisdição para levar a causa ao reexame dos tribunais do segundo grau, visando a obter uma reforma total ou parcial da decisão impugnada, ou mesmo sua invalidação;
Art. 1.009.  Da sentença cabe apelação.
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Requisitos da apelação – a apelação conterá os seguintes requisitos:
I - os nomes e a qualificação das partes;
II - os fundamentos de fato e de direito;
III - o pedido de nova decisão.
A quem se dirige a apelação – a apelação é dirigida ao juiz de primeiro grau.
Art. 1.010.  A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau, conterá:
I - os nomes e a qualificação das partes;
II - a exposição do fato e do direito;
III - as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade;
IV - o pedido de nova decisão.
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Efeitos do recurso de apelação – regra geral, a apelação será recebida no seu duplo efeito: devolutivo e suspensivo.
 
Efeito devolutivo - a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada. Esse recurso visa obter um novo pronunciamento sobre a causa, com reforma total ou parcial da sentença do juiz de primeiro grau. As questões de fato e de direito tratadas voltam a ser conhecidas e tratadas pelo tribunal.
Art. 1.013.  A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.
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Efeito suspensivo – a apelação normalmente suspende os efeitos da sentença, seja esta condenatória, declaratória ou constitutiva. O efeito suspensivo consiste, portanto, na suspensão da eficácia natural da sentença, isto é, dos seus efeitos normais.
Art. 1.012.  A apelação terá efeito suspensivo.
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Exceção à regra do duplo efeito (execução provisória) – via de regra, a apelação tem o duplo efeito: suspensivo e devolutivo. Entretanto, há casos em que a apelação é recebida apenas em seu efeito devolutivo, de maneira que é possível a execução provisória enquanto estiver pendente o recurso.
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Hipóteses de recebimento da apelação apenas no efeito devolutivo – o recurso de apelação será recebido apenas no seu efeito devolutivo quando: (art. 1.012)
§ 1o Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que:
I - homologa divisão ou demarcação de terras;
II - condena a pagar alimentos;
III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado;
IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem;
V - confirma, concede ou revoga tutela provisória;
VI - decreta a interdição.
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Pedido de concessão do efeito suspensivo:
§ 3o O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1o poderá ser formulado por requerimento dirigido ao:
I - tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-la;
II - relator, se já distribuída a apelação.
§ 4o Nas hipóteses do § 1o, a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo relator se o apelante demonstrar a probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação.
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Preparo – para a interposição de recurso de apelação é exigido o preparo (pagamento das custas).
Deserção – a deserção é o efeito produzido sobre o recurso pelo não-cumprimento do pressuposto do preparo (pagamento das custas recursais) no prazo devido. Sem o pagamento das custas, o recurso torna-se descabido, e a sentença faz coisa julgada material.
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Momento do preparo - o pagamento das custas é feito antes da interposição do recurso, tendo em vista que o comprovante do preparo deve vir anexada à petição do recurso, salvo quando houver algum obstáculo que impeça o apelante de realizar o preparo até o momento do ingresso do recurso em juízo, ocasião em que o Juiz lhe possibilitará a comprovação posterior.
Prazo – os prazos são de 15 dias para apelar e 15 dias para contra-razoar o recurso.
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O tribunal pode julgar desde logo a lide, se a causa versar questão exclusivamente de direito e estiver em condições de imediato julgamento.
Art. 1.011.  Recebido o recurso de apelação no tribunal e distribuído imediatamente, o relator:
I - decidi-lo-á monocraticamente apenas nas hipóteses do art. 932, incisos III a V;
II - se não for o caso de decisão monocrática, elaborará seu voto para julgamento do recurso pelo órgão colegiado.
Art. 1.013
§ 4o Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal, se possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retorno do processo ao juízo de primeiro grau.
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Art. 1.014.  As questões de fato não propostas no juízo inferior poderão ser suscitadas na apelação, se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior.
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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Conceito – os embargos de declaração é o recurso cabível para pedir ao juiz ou tribunal que prolatou a decisão que afaste obscuridade, supra omissão ou elimine contradição existente no julgado.
Art. 1.022.  Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:
I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;
II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento;
III - corrigir erro material.
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Pressupostos dos embargos de declaração – os pressupostos dos embargos de declaração é a existência de uma obscuridade, omissão, contradição e erro material na decisão.
Parágrafo único.  Considera-se omissa a decisão que:
I - deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento;
II - incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1o.
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§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida;
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso;
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
 
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Efeitos dos embargos de declaração – os embargos de declaração possuem o duplo efeito: devolutivo e interruptivo.
Efeito interruptivo – os embargos interrompem o prazo para a interposição de outros recursos, recomeçando, portanto, a contagem por inteiro dos prazos para a interposição dos demais recursos.
Art. 1.026.  Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo para a interposição de recurso.
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Prazo – o prazo é de 05 dias. Não há contra-razoes de recurso, tendo em vista que a função dos embargos de declaração não é alterar a decisão e sim clareá-la ou simplesmente suprir a omissão ou contradição.
Art. 1.023.  Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias,
em petição dirigida ao juiz, com indicação do erro, obscuridade, contradição ou omissão, e não se sujeitam a preparo.
Art. 1.024.  O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias.
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Art. 1.023
§ 1o Aplica-se aos embargos de declaração o art. 229.
