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Unidade 3 – Aula 1 Proteções Correntes de Sobrecarga • Situação em que uma corrente superior à corrente nominal de operação, atuando por um tempo prolongado, podendo causar deterioração da instalação elétrica e dos equipamentos por ação térmica. • Surgimento de sobrecorrentes: – Sobrecarga mecânica solicitada do motor; – Excessiva variação de tensão e freqüência; – Falta de fase; – Frenagens; – Reversões freqüentes; – Bloqueio do rotor; – Problemas mecânicos com rolamentos e acoplamentos. Correntes de Sobrecarga • Dispositivos de proteção contra correntes de sobrecarga devem ser localizados nos pontos do circuito onde haja mudança qualquer que assinale uma redução do valor de capacidade de condução de corrente dos condutores: – Troca de seção; – Alteração da maneira de instalar; – Alteração do número de cabos agrupados; – Natureza da isolação; • Em circuitos com motor, devem ser sensíveis à corrente absorvida, tendo, no entanto, as características compativeis com o regime de corrente de partida, tempo admissível de rotor bloqueado e tempo de aceleração. Dimensionamento de dispositivo • As seguintes condições devem ser satisfeitas: – é a corrente de projeto do circuito; – é a corrente nominal do dispositivo de proteção; – capacidade de condução de corrente de condutores energizados, conforme condição de instalação (ver norma NBR 5410); ZN NB II II 2 1 NI BI ZI Dispositivos de Proteção • Contra sobrecargas: – Relés Térmicos; – Sondas Térmicas (PT-100, PTC, Termostatos, Protetores de Disco) – Disjuntores; Relés Térmicos • Princípio de atuação está baseado na ação de dilatação diferencial dos materiais de uma haste bimetálica, que levam a uma flexão devido ao aquecimento produzido pela passagem da corrente absorvida pelo motor. Relés Térmicos • Solidário à haste, porém isolado eletricamente, existe um contato elétrico que se mantém fechado em situações normais. Esse contato se abre com a flexão da haste devido ao aquecimento. • O contato está em série com a bobina do contator principal do motor, que promove a efetiva interrupção em caso de sobrecarga. • A rigor, o relé térmico desliga o motor de forma indireta por meio do contator. • Em cada uma das fases existe uma haste bimetálica sujeita à corrente absorvida pelo motor. Relés Térmicos • Contra o movimento de flexão existe uma mola que pode ser regulada para ajustar a corrente de atuação, ou seja, o desligamento. • A construção permite ajustes da corrente nominal dentro de uma faixa, escolhida conforme o valor da corrente e a natureza da carga. • Quanto maior for a corrente de sobrecarga, menor o tempo de atuação do relé; • Devem ser protegidos por fusíveis; Relés Térmicos • Escolha do relé depende das características do acionamento. – Exemplo: para um motor em serviço contínuo, o tempo de atuação do relé deve ser maior que o tempo de partida do motor (para a corrente de partida correspondente) e menor ou igual ao tempo de rotor bloqueado. • A norma NBR 5410 recomenda que o relé térmico seja ajustado para a corrente nominal do motor, multiplicada pelo fator de serviço (FS), se houver. Série 3UA – Siemens Relés Térmicos: Tipos • Diretos: são aquecidos pela passagem da corrente de carga pelo bimetal. • Indiretos: são aquecidos por um elemento aquecedor indireto que transmite calor ao bimetal e faz o relé funcionar. • Com retenção: possuem dispositivos que travam os contatos na posição desligados, após atuação do relé. Para que os contatos voltem a operar, é necessário soltar, manualmente a trava por meio de um botão específico. • Compensado: possui um elemento interno que compensa as variações da temperatura ambiente. • Diferencial (ou falta de fase): dispara mais rapidamente que o normal, quando há falta de uma fase ou sobrecarga em uma delas. Relés Térmicos: Ajuste • A determinação do tempo de atuação é dada por: – : Corrente de ajuste da unidade térmica, em A; – : Corrente que atravessa o relé, em A; – : Múltiplo da corrente ajustada. a c I I M M aI cI Relés Térmicos: Ajuste • Serviço Contínuo (S1): – A corrente de ajuste do relé térmico (Ia) deve ser igual ou superior à corrente de projeto ou à corrente prevista para a carga (Ic): – A corrente de ajuste do relé térmico (Ia) deve ser igual ou inferior à capacidade de condução de corrente dos condutores corrente de projeto ou à corrente prevista