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Prof. Nunes Estereoquímica Universidade Federal do Ceará Centro de Ciências Química Orgânica I Prof. Dr. José Nunes da Silva Jr. nunes.ufc@gmail.com 1 Atualizado Mar/2017 Prof. Nunes Estereoquímica 2 Por que estudar estereoquímica? Qual a importância de entendermos que átomos ou grupo de átomos � podem ocupar posições espaciais diferentes em um mesmo composto? Prof. Nunes 3 Propriedades Biológicas de Estereoisômeros hortelã cominho HS COOH NH2 HS COOH NH2 anti-artrite mutagênico mutagênicosedativo Prof. Nunes 4 Propriedades Biológicas de Estereoisômeros Mosca (KT50)* seg Barata (LD50) µg/inseto Rato LD50 (oral) mg/Kg KT50 Tempo de 50% queda LD50 Dose letal – 50% Piretróide (inseticida/repelente) Prof. Nunes 5 Propriedades Biológicas de Estereoisômeros Cl OH O Cl OH O Herbicida – Mecoprop-P (Basf – 1974) Pouca atividade Prof. Nunes Isomeria : Isômeros Constitucionais 6 isômeros isômeros constitucionais estereoisômeros isômeros cis/trans isômeros que contêm centros quirais O termo isômero vem das palavras gregas isos e meros, que significam "feito das mesmas partes". Isto é, os isômeros são compostos que são construídos a partir dos mesmos átomos (mesmas fórmulas moleculares), mas que ainda diferem uns dos outros. Isômeros constitucionais diferem na ligação dos seus átomos; por exemplo: Prof. Nunes Isomeria : Isômeros Constitucionais 7 Os estereoisomeros, por sua vez, são sub-divididos em duas classes, de acordo com: � a presença de ligações duplas ou � centros estereogênicos. isômeros isômeros constitucionais estereoisômeros isômeros com duplas ligações isômeros com centros de quiralidade Prof. Nunes Isomeria : Isômeros Constitucionais 8 Os dois alcenos acima representam 2 diferentes compostos com diferentes propriedades físicas, � porque a ligação dupla não experimentam a rotação livre como ligações simples fazer. A rotação em torno da ligação dupla C=C seria destruiria a sobreposição entre os orbitais p. Portanto, a ligação dupla C=C não experimenta a livre rotação à temperatura ambiente. cis-2-buteno trans-2-buteno estereoisômeros Prof. Nunes Isomeria : cis/trans 9 Para que seja possível utilizar a terminologia cis-trans para diferenciar estereoisômeros, � tem de haver dois grupos idênticos, para comparar, ligados a dois carbonos diferentes da dupla ligação. Os átomos de hidrogênio também pode ser utilizado para atribuir terminologia cis-trans; por exemplo: é trans por causa dos Hs Prof. Nunes 10 Quando dois grupos idênticos estão ligados na mesma posição (mesmo carbono), não pode haver isomeria cis-trans. Por exemplo, considere o seguinte composto: é o mesmo que Isomeria : cis/trans Prof. Nunes 11 Determine se o estereoisômero mostrado abaixo apresenta configuração cis ou trans? Isomeria : cis/trans Solução: Nomear os quatro grupos ajuda a identificar os grupos idênticos. Há sempre quatro grupos em qualquer ligação dupla (mesmo que alguns desses grupos sejam apenas átomos de hidrogênio). Nesse caso, nomear os grupos que tornam evidente que há dois grupos isopropila que são cis para entre si. isopropila isopropila metila etila Prof. Nunes 12 Para cada um dos seguintes compostos, determine se o mesmo apresenta uma configuração cis ou trans ou se não é simplesmente estereoisomérica. Isomeria - Exercício Prof. Nunes 13 Estereoisomerismo – Centros de Quiralidade isômeros isômeros constitucionais estereoisômeros isômeros com duplas ligações isômeros com centros de quiralidade Anteriormente, vimos que os estereoisomeros são sub-divididos em duas classes, de acordo com a presença de duplas ou centros de quiralidade. Como já analisamos a estereoisomeria baseada em duplas, vamos estudar agora os centros de quiralidade. Prof. Nunes 14 Qualquer objeto pode ser visto em um espelho, revelando sua imagem no espelho. Tomemos, por exemplo, um par de óculos de sol. Para muitos objetos, como os óculos de sol, � a imagem do espelho é idêntico ao objeto real. � a sua imagem no espelho e o objeto são sobreponíveis Estereoisomerismo – Centros de Quiralidade Prof. Nunes 15 No caso se removermos uma das lentes, a sua imagem no espelho e objeto passam a ser diferentes. �Um par está faltando a lente direita, enquanto o outro par está faltando a lente esquerda. �Nesse caso, a sua imagem no espelho e o objeto não são sobreponíveis. Estereoisomerismo – Centros de Quiralidade Prof. Nunes 16 Uma mão esquerda não se encaixa em na mão direita de uma luva, � e uma mão direita não se encaixa na mão esquerda da luva. Objetos, como mãos, que não são sobreponíveis com suas imagens especulares � são chamados de objetos quirais Moléculas são objetos tridimensionais e também podem ser classificadas em uma de duas categorias. As moléculas quirais são como mãos: não são sobreponíveis com suas imagens especulares. Moléculas aquirais não são como as mãos: são sobreponíveis com suas imagens especulares. O que faz uma molécula ser quiral? Estereoisomerismo - Centros