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DQOI - UFC Prof. Nunes IntroduçãoIntrodução Universidade Federal do Ceará Centro de Ciências Departamento de Química Orgânica e Inorgânica Química Orgânica II IntroduçãoIntrodução àsàs Reações Orgânicas Reações Orgânicas Prof. Dr. José Nunes da Silva Jr. nunes.ufc@gmail.com Prof. Dr. José Nunes da Silva Jr. nunes.ufc@gmail.com DQOI - UFC Prof. Nunes A química orgânica pode ser subdividida em duas partes: - química orgânica estrutural. - química orgânica reacional. Reações OrgânicasReações Orgânicas - química orgânica reacional. A primeira parte é estudada na Química Orgânica I. Na ocasião, estudaram-se as funções orgânicas e suas características estruturais. Na Química Orgânica II, com base nas características estruturaisNa Química Orgânica II, com base nas características estruturais das funções orgânicas, estudaremos os tipos de reações que elas sofrem. DQOI - UFC Prof. Nunes � Substrato: composto orgânico que sofre a mudança estrutural. � Reagente: é quem reage com o substrato. � Intermediário: espécie transiente formada durante a reação. � Produto: composto orgânico final da reação. Substrato, Reagente, Intermediário e ProdutoSubstrato, Reagente, Intermediário e Produto � Produto: composto orgânico final da reação. C C H3C H3C H H C H3C H3C C H H HO H H H + O H H . . O H H H. .O H H H3C H + + + M e c a n i s m o d e h i d r a t a ç ã o a l c e n o CH3C CH3 C H H H C 3 H3C C H H + C O H3C CH3 C H H H H H O H H . . + O H H H C O H3C CH3 C H H H H + M e c a n i s m o d e h i d r a t a ç ã o d e u m a l c e n o DQOI - UFC Prof. Nunes � Existe uma variedade de moléculas orgânicas que ocorrem freqüentemente, não como compostos estáveis, mas como intermediários transientes em reações químicas. Intermediários ReativosIntermediários Reativos intermediários transientes em reações químicas. � Algumas possuem ligações convencionais que podem ser representadas por estruturas típicas de ligação de valência. � Em outras, o carbono tem menos de 4 ligações. � São geralmente muito instáveis, tendo apenas existência transitória, em certas circunstâncias possuem estabilidade suficiente para serem isolados e estudados. DQOI - UFC Prof. Nunes Os intermediários são subdivididos em quatro grupos: H C + H C Intermediários ReativosIntermediários Reativos Em nossa disciplina, concentraremos nossa atenção nos radicais, carbocátions e nos carbânions (os mais comuns). íon carbônio H3C + íon carbânion H3C radical metila H3C carbeno H2C carbocátions e nos carbânions (os mais comuns). DQOI - UFC Prof. Nunes Os radicais são espécies resultantes da clivagem homolítica de uma ligação. Intermediários ReativosIntermediários Reativos Por exemplo: .. HC H H H C H H H H Cada um fragmentos da ligação fica com um dos elétrons antes compartilhados. DQOI - UFC Prof. Nunes A reação de um alcano com um halogênio envolve a substituição de um dos átomos de hidrogênio do alcano por um átomo de halogênio. Halogenação de AlcanosHalogenação de Alcanos R H X X+ t.a. luz solar, CCl4 R X + HX � Por exemplo, o mecanismo da cloração de alcanos envolve intermediários radicalares gerados pela homólise da ligação C-H.intermediários radicalares gerados pela homólise da ligação C-H. DQOI - UFC Prof. Nunes O mecanismo da cloração do metano geralmente aceito é o seguinte: Cloração do Metano - MecanismoCloração do Metano - Mecanismo Cl Cl molécula de Cl2 2 Cl H CH3 Cl H CH3+ radical metila etapa determinante CH3 Cl Cl + ClCH3Cl metila determinante Etapa de Terminação?! DQOI - UFC Prof. Nunes São duas as possíveis geometrias para os radicais livre: - trigonal plana ou - pirâmide trigonal. Estrutura e Estabilidade de Radicais LivresEstrutura e Estabilidade de Radicais Livres - pirâmide trigonal. Estudos teóricos e experimentais apontam a estrutura trigonal plana como a mais estável. DQOI - UFC Prof. Nunes Dados termodinâmicos mostram: primário Estrutura e Estabilidade de Radicais LivresEstrutura e Estabilidade de Radicais Livres . primário secundário terciário 3,5 Kcal/mol 1,5 Kcal/mol 94,5 Kcal/mol 93 Kcal/mol 98 Kcal/mol H + CH2CH2CHR2. . H + CH3CHCHR2. . H + CH3CH2CR2 . . E 93 Kcal/mol CH2CH2CHR2 H CH3CHCHR2 H CH3CH2CR2 H DQOI - UFC Prof. Nunes � Os radicais livres são estabilizados por hiperconjugação e por efeito indutivo. Estrutura e Estabilidade de Radicais LivresEstrutura e Estabilidade de Radicais Livres � Quanto maiores forem as possibilidades destas estabilizações, mais estável será o radical. primário secundário terciário DQOI - UFC Prof. Nunes Os carbocátions também são espécies resultantes da clivagem heterolítica de uma ligação. CarbocátionsCarbocátions Por exemplo: + -HC H H H C H H H H O par de elétrons, antes compartilhado, vai para o hidrogênio. DQOI - UFC Prof. Nunes Os carbocátions ocorrem em muitas reações químicas e são razoavelmente bem conhecidos. CarbocátionsCarbocátions São classificados como primário, secundários ou terciários, de acordo com o número de átomos de carbono ligados diretamente ao carbono positivo. ++++ R CR R CR R CH H CH ++++ carbocátion 30 carbocátion 20 carbocátion 10 cátion CR R CR H CH H CH H metila DQOI - UFC Prof. Nunes Etapa 1 CH3 CH3C CH3 Cl H2O lento Cl- CH3 CH3C CH3 + Carbocátions em Mecanismos SN1Carbocátions em Mecanismos SN1 Etapa 2 CH3 CH3 CH3 CH3C CH3 + O H H rápido CH3 CH3C CH3 O H H + Etapa 3 O H H CH3 CH3C CH3 O H H rápido O H CH3 CH3C CH3 + H3O ++ DQOI - UFC Prof. Nunes As propriedades dos carbocátions são intimamente relacionadas à sua estrutura. Isto nos leva a considerar as ligações no cátion metila, CH3+, por exemplo. Geometria dos CarbocátionsGeometria dos Carbocátions metila, CH3 , por exemplo. C+ 3 é de valência H 1 é de valência cada 6 é de valência 3 pares A melhor forma de dispor três pares de elétrons, no espaço, ao redor de um átomo central, é dispô-los num mesmo plano separados por ângulos de 120o. Esta disposição espacial define uma geometria trigonal plana. DQOI - UFC Prof. Nunes + HOH + HBrR Br R OH Mecanismo SN1Mecanismo SN1 R-Br Estrutura Classe Velocidade relativa metil etil isopropil t-butil CH3Br não subst. 1 CH3CH2Br 1o (CH3)2CHBr 2o (CH3)3CBr 3o 2 43 100 000 000 Conclui-se que quanto mais estável for o carbocátion formado na primeira etapa, mais facilmente ocorrerá uma reação através do mecanismo SN1. DQOI - UFC Prof. Nunes Observa-se a seguinte ordem de estabilidade para os diferentes tipos de carbocátions: Estabilidade dos CarbocátionsEstabilidade dos Carbocátions H CH H R CH H R CR H R CR R metil cátion carbocátion 10 carbocátion 20 carbocátion 30 < < <+ + + + estabilidade aumenta A explicação para esta ordem é baseada em três fatores: - efeito indutivo, ressonância e - hiperconjugação (deslocalização de elétrons das ligações sigma). DQOI- UFC Prof. Nunes Grupos alquil (Csp3) doam elétrons por efeito indutivo ao carbono positivo (Csp2), estabilizando-o. Efeito