§ 2o O juiz intimará o embargado para, querendo, manifestar-se, no prazo de 5 (cinco) dias, sobre os embargos opostos, caso seu eventual acolhimento implique a modificação da decisão embargada.
Art. 229.  Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento.
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Embargos protelatórios - quando manifestamente protelatórios os embargos, o juiz ou o tribunal, declarando que o são, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente de 2% (um por cento) sobre o valor da causa. 
Embargos protelatórios reiterados - Na reiteração de embargos protelatórios, a multa é elevada a até 10% (dez por cento), ficando condicionada a interposição de qualquer outro recurso ao depósito do valor respectivo.
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Art. 1.026
§ 2o Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a dois por cento sobre o valor atualizado da causa.
§ 3o Na reiteração de embargos de declaração manifestamente protelatórios, a multa será elevada a até dez por cento sobre o valor atualizado da causa, e a interposição de qualquer recurso ficará condicionada ao depósito prévio do valor da multa, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que a recolherão ao final.
§ 4o Não serão admitidos novos embargos de declaração se os 2 (dois) anteriores houverem sido considerados protelatórios.
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Embargos com efeitos de pré-questionamento
Art. 1.025.  Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de pré-questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade.
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AGRAVO DE INSTRUMENTO
Art. 1.015
 
Conceito – agravo é o recurso cabível contra decisão interlocutória, ou seja, contra ato do juiz que não põe fim ao processo, mas simplesmente resolve questão incidental, dirigido ao próprio Tribunal através de instrumento dos autos principais.
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Cabimento - rol taxativo
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre: 
I - tutelas provisórias;
II - mérito do processo;
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem;
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação;
VI - exibição ou posse de documento ou coisa;
VII - exclusão de litisconsorte;
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VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução;
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1o;
XII - (VETADO);
XIII - outros casos expressamente referidos em lei.
Parágrafo único.  Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário.
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OBS: as demais decisões interlocutórias, não passiveis de agravo de instrumento, não precluem, podendo ser suscitadas como preliminar de apelação ou em contrarrazões (Marcus Vinicius Gonçalves).
Questão controvertida: e se houver receio de dano irreparável, perigo da demora, etc na decisão interlocutória não passível de Agravo de Instrumento?
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 “Esta opção do legislador de 2015 vai, certamente, abrir novamente espaço para o uso do mandado de segurança contra atos do juiz. A utilização desta ação para impugnar atos do juiz, no ordenamento jurídico ainda em vigor, tornou-se muito rara. Mas, à luz do novo sistema recursal, haverá hipóteses não sujeitas a agravo de instrumento, que não podem aguardar até a solução da apelação. Um bom exemplo é o da decisão que suspende o andamento do feito em 1º grau por prejudicialidade externa. Evidentemente, a parte prejudicada não poderia esperar.” (WAMBIER, Teresa; RIBEIRO, Leonardo Ferres da Silva; CONCEIÇÃO, Maria Lúcia Lins e; MELLO, Rogério Licastro Torres de. Primeiros comentários ao Novo CPC. Artigo por artigo. São Paulo: RT, 2015, p. 1453).
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Requisitos para a interposição do agravo de instrumento – 
Art. 1.016.  O agravo de instrumento será dirigido diretamente ao tribunal competente, por meio de petição com os seguintes requisitos:
I - os nomes das partes;
II - a exposição do fato e do direito;
III - as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão e o próprio pedido;
IV - o nome e o endereço completo dos advogados constantes do processo.
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Conteúdo do agravo de instrumento - o agravo de instrumento será dirigido diretamente ao tribunal competente, através de petição com os seguintes requisitos: 
I - a exposição do fato e do direito; 
II - as razões do pedido de reforma da decisão; 
III - o nome e o endereço completo dos advogados, constantes do processo.
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Formação do instrumento do agravo - a petição de agravo de instrumento será instruída:
I – obrigatoriamente:
cópias da decisão agravada, 
Cópia da certidão da respectiva intimação 
E cópia das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado; 
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II – facultativamente:
com outras peças que o agravante entender úteis.
III - comprovante do pagamento das respectivas custas (preparo) e do porte de retorno, quando devidos, conforme tabela que será publicada pelos tribunais.
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Art. 1.017.  A petição de agravo de instrumento será instruída:
I - obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da contestação, da petição que ensejou a decisão agravada, da própria decisão agravada, da certidão da respectiva intimação ou outro documento oficial que comprove a tempestividade e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado;
II - com declaração de inexistência de qualquer dos documentos referidos no inciso I, feita pelo advogado do agravante, sob pena de sua responsabilidade pessoal;
III - facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis.
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Obs: § 3o Na falta da cópia de qualquer peça ou no caso de algum outro vício que comprometa a admissibilidade do agravo de instrumento, deve o relator aplicar o disposto no art. 932, parágrafo único.
Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível.
§ 5o Sendo eletrônicos os autos do processo, dispensam-se as peças referidas nos incisos I e II do caput, facultando-se ao agravante anexar outros documentos que entender úteis para a compreensão da controvérsia.
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Efeitos do agravo de instrumento - a interposição do agravo de instrumento não obsta o andamento do processo (efeito apenas devolutivo). Entretanto, o relator poderá, a requerimento do agravante, sendo relevante a fundamentação, suspender o cumprimento da decisão (efeito suspensivo):
Art. 1.019. I - poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão;
Prazo - o prazo para a interposição do agravo de instrumento e para as suas contra-razões é de 15 dias.