de Quiralidade Prof. Nunes 17 A fonte mais comum de quiralidade molecular é a presença de um átomo de carbono que carrega quatro grupos diferentes. � Há duas maneiras diferentes de organizar quatro grupos em torno de um carbono central átomo. � estes dois arranjos são imagens especulares não sobreponíveis. que diferem um do outro apenas no arranjo espacial dos seus átomos, e, portanto, eles são estereoisômeros. espelho Estereoisomerismo – Centros de Quiralidade Prof. Nunes 18 Em 1996, a IUPAC recomendou que um átomo de carbono tetraédrico tendo quatro grupos diferentes seja chamado de um centro de quiralidade. Muitos outros nomes de uso comum incluem: � centro quiral, � estereocentro, � centro estereogênico e � centro assimétrico. Para o restante de nossa discussão, vamos usar o termo recomendado pela IUPAC. Abaixo estão alguns exemplos de centros de quiralidade: Centros de Quiralidade Prof. Nunes 19 Cada um dos átomos de carbono destacado carrega quatro grupos diferentes. No último composto, o átomo de carbono é um centro de quiralidade, porque um caminho em torno do anel diferente do que é o outro caminho. Em contraste, o seguinte composto não apresenta um centro de quiralidade. Neste caso, os sentidos horário e anti-horário são idênticos. Centros de Quiralidade Prof. Nunes 20 Identifique todos os centros de quiralidade. Centros de Quiralidade Ácido ascórbico (Vitamina C) Vitamina D3 Captoptil usado no tratamento de pressão alta Mestranol Contraceptivo oral Prof. Nunes Enantiômeros e Diastereoisômeros 21 Os estereoisomeros, por sua vez, são sub-divididos em duas classes: � enantiômeros � diastereoisômeros isômeros isômeros constitucionais estereoisômeros isômeros com duplas ligações isômeros com centros de quiralidade enantiômeros diastereoisômeros Prof. Nunes Enantiômeros 22 Quando um composto é quiral, ele terá uma imagem especular não- sobreponível, denomidada seu enantiômero. O composto e sua imagem especular não sobreponível constituem um par de enantiômeros. espelho par de enantiômeros o par de enantiômeros Prof. Nunes Desenhando Enantiômeros 23 Os enantiômeros são normalmente desenhados utilizando-se fórmulas em perspectiva (cavalete) ou projeções de Fischer. A fórmulas em perspectiva mostram: � duas das ligações ao carbono assimétrico no plano do papel (linhas cheias), � uma ligação para trás do plano (cunha pontilhada) e � uma ligação para afrente do plano (cunha cheia). fórmulas em perspectiva dos enantiômeros do 2-bromobutano Prof. Nunes Nomeando Enantiômeros 24 O sistema R,S foi desenvolvido por Cahn, Ingold e Prelog � para definir a configuração absoluta (arranjo espacial) dos átomos ou grupos ao redor do carbono assimétrico. As letras R e S são utilizadas para indicar as duas configurações possíveis. Prof. Nunes Sugestão de Leitura 25 Prof. Nunes Sistema de Nomenclatura R/S 26 Vamos primeiro olhar como podemos determinar a configuração de um composto se nós temos um modelo tridimensional do composto. 1) Classifique os grupos (ou átomos) ligados ao carbono estereogênico segundo a ordem de prioridade. Os números atômicos dos átomos diretamente ligados ao carbono assimétrico determinam as prioridades relativas. Quanto maior o número atômico, maior a prioridade. maior prioridade menor prioridade Prof. Nunes Sistema de Nomenclatura R/S 27 Se a prioridade não puder atribuída com base nos átomos diretamente ligados ao carbono assimétrico, � os próximos átomos deverão ser examinados. * (4)(1) (2) (3) Prof. Nunes Sistema de Nomenclatura R/S 28 Para grupos com ligações duplas ou triplas são atribuídas prioridades, como se seus átomos estivessem duplicados ou triplicados. como se ele fosse como se ele fosse é tratado como se se fosse com prioridade maior que Prof. Nunes Sistema de Nomenclatura R/S 29 2) Oriente a molécula para que o grupo (ou átomo), com a prioridade mais baixa (4) seja dirigido para longe de você. Em seguida, desenhe uma seta imaginária partido do grupo (ou átomo) com o prioridade mais alta (1) para o grupo (ou átomo) com a próxima prioridade (2). � Se a setapontos no sentido horário, o carbono assimétrico possui a configuração R (R de rectus, palavra latina que significa "direito"). � Se a seta aponta para a esquerda, o carbono assimétrico tem a configuração S (S de sinister, palavra latina que significa "esquerda"). (4) (1) (2) (3) R observador Prof. Nunes Sistema de Nomenclatura R/S 30 Se você tem problemas para visualizar relações espaciais e não tiver acesso a um modelo molecular, a metodologia abaixo permitirá que você determine a configuração assimétrica de um carbono sem ter de girar mentalmente a molécula. 