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A vida que vale à pena ser vivida

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A vida que vale à pena ser vivida
Há quem diga (mas nem todo mundo concorda) que não pedimos para nascer, nascemos e pronto. Há quem defenda a ideia de que não pedimos para respirar, respiramos e pronto. Respiramos ou morremos. Respirar é imperativo! Aliás, não se conhece pessoa alguma que, por livre deliberação e em condições atmosféricas normais, prendeu o fôlego até morrer, suicidando-se. Não dá! Então, nestes termos, existir até que é fácil, uma espécie de fé em relação a decorrência de metabolismos corporais funcionando. Não importa a complexidade com que isso se dá, se fígado, rins, coração, pulmões, cérebro e todas as demais partes e sistemas de nosso corpo estão funcionando, então, sobrevivemos e isso bastaria. Jesus Cristo, ao aludir sobre a ansiedade humana pela vida, certa vez disse: “Observai os lírios; eles não fiam, nem tecem. Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles” (Lucas, 12-27). A vida que basta. A vida que vale por si só. Pois é, falando assim, dá até para pensar que viver é mesmo mais fácil do que parece ... 
Mas existir como um vegetal existe é o mesmo que existir como os lírios no campo?? Tenho reparado que não basta estar vivo para viver. Plutarco, filósofo grego antigo disse: “É preciso viver, não apenas existir”. E mais, viver, no nosso caso, significa também conviver, ou seja, viver COM. 
Isto posto, uma questão surgirá, mais cedo ou mais tarde: levo a vida que vale à pena ser vivida? É possível eu justificar minha vida por ela mesma? Dizendo de forma mais precisa: em que momento consigo justificar minha vida, por ela mesma? Isto implica num momento descarrilhado dos trilhos das finalidades. Galgando, buscando, batalhando por mais e melhor? Tudo “compulsoriamente” tem que ter sua finalidade, seu objetivo, sua meta. Por outro lado, esta ideia nos coloca numa condição em que, nunca encontraremos um fim, porque, não tem fim. Mas, em algum momento vou avaliar se tudo “isso” que vivi, que vivo, valeu, vale à pena. 
Minha ansiedade pela vida tem me ensinado que, será preciso parar em algum lugar. Ou mais realistamente falando, “ter um lugar para poder parar!”.
Antonio Grangeiro, 15/04/2016

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