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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 6º VARA DO TRABALHO DE NATAL ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE Suzana, brasileira, solteira, empregada doméstica, portadora do RG n.º XX e do CPF n.º xxxxxxxxxx, residente e domiciliada na Rua xxxxx, n.º xxx, Bairro Nova Descoberta, Cidade Natal, Estado do Rio Grande do Norte, por intermédio de seu sua advogada e bastante procuradora (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional sito à Avenida Hermes da Fonseca, nº 1500, Bairro Tirol, Cidade de Natal, Estado do Rio Grande do Norte, onde recebe notificações e intimações, vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor a presente RECLAMAÇÃO TRABALHISTA em face de Alexandre de Moraes, pessoa física, inscrita no CNPF sob o n.º xxxxx, residente e domiciliada na Avenida Salgado Filho, n.º xxx, Bairro Tirol, Cidade Natal, Estado do Rio Grande do Norte, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos. I. DOS FATOS I.1. DO CONTRATO DE TRABALHO A reclamante foi admitida em 15/06/2015, para exercer a função de empregada doméstica na residência da família do Reclamado, por um período inicial, a título de experiência, de 45 dias. Findando o período de experiência a trabalhadora continuou a exercer sua função sem que houvesse interrupção do contrato. Trabalhou até 15/09/2015, data na qual teve baixa em sua Carteira de Trabalho. Somando-se todo o período a reclamante laborou 3 meses para o reclamado. I.2. DA JORNADA DE TRABALHO A reclamante foi admitida para exercer a função com horário de entrada às 7h:00min, e saída às 16h:00min, de segunda à sexta-feira, com intervalo intrajornada de apenas 30 minutos. I.3. DESCONTOS REFERENTES A TRANSPORTE E ALIMENTAÇÃO A trabalhadora teve abatido de seu pagamento 10% à titulo de vale-transporte e 25% à titulo de alimentação, mesmo esta sendo consumida na própria residência do reclamado. I.4. ACOMPANHAMENTO DO EX-EMPREGADO EM VIAGEM Por um período de 4 dias a reclamante acompanhou a família do reclamado, cumprindo o expediente das 8h:00 as 17:00, com intervalo de 1h:00min de almoço. I.5. DESVIO DE FUNÇÃO Por ocasião da viagem acima mencionada a reclamante exerceu a função de babá. I.6. VERBAS RESCISÓRIAS Na data de sua dispensa a reclamante recebeu, referente às verbas rescisórias, férias proporcionais de 3/12, acrescidas de 1/3, e 13º salário proporcional de 3/12. II. DOS DIREITOS II.1 DO CONTRATO DE TRABALHO Foi estipulado, a título de experiência, o prazo de 45 dias, porém, passado este prazo, a prestação do serviço não cessou. Portanto, pelo disposto no art. 479 da CLT, todos os valores rescisórios deveriam ser pagos como contrato por prazo indeterminado. II.2 JORNADA DE TRABALHO Conforme exposto acima, a reclamante exercia sua função no horário compreendido entre as 7h:00min e as 16h:00min, com intervalo intrajornada de 30 minutos, de segunda a sexta-feira. O fato é que após a edição da Lei nº 8.923/94, a não-concessão total ou parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, implica o pagamento total do período correspondente, com acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho (art. 71 da CLT). Assim, de acordo com as argumentações supra, resta incontroverso o direito da reclamante a remuneração de meia hora extra por dia, com acréscimo de 50%, relativo ao intervalo para repouso ou alimentação, não gozado, conforme preconiza o artigo 71, §4º da CLT e a pacífica jurisprudência dos Tribunais. II.3 DESCONTOS REFERENTES A TRANSPORTE E ALIMENTAÇÃO II.4 ACOMPANHAMENTO DO EX-EMPREGADO EM VIAGEM II.5 DESVIO DE FUNÇÃO II.6 VERBAS RESCISÓRIAS INTERVALO INTRAJORNADA (PARA REPOUSO E ALIMENTAÇÃO). NÃO CONCESSÃO OU CONCESSÃO PARCIAL. LEI Nº 8.923/94. DJ 11.08.03 Após a edição da Lei nº 8.923/94, a não-concessão total ou parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, implica o pagamento total do período correspondente, com acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho (art. 71 da CLT). Assim, de acordo com as argumentações supra, e o que será provado na instrução processual, resta incontroverso, data vênia,o direito do reclamante a remuneração de uma hora extra por dia, com acréscimo de 50%, relativo ao intervalo para repouso ou alimentação, não gozado, conforme preconiza o artigo 71, §4º da CLT e a pacífica jurisprudência dos Tribunais. Em se tratando dos intervalos, deve ser aplicada a Lei 8.923/94, que acrescentou um novo parágrafo ao art. 71 da CLT e tornou obrigatório remunerar o horário de intervalo trabalhado com um acréscimo mínimo de 50% sobre a hora normal de trabalho. Nesse sentido, ARNALDO SÜSSEKIND ratifica este entendimento, que já é pacífico na doutrina: "Caso o empregador determinar a prestação de serviços no período destinado aos intervalos e, se o trabalhador o fizer e ainda trabalhar os dois turnos da jornada normal, deverá lhe ser pago o serviço do intervalo com o salário acrescido de 50%, sujeitando-se, outrossim, à multa prevista para a violação da respectiva norma legal".(in Instituições do Direito do Trabalho, Vol. 1, Ed. LTr, 16ª. edição, Vol. 2, pág. 790) Conforme já foi evidenciado, apesar da constante jornada elástica, não lhe eram pagas as horas extras devidas. Deve, desta forma, a Reclamada ser condenada no pagamento das horas extras laboradas, assim entendidas aquelas excedentes a oitava diária ou quadragésima quarta semanal, computando-se a ausência de intervalo intrajornada legal, com os seguintes critérios: - divisor 220; - adicional convencional e avençado (80% para os dias normais e 100% nos domingos e feriados) ou constitucional; base de cálculo: evolução salarial mais as parcelas de natureza salarial pleiteadas na presente; reflexos nos RSR's, destes e daqueles em férias com 1/3, décimo terceiro salário, aviso prévio, FGTS., mais multa de 40% e demais verbas rescisórias.
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