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Informação ao juízo de primeiro grau da interposição do agravo de instrumento - o agravante poderá juntar, aos autos do processo principal:
cópia da petição do agravo de instrumento
e do comprovante de sua interposição, 
relação dos documentos que instruíram o recurso.
Art. 1.018.  O agravante poderá requerer a juntada, aos autos do processo, de cópia da petição do agravo de instrumento, do comprovante de sua interposição e da relação dos documentos que instruíram o recurso.
§ 1o Se o juiz comunicar que reformou inteiramente a decisão, o relator considerará prejudicado o agravo de instrumento.
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§ 2o Não sendo eletrônicos os autos, o agravante tomará a providência prevista no caput, no prazo de 3 (três) dias a contar da interposição do agravo de instrumento.
§ 3o O descumprimento da exigência de que trata o § 2o, desde que arguido e provado pelo agravado, importa inadmissibilidade do agravo de instrumento.
Art. 1.020.  O relator solicitará dia para julgamento em prazo não superior a 1 (um) mês da intimação do agravado.
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OBS: o art. 937, inc. VII prevê a possibilidade de sustentação oral no agravo de instrumento interposto contra decisões interlocutórias que versem sobre tutelas provisórias de urgência ou da evidência.
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AGRAVO INTERNO
Art. 1.021.  Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal.
Ex:
Art. 932.  Incumbe ao relator:
III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida;
IV - negar provimento a recurso que for contrário a:
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a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
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§ 1o Na petição de agravo interno, o recorrente impugnará especificadamente os fundamentos da decisão agravada.
§ 2o O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-se sobre o recurso no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual, não havendo retratação, o relator levá-lo-á a julgamento pelo órgão colegiado, com inclusão em pauta.
§ 3o É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada para julgar improcedente o agravo interno.
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§ 4o Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente em votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante a pagar ao agravado multa fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado da causa.
§ 5o A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito prévio do valor da multa prevista no § 4o, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que farão o pagamento ao final.
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DOS RECURSOS PARA O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL E PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
RECURSO ORDINÁRIO AO STF E AO STJ
RECURSO ESPECIAL
RECURSO EXTRAORDINÁRIO
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RECURSO ORDINÁRIO AO STF
 
Conceito – o recurso ordinário ao STF é o recurso cabível contra as decisões denegatórias decididos em única instância pelos Tribunais Superiores :
de mandado de segurança, 
habeas data 
e mandado de injunção.
Art. 1.027, I.
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O Tribunal pode decidir desde logo o mérito na hipótese do art. 1.013, § 3º.
É cabível o requerimento de aplicação do efeito suspensivo nos termos do art. 1.029, § 5º.
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Requisitos de admissibilidade e procedimento – é interposto no Tribunal de origem que intima o recorrido para contrarrazoar, remetendo em seguida ao tribunal superior independente de juízo de admissibilidade. 
Prazo – 15 dias para interpor e contra-razoar o recurso.
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RECURSO ORDINÁRIO AO STJ
Conceito e cabimento – o recurso ordinário ao STJ é o recurso cabível contra:
a) as decisões denegatórias de mandado de segurança decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios;
b) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País;
Prazo – 15 dias para interpor e contra-razoar o recurso.
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OBS: Nos processos referidos no inciso II, alínea “b”, contra as decisões interlocutórias caberá agravo de instrumento dirigido ao Superior Tribunal de Justiça.
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RECURSO ESPECIAL
Competência: STJ
CF: art. 105, III
CPC: art. 1.029
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RECURSO ESPECIAL
Conceito e cabimento – é o recurso processado perante o STJ nas causas decididas em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal. (DIVERGENCIA)
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Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
( omissis)
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
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Com base em divergência jurisprudencial:
§ 1o  Quando o recurso fundar-se em dissídio jurisprudencial, o recorrente fará a prova da divergência com a certidão, cópia ou citação do repositório de jurisprudência, oficial ou credenciado, inclusive em mídia eletrônica, em que houver sido publicado o acórdão divergente, ou ainda com a reprodução de julgado disponível na rede mundial de computadores, com indicação da respectiva fonte, devendo-se, em qualquer caso, mencionar as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados.
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Súmula 7
A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial.
Súmula 13 A divergência entre julgados do mesmo Tribunal não enseja recurso especial.
Súmula 83
Não se conhece do recurso especial pela divergência, quando a orientação do tribunal se firmou no mesmo sentido da decisão recorrida.
Súmula 203
Não cabe recurso especial contra decisão proferida por órgão de segundo grau dos juizados especiais.
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Requisitos de admissibilidade:
Obrigatoriedade de esgotamento de todos os recursos ordinários;
Prequestionamento da questão que se quer ver apreciada no STF ou no STJ;
OBS: Súmula 211 STJ
Inadmissível recurso especial quanto à questão que, a despeito da oposição de embargos declaratórios, não foi apreciada pelo tribunal a quo
Alegação de ofensa ao direito positivo;
Regularidade formal;
Obrigatoriedade de interposição conjunta de recurso extraordinário e recurso especial quando a decisão recorrida fundamenta-se em questões constitucionais e infraconstitucional e qualquer delas for suficiente;
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Súmula 126
É inadmissível recurso especial, quando o acórdão recorrido assenta em fundamentos constitucional e infraconstitucional, qualquer deles suficiente, por si só, para mantê-lo, e a parte vencida não manifesta recurso extraordinário.