1) Ranqueie os átomos (ou grupos) segundo suas prioridades. Prof. Nunes Sistema de Nomenclatura R/S 31 Se o grupo (ou átomo) com a prioridade mais baixa está ligado por uma cunha tracejada, � desenhe uma seta a partir do grupo (ou átomo), com a prioridade mais alta (1) para o grupo (ou átomo) com a segunda maior prioridade (2). Se a seta aponta no sentido horário, o composto tem a configuração R, e se aponta para a esquerda, o composto tem a configuração S. (S)-2-bromobutano (R)-2-bromobutano Prof. Nunes Sistema de Nomenclatura R/S 32 Se o grupo (ou átomo) com a prioridade mais baixa não está ligado por uma cunha tracejada, � redesenhe a projeção em perspectiva de modo a colocar o grupo de mais baixa prioridade voltado para trás do plano. Ao fazer a troca de posição entre dois átomos (ou grupos) duas vezes, a configuração do centro quiral não se altera. Ao fazer a troca de posição entre dois átomos (ou grupos) uma vez, a configuração do centro quiral se altera. 1 troca 2 trocas (R) (S) (R) Prof. Nunes Sistema de Nomenclatura R/S 33 qual a configuração? a molécula tem configuração R. Portanto, ela tinha configuração S antes dos grupos serem trocados. 1 troca Projeção em perspectiva Prof. Nunes Sistema de Nomenclatura R/S 34 H para trás - mantém-se a configuração determinada Projeção de Fischer H para frente - inverte-se a configuração determinada Prof. Nunes Exercitando 35 Indique a configuração absoluta dos centros quirais. (R) (R) (R) (R) Prof. Nunes Exercitando 36 Classifique cada par de moléculas como enantiômeros ou idênticas. (R)(S) enantiômeros enantiômeros enantiômeros enantiômeros (R)(S) (S) (R) (S)(R) Prof. Nunes Exercitando 37 Indique a ordem de prioridade de cada conjunto de substituintes. 3 2 4 31 2 4 1 3 2 4 3 1 2 4 1 Prof. Nunes Isômeros com mais de 1 Centro Quiral 38 Diastereoisômeros são estereoisômeros que não mantêm uma relação objeto-imagem. De acordo com esta definição, podemos entender por isômeros cis-trans são diastereoisômeros. isômeros isômeros constitucionais estereoisômeros isômeros com duplas ligações isômeros com centros de quiralidade enantiômeros diastereoisômeros cis-2-buteno trans-2-buteno Prof. Nunes Isômeros com mais de 1 Centro Quiral 39 Considere o seguinte estrutura: Este composto tem dois centros de quiralidade. Cada um pode ter quer a configuração R ou S, � dando origem a quatro possíveis estereoisômeros (dois pares de enantiômeros): um par de enantiômerosum par de enantiômeros Prof. Nunes Isômeros com mais de 1 Centro Quiral 40 Para descrever a relação entre estes quatro estereoisômeros, � vamos olhar para um deles (1R,2S por exemplo) e � descrever sua relação com os outros três estereoisômeros. Quanto todos os centros de quiralidades são invertidos no objeto e em sua imagem especular, temos um par de enantiômeros. Qualquer outra possibilidade, define um par de diastereoisômeros. Enantiômero Diastereoisômeros 1S,2R 1R,2R 1S,2S um par de enantiômerosum par de enantiômeros Prof. Nunes Isômeros com mais de 1 Centro Quiral 41 Outro exemplo: Referência: 1R, 2R, 3S Enantiômero Diastereoisômeros 1S,2S,3R 1R,2R,3R 1S,2S,3S 1R,2S,3S 1S,2R,3R 1R,2S,3R 1S,2R,3S Prof. Nunes Isômeros com mais de 1 Centro Quiral 42 Outro exemplo: enantiômeros diastereoisômeros enantiômeros d i a s t e r e o i s ô m e r o s d i a s t e r e o i s ô m e r o s Prof. Nunes Número de Estereoisômeros 43 Note que a presença de três centros de quiralidade produz uma família de quatro pares de enantiômeros (8 estereoisômeros). Um composto com quatro centros de quiralidade irá gerar uma família de oito pares de enantiómeros (16 estereoisômeros). Isso levanta a questão óbvia: Qual é a relação entre o número de centros de quiralidade e o número de estereoisômeros na família? Número máximo de estereoisômeros = 2n Prof. Nunes Número de Estereoisômeros 44 O colesterol tem oito centros de quiralidade, dando origem a uma família de 28 estereoisômeros (256 estereoisômeros). O estereoisômero mostrado tem: � 1 enantiômero e � 254 diastereômeros. A estrutura mostrada é o único estereoisômero produzido pela natureza. Prof. Nunes Estereoisômeros 45 Identifique se cada um dos seguintes pares de compostos são enantiômeros ou diastereoisômeros. enantiômeros diastereoisômeros enantiômeros diastereoisômeros diastereoisômeros diastereoisômeros Prof. Nunes Simetria e Quiralidade 46 Simetria Rotacional versus Simetria Reflexional Vamos aprender como determinar se um composto é quiral ou aquiral. É verdade que qualquer composto com um único centro de quiralidade tem de ser quiral, � mas a mesma afirmação não é necessariamente verdade para compostos com dois centros de quiralidade. Considere os cis e trans do 1,2-dimetilcicloexano: Cada um destes compostos tem dois centros de quiralidade, mas o isômero trans é quiral, enquanto o isômero cis é aquiral. Para entender o porquê, devemos explorar a relação entre a simetria e quiralidade. Prof. Nunes Simetria e Quiralidade 47 Em termos gerais,existem apenas dois tipos de simetria: �simetria rotacional e �simetria reflexional. O isômero trans exibe uma simetria de rotação. Para visualizar isso, imagine que o anel cicloexano é perfurada com uma vara do imaginária. Então, enquanto seus olhos estão fechados, a vara é rodada: Se, depois de abrir os olhos, é impossível determinar se a rotação ocorreu