Buscar

5º SEMESTRE Direito Penal IV

Prévia do material em texto

30/11/2016 OneNote Online
https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=C17C8FFCE814B203!1380&app=OneNote&authkey=!AJk9WnWIzg2fGz0 1/42
Art. 250 ­ Incêndio 
 
Agente provoca combustão em que o fogo se propaga gerando risco concreto para um número indeterminado
de pessoas. 
 
Crime de Perigo Comum ­ coloca várias pessoas em risco. 
Crime de Perigo Concreto ­ a conduta do agente deve resultar em risco real ao objeto jurídico tutelado.  
 
Crime de perigo concreto impõe prova de .... Real de risco em dano. Estes não se presumem, mas devam ser
provados. 
 
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa 
Sujeito Passivo: A Coletividade 
 
Consumação e Tentativa: Consuma­se com o alastramento do fogo e no instante em que gera risco à vida, à
integridade física de um número indeterminado de pessoas. Bem como ao patrimônio alheio. 
 
• Tentativa ­ é admissível. 
 
Elemento subjetivo: é o dolo consubstanciado na vontade livre e consciente de causar incêndio para expor à
perigo. 
Se o dolo do agente era incendiar e acabou resultando também em morte da vítima, o crime será o do Art. 250,
combinado com o Art. 258 do CP, mas não há que se falar em crime de homicídio. Esta modalidade sempre
será preterdolosa. 
 
Também haverá majorante do Art. 258. se resultar em lesão corporal de natureza grave. Também sempre será
preterdoloso. 
 
OBS: Analisa­se  se o resultado caracteriza lesão grave de acordo com os incisos dos parágrafos I e
II, do Art. 129 CP. 
 
Modalidade Culposa: Imprudência, Negligência, Imperícia. 
 
Causas de aumento de pena 
 
• Finalidade: com o intuito de deter vantagem pecuniária. Para COPEZ a vantagem deve ser determinante
do incêndio.  
○ Ex.: Queimar Notas Promissórias 
Para NUCCI esta causa de aumento se configura se a vantagem pecuniária decorrer direta ou
indiretamente do incêndio. Ex.: Agente que recebe recompensa para provocar um incêndio. Para COPEZ
esta modalidade absorve o estelionato. Em sentido contrário, NUCCI.  
 
Local do Incêndio (Para aumento de Pena) 
Art. 250 §1º Alíneas A a H. 
Edifício Público, se estiver locado à particular não haverá a incidência desta majorante.  
(...) blá, blá, blá.... 
 
Obs.: Alínea H. Se não houver perigo à coletividade é crime ambiental. Lei 9605/98. 
 
 
Art. 251 ‐ Explosão 
Objeto Jurídico: Incolumidade Pública 
Ação Nuclear (núcleos) Explosão; Arremesso; ..... 
 
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa (comum) 
Sujeito Passivo: A coletividade 
 
Elemento subjetivo do tipo: Idem ao Art. 250. 
Obs.: A modalidade culposa só admite o núcleo explodir. Tanto arremessar quanto colocar, não comportam
culpa. 
 
eduardoaxfarias@icloud.com 
CADERNO 
quinta‐feira, 21 de julho de 2016  17:15 
30/11/2016 OneNote Online
https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=C17C8FFCE814B203!1380&app=OneNote&authkey=!AJk9WnWIzg2fGz0 2/42
Consumação e tentativa: Consuma­se quando da explosão, arremesso ou colocação desde que haja efetivo
risco à um número indeterminado de pessoas. Admite tentativa. (Quando é impedido antes de consumar pois
é crime plurisubsistente). 
Obs.: Se resultar em perigo de pessoa determinada, afasta­se este tipo e incide o Art. 132 CP (Periclitação da
vida e da saúde). 
 
§1º Modalidade Privilegiada: Se o explosivo não for dinamite e nem substância de efeito análogo. Para a
adequação típica perfeita será necessária reabilitação de perícia, pois o crime é não transeunte (deixa
vestígios).  
 
 
Art. 252 ‐ Uso de gás Tóxico ou asfixiante. 
 
Objeto Jurídico: Incolumidade Pública 
Sujeito Ativo: Qualquer Pessoa (comum) 
Sujeito Passivo: A Coletividade 
Elemento subjetivo: dolo consubstanciado na vantagem de usar o gás para causar mal a outrem. 
Modalidade Culposa: Aceita, decorrente de imprudência, negligência e imperícia. 
Consumação e Tentativa: Consuma­se com a efetiva exposição de perigo à vida, saúde e integridade física
com a utilização do gás tóxico. 
É possível a tentativa, por ser crime plurisubsistente. 
 
 
Art. 253 ­ Fábrica, fornecimento, aquisição, posse ou transporte de explosivos ou gás tóxico ou asfixiante. 
Obs: O Estatuto do desarmamento revoga­se tacitamente a expressão "substância ou engenho explosivo". O
restante do artigo continua valendo. (Art. 16, III, "d", Lei 10.826/03). 
 
Objeto Jurídico:  Incolumidade Pública. 
Elemento do tipo: Crime de perigo abstrato, isto é, o risco gerado pela conduta é presumido. 
Sem licença da autoridade (elemento normativo) 
 
Consumação e Tentativa: (Conatus) ­ Tentativa 
O crime se consuma com a prática da conduta. A tentativa é inadmissível pois trata­se de atos preparatórios. 
 
Impaciência Legislativa: "Material destinado à sua fabricação". 
 
 
Art. 254 ‐ Inundação: Crime de perigo comum e concreto também (como todos os demais né?) 
 
Objeto Jurídico: Incolumidade Pública. 
Tipo Objetivo 
Sujeito Ativo: Comum. 
Sujeito Passivo: Coletividade. 
 
Elemento Subjetivo: Dolo caracterizado pela vontade de expor à perigo a vida, a integridade física e a
patrimônio de outrem, mediante inundação. 
Ação Nuclear: Causar inundação é alterar os limites naturais ou artificiais que represem a água fazendo com
que ocupe certa localidade não destinada à armazenamento e permanência de água. 
Consumação e tentativa: O Crime se consuma com a efetiva ocorrência de risco (inundação) e um número
indeterminado de pessoas. 
Obs.: Aplica­se o Art. 258 CP (Majorante) é admissível a tentativa = em tese! 
 
 
Art. 255 ‐ Perigo de Inundação 
 
Objeto Jurídico: Incolumidade Pública 
Tipo Objetivo 
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa (comum) 
Sujeito Passivo: A Coletividade 
Ação Nuclear: Remover, Destruir, Inutilizar. 
Consumação e Tentativa: Consuma­se com a efetiva provocação de perigo de inundação e risco a um
número indeterminado de pessoas (Perigo comum e concreto). Para GRECCO, admite tentativa. Em sentido
contrário COPEZ. 
Elemento Subjetivo: somente DOLO. 
 
 
30/11/2016 OneNote Online
https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=C17C8FFCE814B203!1380&app=OneNote&authkey=!AJk9WnWIzg2fGz0 3/42
Art. 256 ‐ Desabamento ou desmoronamento 
 
Objeto Jurídico: Incolumidade Pública 
Sujeito Ativo: Qualquer Pessoa (comum) 
Sujeito Passivo: Coletividade 
Desabamento: fazer cair construção edificada pelo homem. 
Desmoronamento: é a queda do solo. 
Obs.: Queda isolada não configura o tipo penal. Ex.: Queda de uma telha em um telhado. 
Consumação e tentativa: Consuma­se com o efetivo desabamento ou desmoronamento, gerando risco. 
Tentativa: é admissível. 
Elemento Subjetivo: Dolo e Culpa. 
 
 
10/08/2016 
Art. 257 ‐ Subtração, ocultação ou inu�lização de material de salvamento 
Art. 257 ‐ Subtrair, ocultar ou inu�lizar, por ocasião de incêndio, inundação,
naufrágio, ou outro desastre ou calamidade, aparelho, material ou qualquer meio
des�nado a serviço de combate ao perigo, de socorro ou salvamento; ou impedir ou
dificultar serviço de tal natureza: 
Pena ‐ reclusão, de dois a cinco anos, e multa. 
 
Art. 258 Formas qualificadas de crime de perigo comum 
Art. 258 ‐ Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza
grave, a pena priva�va de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é
aplicada em dobro. No caso de culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena
aumenta‐se de metade; se resulta morte, aplica‐se a pena cominada ao homicídio
culposo, aumentada de um terço. 
 
CRIME DE PERIGO COMUM + LESÃO GRAVE ou MORTE 
DOLO + CULPA 
 
CULPA + CULPA 
SE culposo com resultado de Lesão corporal, aumenta­se a metade da pena 
 
CULPA + MORTE 
SE da conduta culposa resultar a morte, a pena será aplicada a do Art. 121 §3º CP, aumentada em 1/3. Neste
caso será afastada a pena prevista no crime de perigo comum. 
 
Art. 259 ­ Revogado Tacitamente pelo Art. 61 da lei 9605/98 ­ lei de crimes ambientais. 
A modalidade culposa, segundo entendimento da doutrina, também não poderá ser aplicada posto que
está revogada tacitamente.DOS CRIMES CONTRA A SEGURANÇA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO E TRANSPORTE E
OUTROS SERVIÇOS PÚBLICOS 
 
Art. 260 ‐ Perigo de desastre ferroviário 
 
Art. 260 ‐ Impedir ou perturbar serviço de estrada de ferro: 
I ‐ destruindo, danificando ou desarranjando, total ou parcialmente, linha férrea,
material rodante ou de tração, 
obra‐de‐arte ou instalação; 
II ‐ colocando obstáculo na linha; 
III ‐ transmi�ndo falso aviso acerca do movimento dos veículos ou interrompendo ou
embaraçando o 
funcionamento de telégrafo, telefone ou radiotelegrafia; 
IV ‐ pra�cando outro ato de que possa resultar desastre: 
Pena ‐ reclusão, de dois a cinco anos, e multa. 
 
Objeto Jurídico: Incolumidade Pública 
Ação Nuclear: impedir (obstruir) ou perturbar (atrapalhar/tumultuar), neste caso serviço de estrada férrea. 
I. Destruindo, Danificando, Desarranjando. 
 
