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DIREITOS POLÍTICOS
Direitos políticos são as prerrogativas ligadas à cidadania, no sentido de permitirem a escolha das decisões que serão tomadas pelos órgãos governamentais, representando a soberania popular. Para Kelsen, os direitos políticos devem ser entendidos como a possibilidade de o cidadão participar do governo, ajudando na criação da ordem jurídica. 
Somente quem pode exercer os direitos políticos são os cidadãos brasileiros, porque são nacionais e possuem um vínculo de direitos e obrigações com o País. 
A soberania popular e a soberania da nação
A soberania popular significa que a fonte de legitimação do poder é o povo, devendo ser ele quem decidirá as diretrizes adotadas pelo Estado. 
A forma por que a soberania popular tem concretização é o sufrágio universal, realizado pelo voto direto e secreto. Sufrágio é a manifestação da vontade do povo para a escolha dos mandatários da vontade política, realizada mediante o voto, que é instrumento hábil para que o povo possa escolher os seus representantes. O voto é a realização do sufrágio. A universalidade do sufrágio indica que todos os cidadãos que preencham os requisitos legais têm a obrigação de votar, sem distinção de renda, grau de escolaridade etc., vigorando o princípio um homem um só voto. O voto censitário, em que apenas quem tem dinheiro ou bens pode votar, está terminantemente proibido pela legislação eleitoral brasileira. 
O voto direto significa que a escolha é realizada diretamente pelos cidadãos, sem a formação de colegiados que possam representar o povo, como no caso das eleições indiretas realizadas em 1985, em que o Colégio Eleitoral, personificado pelo Congresso Nacional, foi que escolheu o Presidente, e não o povo. O voto é secreto porque o seu caráter sigiloso funciona como uma garantia para que o eleitor não sofra nenhum tipo de sanção pela sua escolha. 
Legitimação democrática
Democracia é o regime de governo no qual a legitimidade do poder se encontra alicerçada pelo povo e no qual o cidadão é que toma as decisões políticas. Três princípios são essenciais para o desenvolvimento do regime político democrático : igualdade, liberdade e dignidade da pessoa humana. Igualdade vislumbrada não no seu sentido material, em que todos devem ter o mesmo direito ao acesso de bens materiais, mas em sua definição de que todos os cidadãos devem ter a mesma oportunidade em influenciar as decisões políticas tomadas pelos órgãos estatais e também em ocupar qualquer cargo público. 
Liberdade no sentido de que os homens são livres para escolher suas opções, com capacidade de decidir sobre seus destinos sem que sofressem interferências de outrem. 
Dignidade da pessoa humana porque a democracia não pode desrespeitar os valores inerentes aos homens, sob pena de se transformar em simulacros de participação do povo. 
A democracia pode ser dividida em democracia formal e material. Formalmente ela significa as regras que permitem que a população chegue a determinadas decisões. Materialmente tem seu significado mais abrangente, garantindo que os cidadãos disponham de condições mínimas para que possam realizar suas escolhas, como educação, emprego, renda, moradia, etc. 
Institutos da democracia participativa
Como institutos da democracia participativa temos o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular, igualmente chamados de práticas diretas de governo. Esses institutos têm a finalidade de dar maior legitimidade às normas. 
Os Estados- membros têm ampla oportunidades para decidir, com relação às matérias adstritas à sua esfera de competências, o momento de implementar os institutos supramencionados.
O plebiscito é um instituto político conexo com o referendo, e ambos visam consultar o povo a respeito de determinadas leis. Quando houver necessidade de convocar o povo para que ele se posicione a respeito de uma propositura normativa antes de sua promulgação, será isso um plebiscito; após a sua promulgação, será um referendo. Exemplo : se fôssemos chamar a população para se posicionar acerca da norma que dispõe sobre a reeleição do Presidente da República, tratar-se-ia de um referendo, porque a disposição normativa já faz parte do ordenamento; por outro lado, se fôssemos convocar a população acerca de uma lei para instituir a moratória da dívida externa, estaríamos diante de um plebiscito, porque ainda não existe uma estrutura normativa com esse teor no nosso ordenamento. 
Tanto o plebiscito quanto o referendo têm efeito mandamental, e não poderia ser diferente, já que representam a própria soberania popular. Ou seja, uma vez aprovada, no caso do plebiscito, a norma obrigatoriamente deve ser homologada pelo Poder Legislativo e promulgada, e, no caso do referendo, a norma obrigatoriamente deverá ser revogada pelo mencionado Poder. Se a decisão do plebiscito não tivesse uma natureza mandamental em relação ao Poder Legislativo, seria mais um instrumento jurídico que teria sua eficácia esvaída. 