para a carga (Inc): – O tempo de partida do motor (Tp) deve ser inferior ao tempo de atuação do relé (Ta) para a corrente de partida correspondente, enquanto o tempo de rotor bloqueado (Trb) deve ser igual ou superior ao tempo de atuação para a corrente ajustada. ca II nca II parb TTT Relés Térmicos: Ajuste • Serviço de curta duração ou intermitente: – Os tempos de disparo dados nas curvas devem ser reduzidos de 25%; – O tempo de atuação do relé deve ser mantido acima do tempo de partida do motor. – : Corrente de partida; – : Tempo de partida; – : Corrente nominal; – : Tempo de duração do regime nominal; – : Tempo de repouso. rnp nnpp eq TTT TITI I 3 1 22 pI pT nI nT rT Relés Térmicos: Especificação • Potência do motor que vai proteger; • Faixa de ajuste desejada; • Fusível máximo a ser usado; • Tipo de contator ao qual vai ser acoplado; • Exemplo: Relé Térmico de sobrecarga para motor de 50cv/380V, faixa de ajuste de 63-90A, acoplado ao contator (especificar contator) e fusível máximo de proteção de 125A, tipo aM. Relés Térmicos: Simbologia Relés Térmicos Proteção contra Correntes de Curto Circuito Correntes de Curto Circuito • Corrente provocada pela falha de montagem do sistema, o que leva a impedância em determinado ponto a um valor quase nulo, causando assim um acréscimo significativo no valor da corrente; • Pode ser entre fases, entre fase e neutro ou entre fase e terra. • A corrente atinge rapidamente valores elevados, limitados apenas pela resistência ôhmica dos condutores ou capacidade da fonte geradora; • Podem acarretar em danos irreversíveis de equipamentos danificados e choques, além do risco de incêndio. Proteção contra Correntes de Curto Circuito • A capacidade de interrupção do dispositivo de proteção deve ser, no mínimo, igual à corrente de curto-circuito presumida no ponto de instalação: – : capacidade de interrupção do dispositivo de proteção; – : corrente de curto-circuito presumida no ponto de aplicação do dispositivo de proteção. kint II intI kI Proteção contra Correntes de Curto Circuito • A integral de Joule que o dispositivo deixa passar deve ser menor ou igual à integral de Joule necessária para aquecer o condutor, desde a temperatura máxima de trabalho em serviço contínuo até a temperatura limite de curto circuito: – : integral de Joule que o dispositivo deixa passar; – : integral de Joule para aquecimento do condutor; – K=115 para condutores de cobre com isolação PVC – K=143 para condutores de cobre com isolação EPR ou XLPE; – S é a seção em mm²; 22 0 2 SKdtti t 0 2dti 22SK Proteçãocontra Correntes de Curto Circuito • Para curto circuitos sem assimetria significativa, ou curto circuitos simétricos de duração 0,1s ≤ t ≤ 5s: – : corrente de curto-circuito presumida, em A; – : duração do curto-circuito, em segundos. 222 SKTIcs csI T Tabela de Aquecimento de Condutores Exemplo 1 • Determinar o tempo máximo que a proteção deve atuar quando um determinado circuito em condutor isolado de cobre seção 70mm², tipo de isolação PVC, é atravessado por uma corrente de curto circuito de valor igual a 6,5kA. Exemplo 2 • Um CCM é alimentado por um circuito trifásico em condutor de cobre isolado em PVC, de seção 95mm². A corrente de defeito é de 18,3kA e a proteção atua para essa corrente em 0,3s. Verificar se a isolação do condutor suporta estas condições transitórias. Dispositivos de Proteção • Contra curto-circuitos: – Fusíveis; – Relés Eletromagnéticos (tensão mínima, corrente máxima, etc) – Disjuntores; Fusíveis • São elementos que destinam-se a proteção contra correntes de curto-circuito. • Sua atuação deve-se a a fusão de um elemento pelo efeito Joule, provocado pela súbita elevação de corrente em determinado circuito. • O elemento fusível tem propriedades físicas tais que o seu ponto de fusão é inferior ao ponto de fusão do cobre. • Utilização única; • Escolha depende da corrente nominal, tensão nominal, temperatura de trabalho, sobrecargas e capacidade de interrupção; Fusíveis: Simbologia Fusíveis: Tempo de Atuação • Fusíveis de Efeito Rápido: – Empregados em circuitos em que não há variação considerável de corrente entre a fase de partida e a de regime normal de funcionamento. – Ideais para a proteção de circuitos com semicondutores (diodos e tiristores) e resistivos. • Fusíveis de Efeito Retardado: – Apropriados para uso em circuitos cuja corrente de partida atinge