Desarranjando 
Desorganizar total ou parcialmente a linha férrea 
30/11/2016 OneNote Online
https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=C17C8FFCE814B203!1380&app=OneNote&authkey=!AJk9WnWIzg2fGz0 4/42
Obra de arte: é o túnel, ponte. 
Instalação: Semáforo ou sinalização 
 
II. Exemplo: Colocar tronco na linha férrea. 
III. Transmitindo um aviso falso. 
IV. Causa Genérica. 
 
Momento Consumativo: consuma­se com a efetiva realização do tipo e a ocorrência de risco concreto para
um número indeterminado de pessoas. Não se exige a ocorrência do desastre, mas tão somente o perigo de
desastre.  
Admite tentativa 
Elemento subjetivo: dolo e culpa 
 
Desastre ferroviário 
§ 1º ‐ Se do fato resulta desastre: 
Pena ‐ reclusão, de quatro a doze anos e multa. 
§ 2º ‐ No caso de culpa, ocorrendo desastre: 
Pena ‐ detenção, de seis meses a dois anos. 
§ 3º ‐ Para os efeitos deste ar�go, entende‐se por estrada de ferro qualquer via de
comunicação em que 
circulem veículos de tração mecânica, em trilhos ou por meio de cabo aéreo. 
 
§1º é eminentemente preterdoloso. E se a conduta é preterdolosa não será admitida a tentativa. 
 
Art. 261 ‐ Atentado contra a segurança de transporte marí�mo, fluvial ou aéreo. 
 
Art. 261 ‐ Expor a perigo embarcação ou aeronave,  própria ou alheia, ou pra�car
qualquer ato tendente a impedir ou dificultar navegação marí�ma, fluvial ou aérea: 
Pena ‐ reclusão, de dois a cinco anos. 
 
Objeto Jurídico: Incolumidade Pública 
Núcleo do tipo: expor (sujeitar/arriscar) 
Impedir ­ obstruir 
Dificultar ­ embaraçar 
Sujeito Ativo: é crime comum. 
Sujeito Passivo: a coletividade (também as pessoas que estiverem dentro da embarcação) 
Consumação e tentativa: consuma­se com a prática da conduta e a ocorrência de risco concreto. (crime de
perigo concreto e comum). 
Tentativa: é possível a tentativa (pelo menos em tese). 
Elemento Subjetivo: é admitida Dolo e a Culpa em sentido estrito. 
 
§ 1º ‐ Se do fato resulta naufrágio, submersão ou encalhe de embarcação ou a queda
ou destruição de aeronave: 
Pena ‐ reclusão, de quatro a doze anos. 
 
Sinistro: somente preterdolo e não admite tentativa. 
 
Prá�ca do crime com o fim de lucro 
§ 2º ‐ Aplica‐se, também, a pena de multa, se o agente pra�ca o crime com intuito de
obter vantagem 
econômica, para si ou para outrem. 
 
É prescindível o auferimento da vantagem econômica, bastando que a conduta seja realizada com esse
intuito. 
 
Art. 262 ‐ Atentado contra a segurança de outro meio de transporte  
UBER E TAXI. 
Art. 262 ‐ Expor a perigo outro meio de transporte público, impedir‐lhe ou dificultar‐
lhe o funcionamento: 
Pena ‐ detenção, de um a dois anos. 
§ 1º ‐ Se do fato resulta desastre, a pena é de reclusão, de dois a cinco anos. 
§ 2º ‐ No caso de culpa, se ocorre desastre: 
Pena ‐ detenção, de três meses a um ano. 
 
Idem aos dois artigos anteriores 
30/11/2016 OneNote Online
https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=C17C8FFCE814B203!1380&app=OneNote&authkey=!AJk9WnWIzg2fGz0 5/42
 
 
Causa de aumento de pena 
Art. 263 ‐ Se de qualquer dos crimes previstos nos arts. 260 a 262, no caso de
desastre ou sinistro, resulta lesão corporal ou morte, aplica‐se o disposto no art.
258. 
 
Art. 264 ‐ Arremesso de projé�l 
Art. 264 ‐ Arremessar projé�l contra veículo, em movimento, des�nado ao transporte
público por terra, por água ou pelo ar: 
Pena ‐ detenção, de um a seis meses. 
 
Objeto Jurídico: A incolumidade Pública 
Núcleo do tipo: arremessar (lançar a uma certa distância). 
Projétil: corpo contundente apto a causar dano. 
Sujeito ativo: crime comum. 
Sujeito passivo: Coletividade 
Consumação e tentativa: consuma­se com o arremesso do projétil mesmo que o veículo não seja atingido.
(Crime de perigo abstrato e comum). A tentativa é INADIMISSÍVEL.  
Observação: segundo a doutrina, ovo e tomate não são considerados projéteis, pois não podem causar dano
ao veículo.  
O veículo necessariamente deve estar em movimento. 
Elemento subjetivo: somente o dolo 
Observação: O disparo de arma de fogo contra o veículo caracteriza a infração descrita no art.  15 da lei
10.826/06 (Estatuto do desarmamento). 
 
Parágrafo único ‐ Se do fato resulta lesão corporal, a pena é de detenção, de seis
meses a dois anos; se resulta morte, a pena é a do art. 121, § 3º, aumentada de um
terço. 
Causa de aumento de pena. 
Unicamente por preterdolo. Não admite tentativa. 
 
Art. 265 ‐ Atentado contra a segurança de serviço de u�lidade pública 
 
Art. 265 ‐ Atentar contra a segurança ou o funcionamento de serviço de água, luz,
força ou calor, ou qualquer outro de u�lidade pública: 
Pena ‐ reclusão, de um a cinco anos, e multa. 
 
Objeto jurídico: Incolumidade Pública 
Núcleo do tipo: Atentar 
Funcionamento: impedir o fornecimento 
Sujeito ativo: comum  
Sujeito passivo: coletividade 
Consumação e tentativa: Consuma­se com a prática da infração não se exigindo a paralização dos serviços
(crime de perigo comum e abstrato). 
Admite tentativa 
Elemento Subjetivo: somente o dolo 
Parágrafo único ‐ Aumentar‐se‐á a pena de 1/3 (um terço) até a metade, se o dano
ocorrer em virtude de subtração de material essencial ao funcionamento dos
serviços. (Incluído pela Lei nº 5.346, de 3.11.1967) 
Natureza jurídica: Causa de aumento de pena. 
A subtração deve ter a finalidade de atentar contra o serviço. Do contrário, a conduta deverá ser tipificada em
outro tipo penal. 
 
Art. 266 ‐ Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico, telefônico, informá�co, telemá�co ou de
informação de u�lidade pública 
 
Art. 266 ‐ Interromper ou perturbar serviço telegráfico, radiotelegráfico ou
telefônico, impedir ou dificultar‐lhe o restabelecimento: 
Pena ‐ detenção, de um a três anos, e multa. 
 
Objeto Jurídico: Incolumidade Pública 
Núcleo do tipo:  
 
Para a continuidade 
30/11/2016 OneNote Online
https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=C17C8FFCE814B203!1380&app=OneNote&authkey=!AJk9WnWIzg2fGz0 6/42
 
1. Interromper ­ paralisar 
2. Perturbar ­ desorganizar 
 
Para o restabelecimento 
 
3. Impedir ­ obstruir 
4. Dificultar ­ embaraçar. 
 
Sujeito Ativo: Comum 
Sujeito Passivo: Coletividade 
Consumação e tentativa: Consuma­se com a prática da conduta sendo desnecessária o dano a coletividade
(perigo comum e abstrato). 
Admite tentativa 
Elemento Subjetivo: Somente o Dolo 
§ 1o Incorre na mesma pena quem interrompe serviço telemá�co ou de informação
de u�lidade pública, ou impede ou dificulta‐lhe o restabelecimento. (Incluído pela Lei
nº 12.737, de 2012) Vigência 
 
Causa de aumento de Pena 
§ 2o Aplicam‐se as penas em dobro se o crime é come�do por ocasião de calamidade
pública. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência 
 
Observação: justifica­se o aumento em razão da possibilidade de grave dano na falta de comunicação em
situações de calamidade pública. 
Observação 2: se o agente pratica algum dos núcleos contra apenas duas pessoas, o crime é o do Art. 151
§1º, III (violação de comunicação telefônica).DOS CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA 
 
Art. 267 ‐ Epidemia 
Art. 267 ‐ Causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos: 
Pena ‐ reclusão, de dez a quinze anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de
25.7.1990) 
 
Objeto Jurídico: Saúde Pública (saúde de toda a sociedade, não só a integridade física, mas a saúde
corporal). 
Núcleo do tipo: Propagar (difundir/espalhar) 
Sujeito Ativo: Crime comum 
Sujeito Passivo: é a coletividade e as pessoas infectadas. 
Momento Consumativo: é um crime de perigo concreto, consuma­se com a prática da conduta e várias
pessoas infectadas.  
A tentativa é admissível 
Observação: Se o agente quiser transmitir doença (infectar) apenas uma pessoa, responderá pelo tipo penal
do Art. 131 ­ Perigo de Contágio de Moléstia Grave. 
Elemento Subjetivo: Dolo e Culpa 
Transmissão: No tocante a transmissão da AIDS, existe divergência doutrinária. Uma primeira corrente
entende que a transmissão do HIV configura tentativa de homicídio e a segunda corrente, outra parcela dos
autores, defende que é lesão corporal gravíssima. Enfermidade incurável. Contudo a doutrina entende que a
transmissão dolosa de AIDS não configura o Art.  
130, posto não ser doença venérea 
 
Causa de aumento de pena. Apenas na modalidade preterdolosa. Não admite tentativa. É crime hediondo. 
 
§ 1º ‐ Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em dobro. 
 
§ 2º ‐ No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a dois anos, ou, se resulta
morte, de dois a quatro anos. 
 
Art. 268 ‐ Infração de medida sanitária preven�va 
 
NORMA PENAL EM BRANCO (em função do nome Doença Contagiosa) 
• Homogênea ­ precisa de um complemento para ser completa 
○ Univitelina ­ vem de uma lei penal 
○ Heterovitelina ­ vem de uma lei, mas não é penal. 
 
30/11/2016 OneNote Online
https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=C17C8FFCE814B203!1380&app=OneNote&authkey=!AJk9WnWIzg2fGz0 7/42
• Heterogênea ­ ato normativo diferente de lei. Ex.: Portaria 
 
 
Art. 268 ‐ Infringir determinação do poder público, des�nada a impedir introdução ou
propagação de doença contagiosa: 
Pena ‐ detenção, de um mês a um ano, e multa. 
 