IndutivoEfeito Indutivo Portando, quanto maior for o número de substituintes (C), maior será a estabilidade do carbocátion. H C C H H H H Hsp 3 sp2 DQOI - UFC Prof. Nunes Os par elétrons compartilhado nas ligações sigma dos carbonos vizinhos (C-H na figura abaixo) ao carbocátion podem se deslocar para o carbocátion, estabilizando-o e transferindo a carga positiva HiperconjugaçãoHiperconjugação para outro carbono. No cátion metila, isto não é possível, logo ele é mais instável. Volhardt, P.C., Organic Chemistry: Structures & Function, 3rd Ed., 1999. DQOI - UFC Prof. Nunes � Estabilização através da deslocalização dos eletróns pi do anel para o carbocátion. RessonânciaRessonância C + DQOI - UFC Prof. Nunes De modo geral: � o aumento do grau de deslocalização (pi e sigma) é um efeito Estabilidade dos CarbocátionsEstabilidade dos Carbocátions � o aumento do grau de deslocalização (pi e sigma) é um efeito estabilizante. � para ocorrer a hiperconjugação, o grupo substituinte deve ter um orbital sigma completo disponível para fazer o “overlap” com o orbital 2p vazio. � o efeito é cumulativo, isto é, quanto maior o número de grupos alquil ligados diretamente ao carbono positivo, maior será a dispersão de cargas, e mais estável o carbocátion. DQOI - UFC Prof. Nunes Determine a ordem de estabilidade dos seguintes carbocátions. Estabilidade dos CarbocátionsEstabilidade dos Carbocátions CH2 CH C H H H C CH3 H C CH3 CH3 H C CH3 CH3 CH2 C H Ph H C Ph PhCH2 CH H CCH3 CH3 CPh Ph DQOI - UFC Prof. Nunes Os carbânions são espécies resultantes da clivagem heterolítica de uma ligação. CarbânionsCarbânions Por exemplo: + - HC H H H C H H H H O par de elétrons, antes compartilhado, vai para o carbono. DQOI - UFC Prof. Nunes As ligações C-H de hidrocarbonetos mostram uma pequena tendência para ionizar, e os alcanos, alcenos e alcinos são ácidos muito fracos. CarbânionsCarbânions H CH H H H CH H + H K a K a= 10 -60 Todavia, se um grupo retirador de elétrons estiver ligado diretamente ao carbono negativo, ele estabilizará a carga negativa (a dispersará) e, conseqüentemente, estabilizará o carbânion formado. DQOI - UFC Prof. Nunes Todavia, se um grupo retirador de elétrons estiver ligado diretamente a porção hidrocarboneto, ele estabilizará a carga negativa (a dispersará) formada na dissociação do próton e, conseqüentemente, estabilizará o carbânion formado. CarbânionsCarbânions conseqüentemente, estabilizará o carbânion formado. Por exemplo, o nitrometano tem acidez mais próxima do HNO3 do que do metano: OH - H O H CH N O H O C H N O OH C H H N O O CH H N O C H H N O C H N O >> CH3HCH2H N O O OH N O O pKa = -1,4 pKa = 10 pKa = 40 DQOI - UFC Prof. Nunes CarbânionsCarbânions OH - C H H N O O H CH H N O O C H H N O O C H H N O O A estabilidade é essencialmente o resultado da eletronegatividade dos átomos do oxigênio do grupo nitro. O grupo nitro induz um considerável efeito indutivo e um poderoso H OH H O H O grupo nitro induz um considerável efeito indutivo e um poderoso efeito de ressonância. Ambos retirando densidade de carga negativa do carbono para o grupo nitro. Na primeira etapa do mecanismo, a determinante da velocidade da reação, o nucleófilo se adiciona ao carbono que carrega o halogênio, quebrando uma ligação pi e formando um carbânion. Carbânions em Mecanismo de Adição-EliminaçãoCarbânions em Mecanismo de Adição-Eliminação quebrando uma ligação pi e formando um carbânion. O