Súmula 211
Inadmissível recurso especial quanto à questão que, a despeito da oposição de embargos declaratórios, não foi apreciada pelo tribunal a quo.
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Prazo – 15 dias para interpor e contra-razoar o recurso.
OBS: ART. 218, § 4o Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo. 
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Concomitância de recurso especial e extraordinário – um só acórdão local pode incorrer tanto nas hipóteses do recurso extraordinário como nas do recurso especial. Quando
isso se der, o prazo de 15 dias será comum para a interposição de ambos os recursos, mas a parte terá que elaborar duas petições distintas.
 
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Requisitos para a interposição dos recursos extraordinário e especial - o recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na Constituição Federal, serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em petições distintas, que conterão : 
I - a exposição do fato e do direito; 
Il - a demonstração do cabimento do recurso interposto; 
III - as razões do pedido de reforma da decisão recorrida ou de invalidação da decisão recorrida.
Efeito - os recursos extraordinário e especial serão recebidos apenas no efeito devolutivo.
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Efeito suspensivo
Art. 1.029 § 5o O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a recurso especial poderá ser formulado por requerimento dirigido:
I – ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a publicação da decisão de admissão do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-lo;
II - ao relator, se já distribuído o recurso;
III – ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, no período compreendido entre a interposição do recurso e a publicação da decisão de admissão do recurso, assim como no caso de o recurso ter sido sobrestado, nos termos do art. 1.037. 
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Ordem da apreciação dos recursos - admitidos ambos os recursos, os autos serão remetidos ao Superior Tribunal de Justiça Concluído o julgamento do recurso especial, serão os autos remetidos ao Supremo Tribunal Federal, para apreciação do recurso extraordinário, se este não estiver prejudicado.
Art. 1.031.  Na hipótese de interposição conjunta de recurso extraordinário e recurso especial, os autos serão remetidos ao Superior Tribunal de Justiça.
§ 1o Concluído o julgamento do recurso especial, os autos serão remetidos ao Supremo Tribunal Federal para apreciação do recurso extraordinário, se este não estiver prejudicado.
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Art.  1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual os autos serão conclusos ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, que deverá: Incluída pela Lei nº 13.256, de 2016)  
I – negar seguimento:
II – encaminhar o processo ao órgão julgador para realização do juízo de retratação, se o acórdão recorrido divergir do entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça exarado, conforme o caso, nos regimes de repercussão geral ou de recursos repetitivos;
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Art. 1.032.  Se o relator, no Superior Tribunal de Justiça, entender que o recurso especial versa sobre questão constitucional, deverá conceder prazo de 15 (quinze) dias para que o recorrente demonstre a existência de repercussão geral e se manifeste sobre a questão constitucional.
Art. 1.034.  Admitido o recurso extraordinário ou o recurso especial, o Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justiça julgará o processo, aplicando o direito.
Parágrafo único.  Admitido o recurso extraordinário ou o recurso especial por um fundamento, devolve-se ao tribunal superior o conhecimento dos demais fundamentos para a solução do capítulo impugnado.
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RECURSO EXTRAORDINÁRIO
CF: art. 102, III
CPC: art. 1.029 e seguintes
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RECURSO EXTRAORDINÁRIO
 
Conceito e cabimento – é o recurso processado perante o STF nas causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.
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OBS: julgar válida lei local contestada em face de lei federal. – é a CF que define a competência legislativa, e se o Estado ou Município edita norma de desobediência ao comando constitucional, trata-se de afronta à CF e não à lei federal.
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Requisitos do recurso extraordinário – a admissibilidade do recurso extraordinário pressupõe :
o julgamento da causa, em última ou única instância; (Obrigatoriedade de esgotamento de todos os recursos )
ofensa direta à Constituição Federal;
repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso;
prequestionamento.
Regularidade formal;
Obrigatoriedade de interposição conjunta de recurso extraordinário e recurso especial
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Repercussão geral – “para ser cabível o RE é necessário que a questao discutida tenha relevância alem dos limites ou interesses subjetivos do caso concreto. Em suma, não cabe mais ao STF decidir sobre briga de vizinhos.” Elpidio Donizetti.
OBS: Há repercussão geral presumida apenas na hipótese do § 3º
OBS: admite-se a manifestação de terceiros na análise da repercussão geral, é o chamado amicus curiae: § 6º  O Relator poderá admitir, na análise da repercussão geral, a manifestação de terceiros, subscrita por procurador habilitado, nos termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal. 
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Art. 1.035.  O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não conhecerá do recurso extraordinário quando a questão constitucional nele versada não tiver repercussão geral, nos termos deste artigo.
§ 1o Para efeito de repercussão geral, será considerada a existência ou não de questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico que ultrapassem os interesses subjetivos do processo.
§ 2o O recorrente deverá demonstrar a existência de repercussão geral para apreciação exclusiva pelo Supremo Tribunal Federal.
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§ 3o Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar acórdão que:
I - contrarie súmula ou jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal;
II – (Revogado);   (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)   (Vigência)
III - tenha reconhecido a inconstitucionalidade de tratado ou de lei federal, nos termos do art. 97 da Constituição Federal.
§ 4o O relator poderá admitir, na análise da repercussão geral, a manifestação de terceiros, subscrita por procurador habilitado, nos termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.
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§ 8o Negada a repercussão geral, o presidente ou o vice-presidente do tribunal de origem negará seguimento aos recursos extraordinários sobrestados na origem que versem sobre matéria idêntica.