Objeto Jurídico: Saúde Pública 
Núcleo do Tipo: Infringir (desrespeitar/desobedecer) 
Sujeito Ativo: Crime comum 
Sujeito Passivo: a Coletividade 
Consumação e tentativa: o crime se consuma com a inobservância da determinação do poder público, sendo
desnecessária a prova do risco gerado pela conduta (crime de perigo comum e abstrato). 
A tentativa é admissível 
Causa de aumento de Pena 
Parágrafo único ‐ A pena é aumentada de um terço, se o agente é funcionário da saúde
pública ou exerce a profissão de médico, farmacêu�co, den�sta ou enfermeiro. 
 
A pena será aumentada em 1/3 se o agente for funcionário público, ou exercer a profissão de médico, dentista
ou farmacêutico ou enfermeiro. 
Observação: Esta causa de aumento de pena não alcança o técnico em enfermagem. 
 
Art. 269 ‐ Omissão de no�ficação de doença 
 
Art. 269 ‐ Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja no�ficação é
compulsória: 
Pena ‐ detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
 
Objeto Jurídico: Saúde Pública 
Núcleo do tipo: deixar(não comunicar). 
Sujeito ativo: Crime próprio ­ somente o médico pode praticar a conduta 
Sujeito Passivo: Coletividade 
Consumação e tentativa: Consuma­se na infração, quando o prazo para a comunicação da doença transcorre
sem a efetiva comunicação do médico (crime de perigo comum e abstrato). 
Não admite tentativa 
Elemento Subjetivo: somente o dolo. 
 
Art. 270 ‐ Envenenamento de água potável ou de substância alimen�cia ou medicinal 
Art. 270 ‐ Envenenar água potável, de uso comum ou par�cular, ou substância
alimen�cia ou medicinal des�nada a consumo: 
Pena ‐ reclusão, de dez a quinze anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de
25.7.1990) 
 
Objeto Jurídico: Saúde Pública 
Núcleo do tipo: envenenar (tornar tóxico) 
Sujeito ativo: Crime comum 
Sujeito passivo: Coletividade 
Momento Consumativo: Consuma­se com o envenenamento da água, do alimento ou do remédio, sendo
desnecessário o seu consumo. 
A tentativa é admissível 
Elemento subjetivo: tanto dolo quanto culpa. 
 
§ 1º ‐ Está sujeito à mesma pena quem entrega a consumo ou tem em depósito, para
o fim de ser distribuída, a água ou a substância envenenada. 
 
Figura equiparada  
 
1. Entregar ­ dar fornecer aquilo que está envenenado 
2. Ter em depósito para distribuição ­ armazenar a substância envenenada. 
 
Perigo de Crime comum e abstrato 
Se consuma com a pratica da conduta 
 
17/08/2016 
 
Art. 271 ‐ Corrupção ou poluição de água potável 
30/11/2016 OneNote Online
https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=C17C8FFCE814B203!1380&app=OneNote&authkey=!AJk9WnWIzg2fGz0 8/42
 
Art. 271 ‐ Corromper ou poluir água potável, de uso comum ou par�cular, tornando‐
a imprópria para consumo ou nociva à saúde: 
Pena ‐ reclusão, de dois a cinco anos. 
 
Modalidade culposa 
Parágrafo único ‐ Se o crime é culposo: 
Pena ‐ detenção, de dois meses a um ano. 
 
Objeto Jurídico: Saúde Pública 
Água potável: incolor, inodora e insapita  
Núcleos do Tipo 
• Corromper ­ Estragar, apodrecer 
• Poluir ­ Sujar  
 
Sujeito Ativo: Crime Comum 
Sujeito Passivo: Coletividade 
Elemento Subjetivo: Dolo, baseado na vontade de corromper ou poluir  água potável, tornando­a imprópria
para o consumo. 
Admite­se a modalidade culposa § Único 
Consumação: com a poluição ou a corrompição da água. 
O crime é de perigo abstrato, por isso, é desnecessária prova de que a conduta do agente resultou em risco
concreto para a coletividade. 
Admite­se a tentativa. 
 
Art. 272 ‐ Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de substância ou produtos alimen�cios
(Redação dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) 
 
Art. 272 ‐ Corromper, adulterar, falsificar ou alterar substância ou produto alimen�cio
des�nado a consumo, tornando‐o nociva à saúde ou reduzindo‐lhe o valor nutri�vo:
(Redação dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) 
Pena ‐ reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.677, de
2.7.1998) 
 
 
Modalidade culposa 
§ 2º ‐ Se o crime é culposo: (Redação dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) 
Pena ‐ detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.677, de
2.7.1998) 
 
Objeto Jurídico: Saúde Pública 
Núcleo do tipo 
• Corromper ­ Desnaturar 
• Adulterar ­ Alterar 
• Falsificar ­ imitar com substância diversa da composição original. 
 
Elemento Subjetivo: Dolo 
Admite­se a modalidade Culposa §2º 
Consumação e tentativa 
Consuma­se com a criação do perigo comum, não bastando que o agente pratique apenas alguns núcleos
do tipo. 
 
A tentativa é possível 
 
§ 1º‐A ‐ Incorre nas penas deste ar�go quem fabrica, vende, expõe à venda, importa, tem
em depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo a
substância alimen�cia ou o produto falsificado, corrompido ou adulterado. (Incluído pela
Lei nº 9.677, de 2.7.1998) 
 
É delito permanente tendo sua consumação se repetindo no tempo enquanto o objeto material estiver exposto
à venda. 
 
§ 1º ‐ Está sujeito às mesmas penas quem pra�ca as ações previstas neste ar�go em
relação a bebidas, com ou sem teor alcoólico. (Redação dada pela Lei nº 9.677, de
2.7.1998) 
 
30/11/2016 OneNote Online
https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=C17C8FFCE814B203!1380&app=OneNote&authkey=!AJk9WnWIzg2fGz0 9/42
Não apenas produto alimentício, mas o tipo penal também abrange bebida de todos os gêneros. 
 
Art. 273 Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto des�nado a fins terapêu�cos ou
medicinais 
 
Art. 273 ‐ Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto des�nado a fins terapêu�cos
ou medicinais: (Redação dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) 
Pena ‐ reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, emulta. (Redação dada pela Lei nº 9.677,
de 2.7.1998) 
§ 1º ‐ Nas mesmas penas incorre quem importa, vende, expõe à venda, tem em depósito
para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo o produto falsificado,
corrompido, adulterado ou alterado. (Redação dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) 
 
Objeto jurídico: Saúde Pública 
Núcleo do Tipo: Idem ao Art. 272 
Elemento Subjetivo: Somente o Dolo 
Produtos Medicinais ou terapêuticos: prevenção, melhora ou cura de doença. 
Consumação e tentativa 
Com a realização de algum dos núcleos do tipo, desde que o produto seja para fins terapêuticos ou
medicinais. 
A Tentativa é admissível 
 
§ 1º‐A ‐ Incluem‐se entre os produtos a que se refere este ar�go os medicamentos, as
matérias‐primas, os insumos farmacêu�cos, os cosmé�cos, os saneantes e os de uso em
diagnós�co. (Incluído pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) 
Cosmético: Produto destinado ao embelezamento 
Saneante: Material de Higiene ou desinfecção ambiental 
  
§ 1º‐B ‐ Está sujeito às penas deste ar�go quem pra�ca as ações previstas no § 1º em
relação a produtos em qualquer das seguintes condições: (Incluído pela Lei nº 9.677, de
2.7.1998) 
I ‐ sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância sanitária competente; (Incluído
pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) 
II ‐ em desacordo com a fórmula constante do registro previsto no inciso anterior; (Incluído
pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) 
III ‐ sem as caracterís�cas de iden�dade e qualidade admi�das para a sua comercialização;
(Incluído pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) 
IV ‐ com redução de seu valor terapêu�co ou de sua a�vidade; ((Incluído pela Lei nº 9.677,
de 2.7.1998) 
V ‐ de procedência ignorada; (Incluído pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) 
VI ‐ adquiridos de estabelecimento sem licença da autoridade sanitária competente.
(Incluído pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) 
 
Modalidade culposa 
§ 2º ‐ Se o crime é culposo: 
Pena ‐ detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.677, de
2.7.1998) 
 
 
O princípio da proporcionalidade determina que deve haver correspondência entre a pena e a gravidade da
conduta praticada. Assim quanto mais grave a conduta, maior a pena. Da mesma forma, condutas parecidas
com gravidade análoga devem ter a mesma pena. 
 
  Justificativa  Pena mínima 
1º  Juiz 1ª Instância  
Proporcionalidade 
5 anos 
2º  TJDFT  10 anos 
3º  STJ  5 anos 
 
Nesse sentido o STJ tem jurisprudência com posicionamento de aplicar a pena do tráfico de entorpecentes
para o agente que praticou o delito do Art. 273. 
 
30/11/2016 OneNote Online
https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=C17C8FFCE814B203!1380&app=OneNote&authkey=!AJk9WnWIzg2fGz0 10/42
O TJDFT entende de modo diverso, fundamentando que o julgador deve seguir exatamente os limites
propostos pelo legislador. 
 
O STJ entende que há proporcionalidade, portanto, o agente responderá, por tráfico e não pelo Art. 273. 
 
Art. 274 ‐ Emprego de processo proibido ou de substância não permi�da 
Art. 274 ‐ Empregar, no fabrico de produto des�nado a consumo, reves�mento,
gaseificação ar�ficial, matéria corante, substância aromá�ca, an�‐sép�ca, conservadora
ou qualquer outra não expressamente permi�da pela legislação sanitária: 
Pena ‐ reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.677, de
2.7.1998) 
Norma penal em branco 
Objeto Jurídico: Saúde Pública 
Ação Nuclear: Empregar ­ Utilizar 
• Revestimento: Aquilo que cobre o produto. 
• Gaseificação artificial: CO2 ­ Está presente no refrigerante.  
• Matéria Corante: Finalidade de tingir o produto; 
• Substância aromática: destinada a perfumar ou melhorar o paladar 
• antisséptica: evitar a fermentação 
• Conservadora: retardar ou evitar a deteriorização do produto. 
Elemento Subjetivo: somente o Dolo. 
Consumação e tentativa 
consuma­se com a prática da conduta, sendo desnecessário o consumo do produto. 
É crime de perigo abstrato. 
Em tese, é possível a tentativa (se o agente ao tentar empregar é flagrado) 
 
Art. 275 ‐ Invólucro ou recipiente com falsa indicação 
Art. 275 ‐ Inculcar, em invólucro ou recipiente de produtos alimen�cios, terapêu�cos ou
medicinais, a existência de substância que não se encontra em seu conteúdo ou que nele
existe em quan�dade menor que a mencionada: 
(Redação dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) 
Pena ‐ reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.677, de
2.7.1998) 
 
Objeto Jurídico: Saúde Pública 
Núcleo do Tipo  
• Inculcar ­ Apregoar, indicar 
Sujeito Ativo: Crime Comum 
Sujeito Passivo: Coletividade 
Elemento Subjetivo: Somente o Dolo 
Consumação e tentativa 
Consuma­se com a indicação falsa no rótulo, sendo prescindível o consumo do produto. 
É crime de perigo abstrato. 
 
 
Art. 276 ‐  Produto ou substância nas condições dos dois ar�gos anteriores 
Art. 276 ‐ Vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou, de qualquer forma,
entregar a consumo produto nas condições dos arts. 274 e 275. 
Pena ‐ reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.(Redação dada pela Lei nº 9.677, de
2.7.1998) 
 
Objeto Jurídico: Saúde Pública 
Núcleo do Tipo  
• Vender 
• Expor 
• Ter 
• Entregar 
 
Sujeito Ativo: Crime Comum 
Sujeito Passivo: Coletividade 
Elemento Subjetivo: Somente o Dolo 
Consumação e tentativa 
Crime de perigo abstrato 
Tentativa é possível 
 
30/11/2016 OneNote Online
https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=C17C8FFCE814B203!1380&app=OneNote&authkey=!AJk9WnWIzg2fGz0 11/42
Art. 277 ‐  Substância des�nada à falsificação 
Art. 277 ‐ Vender, expor à venda, ter em depósito ou ceder substância des�nada à
falsificação de produtos alimen�cios, terapêu�cos ou medicinais: (Redação dada pela Lei
nº 9.677, de 2.7.1998) 
Pena ‐ reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.677, de
2.7.1998). 
 
Objeto Jurídico: Saúde Pública 
Núcleo do Tipo 
• Ceder: Entregar, fornecer 
Sujeito Ativo: Crime Comum 
Sujeito Passivo: Coletividade 
Consumação e tentativa 
Consuma­se com a prática da conduta. 
Crime de perigo abstrato. 
Elemento Subjetivo: Somente o Dolo 
 
Art. 278 ‐ Outras substâncias nocivas à saúde pública 
Art. 278 ‐ Fabricar, vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou, de qualquer
forma, entregar a consumo coisa ou substância nociva à saúde, ainda que não des�nada à
alimentação ou a fim medicinal: 
Pena ‐ detenção, de um a três anos, e multa. 
 
Modalidade culposa 
Parágrafo único ‐ Se o crime é culposo: 
Pena ‐ detenção, de dois meses a um ano. 
 
Objeto Jurídico: Saúde Pública 
Núcleo do Tipo 
• Idem tipos anteriores 
Sujeito Ativo: Crime Comum 
Sujeito Passivo: Coletividade 
Consumação e tentativa 
Consuma­se com a prática da infração (Verbos do tipo, sendo desnecessário o consumo). 
É Crime de perigo concreto, portanto, exige comprovação de efetivo risco. 
A tentativa é admissível 
Elemento Subjetivo: Somente o Dolo e Culpa 
Ex.: é a venda de cigarro falsificado, de brinquedos pintados com tinta à base de chumbo. 
 
Art. 279 ‐ Revogado 
Art. 280 ‐  Medicamento em desacordo com receita médica 
 
Art. 280 ‐ Fornecer substância medicinal em desacordo com receita médica: 
Pena ‐ detenção, de um a três anos, ou multa. 
 
Modalidade culposa 
Parágrafo único ‐ Se o crime é culposo: 
Pena ‐ detenção, de dois meses a um ano. 
 
Objeto Jurídico: Saúde Pública 
Núcleo do Tipo 
• Fornecer ­ significa entregar 
Elemento normativo: em desacordo com a receita médica 
Sujeito Ativo: Crime Comum 
Sujeito Passivo: Coletividade 
Consumação e tentativa 
Consuma­se com a prática da infração sendo desnecessário o consumo do fármaco. 
É Crime de perigo abstrato. 
A tentativa é admissível. 
Elemento Subjetivo: Somente o Dolo e Culpa 
 
COMÉRCIO, POSSE OU USO DE ENTORPECENTE OU SUBSTÂNCIA QUE DETERMINE DEPENDÊNCIAFÍSICA OU PSÍQUICA. (Redação dada pela Lei nº 5.726, de 1971) (Revogado pela Lei nº 6.368, 1976) 
Art. 281. (Revogado pela Lei nº 6.368, 1976) 
 
30/11/2016 OneNote Online
https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=C17C8FFCE814B203!1380&app=OneNote&authkey=!AJk9WnWIzg2fGz0 12/42
Art. 282 ‐ Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêu�ca 
Art. 282 ‐ Exercer, ainda que a �tulo gratuito, a profissão de médico, den�sta ou
farmacêu�co, sem autorização legal ou excedendo‐lhe os limites: 
Pena ‐ detenção, de seis meses a dois anos. 
Parágrafo único ‐ Se o crime é pra�cado com o fim de lucro, aplica‐se também multa. 
Norma penal em branco: excedendo os limites (das leis que regulam as profissões). 
Objeto Jurídico: Saúde Pública 
Núcleo do Tipo 
• Exercer ­ praticar, exercitar, fazer. 
• Exceder ­ extrapolar, sentido de habitualidade 
Elemento Normativo: sem autorização legal 
Sujeito Ativo: Crime Comum 
Sujeito Passivo: Coletividade 
Consumação e tentativa 
É Crime habitual. 
Não admite tentativa 
Crime de perigo abstrato 
Elemento Subjetivo: Somente o Dolo 
 
Art. 283 ‐ Charlatanismo 
 
Art. 283 ‐ Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível: 
Pena ‐ detenção, de três meses a um ano, e multa. 
 
Objeto Jurídico: Saúde Pública 
Núcleo do Tipo 
• Inculcar ­ sugerir 
• Anunciar ­ divulgar 
Sujeito Ativo: Crime Comum 
Sujeito Passivo: Coletividade 
Consumação e tentativa 
É Crime habitual. 
A tentativa é admissível. 
Crime de perigo abstrato 
Elemento normativo: meio secreto ou infalível. 
Se retirar, torna a conduta atípica, somente se caracteriza se o agente disser que é meio secreto,
obscuro. 
Elemento Subjetivo: Somente o Dolo 
 
 
Art. 284 ‐ Curandeirismo 
Art. 284 ‐ Exercer o curandeirismo: 
I ‐ Prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substância; 
II ‐ Usando gestos, palavras ou qualquer outro meio; 
III ‐ Fazendo diagnós�cos: 
Pena ‐ detenção, de seis meses a dois anos. 
Parágrafo único ‐ Se o crime é pra�cado mediante remuneração, o agente fica também
sujeito à multa. 
Forma qualificada 
 
Objeto Jurídico: Saúde Pública 
Núcleo do Tipo 
• Exercer ­ Praticar habitualmente 
• Prescrever ­ Receitar 
• Ministrar ­ Entregar; 
• Aplicar ­ Empregar; 
• Usar gesto (movimentação corporal), palavra (reza). 
• Diagnosticar ­  
Sujeito Ativo: Crime Comum 
Sujeito Passivo: Coletividade 
Consumação e tentativa 
É Crime habitual. 
Não admite tentativa 
Crime de perigo abstrato 
Elemento Subjetivo: Somente o Dolo 
 
30/11/2016 OneNote Online
https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=C17C8FFCE814B203!1380&app=OneNote&authkey=!AJk9WnWIzg2fGz0 13/42
Art. 285 ­ Vide comentário no Art. 258. 
 
30/11/2016 OneNote Online
https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=C17C8FFCE814B203!1380&app=OneNote&authkey=!AJk9WnWIzg2fGz0 14/42
30/11/2016 OneNote Online
https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=C17C8FFCE814B203!1380&app=OneNote&authkey=!AJk9WnWIzg2fGz0 15/42
30/11/2016 OneNote Online
https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=C17C8FFCE814B203!1380&app=OneNote&authkey=!AJk9WnWIzg2fGz0 16/42
30/11/2016 OneNote Online
https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=C17C8FFCE814B203!1380&app=OneNote&authkey=!AJk9WnWIzg2fGz0 17/42
 
 
 
TÍTULO IX 
DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA 
 
24/08/2016 
 
Art. 286 ‐ Incitação ao Crime 
Art. 286 ‐ Incitar, publicamente, a prá�ca de crime: 
Pena ‐ detenção, de três a seis meses, ou multa. 
 
Objeto Jurídico: Paz Pública 
Núcleo do Tipo: Incitar: induzir, instigar, provocar a prática da infração 
Sujeito Ativo: Crime Comum 
Sujeito Passivo: o Estado 
Elemento Subjetivo: Somente o Dolo 
Consumação e tentativa 
• Consuma­se com a execução da ação nuclear, sendo desnecessária que as pessoas incitadas pratiquem
algum crime. 
• É um crime formal. 
30/11/2016 OneNote Online
https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=C17C8FFCE814B203!1380&app=OneNote&authkey=!AJk9WnWIzg2fGz0 18/42
• A tentativa é admissível. 
 
Observação: esta conduta deve ser realizada em local público e direcionada a um número indeterminado de
pessoas. Da mesma forma o agente deve incitar a prática de crime/delito, pois, se a conduta fomentar a prática
de contravenção penal o fato será atípico. 
 
Venham a praticar. 
Visão prospectiva ­ FUTURO 
 
Art. 287 ‐ Apologia de crime ou criminoso 
Art. 287 ‐ Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime: 
Pena ‐ detenção, de três a seis meses, ou multa. 
 
Objeto Jurídico: Paz Pública 
Núcleo do Tipo: Fazer apologia: exaltar, elogiar. 
Sujeito Ativo: Crime Comum 
Sujeito Passivo: o Estado 
Consumação e tentativa:  
• Consuma­se a infração com a execução dos elementos do tipo, sendo desnecessária que outras pessoas
repitam a infração. 
• Admite a tentativa. 
 
Elemento Subjetivo: apenas o Dolo 
 
Observação: se a Apologia se der em razão de agente que praticou contravenção penal, haverá a tipicidade
da conduta. 
 