carbânion formado pode ser estabilizado por várias estruturas de Cl N O O + - Nu: Cl N O O Nu + -- O carbânion formado pode ser estabilizado por várias estruturas de ressonância. Cl N O O Nu + -- Cl N O O Nu + -- Cl N O O Nu + - - DQOI - UFC Prof. Nunes Átomos ou grupos eletronegativos, dependendo da capacidade de atrair elétrons levarão à carbânions mais ou menos estáveis. CarbânionsCarbânions N O > O R C N S O R O OR > > > Sendo assim, tente entender a ordem apresentada abaixo, relacionando-a com o poder retirador de elétrons de cada um dos seguintes grupos. O > R O OR X H> > > > DQOI - UFC Prof. Nunes Os carbeno (H2C:), formalmente, pode ser derivado de um ânion metila por perda de hidreto. CarbenosCarbenos Por exemplo: Pode ainda ser derivado de um cátion metila por perda de um CH H :C H H H : -H Pode ainda ser derivado de um cátion metila por perda de um próton. + +C H H H CH H : H DQOI - UFC Prof. Nunes Os quatro tipos de intermediários diferem no número de elétrons que cercam o átomo de carbono. Como conseqüência, terão geometrias diferentes. Geometrias dos Intermediários ReativosGeometrias dos Intermediários Reativos íon carbônio H3C + íon carbânion H3C radical metila H3C carbeno H2C 3 é 5 é 4 é 4 é Me Me Me H H H Geometrias Trigonal plana Pirâmide trigonal Trigonal plana A definição de substrato e reagente torna-se muito arbitrária para reações nas quais moléculas orgânicas reagem com outras moléculas orgânicas. Eletrófilos x NucleófilosEletrófilos x Nucleófilos Quando duas moléculas ou íons sofrem reação, uma deve ser o eletrófilo e a outra o nucleófilo. Carbocátions têm deficiência de elétrons. Portanto, são espécies que buscam outras ricas em elétrons (eletrófilos) Carbânions são ricas em elétrons. Portanto, são espécies que Eletrófilos x NucleófilosEletrófilos x Nucleófilos Carbânions são ricas em elétrons. Portanto, são espécies que buscam espécies pobres em elétrons (nucleófilos). + O H : .. + O H : carbocátion (e le tró filo ) água (nucleó filo ) Eletrófilos: são reagentes que, nas respectivas reações, buscam elétrons extras para atingirem uma configuração estável na camada de valência dos elétrons (Regra do Octeto). EletrófilosEletrófilos de valência dos elétrons (Regra do Octeto). Todos os ácidos de Lewis, inclusive o H+, são eletrófilos. Ao receber um par de elétrons, um próton atinge a configuração doAo receber um par de elétrons, um próton atinge a configuração do Hélio na sua camada de valência: os carbocátions atingem a configuração do Neônio. Centros Eletrofílicos são sítios “deficientes” de elétrons nas moléculas (grupos funcionais). Centros EletrofílicosCentros Eletrofílicos CH3 CH3C CH3 + O H H rápido CH3 CH3C CH3 O H H + Centros Eletrofílicos são sítios deficientes de elétrons nas moleculas (grupos funcionais). Centros EletrofílicosCentros Eletrofílicos HO O OH .. .. αααα ββββ χχχχ δδδδ .. .. R C O Cl : .. :NH3 O O O .. .. AlCl3 C NR : H O H H + : C NR H + .. O H H .. .. Nucleófilos: são reagentes que, nas respectivas reações, buscam um próton ou outro centro positivo, ao qual possam doar o par de elétrons que possuem e assim neutralizar a carga negativa que NucleófilosNucleófilos elétrons que possuem e assim neutralizar a carga negativa que carregam. C: H Cl δδδδ++++ δδδδ−−−−δδδδ++++ δδδδ−−−− Centros Nucleofílicos sãosítios “ricos” em elétrons nas moléculas (grupos funcionais). Centros NucleofílicosCentros Nucleofílicos HO O OH .. .. αααα ββββ χχχχ δδδδ .. .. R C O Cl : .. :NH3 O O O .. .. AlCl3 C NR : H O H H + : C NR H + .. O H H .. .. DQOI - UFC Prof. Nunes Através de medidas da velocidade com que diferentes bases de Lewis em reações com CH3I em metanol como solvente, uma lista das nucleofilicidades relativas foi sumariada na tabela abaixo: Nucleofilicidade x ReatividadeNucleofilicidade x Reatividade Classe Nucleófilo Reatividade relativa muito bom bom razoável I- HS- RS- Br- HO- RO- CN- N3- NH3 Cl- F- RCOO- > 105 104 103 das nucleofilicidades relativas foi sumariada na tabela abaixo: 10 fraco H2O ROH 1 muito fraco RCOOH 0,01 DQOI - UFC Prof. Nunes Nucleofilicidade x ReatividadeNucleofilicidade x Reatividade muito bom bom I- HS- RS- Br- HO- RO- CN- N3- > 105 104bom razoável Br HO RO CN N3 NH3 Cl- F- RCOO- 104 103 fraco H2O ROH 1 muito fraco RCOOH 0,01 bases de Lewis neutras Nucleófilos neutros são muito mais fracos que suas bases conjugadas. DQOI - UFC Prof. Nunes Nucleofilicidade x ReatividadeNucleofilicidade x Reatividade muito bom bom I- HS- RS- Br- HO- RO- CN- N3- > 105 104bom razoável Br HO RO CN N3 NH3 Cl- F- RCOO- 104 103 fraco H2O ROH 1 muito fraco RCOOH 0,01 Nucleófilos neutros são muito mais fracos que suas bases conjugadas.Analisando átomos de um mesmo período (O,N), vemos que quanto mais eletronegativo for o átomo, menos básico e menos nucleofílico ele será. DQOI - UFC Prof. Nunes muito bom I- HS- RS- > 105 Classe Nucleófilo Reatividade relativa Nucleofilicidade x ReatividadeNucleofilicidade x Reatividade bom razoável Br- HO- CN- N3- RO- Cl- F- NH3 RCOO- 104 103 fraco H2O ROH 1 muito fraco RCOOH 0,01 RO- é mais básico e mais nucleofílico que o RCOO- nucleofilicidade I - Br - Cl - F- basicidade DQOI - UFC Prof. Nunes Os dados da tabela anterior nos indica que o fator que aparenta ser o mais F- Cl- Br- I -<< < < Nucleofilicidade x BasicidadeNucleofilicidade x Basicidade responsável pela relação inversa entre basicidade e nucleofilicidade entre os íons haleto é o grau de solvatação. � Quanto menor o íon, mas solvatado ele será e, conseqüentemente, menos nucleofílico será. Volhardt, P.C., Organic Chemistry: Structures & Function, 3rd Ed., 1999. DQOI - UFC Prof. Nunes Antes de estudarmos os tipos de reações orgânicas, devemos estudas dois pontos fundamentais para o entendimento das reações orgânicas: Reações OrgânicasReações Orgânicas orgânicas: � equilíbrio químico � velocidade DQOI - UFC Prof. Nunes Para entendermos melhor o equilíbrio químico, consideremos o seguinte exemplo: Equilíbrio QuímicoEquilíbrio Químico No equilíbrio todos os 4 componentes estão presentes em quantidades tais que definirão uma constante de equilíbrio (K) HO- (aq) + CH3Cl (aq) CH3OH (aq) + Cl - (aq) Para esta reação o valor de K é muito grande, indicando que a [CH3Cl] é próxima de zero. K = [CH3OH] [Cl-] [CH3Cl] [HO-] DQOI - UFC Prof. Nunes A reação acima também pode ser caracterizada pela Variação da Energia Energia Livre de GibbsEnergia Livre de Gibbs HO- (aq) + CH3Cl (aq) CH3OH (aq) + Cl - (aq) A reação acima também pode ser caracterizada pela Variação da Energia Livre de Gibbs (∆∆∆∆Go) no equilíbrio. ∆∆∆∆G = - RT ln K Por esta equação vemos que quanto maior for K, mais negativo será o valor de ∆∆∆∆G, indicando que o sistema está indo para uma situação de menor energia. Para a reação acima ∆∆∆∆G = -22 Kcal/mol, indicando a grande espontaneidade da reação. DQOI - UFC Prof. Nunes Energia Livre de GibbsEnergia Livre de