§ 9o O recurso que tiver a repercussão geral reconhecida deverá ser julgado no prazo de 1 (um) ano e terá preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos de habeas corpus.
§  10. (Revogado).   (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
§ 11.  A súmula da decisão sobre a repercussão geral constará de ata, que será publicada no diário oficial e valerá como acórdão.
 
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Efeitos do recurso extraordinário – o recurso extraordinário gera apenas efeito devolutivo e limitado à questão federal controvertida. Por não possuir efeito suspensivo, torna-se possível a execução provisória do acórdão recorrido.
Prazo – 15 dias para interpor e contra-razoar o recurso.
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Concomitância de recurso especial e extraordinário – um só acórdão local pode incorrer tanto nas hipóteses do recurso extraordinário como nas do recurso especial. Quando isso se der, o prazo de 15 dias será comum para a interposição de ambos os recursos, mas a parte terá que elaborar duas petições distintas.
 
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Ordem da apreciação dos recursos - admitidos ambos os recursos, os autos serão remetidos ao Superior Tribunal de Justiça Concluído o julgamento do recurso especial, serão os autos remetidos ao Supremo Tribunal Federal, para apreciação do recurso extraordinário, se este não estiver prejudicado.
Art.  1.042. Cabe agravo contra decisão do presidente ou do vice-presidente do tribunal recorrido que
inadmitir recurso extraordinário ou recurso especial, salvo quando fundada na aplicação de entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos. 
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EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA 
Novo CPC: art. 1043 E 1.044
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EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA
Embargos de divergência em recurso extraordinário - caberá embargos de divergência contra o acórdão de recurso extraordinário, se houver divergência com julgamento de qualquer órgão do mesmo tribunal . (turma, seção ou órgão especial)
Embargos de divergência em recurso especial - caberá embargos de divergência contra o acórdão de recurso especial, se houver divergência com julgamento de qualquer órgão do mesmo tribunal . (turma, seção ou órgão especial)
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Procedimento dos embargos de divergência - observar-se-á, no recurso de embargos, o procedimento estabelecido no regimento interno. 
OBS: 
 * são cabíveis apenas contra Resp e RE.
* § 2o A divergência que autoriza a interposição de embargos de divergência pode verificar-se na aplicação do direito material ou do direito processual.
*O dissídio deve ser demonstrado de modo claro e objetivo, não sendo admitida a indicação de meras ementas.
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§ 3o Cabem embargos de divergência quando o acórdão paradigma for da mesma turma que proferiu a decisão embargada, desde que sua composição tenha sofrido alteração em mais da metade de seus membros
Prova da divergência:
§ 4o O recorrente provará a divergência com certidão, cópia ou citação de repositório oficial ou credenciado de jurisprudência, inclusive em mídia eletrônica, onde foi publicado o acórdão divergente, ou com a reprodução de julgado disponível na rede mundial de computadores, indicando a respectiva fonte, e mencionará as circunstâncias que identificam ou assemelham os casos confrontados.
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Art. 1.044 § 1o A interposição de embargos de divergência no Superior Tribunal de Justiça interrompe o prazo para interposição de recurso extraordinário por qualquer das partes.
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ORDEM DOS PROCESSOS NOS TRIBUNAIS
Novo CPC: art. 926 e seguintes
O estudo da ordem dos processos nos tribunais depende da análise do regimento interno de cada tribunal .
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Art. 926.  Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente.
§ 1o Na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados no regimento interno, os tribunais editarão enunciados de súmula correspondentes a sua jurisprudência dominante.
§ 2o Ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater-se às circunstâncias fáticas dos precedentes que motivaram sua criação.
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Art. 927.  Os juízes e os tribunais observarão:
I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade;
II - os enunciados de súmula vinculante;
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos;
IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional;
V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados.
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§ 1o Os juízes e os tribunais observarão o disposto no art. 10 e no art. 489, § 1o, quando decidirem com fundamento neste artigo.
§ 2o A alteração de tese jurídica adotada em enunciado de súmula ou em julgamento de casos repetitivos poderá ser precedida de audiências públicas e da participação de pessoas, órgãos ou entidades que possam contribuir para a rediscussão da tese.
§ 3o Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal e dos tribunais superiores ou daquela oriunda de julgamento de casos repetitivos, pode haver modulação dos efeitos da alteração no interesse social e no da segurança jurídica.
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§ 4o A modificação de enunciado de súmula, de jurisprudência pacificada ou de tese adotada em julgamento de casos repetitivos observará a necessidade de fundamentação adequada e específica, considerando os princípios da segurança jurídica, da proteção da confiança e da isonomia.
§ 5o Os tribunais darão publicidade a seus precedentes, organizando-os por questão jurídica decidida e divulgando-os, preferencialmente, na rede mundial de computadores.
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Art. 928.  Para os fins deste Código, considera-se julgamento de casos repetitivos a decisão proferida em:
I - incidente de resolução de demandas repetitivas;
II - recursos especial e extraordinário repetitivos.
Parágrafo único.  O julgamento de casos repetitivos tem por objeto questão de direito material ou processual.
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PROTOCOLO, REGISTRO E DISTRIBUIÇÃO
Art. 929.  Os autos serão registrados no protocolo do tribunal no dia de sua entrada, cabendo à secretaria ordená-los, com imediata distribuição.