Uma vez definida a data do plebiscito e do referendo, compete à Justiça Eleitoral a realização e a fiscalização desse instituto.É competência do Congresso Nacional autorizar referendo e convocar plebiscito. ( art. 49, XV da CF).
A iniciativa popular é a permissão ao povo para que proponha iniciativa de lei para o Congresso Nacional. O cidadão individualmente não tem iniciativa de propositura normativa, apenas de forma coletiva é que adquire tal prerrogativa. Para tanto é necessário um por cento do eleitorado nacional, distribuídos em no mínimo cinco Estados- membros, com a consecução do apoio de no mímimo três décimos por cento de eleitores em cada um deles. 
A assinatura de cada eleitor deve ser acompanhada de seu nome completo e legítimo, seu endereço e dados que possibilitem identificar seu título de eleitor. A iniciativa popular pode ser patrocinada por partidos políticos ou por entidades da sociedade civil e somente deve se limitar a um assunto. Ela deve ser protocolada na Secretaria Geral da Mesa da Câmara dos Deputados. 
Sistemas eleitorais 
Os sistemas eleitorais previstos na legislação brasileira são os seguintes: majoritário, para as eleições de Chefe do Executivo e senadores, e proporcional, para vereadores , deputados estaduais e deputados federais. 
No sistema majoritário, apenas o candidato que recebeu o maior número de votos consegue se eleger – os demais candidatos, mesmo que tenham recebido grandes votações, não terão assegurado um mandato. 
No sistema proporcional é assegurado representação tanto às forças políticas que ganharam as eleições como às que perderam, desde que haja a concretização do quociente eleitoral. Este sistema permite, assim, a representação tanto da maioria quanto da minoria. 
Alistamento eleitoral e voto
O alistamento eleitoral é a capacitação para o exercício do voto e configura-se obrigatório para os maiores de 18 anos. A facultatividade abrange os analfabetos, os maiores de setenta anos e os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. Este último, uma vez alistados, mesmo assim ainda têm a facultatividade do voto até os dezoito anos. 
Condições de elegibilidade
A Carta Magna elencou alguns requisitos que precisam ser atendidos para permitir que o cidadão possa exercer um mandato político.
São condições de elegibilidade: a nacionalidade brasileira; b) o pleno exercício dos direitos políticos; c) o alistamento eleitoral; d) o domicílio eleitoral na circunscrição; e) a filiação partidária; f) idade mínima, dependendo do cargo a ser potulado. Todos esses requisitos devem ser demonstrados quando do registro da candidatura. Contudo, a idade mínima, uma das condições de elegibilidade, apenas deve ser aferida na data da posse.
A capacidade política ativa começa com o alistamento eleitoral, e se concretiza com o voto. A capacidade política passiva acontece com a elegibilidade, com a possibilidade de o cidadão ser eleito para um cargo público. 
O art. 14, no seu parágrafo 4º , declara que são inelegíveis os analfabetos e os inalistáveis. Inalistáveis são aqueles cidadãos que tiveramos seus direitos políticos perdidos ou suspensos, neste caso, pelo tempo que durar a suspensão. São inalistáveis os estrangeiros e os conscritos. Conscritos são os militares durante o serviço militar obrigatório. O impedimento é apenas durante o serviço obrigatório. Os conscritos também não podem votar, como forma de impedir a politização nas Forças Armadas. 
Como não há um critério para determinar o que seja um analfabeto, considera-se aquele que não sabe assinar seu nome. O cidadão que sabe assinar o nome já pode se considerar apto para o exercício do voto. 
Os estrangeiros, cidadãos que não possuem nacionalidade brasileira, não podem votar ou se alistar como candidatos. Se não têm vínculo jurídico com o Brasil. 
A idade também é um requisito para a obtenção da elegibilidade ( art. 14, parágrafo 3º, VI da CF) . Isso significa que existe uma presunção de que o candidato apenas estará preparado para ocupar uma função pública quando atingir determinado marco cronológico. As idades mínimas estão estabelecidas no art. 14, parágrafo 3º, VI da CF. 
Reeleição
A reeleição é a possibilidade de eleição de um mandatário para ocupar o mesmo cargo que já ocupa por um mandato consecutivo e renovado. A reeleição é um fenômeno típico da forma de governo republicana e especialmente relevante naquelas que seguem o sistema presidencialista de governo. A reeleição só acontece em casos de mandatos consecutivos: a volta de um político ao mesmo cargo depois de tê-lo deixado não é considerada reeleição.
