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MODULO – B FASE 1 – G.P.I. (Gestão da Produção Industrial) Matéria: Projeto e Desenvolvimento de Produto. (uta projetos e produção de produtos – B 2016 – Fase 1 [91472]) Resumo aula teórica 5: Tema I – Áreas de conhecimento do gestor de projeto. Normalmente as organizações elegem um líder para o projeto, e esse líder seleciona estrategicamente os integrantes que se envolverão no projeto do produto, de diversos departamentos como setor de finanças, de marketing, de produção, entre outros. A melhor estrutura organizacional para o planejamento, a execução e o controle é uma estrutura matricial, ou seja, os responsáveis continuam a trabalhar em seu setor, porém também respondem ao gestor de projeto. PMI (Instituto de Gerenciamento de Projetos – instituição que chancela gestores de projeto pelo mundo). Quando se fala em desenvolvimento do produto, é importante considerar três áreas básicas: Área de aplicação: Representa a essência da organização, em que é fundamental o conhecimento técnico sobre o que se produz e, desse modo, corresponde a expertise da organização. Podemos dizer que a área de aplicação de uma indústria têxtil é, por exemplo, o vestuário. Administração geral: Compreende as competências gerais necessárias à elaboração do plano estratégico, tendo por função oportunizar a efetivação da área de aplicação. Área de conhecimento: Corresponde aos elementos do projeto que deveriam ser planejados, executados e controlados e que envolvem todas as variáveis a serem consideradas no desenvolvimento do produto. Gerências de áreas do projeto: O gerente de projetos deve conhecer várias áreas, mas não precisa necessariamente ser um grande especialista técnico o mais importante é ter as características de um líder completo. Tema 2 – Ciclo de vida de projetos. Já sabemos que um projeto tem início e fim predeterminados, passando por evoluções e cumprindo o que se costuma chamar de “ciclo de vida do projeto” que são uma sequência de atividades que geralmente são agrupadas em fases. O projeto pode ser composto por cinco fases: Fase de iniciação: Segue-se a identificação da necessidade ou da oportunidade, e da maneira de supri-la, isto é, identificar o problema e conceber via de solução. A fase caracteriza-se pelo comprometimento da organização em dar prosseguimento com a fase seguinte. É comum fazer-se aqui uma estimativa aproximada dos esforços a serem despendidos, especialmente em termos de custos e prazos, para dar base a iniciação. Fase de planejamento: Com as informações levantadas na fase de iniciação, procede-se ao planejamento, estabelecendo-se progressivamente o escopo do projeto. Em geral, costuma-se desdobrar o planejamento em duas subfases: planejamento preliminar e planejamento detalhado. O planejamento preliminar contém informações globais do empreendimento que será encetado, com a definição do produto do projeto, a maneira de obtê-lo, os custos, os prazos, os demais recursos e os comprometimentos necessários, os riscos envolvidos, etc. Esta subfase é útil para as negociações com as partes interessadas, a fim de conciliar os objetivos, os esforços a serem empregados, começar a definição de responsabilidades, etc. Em seguida é realizado um planejamento detalhado do projeto para permitir sua execução e controle. Enquanto o planejamento preliminar visa a compreensão do problema ou da necessidade e sua forma de realização, o planejamento detalhado precisa definir todas as atividades que envolvem utilização dos recursos, com a explicitação dos produtos de cada “pacote de trabalho”, seus requisitos e seus destinos. Todo um esquema de controle é instituído à medida que a definição das condições de execução for sendo fixada. Este controle será exercido sobre o produto (processos, materiais, qualidade), sobre os processos gerenciais e administrativos, sobre os recursos (custos) e sobre os prazos planejados. Fase de execução: Consiste em pôr em ação todas as tarefas planejadas, nas condições de qualidade, custos, prazos e de forma a alcançar os objetivos das partes interessadas. Esta fase caracteriza-se por um intenso trabalho de equipe, sob a coordenação geral do gerente de projeto, com muitas ações gerenciais descentralizadas como, por exemplo, as gestões do projeto. Assim, o gerente poderá delegar a um dos executantes, a gestão da qualidade, a outro, a gestão do suprimento, etc. Os resultados da