Registrados no protocolo - princípio da publicidade dos atos processuais. 
Após, será feita a distribuição do feito a uma das câmaras ou órgãos especializados, a depender do regimento interno do tribunal
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O ato de distribuição deve atender aos seguintes princípios:
Publicidade (garante a possibilidade de fiscalização da distribuição e a correção de eventuais vícios)
Alternatividade: para garantir uma divisão igualitária de processos entre os órgãos do tribunal
Sorteio: a distribuição dos processos nos tribunais deve atender a critérios objetivos, orientando-se a distribuição por sorteio.
Art. 930.  Far-se-á a distribuição de acordo com o regimento interno do tribunal, observando-se a alternatividade, o sorteio eletrônico e a publicidade.
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Art. 931.  Distribuídos, os autos serão imediatamente conclusos ao relator, que, em 30 (trinta) dias, depois de elaborar o voto, restituí-los-á, com relatório, à secretaria.
O relator é o Desembargador a quem incumbe processar o feito, que vai elaborar um relatório e proferirá seu voto a ser apreciado quando do julgamento por parte do órgão colegiado.
Art. 932.  Incumbe ao relator: (atos próprios do Desembargador relator)
(...)
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Art. 933.  Se o relator constatar a ocorrência de fato superveniente à decisão recorrida ou a existência de questão apreciável de ofício ainda não examinada que devam ser considerados no julgamento do recurso, intimará as partes para que se manifestem no prazo de 5 (cinco) dias.
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JULGAMENTO UNIPESSOAL PELO RELATOR
O relator, MONOCRATICAMENTE, NEGAR SEGUIMENTO ao recurso quando este for manifestamente inadmissível – juizo de admissibilidade (intempestivo, deserto),  prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida;
Pode o relator julgar MONOCRATICAMENTE e em definitivo o mérito, NEGANDO PROVIMENTO ao recurso, quando este  for contrário a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
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*
O relator pode, MONOCRATICAMENTE, DAR PROVIMENTO ao recurso quando a decisão recorrida se a decisão recorrida for contrária a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
*
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Após a distribuição do feito a um dos componentes de uma das câmaras, compete ao relator realizar um primeiro exame do processo, lançando nos autos uma exposição dos pontos controvertidos sobre que versar a causa.
O relator que lançar essa exposição nos autos fica vinculado ao processo, devendo participar da sessão de julgamento, mesmo que venha
a ser removida pra outra câmara ou turma (salvo falecimento, aposentadoria, enfermidade etc.).
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*
Art. 934.  Em seguida, os autos serão apresentados ao presidente, que designará dia para julgamento, ordenando, em todas as hipóteses previstas neste Livro, a publicação da pauta no órgão oficial.
Art. 935.  Entre a data de publicação da pauta e a da sessão de julgamento decorrerá, pelo menos, o prazo de 5 (cinco) dias, incluindo-se em nova pauta os processos que não tenham sido julgados, salvo aqueles cujo julgamento tiver sido expressamente adiado para a primeira sessão seguinte.
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Art. 936.  Ressalvadas as preferências legais e regimentais, os recursos, a remessa necessária e os processos de competência originária serão julgados na seguinte ordem:
I - aqueles nos quais houver sustentação oral, observada a ordem dos requerimentos;
II - os requerimentos de preferência apresentados até o início da sessão de julgamento;
III - aqueles cujo julgamento tenha iniciado em sessão anterior; e
IV - os demais casos.
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Art. 937.  Na sessão de julgamento, depois da exposição da causa pelo relator, o presidente dará a palavra, sucessivamente, ao recorrente, ao recorrido e, nos casos de sua intervenção, ao membro do Ministério Público, pelo prazo improrrogável de 15 (quinze) minutos para cada um, a fim de sustentarem suas razões, nas seguintes hipóteses, nos termos da parte final do caput do art. 1.021:
I - no recurso de apelação;
II - no recurso ordinário;
III - no recurso especial;
IV - no recurso extraordinário;
V - nos embargos de divergência;
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VI - na ação rescisória, no mandado de segurança e na reclamação;
VII - (VETADO);
VIII - no agravo de instrumento interposto contra decisões interlocutórias que versem sobre tutelas provisórias de urgência ou da evidência;
IX - em outras hipóteses previstas em lei ou no regimento interno do tribunal.
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OBS: § 2o O procurador que desejar proferir sustentação oral poderá requerer, até o início da sessão, que o processo seja julgado em primeiro lugar, sem prejuízo das preferências legais.
§ 4o É permitido ao advogado com domicílio profissional em cidade diversa daquela onde está sediado o tribunal realizar sustentação oral por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que o requeira até o dia anterior ao da sessão.
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Art. 938.  A questão preliminar suscitada no julgamento será decidida antes do mérito, deste não se conhecendo caso seja incompatível com a decisão.
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Alerta Fredie Didier Jr, é comum na prática os relatores pedirem vista, pelo fato de não terem visto os autos, confiando nos trabalhos de seus assessores. Essa hipótese configura a retirada de pauta, feita pelo próprio relator. 
Art. 940.  O relator ou outro juiz que não se considerar habilitado a proferir imediatamente seu voto poderá solicitar vista pelo prazo máximo de 10 (dez) dias, após o qual o recurso será reincluído em pauta para julgamento na sessão seguinte à data da devolução. 