ou não, quando a molécula possui simetria rotacional. A “vara imaginária” é chamado um eixo de simetria. Prof. Nunes Simetria e Quiralidade 48 Este composto não tem o mesmo eixo de simetria que isômero trans exibe. Se nós “perfurarmos” a molécula com um “bastão imaginário”, teríamos de girar 360°, a fim de regenerar a mesma imagem. � Portanto, este composto não apresenta simetria de rotação. No entanto, o composto exibe simetria reflexional. Imagine fechar os olhos enquanto a molécula é refletida sobre o plano mostrado na figura abaixo. Todo o lado direito é refletido para o lado esquerdo. Ao abrir os olhos, você não vai ser capaz de determinar se a reflexão teve lugar ou não. Esta molécula possui um plano de simetria. Prof. Nunes Simetria e Quiralidade 49 Para resumir, uma molécula � com um eixo de simetria possui simetria rotacional, � com um plano de simetria possui simetria reflexional. Com uma compreensão destes dois tipos de simetria, podemos agora explorar a relação entre a simetria e quiralidade. � Em particular, a quiralidade não é dependente de qualquer forma com simetria de rotação. A presença ou ausência de um eixo de simetria é totalmente irrelevante para a determinação se um composto é quiral ou aquiral. Vimos que trans-1,2- dimetilcicloexano possui simetria rotacional. No entanto, o composto é ainda quiral e existe como um par de enantiômeros. enantiômeros Prof. Nunes Simetria e Quiralidade 50 Mesmo a presença de vários eixos de simetria diferentes não indica se o composto é quiral ou aquiral. � A quiralidade é unicamente dependente da presença ou ausência de simetria reflexional. � Qualquer composto que possui um plano de simetria, será aquiral. �O isômero cis de 1,2-dimetilcicloexano apresenta um plano de simetria, e, por conseguinte, o composto é aquiral. Ele não tem um enantiômero. Prof. Nunes Simetria e Quiralidade 51 Embora a presença de um plano de simetria torna um composto aquiral, � o inverso nem sempre é verdade, � ou seja, a ausência de um plano de simetria, não significa necessariamente que o composto é quiral. Este composto não tem um plano de simetria, mas tem um outro tipo de simetria reflexional. Em vez de refletir sobre um plano, imagine refletir sobre um ponto no centro do composto (ponto de inversão). . ponto de inversão Prof. Nunes Simetria e Quiralidade 52 Durante o processo de inversão, o grupo metila na parte superior do desenho (em uma cunha cheia) é refletida para o inferior do desenho (em uma cunha hachurada). Do mesmo modo, o grupo metila na parte inferior do desenho (cunha hachurada) é refletida para o topo do desenho (em uma cunha cheia). �Todos os outros grupos são também refletidas sobre o centro do composto. � O composto é dito exibir um centro de inversão, o que lhe confere com simetria reflexional. �Como resultado, o composto é aquiral, embora ele não tenha um plano de simetria. . ponto de inversão Prof. Nunes Simetria e Quiralidade 53 Também existem outros tipos de simetria reflexional, mas eles estão fora do escopo nossa discussão (graduação). Para os nossos propósitos, será suficiente procurar um plano de simetria. Pode-se resumir a relação entre simetria e quiralidade com as três seguintes declarações: � a presença ou a ausência de simetria de rotação é irrelevante para quiralidade. � um composto que tem um plano de simetria será aquiral. � um composto que não tenha um plano de simetria provavelmente será quiral (embora haja raras exceções, o que pode, na maior parte ds vezes, ser ignorado para os nossos propósitos). Prof. Nunes Simetria e Quiralidade 54 Para cada um dos seguintes objetos, determine se possuem ou não um plano de simetria: sim não sim sim sim não Prof. Nunes Simetria e Quiralidade 55 Cada uma das seguintes moléculas tem um plano de simetria. Encontre o plano de simetria em cada caso: (Dica: Um plano de simetria pode cortar átomos ao meio.) Prof. Nunes Compostos Meso 56 Temos visto que a presença de centros de quiralidade não necessariamente torna um composto quiral. Especificamente, um composto que exibe uma simetria reflexional será aquiral, embora ele tenha centros de quiralidade. Tais compostos são chamados compostos meso. Prof. Nunes Compostos Meso 57 Uma família de estereoisômeros contendo um composto meso terá menos de 2n estereoisômeros. Como um exemplo, considere o composto seguinte: Este composto tem dois centros de quiralidade e, portanto, seria de esperar 22 (= 4) estereoisômeros. Em outras palavras, espera-se dois pares de enantiômeros: um par de enantiômeros estas duas representações representam o mesmo composto Prof. Nunes Compostos Meso 58 O primeiro par de enantiômeros atende às suas expectativas. Mas o segundo par é, realmente, apenas um composto. O composto apresenta simetria reflexional e é, portanto, um composto meso: O composto meso não é quiral, e não tem um enantiômero. um par de enantiômeros estas duas representações representam o mesmo composto plano de simetria Prof. Nunes Compostos