execução devem ser documentados e fazem parte fundamental da gestão das comunicações. Fase de controle: A fase de controle do projeto segue passo a passo a da execução, podendo dar origem a diversos retoques e ajustagens no planejamento inicial, mantendo, porém, o escopo do projeto. Cada gestão tem seu controle peculiar, mas os controles de todas as gestões são coordenados e harmonizados pelo controle integrado de mudanças, importante processo da gestão da integração. Fase de encerramento: Uma vez atingido o objetivo, o projeto deve ser encerrado com algumas disposições finais a partir da aceitação do produto. Deverão ser tomadas providências para a conclusão de contratos, encerramento administrativo, devolução de materiais, espaços etc. e, antes da dispensa e dissolução da equipe, deve ser procedida uma avaliação geral e levantamento das “lições aprendidas”. Um dos grandes equívocos de um gestor de projeto é ter uma equipe do mesmo tamanho (mesma quantidade de recursos) em todas as fases do projeto, quando estamos no meio do projeto executando o planejado deveremos ter o máximo de recurso apoiando as necessidades nas fases iniciais e de encerramento, temos que ser produtivos tendo menos funcionários. Tema 3 – Modelo de desenvolvimento de produto. Conceber o produto: É quando se pensa em um novo produto. Tem início com ideias vindas de informações de mercado, análises encomendadas ou realizadas pelos dirigentes, observações de concorrentes, necessidades de melhoria, opinião de clientes, etc. Após uma análise de atratividade decide-se “pensar” nesta ideia. Um grupo composto por pessoas da alta gerência e um coordenador de produto definem as diretrizes do produto, como custo, retorno esperado, data de lançamento, especificação final do produto, etc. Conceituar o produto: Consiste em complementar as diretrizes obtidas anteriormente com uma definição detalhada das características técnicas do produto. Esta atividade é desempenhada por um time multifuncional, composto por engenheiros de qualidade, processo, projeto, marketing, entre outros. O coordenador de produto é responsável pela liderança. Aplicam-se aqui filosofia de engenharia simultânea, com ênfase na técnica de QFD (Quality Function Deployment). O trabalho eficaz desta equipe também é suportado por sistemas de workgroup computing. Projetar produto e processo: É quando se realiza o detalhamento do produto. Também é desenvolvido por um time multifuncional, porém com pessoas de perfil mais operacional que o anterior. Informações de produtos semelhantes são recuperadas de forma sistemática, para que possam ser reutilizadas. Nesta etapa é utilizada também a técnica de DFMA (Design for Manufacturing and Assembly). Pode-se utilizar aqui um protótipo eletrônico do produto, que economiza muito dinheiro na construção do protótipo de laboratório, chegando até em alguns casos a substituí-lo. Antes do detalhamento de um componente, toma-se a decisão definitiva de make or buy, na maior parte das vezes confirmando aquela tomada na fase de conceituação. No entanto, já devem aqui ser tomadas decisões quanto à procedência do item, ou seja, qual o fornecedor amarrando-se o fornecimento e seu preço, para que surpresas não aconteçam na época de sua industrialização. Toda informação é controlada por sistema PDM (Product Data Management), garantindoa sua integridade. Caso uma informação, por exemplo, um desenho seja desaprovado, fica fácil rastrear os processos que dependem deste desenho. O envio de tarefas entre os membros do time acontece através de um software de workflow, que elimina o correio interno para troca de informações. É na fase de detalhamento que se pode utilizar ferramentas automáticas, uma vez que muitas atividades são repetitivas e simples. Um exemplo é o desenho parametrizado de determinadas peças, que permite até a automação da obtenção do plano de processo e programa CN (programação de usinagem para máquinas automáticas), sem a necessidade de uma verificação. No final da fase de detalhamento acontecem reuniões para definir os potenciais de falhas do projeto e processo, que serão verificados durante a homologação do produto e processo respectivamente. Aqui utilizam-se conceitos da QS 9000, que é uma evolução da ISO 9000, aplicando-se particularmente aqui a técnica de FMEA (Failure Model and Effect Analysis). No detalhamento são obtidas também outras informações, tais como fluxo de processo, carta de