Gibbs HO- (aq) + CH3Cl (aq) CH3OH (aq) + Cl - (aq) Outro modo de expressar ∆∆∆∆G é através da equação ∆∆∆∆Go = ∆∆∆∆Ho - T∆∆∆∆So , (∆∆∆∆Ho) é composto de uma componente entálpica (∆∆∆∆So) componente entrópica DQOI - UFC Prof. Nunes ∆∆∆∆Go = ∆∆∆∆Ho - T∆∆∆∆So Mais negativo (reações exotérmicas) Energia Livre Padrão de GibbsEnergia Livre Padrão de Gibbs ∆∆∆∆Go = ∆∆∆∆Ho - T∆∆∆∆So ∆∆∆∆Ho É o calor de reação e está geralmente associado com ligação. ∆∆∆∆Ho < 0 Reação é exotérmica Se ligações fortes são formadas na reação (produtos mais estáveis) DQOI - UFC Prof. Nunes Energia Livre Padrão de GibbsEnergia Livre Padrão de Gibbs ∆∆∆∆Go = ∆∆∆∆Ho - T∆∆∆∆So Maior liberdade de movimento ∆∆∆∆So Entropia pode ser pensada simplesmente como liberdade de movimento. Quando uma molécula, ou porção de moléculas, tem seu movimento restrito Maior liberdade de movimento Quando uma molécula, ou porção de moléculas, tem seu movimento restrito Menor será sua entropia DQOI - UFC Prof. Nunes Não basta que reação seja espontânea. Por exemplo, o ∆∆∆∆G = -22 Kcal/mol não faz dela uma reação rápida. Cinética de ReaçãoCinética de Reação Depois de 2 dias de reação, apenas 10% haviam reagido, para as seguintes concentrações iniciais: [CH3Cl] = 0,05 M [HO-] = 0,1 M Vemos que a cinética da reação independe da entalpia, da entropia ou da energia livre de Gibbs. DQOI - UFC Prof. Nunes As reações, geralmente, envolvem barreiras de energia que devem ser ultrapassadas pelos reagentes para se transformarem em produtos. Cinética de ReaçãoCinética de Reação produtos. Estas barreiras existem porque as moléculas, geralmente, se repelem quando se aproximam, e os reagentes devem ser forçados a se aproximarem para causarem as mudanças de ligações envolvidas na reação. A barreira de energia resultante é chamada: - energia de ativação ou - entalpia de ativação ∆∆∆∆H ≠≠≠≠ DQOI - UFC Prof. Nunes Na reação A energia de ativação (Ea) é igual a 25 Kcal/mol, um valor muito Cinética de ReaçãoCinética de Reação HO- (aq) + CH3Cl (aq) CH3OH (aq) + Cl - (aq) A energia de ativação (Ea) é igual a 25 Kcal/mol, um valor muito grande se compararmos com a energia cinética média das moléculas que é igual a 0,6 Kcal/mol a temperatura ambiente. As moléculas estão continuamente colidindo umas com as outras e trocando energia cinética. Num dado momento teremos moléculas com diferentes valores de energia:com diferentes valores de energia: - algumas moléculas têm Ec < 0,6 - algumas moléculas têm Ec > 0,6 - pouquíssimas têm Ec > 25 Kcal/mol (Ea) DQOI - UFC Prof. Nunes O número relativo de moléculas com uma dada energia é dado pela Função de Distribuição de Boltzmann (Maxwell). Um gráfico mostra esta distribuição: Função de Distribuição de BoltzmanFunção de Distribuição de Boltzman esta distribuição: Atkins, P. W. e Jones, L. L., Chemistry, Molecules, Matter and Changes, 3rd Ed., W. H. Freeman and Company , New York , 1997. DQOI - UFC Prof. Nunes Pelo gráfico observamos que a maioria das moléculas tem uma energia próxima à energia média representada pela grande “corcunda”. Função de Distribuição de BoltzmanFunção de Distribuição de Boltzman “corcunda”. Somente uma pequeníssima fração (cauda da curva) tem energia suficiente para vencer a barreira de energia. Portanto, somente um número pequeno dePortanto, somente um número pequeno de colisões entre CH3Cl e HO- são suficientemente energéticas para resultarem em reação. DQOI - UFC Prof. Nunes Ainda