Meso 59 Quantos estereoisômeros você espera para o seguinte composto? Desenhe todos os estereoisômeros. Há apenas 4 estereoisômeros não é um centro de quiralidade não é um centro de quiralidade Prof. Nunes 60 Compostos Meso É fácil reconhecer quando um composto com dois carbonos assimétricos têm um estereoisômero que é um composto meso. Ele possui os dois carbonos assimétricos com quatro átomos ou grupos idênticos ligados a cada um dos carbonos estereogênicos. composto meso par de enantiômeros composto meso par de enantiômeros Prof. Nunes 61 Compostos Meso No caso de compostos cíclicos, o isômero cis será o composto meso � e o isômero trans vai existir como um par de enantiômeros. composto meso cis-1,3-dibromociclopentano par de enantiômeros trans-1,3-dibromociclopentano composto meso cis-1,2-dibromocicloexano par de enantiômeros trans-1,2-dibromocicloexano Prof. Nunes 62 Compostos Meso plano de simetria nenhum plano de simetria conformação cadeira conformação barco meso cis-1,2-dibromocicloexano Prof. Nunes Projeção de Fischer 63 Uma representação simplificada, chamada de Projeção de Fischer, � mostra o arranjo tridimensional dos grupos ligados ao carbono assimétrico em duas dimensões. A projeção de Fischer representa um carbono assimétrico com o ponto de intersecção entre as duas linhas perpendiculares: � linhas horizontais: ligações para frente do plano � linhas verticais: ligações para trás do plano. carbono estereogênico Prof. Nunes 64 Propriedades dos Estereoisômeros Prof. Nunes 65 Propriedades dos Estereoisômeros Os estereoisômeros podem apresentar diferentes atividades � Físicas � Químicas � Óticas (um tipo de Física) � Biológicas O entendimento destas atividades em enantiômeros e diastereoisômeros é de suma importância. Prof. Nunes 66 Propriedades Físicas dos Estereoisômeros Propriedades Físicas enantiômeros = diastereoisômeros ≠ Os dados mostram que: Propriedades físicas dos estereoisômeros do ácido tartárico Ponto de Fusão (oC) Solubilidade, g/100 g H2O a 15oC (2R,3R) 170139 (2S,3S) 170 139 (2R,3S) 140 125 Prof. Nunes 67 Os estereoisômeros, por terem a mesma composição e conectividade, têm os mesmos grupos funcionais. � Portanto, reagirão “igualmente (mesmo tipo de reação)” frente ao mesmo reagente. OH OH SOCl2 SOCl2 Cl Cl Propriedades Químicas dos Estereoisômeros Propriedades Químicas enantiômeros = diastereoisômeros = Prof. Nunes 68 Todavia, enantiômeros poderão reagir de formas disitintas em termos cinéticos em reações que utilizem ambientes quirais. Nas moléculas quirais da natureza, como aminoácidos, enzimas, proteínas e o próprio DNA, uma dessas formas espelhadas é mais usada e abundante que a outra. Isso ocorre porque a estrutura espacial de cada enantiômero determinará a forma como reage com os receptores, sendo alguns se encaixam perfeitamente e outros não. Portanto, podemos considerar que os enantiômeros podem apresentar propriedades químicas diferentes. Propriedades Químicas dos Estereoisômeros Propriedades Químicas enantiômeros ≠ Prof. Nunes 69 Um exemplo de reações em abientes quirais é o que ocorre em reações enzimáticas, as quais podem ser estereosseletivas. Neste tipo de reação � somente um dos enantiômeros reagirá, ou � um dos enantiômeros reagirá muito mais rapidamente que o outro, �levando a um produto enantiomericamente puro ou a um excesso enantiomérico, respectivamente. Propriedades Químicas dos Estereoisômeros Prof. Nunes 70 Propriedades Óticas dos Estereoisômeros Embora a atividade ótica (habilidade de um composto de desviar o plano da luz polarizada) seja uma propriedade física dos compostos, devido à sua importância na Estereoquímica, merece � um destaque especial, e � ser estudada separadamente. Antes de estudarmos a habilidade de um composto em desviar o plano da luz polarizada, � demos entender melhor o que é um plano da luz polarizada. Prof. Nunes Luz Polarizada 71 A luz é uma energia radiante que impressiona os olhos e é chamada, de forma mais técnica, de onda eletromagnéticas. Chamamos de onda eletromagnéticas o tipo de onda formada por um elétrico e outro magnético que são perpendiculares entre si e que se deslocam em uma direção perpendicular às duas primeiras. Prof. Nunes Luz Polarizada 72 A luz normal, após passar através de um polarizador, como uma lente polarizada ou um Prisma Nicol, se torna uma luz plano-polarizada (ou simplesmente luz polarizada), a qual oscila apenas em um único plano através do caminho de propagação Prof. Nunes Luz Polarizada 73 Em 1815, o físico Jean-Baptiste Biot descobriu que algumas substâncias orgânicas naturais eram � capazes de girar o plano da luz polarizada. Sendo que algumas giravam o plano de polarização � no sentido horário, outras � no sentido anti-horário, e outras � não giravam o plano de polarização. (1774 -1862) observador analisadorcela contendo moléculas orgânicas polarizadorfonte de luz luz polarizada Prof. Nunes Luz Polarizada 74 � Jean-Baptiste Biot previu que a capacidade de girar