controle estatístico de processo, croquis de fabricação, de setup de equipamento, de inspeção, lista de ferramental, etc. Tema 4 – Certificação do produto. Certificar um produto significa assegurar ao consumidor que as características e os benefícios do produto apresentados ao consumidor são reais. Para tanto, a certificação compreende um processo normalizado, que visa garantir ao consumidor o atendimento às normas de segurança, de confiabilidade, de atendimento às características básicas e de proteção à saúde e ao meio ambiente. A certificação pode ser interna ou externa, sendo que a primeira acontece sempre que a organização definir sua necessidade, e, nesse aspecto, como em algumas empresas os produtos são desenvolvidos por fases ou etapas, cada uma delas pode ser certificada; a segunda é aquela correspondente às exigências dos órgãos regulamentadores. Normalmente a certificação de produtos é realizada por um organismo isento, não comprometido com o consumidor nem com o produtor, cujo crédito se dá em função de sua isenção, idoneidade, credibilidade e competência técnica para verificação das características do produto. Mas vale lembrar que, em função da natureza do produto, este pode requerer certificação nacional ou certificação internacional, sendo que todo país tem suas diretrizes estabelecidas em normas e leis, fiscalizadas por diversos órgãos regulamentadores e certificadores de produtos. Podemos compreender que algumas CERTIFICAÇÕES SÃO COMPULSÓRIAS, isto é, são impostas pela legislação para que o produto possa vir a ser comercializado ou utilizado no país, ou ainda podem ser CERTIFICAÇÕES VOLUNTÁRIAS, solicitadas ao organismo certificador por iniciativa do produtor, que quer oferecer garantias de seus produtos a seus clientes. Tema 5 – Escritório de projetos. Este local trata de uma entidade que tem sob sua responsabilidade vários projetos. Para distingui-los, o escritório multiprojeto é aqui chamado de “escritório de projetos”, em contraposição ao “escritório do projeto” que é vinculado a um só projeto. Em diferentes organizações ele é tratado por outros nomes, como comitê diretor de projetos, coordenação de projetos, escritório de apoio a projetos, grupo de apoio a gerência de projetos, etc. As funções e a abrangência do escritório de projetos variam com o estágio de implantação e com as necessidades de cada organização. Há escritórios de projetos que apenas prestam serviços aos projetos, mas há os que têm grande autoridade gerencial sobre estes e sobre os recursos da organização, priorizando e efetivando sua utilização pelos projetos. Características das atribuições do escritório de projetos: Estágios iniciais: Elaboração de relatórios multiprojetos e interdepartamentais; Treinamento em aspectos específicos de gerenciamento de projeto; Ligações com os gerentes departamentais e, em especial, com os gerentes de recursos empresariais; Melhoria contínua de processos de gerenciamento de projeto; Levantamento e arquivo de “lições aprendidas”. Estágios intermediários: Nos estágios intermediários, mantém-se os anteriores e mais: Arquivo do histórico de projetos; Consultoria interna sobre gerenciamento de projeto; Desenvolvimento e aperfeiçoamento de métodos e padrões; Apoio a reuniões de avaliações e revisões de projetos. Estágios avançados: Nos estágios avançados e de acordo com o nível de autoridade atribuído, mantém-se os anteriores e mais: Análise e aprovação de propostas de projetos segundo objetivos estratégicos da organização e critérios complementares; Distribuição de recursos de acordo com prioridades estabelecidas; Identificação de conflitos e recomendações para solução; Revisão crítica e avaliação de projetos; e Atuação externa com foco nos clientes e patrocinadores. Em um caso especial, com a mais elevada autoridade atribuída: Celeiro de gerentes de projeto, tratando de sua formação, treinamento e plano de carreira; Gerência direta dos projetos da organização. O escritório de projetos tem importância fundamental pois, para muitos, constitui-se, em significativa parte, de um sistema de informações estratégicas de abrangência empresarial. Estas informações dizem respeito não somente a intimidade da organização, mas também ao ambiente externo do qual ela faz parte e delas podem ser inferidas as fraquezas e as forças da organização, bem como as oportunidades e ameaças do ambiente.
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