valores muitas vezes superiores ao valor da corrente nominal, e em circuitos que estejam sujeitos a sobrecargas de curta duração. – Como exemplo desses circuitos, podemos citar os motores elétricos, as cargas indutivas e as cargas capacitivas em geral. Fusíveis: Características Elétricas • Corrente nominal: Corrente que percorre o fusível sem que este apresente sobreaquecimento excessivo (geralmente, a corrente de fusão é 60% acima da corrente nominal); • Tensão nominal: Tensão máxima de funcionamento do circuito; • Capacidade de interrupção: É o valor máximo eficaz da corrente simétrica de curto-circuito que o fusível é capaz de interromper; Fusíveis • A IEC utiliza a montagem com 2 letras; • Primeira letra: Faixa de Interrupção (tipo de sobrecorrente o fusível irá atuar): – "g" - Atuação para sobrecarga e curto-circuito; – "a" - Atuação apenas para curto-circuito. • Segunda letra: Categoria de Utilização (tipo de equipamento que o fusível irá proteger): – "L/G" - Proteção de cabos e uso geral; – "M" - Proteção de Motores; – "R"- Proteção de circuitos com semicondutores. Fusíveis • Exemplos: – "gL"/“gG"- Fusível para proteção de cabos e uso geral (Atuação para sobrecarga e curto-circuito) – "aM"/“gM" - Fusível para proteção de motores – "aR" -Fusível para proteção de semicondutores Fusíveis: Cartucho • Quando transparentes, utilizados em circuitos de baixa potência e circuitos eletrônicos, um vez que possibilita análise visual do estado do fusível sem a retirada do mesmo do circuito. • Quando não há a possibilidade de visualização do elemento fusível (filamento), torna-se necessário o teste elétrico para se avaliar o estado do mesmo. Esses fusíveis são usados até potências médias e, em alguns tipos, é colocada uma areia especial no interior do fusível com a finalidade de diminuir o arco elétrico e evitar danos ao invólucro do fusível. Fusíveis: Cartucho • Ex: Fusível de vidro, cartucho, faixa de corrente de 0,1A a 30A; • Porta Fusíveis para fusíveis do tipo cartucho: Fusíveis: DIAZED • Usados em circuitos baixa potência e conectados através do porta- fusível que se monta por rosca. O próprio suporte do fusível protege o operador contra choque elétrico. • Correntes de 2 a 63A (Vmax=500V e Icc-50kA). • Através de parafusos de ajuste, impedem a mudança para valores superiores, preservando as especificações do projeto. Permitem fixação por engate rápido sobre trilho ou parafusos. Fusíveis: DIAZED Fusíveis: NH • Usados em circuito de alta potência e conectados por encaixe, com ferramenta própria (punho) que garante manuseio seguro na montagem ou substituição dos fusíveis. ; • Possuem várias categorias de utilização e tamanhos e atendem correntes nominais de 6A a 1250A. • Elevada capacidade de interrupção que chega a 120kA em até 500VCA. Fusíveis: NH Fusíveis: SITOR • São fusíveis ultra-rápidos apropriados em instalações industriais para a proteção de semicondutores de potência; • Sua construção é semelhante aos fusíveis NH, sendo necessária a utilização dos punhos para seu manuseio. • Pode ser usado em AC (até 1000 V) ou DC (até 600 V). • Categorias de utilização gR / aR; • Correntes nominais de 32A a 710 A; • Encontrado em dois tamanhos (1e 2); Fusíveis: Outros Tipos • Rolha; • Neozed; • Silized; • Minized Fusíveis: Especificação • Corrente nominal; • Tamanho da base (quando aplicável); • Capacidade de ruptura; • Característica da curva tempo x corrente (rápido ou com retardo); • Componentes (quando aplicável – tampa, parafuso de ajuste, etc) • Exemplo: Fusível tipo NH, corrente nominal de 160A, capacidade de ruptura de 100kA, base tamanho 2, tipo retardado. Fusíveis: Curva de Atuação Fusíveis: Tempo X Corrente Fusíveis: Tempo X Corrente Fusíveis: Tempo X Corrente Fusíveis: Tempo X Corrente Fusíveis: Curvas de corte • Corrente de curto- circuito com 40000A de valor eficaz; • Fusível NH de 224A; • Interrupção com 20kA. Fusíveis: Curvas de corte Fusíveis: Outros critérios de proteção • Proteção de circuitos de distribuição de motores; • Proteção de circuitos de distribuição de aparelhos; • Proteção de circuitos de distribuição de cargas mistas (motores e aparelhos); • Proteção de circuitos terminais de capacitores; • Proteção da isolação dos condutores dos circuitos terminais e de distribuição; • Proteção de dispositivos de comando e de manobra.
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