o plano de polarização era atribuída a alguma assimetria nas moléculas. � Jacobus Hendricus Van't Hoff e Joseph Achille Le Bel, depois, determinaram que a assimetria molecular estava associada aos compostos que apresentavam um ou mais carbonos estereogênicos. (1852-1911) (1847-1930) (1774 -1862) Prof. Nunes 75 Portanto, um composto aquiral � não gira o plano de polarização. � é opticamente inativo. Quando a luz polarizada passa através de uma solução de moléculas aquirais, � a luz emerge a partir da solução � com o seu plano de polarização inalterado. Atividade Ótica – Compostos Aquirais O plano de polarização não foi giradodireção da propagação da luz cela contendo moléculas aquirais polarizadorFonte de luz luz normal luz polarizada luz polarizada Prof. Nunes Atividade Ótica – Compostos Quirais 76 Portanto, um composto quiral � gira o plano de polarização. � é opticamente ativo. Quando a luz polarizada passa através de uma solução de moléculas quirais, � a luz emerge a partir da solução � com o seu plano de polarização alterado. O plano de polarização foi giradodireção da propagação da luz polarizadorFonte de luz luz normal luz polarizada luz polarizada cela contendo moléculas quirais Prof. Nunes 77 Propriedades Óticas dos Estereoisômeros Enquanto os enantiômeros desviam a luz polarizada � em sentidos opostos � na mesma magnitude Os diastereosômeros desviam a luz polarizada � em sentidos opostos ou não � em diferentes magnitudes Propriedades Óticas enantiômeros = magnitudes ≠ senCdos diastereoisômeros ≠ magnitudes = ou ≠ senCdos Prof. Nunes 78 Portanto, se um composto oticamente ativo gira o plano de polarização no sentido horário, é chamado dextrógiro, indicado pelo sinal (+). Se um composto oticamente ativo gira o plano de polarização no sentido anti-horário, é chamado de levógiro, indicado pelo sinal (-). Às vezes, as letras minúsculas d e l são usadas em vez de (+) e (-). (R)-(+)-2-butanol Atividade Ótica – Compostos Quirais (S)-(-)-ácido málico Prof. Nunes 79 É imporante reassaltar que não devemos associar (+) e (-) com R e S, respectivamente. Os símbolos (+) e (-) � indicam a direção em que um composto oticamente ativo gira o plano de polarização. Os símbolos R e S � indicam a disposição dos grupos sobre um carbono assimétrico. Alguns compostos com a configuração de R são (-) e alguns S são (+). Atividade Ótica – Compostos Quirais Prof. Nunes Rotação Ótica 80 O grau em que um composto oticamente ativo gira o plano de polarização pode ser medida com um instrumento chamado polarímetro. O grau em que o analisador é girado pode ser lido e representa a diferença entre amostras oticamente � ativas (quirais) � inativas (aquirais) Isso é chamado de rotação observada (α) e é medida em graus. direção da propagação da luz polarizadorFonte de luz luz normal luz polarizada luz polarizada cela contendo moléculas quirais analisador observador Prof. Nunes 81 A rotação observada (α) é proporcional � à concentração da substância (C), e � ao comprimento da cela (l) Logo α proporcional a C.l Para transformar uma proporcionalidade em igualdade, devemos inserir uma constante de proporcionalidade. Neste caso, chamaremos esta constante de rotação específica: [α]D α = [α]D c.l ou Rotação Ótica Unidades C (g/mL) l (dm) Prof. Nunes 82 A rotação observada de 2,0 g de um composto em 50 mL de solução em um tubo de polarímetro de 50 centímetros de comprimento foi de +13,4o. Qual é a rotação específica do composto? Exercitando [α]D = α c.l [α]D = 13,4 0,04 . 5 [α]D = 13,4 0,04 . 5 [α]D = 67º.mL.g-1.dm-1 Prof. Nunes 83 Quando sintetizamos um composto quiral com apenas um centro estereogênico (por exemplo), podemos obtê-lo como: � um único enantiômero (R ou S) ou � uma mistura de enantiômeros (R + S). � Quado a síntese leva à formação de um único enantiômero, dizemos que a reação foi estereoespecífica, e o produto é enantiometicamente puro. Substância Enantiomericamente Pura Prof. Nunes 84 � Quado a síntese leva à formação de uma mistura de enantiômeros, podemos ter duas situações. 1. mistura racêmica ou racemato [R] = [S] 2. excesso enantiomérico (e.e.) [R] ≠ [S] Quando [R] > [S] temos um e.e. de (R) Quando [S] > [R] temos um e.e. de (S) Mistura de EnantiômerosProf. Nunes 85 Podemos determinar se uma amostra é constituída de um único enantiômero ou uma mistura de enantiômeros através da medida de sua rotação específica [α]D. Pureza Ótica %R %S %R %S 100 0 100 0 50 50 rotação específica [α]D + 5,75 - 5,750,005,75 > [α]D > 0 -5,75 < [α]D < 0 e.e. de R e.e. de S S.E.P. S.E.P.racemato (R)-2-metil-1-butanol (S)-2-metil-1-butanol Prof. Nunes 86 A partir da rotação específica [α]D podemos calcular a pureza ótica (p.o.) de uma mistura. p.o. = [α]D observada [α]Ddo enantiômero puro Por exemplo: se uma amostra de 2-metil-1-butanol tem uma rotação específica de 2,3º, sua pureza ótica é de 0,40. Em outras palavras, é 40% opticamente pura - 40% da mistura consiste de um excesso de um único enantiômero. p.o. = 2,3 = 0,4 ou 40% logo.... 5,75 % R + %S =100 2 %R = 140 % R - %S = e.e (40%) %R = 140 = 70% %S = 30% 2 Pureza Ótica Prof. Nunes Com o intuito de melhorar o entendimento dos estudantes sobre rotação ótica de compostos orgânicos, desenvoli um software educacional livre nomeado Polarímetro Virtual. 