Para uma corrente doutrinária, só pratica o Art. 287, aquele que enaltece o crime que já foi praticado. Se o
crime ainda não aconteceu, e houve incitação, o agente responderá pelo Art. 286, CP. 
 
Louvor, enaltecimento de um crime já ocorrido. 
Visão pretérita ­ PASSADO. 
 
Art. 288 ‐ Associação Criminosa 
Art. 288. Associarem‐se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes:
(Redação dada pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência) 
Pena ‐ reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.850, de 2013)
(Vigência) 
Parágrafo único. A pena aumenta‐se até a metade se a associação é armada ou se houver
a par�cipação de criança ou adolescente. (Redação dada pela Lei nº 12.850, de 2013)
(Vigência) 
 
O que difere a associação criminosa do concurso eventual de pessoas, é que naquela a necessidade de
estabilidade, isto é, permanência, para que os agentes pratiquem crimes. Por outro lado, o concurso de
pessoas (Art. 29, CP), é uma mera aderência por parte de um agente à conduta de outro, sem finalidade de
permanecerem juntos ou estabilidade. 
 
• Concurso de pessoas e qualificadoras ou causas de aumento de outros crimes  
○ Doutrina majoritária ­ o fato de uma associação criminosa praticar infração em que o concurso de
pessoas qualifica ou impõe causa ou aumento de pena não é motivo suficiente para que os agentes
respondam apenas por este crime e se afaste a associação. 
○ Doutrina minoritária ­ para Rogério Greco, punir o agente por associação criminosa e outro crime
que seja plurissubjetivo caracteriza ne bis in idem pois em ambas as condutas há necessidade de
se ter mais de um agente. 
 
Associação Criminosa ≠ Organização Criminosa (Lei 12.850/13) 
Na organização criminosa: 
• 4 ou + pessoas 
• Estrutura e divisão de tarefas 
• Infrações Penais (crime e contravenção) 
• Pena superior a 4 anos ou o crime ser transnacional. 
• Funciona de forma piramidal (hierárquica). 
• Tem caráter de empresa, é diferente de máfia (que tem caráter de família, assim que um integrante morre,
vira um herói).  
 
30/11/2016 OneNote Online
https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=C17C8FFCE814B203!1380&app=OneNote&authkey=!AJk9WnWIzg2fGz0 19/42
Na Organização Criminosa existe clara divisão de tarefas, ainda que seja informal. Por outro giro,  na
associação criminosa não há evidente divisão de tarefas e nem hierarquia formalizada. 
 
31/08/2016 
 
Art. 288‐A. Cons�tuição de milícia privada (Incluído dada pela Lei nº 12.720, de 2012) 
Art. 288‐A. Cons�tuir, organizar, integrar, manter ou custear organização
paramilitar, milícia par�cular, grupo ou esquadrão com a finalidade de pra�car
qualquer dos crimes previstos neste Código: (Incluído dada pela Lei nº 12.720, de
2012) 
Pena ‐ reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos. 
Objeto Jurídico: Paz Pública 
Núcleo do Tipo  
• Constituir:Criar 
• Organizar: Colocar em ordem 
• Integrar: juntar­se 
• Manter: Sustentar 
• Custear: financiar 
Sujeito Ativo: Crime Comum 
Sujeito Passivo: o Estado e a coletividade 
 
Elemento Subjetivo: apenas o Dolo 
 
Observação: em atenção ao princípio da legalidade estrita não haverá formação de milícia se a finalidade dos
agentes for a de praticar outros crimes, diversos do Código Penal.  
Exemplo: Se a finalidade do grupo for praticar tortura, não configurará formação de milícia, mas
associação criminosa ou organização. Isto por que, o Art. 288­A do Código Penal, em sua parte final,
determina que a finalidade especial dos agentes (elemento subjetivo do tipo), seja a de praticar crimes
previstos no Código Penal. 
Assim se qualquer grupo tiver a finalidade de praticar crimes que estejam previstos em legislação
extravagante não haverá condições de realizar a adequação típica do Art. 288­A  e a conduta dos
agentes. 
 
Consumação e tentativa:  
• Consuma­se com a prática de algum dos núcleos do tipo, sendo desnecessária a prática de qualquer
outra infração. 
• Admite tentativa. 
Observação: para a doutrina, para que haja configuração do Art. 288­A, CP, será necessário, pelo menos, o
agrupamento de 4 pessoas. A doutrina busca essa interpretação da Lei 12.850/13, tendo em vista que a
referida lei utiliza o termo grupo para o agrupamento de quatro ou mais pessoas. 
 
TÍTULO X 
DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA 
CAPÍTULO I 
DA MOEDA FALSA 
Art. 289. Moeda Falsa 
Art. 289 ‐ Falsificar, fabricando‐a ou alterando‐a, moeda metálica ou papel‐moeda de curso
legal no país ou no estrangeiro: 
Pena ‐ reclusão, de três a doze anos, e multa. 
 
Objeto Jurídico: Fé Pública, assim entendida como uma crença na cédula e na moeda, bem como nos
documentos públicos ou particulares. 
Núcleo do Tipo 
• Falsificar: imitar 
• Fabricar: a contrafação, criação, reprodução. 
• Alterar: modificar o valor. 
 
Objeto Material: é a moeda ou a cédula sobre a qual recai a conduta do agente. 
Sujeito Ativo: crime comum 
Sujeito Passivo: o Estado, e também eventual pessoa prejudicada pela conduta. 
Consumação e tentativa:  
• Consuma­se com a falsificação mediante a fabricação ou alteração da moeda metálica ou do papel
moeda, sendo desnecessário o uso do dinheiro falsificado.  
• A tentativa é admissível 
Crime Formal ­ crime de consumação antecipada. 
Elemento Subjetivo: Somente o Dolo. 
30/11/2016 OneNote Online
https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=C17C8FFCE814B203!1380&app=OneNote&authkey=!AJk9WnWIzg2fGz0 20/42
FIGURA EQUIPARADA: se o agente já tiver praticado o crime previsto no caput e subsequentemente a do §1º,
haverá apenas um único crime; pois o parágrafo primeiro neste caso, será considerado fato posterior não
punível. 
Portanto, a figura equiparada só alcança o agente que não concorreu para a prática do caput. 
 
§ 1º ‐ Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia, importa ou exporta,
adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa. 
 
MODALIDADE PRIVILEGIADA: o agente recebe a nota falsificada ou alterada de boa­fé e a restitui à
circulação, responderá por essa infração. O agente não tem o objetivo de auferir lucro, mas apenas evitar o
prejuízo. 
 
§ 2º ‐ Quem, tendo recebido de boa‐fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a
res�tui à circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis meses
a dois anos, e multa. 
 
MODALIDADE QUAIFICADA: É Crime próprio, cometido pelo funcionário público, diretor, gerente ou fiscal. 
 
§ 3º ‐ É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, o funcionário público ou
diretor, gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação
ou emissão: 
I ‐ de moeda com �tulo ou peso inferior ao determinado em lei; 
II ‐ de papel‐moeda em quan�dade superior à autorizada. 
 
§ 4º ‐ Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular moeda, cuja circulação não
estava ainda autorizada. 
 
Requisitos 
Immutatio veri: o documento é original, mas o seu conteúdo é falso. 
Imitatio veritates: o documento é falsificado. 
Dano potencial: a falsificação deve ter o condão de iludir o número indeterminado de pessoas. 
• Se a falsificação só for descoberta por pessoa extremamente treinada, haverá dano potencial e
subsequentemente provável crime contra a fé pública. 
Dolo: todos os crimes contra a fé pública, são dolosos. 
 
Espécies de crimes contra a fé pública. 
Material ­ é a falsificação do documento, isto é, da sua forma. 
Forma do documento público, como se fosse a imitatio veritates.  
Ideológica ­ a ideia, o conteúdo do documento é falso. 
Pessoal ­ O agente se passa por pessoa que não é. 
 
PRENDA­ME SE FOR CAPAZ 
 
Art. 290 ‐ Crimes assimilados ao de moeda falsa 
Art. 290 ‐ Formar cédula, nota ou bilhete representa�vo de moeda com fragmentos de
cédulas, notas ou bilhetes verdadeiros; suprimir, em nota, cédula ou bilhete recolhidos,
para o fim de res�tuí‐los à circulação, sinal indica�vo de sua inu�lização; res�tuir à
circulação cédula, nota ou bilhete em tais condições, ou já recolhidos para o fim de
inu�lização: 
Pena ‐ reclusão, de dois a oito anos, e multa. 
 
Objeto Jurídico: Fé Pública. 
Núcleo do Tipo 
• Formar: montar 
• Suprimir: retirar, apagar o sinal de inutilização. 
• Restituir: colocar novamente em circulação. 
Objeto Material: cédula, nota ou bilhete. 
Sujeito Ativo: Crime Comum 
Sujeito Passivo: Estado 
Momento Consumativo(Consumação e tentativa)  
• Consuma­se com a prática de algum dos verbos do tipo. 
• Admite tentativa 
Elemento Subjetivo: somente o Dolo. 
Observação: há a necessidade para a configuração dos dois últimos núcleos, que a cédula nota ou bilhete,
tenha sido recolhido para fins de inutilização. 
30/11/2016 OneNote Online
https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=C17C8FFCE814B203!1380&app=OneNote&authkey=!AJk9WnWIzg2fGz0 21/42
 
Parágrafo único ‐ O máximo da reclusão é elevado a doze anos e multa, se o crime é
come�do por funcionário que trabalha na repar�ção onde o dinheiro se achava recolhido,
ou nela tem fácil ingresso, em razão do cargo.(Vide Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
É crime próprio pois exige qualificação específica do agente. 
Onde tem quarenta mil cruzeiros, deve­se ler apenas multa. 
 
Art. 291. Petrechos para falsificação de moeda 
Art. 291 ‐ Fabricar, adquirir, fornecer, a �tulo oneroso ou gratuito, possuir ou guardar
maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente des�nado à
falsificação de moeda: 
Pena ‐ reclusão, de dois a seis anos, e multa. 
Objeto Jurídico: Fé Pública. 
Núcleo do Tipo 
• Fabricar: é a Contrafação 
• Adquirir: comprar, ter para si. 
• Fornecer: entregar para uso. 
• Possuir: ter em posse 
• Guardar: armazenar 
Sujeito Ativo: Crime Comum 
Sujeito Passivo: Estado 
Momento Consumativo(Consumação e tentativa)  
• Consuma­se com a prática de algum dos verbos do tipo, sendo desnecessária a produção de moeda ou
dinheiro. 
• Cabe tentativa 
Elemento Subjetivo: somente o Dolo. 
 