§ 1o Se os autos não forem devolvidos tempestivamente ou se não for solicitada pelo juiz prorrogação de prazo de no máximo mais 10 (dez) dias, o presidente do órgão fracionário os requisitará para julgamento do recurso na sessão ordinária subsequente, com publicação da pauta em que for incluído.
§ 2o Quando requisitar os autos na forma do § 1o, se aquele que fez o pedido de vista ainda não se sentir habilitado a votar, o presidente convocará substituto para proferir voto, na forma estabelecida no regimento interno do tribunal.
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§ 1o Se os autos não forem devolvidos tempestivamente ou se não for solicitada pelo juiz prorrogação de prazo de no máximo mais 10 (dez) dias, o presidente do órgão fracionário os requisitará para julgamento do recurso na sessão ordinária subsequente, com publicação da pauta em que for incluído.
§ 2o Quando requisitar os autos na forma do § 1o, se aquele que fez o pedido de vista ainda não se sentir habilitado a votar, o presidente convocará substituto para proferir voto, na forma estabelecida no regimento interno do tribunal.
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O resultado final do processo, em sede de tribunal, é obtido pela soma dos votos proferidos, podendo haver julgamento por unanimidade ou por maioria de votos.
OBS: Após a proclamação do resultado NÃO é possível a alteração do voto, pois com a proclamação do resultado a atividade jurisdicional de conhecimento estará encerrada.
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Art. 941.  Proferidos os votos, o presidente anunciará o resultado do julgamento, designando para redigir o acórdão o relator ou, se vencido este, o autor do primeiro voto vencedor.
§ 1o O voto poderá ser alterado até o momento da proclamação do resultado pelo presidente, salvo aquele já proferido por juiz afastado ou substituído.
§ 2o No julgamento de apelação ou de agravo de instrumento, a decisão será tomada, no órgão colegiado, pelo voto de 3 (três) juízes.
§ 3o O voto vencido será necessariamente declarado e considerado parte integrante do acórdão para todos os fins legais, inclusive de pré-questionamento.
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Art. 942.  Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, que serão convocados nos termos previamente definidos no regimento interno, em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os novos julgadores.
OBS: TRATA-SE DO ANTIGO EMBARGOS INFRINGENTES 
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Art. 943.  Os votos, os acórdãos e os demais atos processuais podem ser registrados em documento eletrônico inviolável e assinados eletronicamente, na forma da lei, devendo ser impressos para juntada aos autos do processo quando este não for eletrônico.
§ 1o Todo acórdão conterá ementa.
§ 2o Lavrado o acórdão, sua ementa será publicada no órgão oficial no prazo de 10 (dez) dias.
Art. 944.  Não publicado o acórdão no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data da sessão de julgamento, as notas taquigráficas o substituirão, para todos os fins legais, independentemente de revisão.
Parágrafo único.  No caso do caput, o presidente do tribunal lavrará, de imediato, as conclusões e a ementa e mandará publicar o acórdão.
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INCIDENTE DE ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE
Art. 948 a 950
Surge de forma incidental no procedimento de recurso ou de causa originária.
Trata-se de controle difuso de constitucionalidade, o julgamento é proferido por Tribunal, através de seu órgão especial, em matéria de competência originária ou recursal.
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OBS: o juiz monocrático não decreta a inconstitucionalidade, apenas afasta a aplicação de lei ou ato normativo por considerá-lo inconstitucional
Pode arguir a inconstitucionalidade: as partes, o MP e qualquer um dos juízes componentes do órgão julgador do recurso ou da causa originária.
Não opera preclusão, sendo matéria de direito pode ser arguida a qualquer momento antes do julgamento no Tribunal.
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Art. 948.  Arguida, em controle difuso, a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do poder público, o relator, após ouvir o Ministério Público e as partes, submeterá a questão à turma ou à câmara à qual competir o conhecimento do processo.
Quando é arguido o incidente, suspende-se o julgamento.
*
*
Art. 949.  Se a arguição for:
I - rejeitada, prosseguirá o julgamento;
II - acolhida, a questão será submetida ao plenário do tribunal ou ao seu órgão especial, onde houver.
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Art. 950.  Remetida cópia do acórdão a todos os juízes, o presidente do tribunal designará a sessão de julgamento.
§ 1o As pessoas jurídicas de direito público responsáveis pela edição do ato questionado poderão manifestar-se no incidente de inconstitucionalidade se assim o requererem, observados os prazos e as condições previstos no regimento
interno do tribunal.
OBS: a inconstitucionalidade só é declarada se alcançar o quorum constitucional, ou seja, maioria absoluta dos membros do tribunal.
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§ 2o  A parte legitimada à propositura das ações previstas no art. 103 da Constituição Federal poderá manifestar-se, por escrito, sobre a questão constitucional objeto de apreciação, no prazo previsto pelo regimento interno, sendo-lhe assegurado o direito de apresentar memoriais ou de requerer a juntada de documentos.
§ 3o Considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, o relator poderá admitir, por despacho irrecorrível, a manifestação de outros órgãos ou entidades.
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Quando declarada a inconstitucionalidade pelo Tribunal, terá eficácia apenas ultra partes.
Uma vez declarada a inconstitucionalidade pelo Tribunal, a mesma pode ser objeto de análise pelo STF quando for apreciada em Recurso Extraordinário.
Sendo declarada pelo STF, mesmo incidenter tantum, haverá comunicação ao Senado Federal para que este suspenda a execução da lei. Neste caso, a decisão alcança a todos.