No Brasil, de acordo com os textos originais das Cartas de 1891, 1934 e 1988, a reeleição do Chefe do Executivo e de seu vice era proibida para o pleito imediatamente seguinte, sendo que os termos da última foram alterados pelas emendas constitucionais n.º 5, de 1994, vetando a reeligibilidade, e n.º 16, de 1997, que passou a permitir apenas uma vez para um mandato subseqüente e sem restrição para um pleito não-consecutivo. 
Inelegibilidade
É a impossibilidade de o cidadão ser eleito para um cargo público, impedindo o exercício da cidadania passiva. Em decorrência, fica vedado até mesmo o registro de sua candidatura. 
O motivo da imposição dessa vedação reside em determinadas condições ou circunstâncias que impedem que o cidadão possa exercer um mandato público, representando a coletividade. Os casos de inelegibilidade estão contidos na Constituição Federal e na Lei Complementar nº 64/1990. 
A Lei Complementar, no caso específico a de nº 64, expõe outros casos de inelegibilidade, com seus respectivos prazos de impedimento de exercício da cidadania passiva, com a finalidade de proteger a probidade administrativa, a moralidade no exercício do mandato, considerando a vida pregressa do candidato e a normalidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função ou emprego na administração pública direta e indireta. ( art. 14, parágrafo 9º da CF).
As inelegibilidades podem ser absolutas ou relativas. As primeiras consistem em impedimento eleitoral para o exercício de qualquer cargo eletivo, independentemente de qual seja o ente federativo. As segundas são um obstáculo ao exercício de certos cargos eletivos em decorrência de condições especiais do cidadão, o que faz com que esses impedimentos tenham que ser suprimidos para a recuperação de sua cidadania passiva. Em suma pode-se dizer que as primeiras são amplas, enquanto as segundas são restritas, limitando o exercício de específicos mandatos eleitorais ou pleitos determinados. 
A inelegibilidade absoluta compreende os inalistáveis e os analfabetos. Os inalistáveis, por sua vez, abrangem os estrangeiros , que não possuem nacionalidade brasileira, e os conscritos durante o serviço militar obrigatório. 
A inelegibilidade relativa não se vinculam a uma condição pessoal do candidato, mas existem em razão de situações especiais em que ele se encontra naquele momento da eleição. Poderá ocorrer (i) por motivos de casamento e parentesco; e (ii) devido à condição de militar. 
Elegibilidade do militar
Tanto os militares como os civis podem se alistar como eleitores, exetuando-se os conscritos. A Constituição Federal permite que o militar se candidate a cargo públicos, diferenciando-se a solução encontrada de acordo com o tempo de serviço na atividade militar: 
a) se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade, deixando de integrar os quadros efetivos das Forças Armadas;
b) se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. O instituto da agregação ocorre quando o militar da ativa deixa de ocupar vaga na escala hierárquica de seu corpo, quadro ou serviço, nela permanecendo sem número. Passado o período eleitoral, se conseguiu se eleger passa para a reserva, senão obteve êxito retorna às atividades como agregado. ( art. 14, parágrafo 8º da CF). 
Perda e suspensão dos Direitos Políticos 
A diferença entre a perda e a suspensão dos direitos políticos é que aquela significa que esses direitos nunca mais poderão ser adquiridos e, esta, que poderão desde que a cláusula suspensiva tenha sido extinta. A primeira, assim, é permanente e a segunda, provisória.
a) Casos de perda dos direitos políticos : 
- cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
- recusa em cumprir prestação alternativa estipulada na escusa de consciência; se a obrigação for cumprida posteriormente, deixa de ser um caso de perda para ser um caso de suspensão de direitos;
b) Casos de suspensão dos direitos políticos.
- incapacidade civil absoluta. Os absolutamente incapazes são os menores de dezesseis anos, aqueles que por enfermidade ou deficiência mental não tenham o necessário discernimento para a prática dos atos da vida civil e os que, mesmo por causa transitória, não possam exprimir sua vontade;
- condenação criminal enquanto durarem os seus efeitos. Os cidadãos que se encontrem presos, aguardando julgamento, não têm cerceados os seus direitos políticos;
- improbidade administrativa, que acarretará a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens, o ressarcimento do erário e as sanções penais cabíveis.

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