com relação ao gráfico, verificamos que sua forma é alterada quando aumentamos a temperatura. Função de Distribuição de BoltzmanFunção de Distribuição de Boltzman Em altas temperaturas, a fração de moléculas comenergia cinética maior ou igual a energia de ativação aumenta, aumentando a velocidade da reação. DQOI - UFC Prof. Nunes A velocidade de uma reação química NÃO depende somente da fração de moléculas que tem energia suficiente para a reação. Cinética de ReaçãoCinética de Reação Também dependem de suas concentrações, as quais determinam a probabilidade de uma colisão que poderia levar à reação. As velocidades das reações são diretamente proporcionais às concentrações dos reagentes, e a constante de proporcionalidade é chamada de constante de velocidade (K).chamada de constante de velocidade (K). V = K [CH3Cl] [HO-] HO- (aq) + CH3Cl (aq) CH3OH (aq) + Cl - (aq) DQOI - UFC Prof. Nunes Na reação Diagrama de EnergiaDiagrama de Energia HO- (aq) + CH3Cl (aq) CH3OH (aq) + Cl - (aq) Os átomos devem se mover e as ligações devem sofrer alterações para que os produtos possam ser produzidos. Um dos importantes conceitos em química orgânica envolve a consideração da estrutura do sistema quando a reação procede. Cada configuração dos átomos que ocorre durante o processo de transformação de reagentes em produtos tem uma energia associada com aquela configuração. DQOI - UFC Prof. Nunes Uma vez que a reação envolve a aproximação de reagentes e quebra de ligações, estas estruturas, geralmente, têm energia maior que a dos reagentes isolados. Diagrama de EnergiaDiagrama de Energia dos reagentes isolados. Isto é, quando os reagentes se aproximam e começam a sofrer mudanças moleculares, que eventualmente resultarão em produtos, a energia potencial do sistema reagente AUMENTA. Quando a reação continua, a energia potencial continua a aumentarQuando a reação continua, a energia potencial continua a aumentar até o sistema atinja a estrutura de máxima energia (Estado de Transição). Depois disto, as mudanças que resultam no produto final continuam, mas as estruturas têm energias sucessivamente menores até que os produtos sejam completamente formados. DQOI - UFC Prof. Nunes � A diferença entre a energia dos reagentes isolados e da estrutura de máxima energia (estado de transição) é a energia de ativação Diagrama de EnergiaDiagrama de Energia do sistema. � A análise do progresso da reação a partir dos reagentes até a formação dos produtos é conhecida como Coordenada da Reação. � Esta coordenada é normalmente não especificada em detalhes porque o conceito Ea especificada em detalhes porque o conceito qualitativo é normalmente suficiente. Volhardt, P.C., Organic Chemistry: Structures & Function, 3rd Ed., 1999. DQOI - UFC Prof. Nunes � A análise do progresso da reação a partir dos reagentes até a formação dos Diagrama de EnergiaDiagrama de Energia partir dos reagentes até a formação dos produtos é conhecida como Coordenada da Reação. � Esta coordenada é normalmente não especificada em detalhes porque o conceito qualitativo é normalmente suficiente. Ea Volhardt, P.C., Organic Chemistry: Structures & Function, 3rd Ed., 1999. DQOI - UFC Prof. Nunes � A diferença entre a energia dos reagentes isolados e da estrutura de Diagrama de EnergiaDiagrama de Energia Ea reagentes isolados e da estrutura de máxima energia (estado de transição) é a energia de ativação do sistema. Volhardt, P.C., Organic Chemistry: Structures & Function, 3rd Ed., 1999. DQOI - UFC Prof. Nunes A coordenada da reação é normalmente não especificada em detalhes porque o conceito qualitativo é normalmente suficiente. Diagrama de EnergiaDiagrama de Energia estado de transição Ea αααα 1/V � A energia mostrada é energia potencial e está relacionada à ∆∆∆∆H. � A ∆∆∆∆Ep entre reagentes e produtos contribuem para o ∆∆∆∆Go da reação. � ∆∆∆∆H determina a posição de equilíbrio. reagentes produtos ∆∆∆∆H ≈≈≈≈ K � ∆∆∆∆H determina a posição de equilíbrio. � a Ea determina a velocidade com a qual o equilíbrio é estabelecido. DQOI - UFC Prof. Nunes O estado de transição é um importante aspecto de entendimento da reação. Se pudermos estimar sua energia, nós poderemos predizer a velocidade da reação, ao menos aproximadamente. Estado de TransiçãoEstado de Transição velocidade da reação, ao menos aproximadamente. Por exemplo, em um estado de transição no qual várias ligações são quebradas, provavelmente tem alta energia, e a ele deve estar associado à uma reação lenta. Além disto,e mais importante, um estado de transição no qual váriasAlém disto,e mais importante, um estado de transição no qual várias ligações são quebradas, a partir da energia do estado de transição, nós podemos, freqüentemente, avaliar como uma dada mudança na estrutura alterará a velocidade da reação DQOI - UFC Prof. Nunes Infelizmente não podemos observar diretamente um estado de transição (obter um espectro ou determinar sua estrutura por difração de raios-X). Em vez disto, temos que inferir sobre sua Estado de TransiçãoEstado de Transição estrutura indiretamente. Na reação a estrutura do estado de transição é a seguinte: HO- (aq) + CH3Cl (aq) CH3OH (aq) + Cl - (aq) DQOI - UFC Prof. Nunes Veremos na disciplina que muitas outras reações envolvem mais que uma etapa, como por exemplo, 2 reagentes se combinam para formar um composto que não é o produto final, mas um ou mais IntermediáriosIntermediários intermediários. intermediário intermediário Tais reações envolvem um ou mais intermediários, e cada intermediário é precedido por um estado de transição. Solomons, T.W., Química Orgânica, vol.1-2, 6a Ed., LTC, Rio de Janeiro, 1996. DQOI - UFC Prof. Nunes As energias dos intermediários correspondem aos mínimos de energia no diagrama da coordenada da reação. Isto é, ficam nos “vales”, logo após cada estado de transição. IntermediáriosIntermediários Os intermediários podem ser suficientemente estáveis, podendo ser isolados e armazenados em frascos ou podem ter existência passageira, inferidas a partir de sutis observações em experimentos habilmente planejados. intermediário intermediário Solomons, T.W., Química Orgânica, vol.1-2, 6a Ed., LTC, Rio de Janeiro, 1996. DQOI - UFC Prof. Nunes A velocidade geral de uma reação é determinada aproximadamente pelo estado de transição de mais alta energia na seqüência. A etapa envolvendo este estado de transição é freqüentemente chamado: Etapa Determinante da VelocidadeEtapa Determinante da Velocidade etapa determinante etapa determinante da velocidade da reação. Solomons, T.W., Química Orgânica, vol.1-2, 6a Ed., LTC, Rio de Janeiro, 1996. DQOI - UFC Prof. Nunes Barreira Grande Velocidade Pequena K pequeno Etapa Determinante da VelocidadeEtapa Determinante da Velocidade etapa determinante Solomons, T.W., Química Orgânica, vol.1-2, 6a Ed., LTC, Rio de Janeiro, 1996.
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