87 Polarímetro Virtual (http://www.quimica.ufc.br/polarímetro) Prof. Nunes 88 Propriedades Biológicas dos Estereoisômeros Como diferentes estereoisômeros se comportam no sistema biológico? Após termos estudado as propriedades físicas, químicas e óticas de estereoisômeros, estudaremos como se apresentam as propriedades biológicas de estereoisômeros. Prof. Nunes 89 Propriedades Biológicas dos Estereoisômeros Quase todas as macromoléculas biológicas, tais como DNA, RNA, proteína, polinucleótidos e mesmo os aminoácidos, as unidades estruturais básicas da vida, são quirais. Apesar de enantiômeros de substâncias quirais terem as mesmas propriedades físico-químicas, � atividades bioquímicas, ao contrário das transformações abióticas, podem ser bastante diferentes porque � os processos bioquímicos geralmente mostram elevada estereo- ou enantioselectividade. Prof. Nunes 90 Propriedades Biológicas dos Estereoisômeros Por exemplo, reações enantiosseletivas ocorrem em � enriquecimento biológico, � degradação e � outras ações fisiológicas. Para organismos, enantiômeros, muitas vezes, exibem: � efeitos diferentes � ou toxicidades diferentes. O enantiômero ativo (eutômero) de um composto quiral � pode ter o efeito desejado sobre uma espécie-alvo, � enquanto que o outro enantiômero pode não ter. É aconselhável utilizar apenas os enantiômeros biologicamente ativos, reduzindo a quantidade total de poluentes químicos liberados para o ambiente e/ou organismo. Prof. Nunes 91 Em 1894, Emil Fisher propôs o modelo chave-fechadura para a interação fármaco-receptor, onde o fármaco agiria como uma chave e o receptor (proteína) atuaria como uma fechadura. Devido ao fato do receptor ser quiral, enantiômeros poderão se ligar de formas distintas com os sítios receptores, levando a diferentes efeitos ou a nenhum efeito. Propriedades Biológicas de Estereoisômeros Emil Fisher efeito biológico sem efeito Prof. Nunes 92 Os dois enantiômeros da efedrina, por exemplo, apresentam atividades bem distintas. Neste caso, na (-)-Efedrina, ocorre uma formação adicional de uma ligação de hidrogênio entre a hidroxila e um sítio da proteína. OH OH H OH N+ H3C H H OH OH OH H N+ H3C H H ** X sítio aniônico área plana não ocorre interação X sítio aniônico área plana ocorre interação (+)-Efedrina – menos ativa (-)-Efedrina – mais ativa Propriedades Biológicas de Estereoisômeros Prof. Nunes 93 Os receptores localizados no exterior do células nervosas no nariz são capazes de perceber e diferenciar aproximadamente 10.000 odores diferentes. Os enantiômeros da carvona apresentam diferentes odores � devido à simples troca de dois substituintes no carbono estereogênico. � (R)-(-)-carvona - hortelã � (S)-(+)-carvona - cominho. Propriedades Biológicas de Estereoisômeros (R)-(-)-carvona (S)-(+)-carvona Prof. Nunes 94 O aspartame é muito utilizado como um adoçante. Todavia, somente o isômero (S,S) apresenta saber doce. Propriedades Biológicas de Estereoisômeros Prof. Nunes 95 Além de diferenças de sabores ou odores, enantiômeros podem diferir seriamente quanto às suas propriedades biológicas. Por exemplo, a Talidomida foi administrada, nos anos 60, como racemato para o tratamento de enjôo matutino de grávidas nos Estados Unidos. N N H O O O O Propriedades Biológicas de Estereoisômeros Prof. Nunes 96 (R)-Talidomida sedativo (S)-Talidomida mutagênico eutômero distômero ativo menos ativo N N H O O O O N N H O O O O N N H O O O O Propriedades Biológicas de Estereoisômeros Todavia, os enantiômeros que constituíam o racemato apresentavam atividades bem distintas. Prof. Nunes 97 A administração de droga como uma mistura racêmica pode levar a duas situações diferentes, dependo da ação do distômero, o qual pode: � não apresentar nenhum efeito colateral mais sério; � exibir um efeito colateral indesejável; � exibir efeito terapêuticas independente, mas não prejudicial. Drogas Quirais Prof. Nunes 98 Drogas Quirais Alguns exemplos de drogas onde o distômero não apresenta nenhum efeito colateral mais sério. Os enantiômeros R são inativos e não apresentam efeitos colaterais. O N OH H O N OH H N S N N O O N OH H O (S)-Propanolol (S)-Timolol (S)-Metaprolol Prof. Nunes 99 Drogas Quirais Alguns exemplos de drogas onde o distômero exibe um efeito colateral indesejável. HS COOH NH2 HS COOH NH2 N N HO H H OH N N HO H H OH (R)-Penicilamina anti-artrite (S)-Penicilamina mutagênico (R,R)-Etambutol tuberculóstico (S,S)-Etambutol causa cegueira Prof. Nunes 100 Drogas Quirais Ambos os isômeros apresentam valores terapêuticos independentes. Darvon analgésico Novrad anti-tussígeno N O O R S N O O R S (S)-Ketamina anestésico (R)-Ketamina alucinógeno O N CH3 H Cl R O N H3C H Cl