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Ministério da Educação UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Campus Toledo Djerly Alcântara Simonetti Disciplina: Didática da Matemática I Situações Didáticas Estudos de campos conceituais existentes são aplicados em sala de aula nas situações didáticas. Sendo assim, é fundamental exploramos como se estabelecem as situações didáticas na escola. Pais (2008) apresenta a situação didática como “formada pelas múltiplas relações pedagógicas estabelecidas entre o professor, os alunos e o saber, com a finalidade de desenvolver atividades voltadas para o ensino e para a aprendizagem de um conteúdo específico” (PAIS, 2008, p. 65). Analisemos que professor, aluno e saber possuem um elo, no qual é preciso ser conhecido a especificidade das relações referentes ao conteúdo matemático. E concomitantemente, contemplar na situação didática a apresentação do conteúdo em um contexto significativo para o educando. Desse modo, ao nos referir a situação didática é plausível pensar em um dado meio, pois professor, aluno e saber estabelecem entre si um jogo, o qual é expresso pelo contrato didático. É no meio que ocorrem mudanças, novas descobertas e rupturas (MACHADO, 2012). Brousseau o autor da teoria das Situações Didáticas, estabelece que a aprendizagem por adaptação, o confronto de adaptar o conhecimento a uma nova condição, estrutura toda a teoria em questão (PAIS, 2008). A aprendizagem para Brousseau se dá num ambiente de desafio, contradições, desequilíbrios, assim, esse contexto defini uma situação a-didática: “estão em jogo os estudantes e o objeto do conhecimento, mas não o professor (nessa ocasião particular). A situação sugere exigências e os alunos respondem a elas. Não existem obrigações didáticas e, portanto, aquilo que se faz não está ligado a estímulos por parte do professor. O estudante faz tentativas (sozinho ou em grupo), verifica que elas não funcionam ou são ineficazes; que a prova deve ser refeita várias vezes; interagindo com os elementos do ambiente, o estudante modifica o seu sistema de conhecimentos por causa das adaptações que realiza ao utilizar diferentes estratégias.” (D’AMORE, 2007, p. 233) Desse modo, o professor atua como o preparador da situação, contudo, é o próprio aluno que estabelece a sua relação com o conteúdo, a qual também propicia a acepção ao conteúdo estudado. É importante salientar que uma situação não-didática “é uma situação pedagógica não específica de um saber: professor e aluno não têm uma relação específica e típica com o saber em jogo” (D’AMORE, 2007, p. 234). Nessa perspectiva a aprendizagem é produzida por meio da solução de problemas. Porque quando o educando se encontra em uma situação de pesquisa de uma resolução, diversos raciocínios surgem sem o controle do professor, o que caracteriza uma situação a-didática. Um exemplo de situação a-didática, citada por D’Amore (2007), seria ao final de uma atividade lúdica com crianças pequenas, fazer uma comparação de medidas (voltar-se à Matemática). Percebam que isso não é algo proposto pelo professor, mas surge com a própria atividade (D’AMORE, 2007). Como a Matemática inclui conceitos, sistemas de representação simbólica, validação de novas ideias, há quatro situações a ser consideradas: situações de ações: “o aluno realiza procedimentos mais imediatos para a resolução de um problema, resultando na produção de um conhecimento de natureza mais experimental e intuitiva do que teórica” (PAIS, 2008, p. 72); situações de formulação: “o aluno passa a utilizar, na resolução de um problema, algum esquema de natureza teórica, contendo um raciocínio mais elaborado do que um procedimento experimental e, para isso, torna-se necessário aplicar informações anteriores” (PAIS, 2008, p. 72); situações de validação: “o aluno já utiliza mecanismos de provas e o saber já elaborado por ele passa a ser usado com uma finalidade de natureza essencialmente teórica” (PAIS, 2008, p. 72); situações institucionalização: “sob o controle do professor, é o momento onde se tenta proceder a passagem do conhecimento, do plano individual e particular, à dimensão histórica e cultural do saber científico” (PAIS, 2008, p. 72); Referências D’AMORE, B. Elementos de didática da matemática. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2007. MACHADO, S. D. A. et al. Educação Matemática: uma (nova) introdução. – 3ª ed. São Paulo: EDUC, 2012.<http://books.google.com.br/books?id=09ixcD1VLGQC&prin tsec=frontcover&hl=pt-BR&source=gbs_ge_summary_r#v=onepage&q&f=false> Data de acesso: 19 de jun. 2013. PAIS, L. C. Didática da Matemática; uma análise da influência francesa. – 2ª ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2008. – (Coleção Tendências em Educação Matemática).
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