*
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AÇÃO RESCISÓRIA
Art. 966 a 975
Por intermédio da ação rescisória o legislador fornece uma solução para a reparação de vícios no julgamento, quando apesar do trânsito em julgado, pode operar a rescisão e assim a anulação do vício.
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*
Art. 966.  A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;
II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente;
III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;
IV - ofender a coisa julgada;
*
*
V - violar manifestamente norma jurídica;
VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser demonstrada na própria ação rescisória;
VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável;
VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.
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§ 1o Há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir fato inexistente ou quando considerar inexistente fato efetivamente ocorrido, sendo indispensável, em ambos os casos, que o fato não represente ponto controvertido sobre o qual o juiz deveria ter se pronunciado.
§ 2o Nas hipóteses previstas nos incisos do caput, será rescindível a decisão transitada em julgado que, embora não seja de mérito, impeça:
I - nova propositura da demanda; ou
II - admissibilidade do recurso correspondente.
OBS: os vicios ou defeitos previstos no art. 966 são numerus clausus.
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§ 3o A ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da decisão.
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*
OBS: a partir de quando inicia a contagem do prazo para a ação rescisória na hipótese da decisão a ser rescindida possuir diversos capítulos, sendo parte já transitada em julgada e outra pendente de recurso?
A jurisprudência do STJ X STF era confusa! 
Súmula 401 do STJ – o direito de propor ação rescisória se extingue em 2 (dois) anos, contados do trânsito em julgado da decisão.
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*
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NA AÇÃO RESCISÓRIA. RECURSO ESPECIAL PROVIDO MONOCRATICAMENTE. DESERÇÃO DA APELAÇÃO AFASTADA. DECADÊNCIA. ENUNCIADO N. 401 DA SÚMULA DO STJ. AUSÊNCIA DE DECISÃO SOBRE O MÉRITO DA CAUSA.
1. A decisão rescindenda cuidou apenas da validade do preparo do recurso da apelação, afastando a deserção. Revela-se incabível, portanto, a presente ação rescisória, própria para enfrentar julgado que analisa o mérito da demanda. Precedentes.
2. O ajuizamento da rescisória e o início do respectivo prazo decadencial possuem como requisito o trânsito em julgado, uno e indivisível, da decisão final sobre o mérito da demanda, repelindo-se a decadência por capítulos (enunciado n. 401 da Súmula do STJ). Com isso, a presente ação nem mesmo poderia ter sido proposta, sendo inviável a tramitação simultânea do processo principal e da rescisória. Precedentes.
3. Agravo regimental improvido.
(STJ. AgRg na AR 4.939/AL, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 11/06/2014, DJe 17/06/2014)
*
*
Supremo Tribunal Federal - STF
Entendeu pela existência de capítulos autônomos da sentença, de modo a autorizar a ocorrência da coisa julgada parcial e, diante disso, a possibilidade da proposição do feito rescisório antes da última decisão do feito.
COISA JULGADA – ENVERGADURA. A coisa julgada possui envergadura constitucional. COISA JULGADA – PRONUNCIAMENTO JUDICIAL – CAPÍTULOS AUTÔNOMOS. Os capítulos autônomos do pronunciamento judicial precluem no que não atacados por meio de recurso, surgindo, ante o fenômeno, o termo inicial do biênio decadencial para a propositura da rescisória. (RE 666589, Relator(a):  Min. MARCO AURÉLIO, Primeira Turma, julgado em 25/03/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-106 DIVULG 02-06-2014 PUBLIC 03-06-2014) 
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*
Novo CPC adotou a posição do STF:
Art. 966.  A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
(...)
§ 3o A ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da decisão. 
Art. 975.  O direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos contados do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo.
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OBS: § 2o Se fundada a ação no inciso VII do art. 966, o termo inicial do prazo será a data de descoberta da prova nova, observado o prazo máximo de 5 (cinco) anos, contado do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo.
OBS: a ação rescisória nao é recurso, mas apenas meio de provocar a impugnação e reexame de uma decisão judicial. Fala-se que é espécie de ação autônoma de impugnação da decisão judicial.
*
*
Art. 967.  Têm legitimidade para propor a ação rescisória:
I - quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular;
II - o terceiro juridicamente interessado;
III - o Ministério Público:
a) se não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção;
b) quando a decisão rescindenda é o efeito de simulação ou de colusão das partes, a fim de fraudar a lei;
c) em outros casos em que se imponha sua atuação;
IV - aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção.
*
*
Art. 968.  A petição inicial será elaborada com observância dos requisitos essenciais do art. 319, devendo o autor:
I - cumular ao pedido de rescisão, se for o caso, o de novo julgamento do processo;
II - depositar a importância de cinco por cento sobre o valor da causa, que se converterá em multa caso a ação seja, por unanimidade de votos, declarada inadmissível ou improcedente.
§ 1o Não se aplica o disposto no inciso II à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios, às suas respectivas autarquias e fundações de direito público, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e aos que tenham obtido o benefício de gratuidade da justiça.
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*
OBS: a competência para processar e julgar é do Tribunal.
Havendo a decisão a ser rescindida vários capítulos decididos por um órgão jurisdicional diferente, poderá haver tantas ações rescisórias quanto forem necessárias, cabendo cada qual ser distribuída ao órgão competente. 
Art. 969.  A propositura da ação rescisória não impede o cumprimento da decisão rescindenda, ressalvada a concessão de tutela provisória.

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