S Prof. Nunes 101 Drogas Quirais Neste e nos próximos dois slides, serão apresentados mais exemplos de drogas quirais e as atividades farmacológicas de seus enantiômeros. Prof. Nunes 102 Indústria Farmacêutica A relevância do tema quiralidade e atividade biológica é confirmada na análise da evolução do licenciamento de enantiômeros. � Crescimento da produção de enantiômeros simples � Diminuição da produção de racematos. Agranat, I.; Carner, H.; Caldwell, J. Putting Chirality to work: The strategy of chiral switches, Nature Rev. Drugs Discovery 2002, 1, 753-768. Prof. Nunes 103 Mercado Mundial 64,6% 25,4% 10% enantiômero puro aquiral racemato � Percentuais dos tipos de fármacos comercializados no mundo (2004). � US$ 48 bilhões Fonte: Chem. Eng. News 2004, 82(24), 47-62. Prof. Nunes 104 Drogas Quirais As produções do eutômero ou da mistura racêmica são determinadas por motivos distintos. Eutômeros Ser o único enantiômero ativo Baixo índice terapêutico da mistura Maior toxicidade do distômero Não haver bioinversão de quiralidade Acessbilidade econômica Misturas Racêmicas Ação sinérgica dos isômeros Alto índice terapêutico da mistura Pouca ou nula toxicidade do distômero Ocorrência de bioinversão de quiralidade Inovação terapêutica Uso em quadros crônicos Baixo custo de produção em relação ao eutômero Prof. Nunes 105 Mercado dos Fármacos - Custos Cl NN H OH OH O OH N N O H Cl OH Cl Prof. Nunes 106 Drogas Quirais Sugestão de leitura: Super remédios para quem? Revista Época Edição 363 - 20/04/2005 Acesse: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG69991-6014-363,00.html Embora seja um reportagem antiga, sua leitura é recomendável. Prof. Nunes 107 Agroquímicos Muitos agroquímicos comerciais têm estruturas quirais. Por exemplo, cerca de 30% dos ingredientes ativos de pesticidas registados � contêm um ou mais centros quirais. Os herbicidas são utilizados para controlar o crescimento de vegetação indesejada e representam a maioria dos agroquímicos em uso hoje. � Alguns herbicidas quirais são vendidos como isômeros oticamente ativos, � mas por razões econômicas, muitos outros ainda são usados como racematos. Prof. Nunes 108 Agroquímicos Fonte: Chiral Pesticides: Identification, Description, and Environmental Implications Elin M. Ulrich1, Candice N. Morrison, Michael R. Goldsmith, and William T. Foreman Manuscript in preparation for Reviews of Environmental Contamination and Toxicology Prof. Nunes 109 Resolução Quiral Universidade Federal do Ceará Centro de Ciências Química Orgânica I Prof. Nunes 110 Resolução Quiral A maioria das moléculas na natureza são quirais, e a natureza geralmente produz estas moléculas como enantiômeros simples. Aminoácidos, açúcares, efedrina, pseudoefedrina, e ácido tartárico podem ser isolados a partir de fontes naturais na forma de enantiômeros simples. Por outro lado, no laboratório, se fizermos compostos quirais a partir de materiais de partida aquirais, estamos “condenados” a obter misturas racêmicas. Assim, como é que podemos obter compostos enantiomericamente puros, sem que sejam de fontes naturais? Prof. Nunes 111 Resolução Quiral Os enantiômeros não podem ser separadas por técnicas de separação habituais, tais como: � destilação fracionada ou � cristalização porque os seus pontos de ebulição e solubilidade são idênticos, levando-os a destilar ou cristalizar simultaneamente. Louis Pasteur foi o primeiro a separar um par de enantiômeros com sucesso. Ao trabalhar com cristais de tartarato de amônio de sódio, � ele observou que os cristais não eram idênticos! � ele meticulosamente separou os dois tipos de cristais com pinças. Prof. Nunes 112 Resolução Quiral Imagine uma reação entre um álcool racêmico quiral e um ácido carboxílico racêmico quiral para se obter um éster, em uma esterificação catalisada por ácido. O produto contém dois centros estereogênicos, por isso, esperamos obter dois diastereoisômeros, cada um como uma mistura de dois enantiômeros. Prof. Nunes 113 Resolução Quiral Os diastereômeros têm propriedades físicas diferentes, de modo que deve ser fácil de separar, por exemplo, por cromatografia. Poderíamos, então, reverter a etapa de esterificação, e hidrolisar qualquer um destes diastereoisômeros, e regenerar o álcool e ácido racêmicos. Prof. Nunes 114 Resolução Quiral Se repetirmos esta reação, desta vez usando uma amostra enantiomericamente pura de (R)-ácido mandélico voltaríamos a obter dois produtos diastereoméricos mas, desta vez, cada um será enantiomericamente puro. Prof. Nunes 115 Resolução Quiral Se hidrolisarmos cada diastereoisômero separadamente, faremos algo bastante notável: conseguiremos separar a dois enantiômeros do álcool de partida. A separação dos dois enantiômeros é chamada de resolução. Prof. Nunes 116 Resolução Quiral Prof. Nunes 117 StereogameStereogame Exercite teus conhecimentos com este divertido jogo computacional. http://www.quimica.ufc.br/stereogame
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