 
Art. 297 ‐  Falsificação de documento público 
 
Art. 297 ‐ Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público
verdadeiro: 
Pena ‐ reclusão, de dois a seis anos, e multa. 
 
Objeto Jurídico: Fé Pública. 
Núcleo do Tipo 
• Falsificar: é a Contrafação. É falsificação material. 
• Alterar: modificar. 
Sujeito Ativo: Crime Comum. 
Sujeito Passivo: Estado 
Momento Consumativo(Consumação e tentativa)  
• Consuma­se com a prática da infração, sendo desnecessário o uso do documento falsificado.  
• É crime formal.  
• Admite tentativa. 
Elemento Subjetivo: somente o Dolo. 
 
Causa de Aumento de Pena: é crime próprio 
 
§ 1º ‐ Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo‐se do cargo, aumenta‐se
a pena de sexta parte.Documento Público: será sempre formalmente público, isto é, produzido pelo poder público. Porém o seu
conteúdo poderá ser público ou privado (sua substância ­ conteúdo do documento).  
 
§ 2º ‐ Para os efeitos penais, equiparam‐se a documento público o emanado de en�dade
paraestatal, o �tulo ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial,
os livros mercan�s e o testamento par�cular. 
§ 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
I – na folha de pagamento ou em documento de informações que seja des�nado a fazer prova
perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório;
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
30/11/2016 OneNote Online
https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=C17C8FFCE814B203!1380&app=OneNote&authkey=!AJk9WnWIzg2fGz0 22/42
II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva
produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido
escrita; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
III – em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da
empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado.
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
§ 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3o, nome do
segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de
prestação de serviços.(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 
 
14/09/2016 
 
Art. 298 Falsificação de Documento Par�cular 
 
Art. 298 ‐ Falsificar, no todo ou em parte, documento par�cular ou alterar documento par�cular
verdadeiro: 
Pena ‐ reclusão, de um a cinco anos, e multa. 
Falsificação de cartão (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência 
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara‐se a documento par�cular o cartão de
crédito ou débito. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência 
 
As anotações serão idênticas ao Art. 297 
 
É de Competência da Justiça Estadual ­ Súmula 104 STJ 
Observação 1: O Cartão de Crédito e débito é considerado documento particular ­ tomar cuidado, pois poderá
estar diretamente ligado ao estelionato, em concurso de crimes. 
 
Observação 2: Haverá concurso entre o falso de documento particular e o estelionato, se a cópia do cartão
tiver todos os detalhes. Por outro lado, se o clone do cartão for apenas um pedaço de plástico com uma tarja
magnética, haverá apenas o crime de falso documento particular. 
 
Art. 299 ‐ Falsidade Ideológica 
 
Art. 299 ­ Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia
constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia
ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade
sobre fato juridicamente relevante: 
Pena ­ reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e
reclusão de um a três anos, e multa, se o documento é particular. 
Parágrafo único ­ Se o agente é funcionário público, e comete o crime
prevalecendo­se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento
de registro civil, aumenta­se a pena de sexta parte. 
 
Objeto Jurídico: Fé Pública 
Núcleo do Tipo  
• Omitir: deixar de inserir dados com relevância jurídica 
• Inserir: fazer constar 
Observação: as duas primeiras condutas são imediatas, sendo praticadas diretamente pelo agente. 
• Fazer inserir: Ocorre quando o agente, faz com que a terceira pessoa insira dados falsos ou faça constar
declaração diversa da que deveria ser escrita. 
Sujeito Ativo: Crime Comum. 
Sujeito Passivo: Estado e a pessoa que for prejudicada pela declaração falsa. 
Momento Consumativo: Crime formal. 
Admite tentativa, com exceção da conduta omissiva. 
Elemento subjetivo: Somente o dolo. 
 
Art. 299 
 
Parágrafo Único ­ Causa de aumento de pena. 
1ª Parte: é crime próprio 
2ª Parte: Qualquer falsificação ou alteração de registro civil será crime de falsidade ideológica com
exceção das condutas do Art. 241 e 242 do CP. 
 
Art. 300 ­ Reconhecer firma ou letra. 
 
30/11/2016 OneNote Online
https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=C17C8FFCE814B203!1380&app=OneNote&authkey=!AJk9WnWIzg2fGz0 23/42
Objeto Jurídico: Fé Pública 
Núcleo do Tipo  
• Reconhecer: declarar como verdadeiro, algo que sabe ser falso. 
• Firma: é a assinatura. 
• Letra: Qualquer escrito. 
Sujeito Ativo: Crime próprio. 
Sujeito Passivo: Estado 
Momento Consumativo: com o reconhecimento da firma ou da letra, ainda que não seja produzido outro
resultado.  
É crime formal. 
Admite tentativa 
 
Art. 301 ­  
Objeto Jurídico: Fé Pública 
Núcleo do Tipo: 
• Atestar ou Certificar: é exarar comprovação fática de algum fato juridicamente relevante. Se o médico
"for público" e estiver no exercício de sua função, atestando algo falsamente, responderá por essa
infração e não pelo Art. 302, CP.  
Sujeito Ativo: Crime próprio 
Sujeito Passivo: o Estado 
Momento Consumativo: para uma primeira corrente doutrinária, consuma­se a infração com a mera
elaboração do atestado ou certidão, ideologicamente falso. Nesta modalidade, não há possibilidade de
tentativa. 
Para outra corrente, este crime se consuma com a entrega do atestado. A tentativa é admitida. 
 
Elemento Subjetivo: Somente o Dolo. 
 
§ 1º ... 
Se distingue do Caput, pois este é crime de falsidade ideológica (o documento é verdadeiro, mas o conteúdo é
falso). No entanto, no §1º a falsidade é material (a certidão ou o atestado são falsos). 
 
Para a Doutrina Majoritária, o §1º é crime comum, STJ e STF. 
 
Consuma­se com a falsificação e a tentativa é admissível. 
Como elemento anímico apenas o Dolo. 
 
Art. 302 
 
É crime próprio, só podendo ser praticado pelo médico particular. Se for médico no exercício da função pública
o crime é o do Art. 301 Caput, CP. 
Consuma­se com o fornecimento do atestado, ainda que este não seja posteriormente utilizado. A tentativa é
admissível. 
 
Art. 303 ­ Revogado. 
 
Art. 304 ­ Uso de documento falso. 
 
Somente quando utiliza, faz uso. 
 
Só responde por essa infração o agente que efetivamente utilizar o documento falsificado. Se o agente falsifica
o documento e depois utiliza, só responderá por aquela infração, posto que o uso do referido documento será
considerado, neste caso, como fato posterior não punível. 
O mero fato de portar documento falso, não configura essa infração. No entanto, a doutrina entende que se a
agente porta CNH falsa, enquanto conduz veículo automotor, esta infração estará configurada, tendo em vista
a obrigatoriedade deste documento para dirigir.  
Consuma­se quando o agente faz uso do documento falso, ainda que não engane outra pessoa. 
 
Observação: se a falsificação for grosseira e não tiver o condão de iludir, haverá crime impossível, pois, o meio
é absolutamente ineficaz. 
 
28/09/2016 
 
Crimes contra a Administração Pública 
 
Crimes Funcionais ­ são assim chamados em razão de serem praticados no exercício ou em razão do cargo,
emprego ou função pública. 
30/11/2016 OneNote Online
https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=C17C8FFCE814B203!1380&app=OneNote&authkey=!AJk9WnWIzg2fGz0 24/42
 
Crimes Funcionais Próprios ­ são aqueles que se retirado a qualidade de funcionário público do agente,
haverá atipicidade absoluta. Exemplo: Prevaricação 
 
Crimes Funcionais Impróprios ­ ainda que se retire a elementar de funcionário público do tipo penal, a
conduta ainda será infração penal, operando­se apenas uma atipicidade relativa, isto é, a desclassificação
da conduta para outro crime. Exemplo: No peculato apropriação, se retirada a qualidade de
funcionário público do agente, a infração será a de apropriação indébita, constante do artigo 168,
CP.  
 
 
Concurso de Particular ­ é possível que o particular seja coautor ou partícipedas infrações praticadas por
funcionário público, no exercício do cargo emprego ou função pública ou em razão dela. É que o Artigo 30 do
CP determina a comunicação das condições pessoais aos demais agentes quando se tratar de elementar do
tipo ­ SE TIRAR DESCARACTERIZA O CRIME. 
 
Progressão de Regime ­ o condenado por crime praticado contra a administração pública, para progredir de
regime, além dos outros requisitos, deverá reparar o dano ou restituir o bem. 
 
Consiste na transferência do condenado do regime mais gravoso a outro menos severo, quando este
demonstrar condições de adaptação ao regime prisional mais suave. De acordo com o artigo 112, da LEP,
"a pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos
rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime
anterior e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas
as normas que vedam a progressão". 
Importante lembrar que, os condenados por crimes hediondos terão de cumprir 2/5 da pena, se primários, e
3/5, se reincidentes, para ter o benefício da progressão (art. 2º, § 2º da Lei nº 8.072/90). 
 
Fundamentação: 
○ Art. 33, §§ 2º e 4º do CP 
○ Arts. 66, III, "a", 68, II, "e", 77, § 1º e 112 da LEP 
○ Art. 2º, § 2º da Lei nº 8.072/90 
 
Temas relacionados: 
○ Bom comportamento 
○ Regime de cumprimento da pena 
○ Comissão técnica de classificação 
 
Fechado  Pena > 8 anos 
Semiaberto  Pena > 4 ≤ 8 
Aberto  Pena ≤ 4 
 
 
 
30/11/2016 OneNote Online
https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=C17C8FFCE814B203!1380&app=OneNote&authkey=!AJk9WnWIzg2fGz0 25/42
Princípio da Insignificância ­  a jurisprudência majoritária tem entendido pela impossibilidade de se aplicar o
princípio da insignificância nos crimes contra a administração pública. No entanto, tanto o STJ quando o STF
tem decisões no sentido de admitir o princípio da insignificância. 
 
 
 
Servidor Público ­ Art. 327 CP, para fins penais servidor público é quem exerce cargo emprego ou função
pública, ainda que transitoriamente ou sem remuneração. 
• Cargo: é criado e definido por Lei, notadamente pela quantidade de vagas, valor do salário. Exemplo:
Presidente da República, Juiz, Delegado de Polícia. 
 
• Emprego: contratado em regime especial ou temporário, abarcando os que são regidos pela CLT. 
Qual a diferença entre código e consolidação? 
○ Código ­ Quando se cria de uma vez só. 
○ Consolidação de Leis ­ Quando se tem várias leis esparsas e estão reunidas em um único local. 
• Função Pública ­ quem reúne todas as características do serviço público. Esta é residual. 
Exemplo: Mesário na eleição, Jurado, Administrador das Satélites. 
 
Art. 312 ­ Peculato 
 
Art. 312 ‐ Apropriar‐se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público
ou par�cular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá‐lo, em proveito próprio ou alheio: 
Pena ‐ reclusão, de dois a doze anos, e multa. 
§ 1º ‐ Aplica‐se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor
ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo‐se de
facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário. 
 
Peculato Apropriação 
Objeto Jurídico: Administração Pública e alguns doutrinadores dirão probidade da administração
pública. 
 
Núcleo do tipo: Apropriar­se, significa tornar­se dono. 
Pratica essa infração o agente público que tem em sua posse, direta ou indireta, ou detém bem móvel,
público ou particular, e decide se tornar dono deste, ou visando beneficiar terceiro. 
30/11/2016 OneNote Online
https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=C17C8FFCE814B203!1380&app=OneNote&authkey=!AJk9WnWIzg2fGz0 26/42
 
Sujeito Ativo: é crime próprio, devendo ser praticado por funcionário público. Não obstante, é possível
coautoria e participação de particular. 
Agente Público (Intraneus) 
Particular (Extraneus) 
 
Sujeito Passivo: o Estado é o sujeito passivo imediato. 
 
Elemento Subjetivo: tanto o dolo, quanto a culpa. 
 
Momento Consumativo: consuma­se com a inversão de ânimo do agente, isto é, com a apropriação. 
 
Peculato Desvio (2ª Parte, Caput) 
Objeto Jurídico, Sujeito Ativo e Sujeito Passivo idem anterior 
 
Núcleo do tipo: Desviar que significa alterar o destino do bem. 
 
Consuma­se com o desvio. Exemplo: Escrivão de Polícia que utiliza dinheiro da fiança para consertar
viatura (ocorre que o valor da fiança deve ser depositado na conta do Estado). 
 
Tentativa: é admissível tanto nesta infração, quanto na anterior. 
 
Peculato Furto, §1º. 
Núcleo do tipo: subtrair, furtar, retirar, tomar para si. 
Momento Consumativo: o mesmo do furto. 
*Concretatio ­ só de tocar no bem o crime já está consumado. 
*Apprehensio ­ muito relapsa 
*não são adotadas 
Ablatio ­  retirar da esfera da proteção e disponibilidade da vítima e manter de forma mansa e
pacífica. (POSSE MANSA E PASSÍFICA) ­ Só Rogério Greco que adota essa teoria. 
Amotio ­ é utilizada hoje, basta retirar da esfera de proteção e disponibilidade da vítima. SUM 582
STJ. (PODE ESTAR SENDO PERSEGUIDO) 
 
Momento Consumativo ­ Entende­se pela teoria da Amotio, bastando a inversão da posse para a
consumação da Infração. 
Admite tentativa 
 
Peculato Uso ‐ Mesma ideia de furto de uso 
Quando o agente público usa o bem e depois devolve. Se o bem for infungível, o fato será atípico.  
Exemplo: Agente Público que utiliza trator para arar sua fazenda e devolve logo em seguida,
inclusive, repondo o combustível. 
 
Se o bem for fungível haverá a infração. Idem ao escrivão. 
Se a infração for culposa a punibilidade poderá ser extinta caso haja reparação de danos antes do trânsito
em julgado da sentença condenatória. Se posterior, a pena será reduzida até a metade. 
 
 
30/11/2016 OneNote Online
https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=C17C8FFCE814B203!1380&app=OneNote&authkey=!AJk9WnWIzg2fGz0 27/42
 
 
 
PREVARICAÇÃO 
 
 
Art. 319 ‐ Retardar ou deixar de pra�car, indevidamente, ato de o�cio, ou pra�cá‐lo contra
disposição expressa de lei, para sa�sfazer interesse ou sen�mento pessoal: 
Pena ‐ detenção, de três meses a um ano, e multa. 
 
Art. 319‐A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar
ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com
outros presos ou com o ambiente externo: (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007). 
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. 
 
..... 
No que tange o sujeito ativo é crime próprio que pode ser praticado, tanto pelo diretor do presídio tanto por
qualquer outro agente público que tenha a responsabilidade de fiscalização para impedir a entrada de aparelho
telefônico, rádio ou similar no presídio. Destaque­se que além do agente penitenciário, também o agente de
30/11/2016 OneNote Online
https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=C17C8FFCE814B203!1380&app=OneNote&authkey=!AJk9WnWIzg2fGz0 28/42
polícia (delegado, escrivão, etc) poderão ser responsabilizados por esta infração, desde que tenham o dever
da referida fiscalização. 
 
Parágrafo único ­ Consuma­se com a omissão e não admite tentativa. 
 
Diferença entre prevaricação e corrupção passiva. 
Deixar de fazer  Receber alguma vantagem para facilitar 
 
Somente o Dolo como elemento subjetivo. 
Esta infração não se confunde com a corrupção passiva. Por isso, se o agente solicitou, recebeu ou aceitou
indevida vantagem para deixar ingressar aparelho telefônico, rádio ou similar no presídio, o crime será o de
corrupção passiva. 
 
 
A pessoa que ingressar com aparelho telefônico móvel rádio ou similar no presídio sem autorização legal
incorrerá nas penas do Art. 349­A do CP. 
 
Art. 320 ­ Condescendência criminosa 
Art. 320 ‐ Deixaro funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu
infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao
conhecimento da autoridade competente: 
Pena ‐ detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. 
 
Ocorre quando o superior hierárquico toma ciência de uma infração praticada por seu subordinado no exercício
do cargo e deixa de promover a imediata responsabilização. Caso aquele primeiro funcionário público não
tenha competência para responsabilizar este último, deverá levar o fato imediatamente ao conhecimento da
autoridade competente, sob pena de incorrer nesta infração. 
 
Consuma­se com a omissão e não admite tentativa. 
 
Por indulgência pode­se entender como tolerância ou clemência. 
 
Art. 321 ­ Advocacia administrativa 
Art. 321 ‐ Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública,
valendo‐se da qualidade de funcionário: 
Pena ‐ detenção, de um a três meses, ou multa. 
Parágrafo único ‐ Se o interesse é ilegí�mo: 
Pena ‐ detenção, de três meses a um ano, além da multa. 
 
Para praticar essa conduta, não precisa ser advogado. 
 
Núcleo do tipo: patrocinar ­ que significa defender. 
 
No tocante ao sujeito ativo, a exigência é que seja funcionário público, porém é prescindível que seja
advogado. 
 
Este crime pode ser praticado também por interposta pessoa. 
 
Se o agente solicitar, receber ou facilitar indevida vantagem, o crime será de corrupção passiva. 
 
Consuma­se com o primeiro ato de defesa do interesse alheio, sendo desnecessário para a consumação, que
o patrocínio tendo êxito. É crime formal. Em tese, admite tentativa. 
 
Se o interesse for ilegítimo, haverá incidência do §único, que é uma qualificadora. 
 
Art. 322 ­ Tacitamente revogado pela lei 4.898/65 (lei de abuso de autoridade). 
 
Art. 323 ­ Abandono de função 
Art. 323 ‐ Abandonar cargo público, fora dos casos permi�dos em lei: 
Pena ‐ detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. 
§ 1º ‐ Se do fato resulta prejuízo público: 
Pena ‐ detenção, de três meses a um ano, e multa. 
§ 2º ‐ Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira: 
Pena ‐ detenção, de um a três anos, e multa. 
30/11/2016 OneNote Online
https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=C17C8FFCE814B203!1380&app=OneNote&authkey=!AJk9WnWIzg2fGz0 29/42
 
§2º ­ será considerado fronteira, a distância de até 150km para o interior do país (lei 6.634/79). 
 
Abandonar significa deixar, neste caso, o cargo público por tempo juridicamente relevante. Para a configuração
deste delito, não há necessidade que a administração seja prejudicada, mas o tempo do abandono deve criar a
possibilidade de dano para a administração pública.  
 
Consuma­se com o abandono por tempo juridicamente relevante. É crime formal. Não admite tentativa. 
 
Observação: Para a doutrina não estará configurada esta infração, quando o funcionário público estiver de
greve, enquanto for legal. 
 
Observação II: o STF já decidiu pela condenação do funcionário público que apesar de tomar posse do cargo,
não entrou em exercício. 
 
Observação III: o STF também já condenou serventuário da justiça que não compareceu ao trabalho por 30
dias consecutivos sem justificativa.  
 
Art. 324 ­ Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado 
Art. 324 ‐ Entrar no exercício de função pública antes de sa�sfeitas as exigências legais, ou
con�nuar a exercê‐la, sem autorização, depois de saber oficialmente que foi exonerado,
removido, subs�tuído ou suspenso: 
Pena ‐ detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. 
 
O funcionário público precisará ser oficialmente notificado sobre sua exoneração, remoção, substituição ou
suspensão. A publicação no diário oficial, segundo a doutrina, não é suficiente. Deve, portanto, o funcionário
público ser pessoalmente notificado. 
 
Consuma­se com a prática de algum ato da função pública. 
 
Art. 325 ­ Violação de sigilo funcional 
Art. 325 ‐ Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo,
ou facilitar‐lhe a revelação: 
Pena ‐ detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não cons�tui crime mais grave. 
§ 1o Nas mesmas penas deste ar�go incorre quem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e emprés�mo de senha ou qualquer
outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados
da Administração Pública; 
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
II – se u�liza, indevidamente, do acesso restrito. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a outrem: (Incluído pela Lei
nº 9.983, de 2000) 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 
 
Facilitar ­ divulgação indireta 
 
Consuma­se quando terceiro, que não deveria saber do segredo, dele toma ciência. Em tese, admite tentativa. 
 
26/10/2016 
 
Art. 328 ­ Usurpação de função pública 
Art. 328 ‐ Usurpar o exercício de função pública: 
Pena ‐ detenção, de três meses a dois anos, e multa. 
Parágrafo único ‐ Se do fato o agente aufere vantagem: 
Pena ‐ reclusão, de dois a cinco anos, e multa. 
 
A autor não sendo funcionário público que assume aquela função, pode ser cometido por funcionário público
ou não, exercendo uma função que não lhe pertence. 
 
Núcleo do tipo: Usurpar ­ Desempenhar, neste caso, a função pública indevidamente. 
Sujeito Ativo: é crime comum 
Momento Consumativo:  consuma­se quando o agente pratica atos próprios da função usurpada. Admite
tentativa. 
 
Observação: se o agente apenas disser que é funcionário público para iludir a vítima, sem praticar nenhum ato
próprio do cargo, haverá estelionato(Art. 171, CP). 
30/11/2016 OneNote Online
https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=C17C8FFCE814B203!1380&app=OneNote&authkey=!AJk9WnWIzg2fGz0 30/42
 
Se o agente além de usurpar a função, auferir vantagem(financeira, moral, material), haverá usurpação da
função pública na modalidade qualificada. 
 
A qualificadora difere do estelionato, na medida em que nesta o agente não pratica nenhum ato inerente a
função, ao passo que naquela sim. 
 
Elemento Subjetivo: somente o dolo. 
 
 
Art. 329 ­  Resistência 
Art. 329 ‐ Opor‐se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário
competente para executá‐lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: 
Pena ‐ detenção, de dois meses a dois anos. 
 
Só se configura a resistência se a oposição se der por intermédio de ameaça ou violência. Nesse sentido, a
resistência passiva não configura crime. 
Entende­se por resistência passiva a oposição à execução de ato legal sem violência ou ameaça. Exemplo:
segurar­se em poste para não ser preso. 
 
Observação: este tipo penal não exige a grave ameaça, bastando qualquer ameaça. 
 
Consuma­se com o emprego da ameaça ou violência. Em tese admite tentativa. 
 
Sujeito ativo: crime comum. O terceiro que se opõe à execução do ato legal, mediante violência ou ameaça,
contra funcionário competente para cumpri­la, pratica o crime de resistência. 
 
PM mata ambulante durante resistência à prisão em São Paulo. 
 
30/11/2016 OneNote Online
https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=C17C8FFCE814B203!1380&app=OneNote&authkey=!AJk9WnWIzg2fGz0 31/42
Observação: só há resistência se a oposição se der contra o funcionário competente para a execução do ato. 
 
Particulares também podem ser vítima deste crime, desde que estejam acompanhados (prestando auxílio) do
funcionário competente. 
 
O ato pode ser injusto e ao mesmo tempo ser legal. Exemplo: Tício resiste a uma prisão preventiva por roubo,
e posteriormente é absolvido desta acusação. No caso em que pese a prisão ser injusta, ela era legal. Tício
deverá responder por resistência. 
Não obstante, não haverá crime de resistência, se o atofor ilegal. Exemplo: Prisão para averiguação. 
 
§1º Modalidade Qualificada 
§ 1º ‐ Se o ato, em razão da resistência, não se executa: 
Pena ‐ reclusão, de um a três anos. 
§ 2º ‐ As penas deste ar�go são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência. 
 
Estará configurada, quando ato não se executar em razão da resistência. 
 
§2º a pena da resistência será somada à da correspondente a da violência. 
 
 
 
Observação: se em um mesmo contexto fático o agente pratica desacato e resistência, aquele será absorvido
por este, respondendo o agente apenas pela resistência. 
 
Art. 330 ­ Desobediência 
Art. 330 ‐ Desobedecer a ordem legal de funcionário público: 
Pena ‐ detenção, de quinze dias a seis meses, e multa. 
 
Requisitos: 
1. Necessidade de uma ordem; 
2. Ordem legal; 
3. Funcionário competente; 
4. Obrigatoriedade da obediência; 
 
Núcleo do tipo: desobedecer: não atender, não cumprir. 
 
Observação: desobediência civil ou administrativa para ser punida na esfera penal, deverá conter a ressalva
de que o desobediente também responderá pelo crime. Exemplo: art. 219 CPP e 195 do CTB.  
Art. 219. O juiz poderá aplicar à testemunha faltosa a multa prevista no art. 453, sem prejuízo do
processo penal por crime de desobediência, e condená‐la ao pagamento das custas da diligência.
(Redação dada pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977) 
 
Art. 195. Desobedecer às ordens emanadas da autoridade competente de trânsito ou de seus
agentes: 
        Infração ‐ grave; 
30/11/2016 OneNote Online
https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=C17C8FFCE814B203!1380&app=OneNote&authkey=!AJk9WnWIzg2fGz0 32/42
        Penalidade ‐ multa. 
 
 
AÇÃo desobediência OMISSÃO Caracteriza‐se pela omissão Quando a autoridade impõe uma determinada conduta. e o
agente não pratica. se omite se caracteriza pela ação Quando a autoridade impõe uma situação de se absterde
determinada ação. e o agente mesmo assim o pratica
 
09/11/2016 
 
Art. 331 ­ Desacato 
 
Art. 331 ‐ Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela: 
Pena ‐ detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. 
 
Desacatar significa desrespeitar, no caso, o funcionário público no exercício da função. 
Consuma­se a infração no momento em que o funcionário público é desrespeitado. Não admite tentativa pois
esta infração reclama a presença de funcionário público. Detalhe.... Seria possível um funcionário público
desacatar outro funcionário público, não necessitando ter relação de hierarquia. 
 
Sujeito ativo: é crime comum. Pode ser praticado, também, por funcionário público, sendo desnecessária
qualquer relação de hierarquia entre o agente e o funcionário público desacatado. 
 
Observação: Para a doutrina majoritária, a embriaguez e a exaltação de ânimo impedem a configuração do
crime de desacato. 
 
Art. 332 ­ Tráfico de influência 
 
Art. 332 ‐ Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa
de vantagem, a pretexto de influir em ato pra�cado por funcionário público no exercício da
função: (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995) 
Pena ‐ reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.127, de
1995) 
 
Parágrafo único ‐ A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a
vantagem é também des�nada ao funcionário. (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995) 
 
Núcleo do tipo: os três primeiros núcleos configuram crime formal, ao passo que o último material. Consuma­se
a infração, com a pratica de algumas das condutas, sendo a tentativa, em tese, possível. 
 
Se o agente alega que a vantagem será direcionada também ao funcionário público, tem­se constituída causa
de aumento de pena. 
 
Observação: se o funcionário público de fato, recebe a indevida vantagem, o crime será de corrupção
passiva. 
 
Art. 333 ­ Corrupção ativa 
Art. 333 ‐ Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná‐
lo a pra�car, omi�r ou retardar ato de o�cio: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de
12.11.2003) 
Parágrafo único ‐ A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou
promessa, o funcionário retarda ou omite ato de o�cio, ou o pra�ca infringindo dever
funcional. 
30/11/2016 OneNote Online
https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=C17C8FFCE814B203!1380&app=OneNote&authkey=!AJk9WnWIzg2fGz0 33/42
Concussão ‐Art. 316 Corrupção Ativa Exigir‐X Corrupção Passiva ‐ Art. 317 Oferecer Solicitar ‐X Prometer Receber
Ace r conduta atípica: o bem tutelado é o caráter da administração pública. como o agente público já é corrupto,
não há crime de corrupção ativa
 
Trata­se de crime formal, consumando­se com a mera oferta ou promessa, sendo desnecessário, para a
consumação, que o funcionário público receba ou aceite a indevida vantagem. A tentativa, em tese, é
admitida. 
 
Este crime se caracteriza pela iniciativa do particular em oferecer ou prometer a indevida vantagem ao
funcionário público. Assim só haverá corrupção passiva, no mesmo contexto fático, se o funcionário público
recebe a indevida vantagem ou se aceita a promessa. Por outro lado, não haverá corrupção ativa quando a
iniciativa (Art. 316 ­ Exigir ou Art. 317 ­ Solicitar) partir do funcionário público. Nessas hipóteses, ainda que o
particular ceda a exigência ou solicitação do funcionário público não praticará o crime de corrupção ativa. 
 
É que não existe núcleo do tipo que discorra sobre a ação acima exemplificada. 
 
Além do mais, já não existe bem jurídico a ser tutelado, tendo em vista que a moralidade da administração
pública já foi violada pelo próprio funcionário público. 
 
 
Se o funcionário Público Solicita Se o Particular Entrega Se o Particular não entrega Se o Particular Oferece/Promete Funcionário Público
não recebe / nem aceita Funcio o Público recebe/aceita Corrupção Passiva Corrupção Ativa Art. 317 ‐ Corrupção passiva Corrupção Ativa
 
30/11/2016 OneNote Online
https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=C17C8FFCE814B203!1380&app=OneNote&authkey=!AJk9WnWIzg2fGz0 34/42
Art. 334 ­ Descaminho 
 
Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela
entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria (Redação dada pela Lei nº 13.008, de
26.6.2014) 
Pena ‐ reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de
26.6.2014) 
§ 1o Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) 
I ‐ pra�ca navegação de cabotagem, fora dos casos permi�dos em lei; (Redação dada pela
Lei nº 13.008, de 
26.6.2014) 
II ‐ pra�ca fato assimilado, em lei especial, a descaminho; (Redação dada pela Lei nº
13.008, de 26.6.2014) 
III ‐ vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, u�liza em proveito
próprio ou alheio, no exercício de a�vidade comercial ou industrial, mercadoria de
procedência estrangeira que introduziu clandes�namente no País ou importou
fraudulentamente ou que sabe ser produto de introdução clandes�na no território nacional
ou de importação fraudulenta por parte de outrem; (Redação dada pela Lei nº 13.008, de
26.6.2014) 
IV ‐ adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de a�vidade
comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira, desacompanhada de
documentação legal ou acompanhada de documentos que sabe serem falsos. (Redação
dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) 
§ 2o Equipara‐se às a�vidades comerciais, para os efeitos deste ar�go, qualquer forma de
comércio irregular ou clandes�no de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em
residências. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) 
§ 3o A pena aplica‐se em dobro se o crime de descaminho é pra�cado em transporte
aéreo, marí�mo ou fluvial. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) 
 
Descaminho e contrabando 
O descaminho é a conduta de

Outros materiais