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Unidade 05- Microsoft Word - Roteiro helmintos Jozelia e Benigno

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1 
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA – UFRA 
INSTITUTO DA SAÚDE E PRODUÇÃO ANIMAL - ISPA 
DISCIPLINA : ZOOLOGIA – Unidade Helmintos 
PROFESSORES: JOZÉLIA CORREIA e RAIMUNDO BENIGNO 
 
ROTEIRO: CARACTERES GERAIS DOS FILO PLATYHELMINTHES E 
ASQUELMINTOS (FILO NEMATODA) 
 
1 - FILO PLATYHELMINTHES 
 
Introdução 
 
• Os platelmintos são helmintos (vermes) de corpo achatado dorso-ventralmente; 
• com simetria bilateral; 
• geralmente são hermafroditas; 
• tubo digestivo presente (a boca é a única abertura p/ trato digestivo) ou ausente; 
• sem sistema circulatório e respiratório; (s/ sistemas de transportes porque as distâncias de difusão 
são curtas) 
• não apresentam ainda cavidade geral ou celoma (acelomados) 
• apresentam representantes que podem viver como parasitas ou em vida livre. 
 
Classificação 
 
Classe Turbellaria - representantes de vida livre. 
Classe Trematoda – corpo geralmente em forma de folha, não segmentado e tubo digestivo usualmente 
completo. 
Classe Cestoda – corpo em forma de fita e sem tubo digestivo. 
* As Classes Trematoda e Cestoda são de interesse na Medicina Humana e Veterinária por terem 
representantes parasitas. 
 
Classe Turbellaria (Planárias) 
 
Introdução 
Os turbelários são primariamente aquáticos, e a grande maioria marinha, variam em forma de 
ovais a alongados. Em algumas espécies, encontram-se presentes projeções na cabeça, que podem ter a 
forma de tentáculos ou de projeções laterais da cabeça chamadas aurículas, que são comuns nas 
planárias de água doce. 
 
Parede Corporal 
O corpo é recoberto por uma epiderme ciliada simples (uma camada de células), na qual cada 
célula porta muitos cílios. O movimento de turbilhonamento das partículas microscópicas próximo à 
superfície ciliada dos vermes de vida livre é responsável pelo nome Turbellaria que significa “redemoinho”. 
Por baixo da epiderme, na maioria, encontra-se uma lâmina basal Na ausência de uma cutícula os 
turbelários usam a lâmina basal e as fibras intracelulares para sustentar a parede do corporal. 
 Uma característica importante é a presença de numerosas células glandulares. As células 
glandulares podem estar completamente no interior da epiderme ou abaixo das camadas musculares. As 
glândulas podem providenciar adesão, secreção de muco e outras funções secretórias (defesa, adesão aos 
grãos de areia). 
 
Locomoção 
 Apresentam larga variedade de adaptações locomotoras: deslizamento ciliar, rastejamento 
muscular, nado, saltos, enrolamento, retorcimento, retração e extensão. Os turbelários pequenos utilizam 
cílios e os grandes utilizam movimentos musculares. 
 A musculatura consiste de camadas longitudinais internas e circulares externas, mas podem se 
encontrar presentes músculos diagonais e dorsoventrais. As fibras musculares são geralmente lisas. 
 
Sistema digestivo e nutrição 
 A cavidade digestiva ou intestino dos turbelários é tipicamente um saco cego, e a boca é utilizada 
tanto para ingestão como para a egestão. A parede do intestino tem camada única e é composta de 
células fagocitárias e glandulares. 
 2 
 A forma do intestino se relaciona em parte com o tamanho do verme. Os turbelários pequenos 
tem um intestino que é um saco simples não ramificado. Os maiores, possuem divertículos (cavidades) 
em forma de vasos que aumentam a área intestinal e distribuem nutrientes a todas as partes do corpo. 
 A boca se localiza comumente na superfície meio-ventral. A faringe mostra uma complexidade 
crescente dentro da classe. O turbelário pode não ter faringe (a boca se abre diretamente no sincício – 
saco digestivo), faringe simples (tubo ciliado simples), faringe pregueada, faringe bulbosa. 
 Os turbelários são predominantemente carnívoros e predam vários invertebrados (protozoários, 
larvas de insetos, copépodos). A presa geralmente é engolida inteira. Algumas espécies se alimentam de 
algas e algumas são endoparasitas de crustáceos, moluscos e equinodermos, bem como a pele dos 
peixes. 
 
Transporte interno 
 Devido ao seu tamanho ou por serem dorsoventralmente achatados, o transporte de oxigênio e de 
nutrientes se dá por difusão. 
 
Sistema nervoso e órgãos sensoriais 
 O sistema nervoso possue uma organização em forma de rede. Os componentes centrais incluem 
um cérebro e um número variável de cordões nervosos. 
 Como órgãos sensoriais são comuns os olhos em taça pigmentar e funciona predominantemente na 
orientação para luz. Estão presentes estatocisto (sem cílios sensoriais) e receptores ciliares dispersos pelo 
corpo, mas se concentram em tentáculos, aurículas e margens corporais. 
 
Reprodução 
 Os turbelários são hermafroditas simultâneos, e o sistema reprodutivo é adaptado para a 
fertilização interna e a deposição de ovos, com desenvolvimento direto na maioria. 
 A reprodução assexuada ocorre por meio de um brotamento ou de uma fissão transversal. 
 
Classe Trematoda 
 
Caracteres morfológicos 
 
• Tegumento – o corpo é revestido por um tegumento que pode ser liso ou apresentar numerosos 
espinhos. Atua na respiração e absorção dos alimentos. 
• Órgãos de fixação – nos trematodeos digenéticos são representados por ventosas fortemente 
musculosas. A ventosa situada ao redor da boca é denominada ventosa oral. Na maioria das espécies 
há uma outra ventosa, localizada ventralmente na linha longitudinal, denominada de ventosa ventral 
ou acetábulo. Alguns podem apresentar uma ventosa circundando o poro genital geralmente próximo 
do acetábulo, chamada de ventosa genital. 
• Sistema digestivo – inicia-se na boca que se abre na ventosa oral, em seguida vem a faringe, esôfago 
que se bifurca para originar os cecos que terminam em fundo de saco. Presença de glândulas salivares 
que se abrem na luz da faringe ou do esôfago. Geralmente não possuem ânus. 
• Sistema genital – são hermafroditas (exceto os esquitossomos) sendo os órgãos genitais os mais 
desenvolvidos. Masculino (testículos-2, canais eferentes, vesícula seminal, canal ejaculador e 
glândulas prostáticas). Feminino (ovário – forma variável, oviduto, oótipo, receptáculo seminal, útero 
e glândulas anexas). O átrio genital é comum aos dois sistemas (masculino e feminino) comunica-se 
com exterior por meio do poro genital ou gonóporo. 
• Fertilização – a fertilização dos ovos dá-se geralmente por auto-fecundação quando o cirro, órgão 
copulador, derrama os espermatozóides na porção anterior do útero. Estes percorrem o útero e são 
armazenados no recptáculo seminal. Depois há maturação dos ovos que, fecundados enchem o útero. 
A fertilização cruzada ocorre pela introdução do cirro de um verme no canal de Lauer de outro. 
 
Classificação 
Subclasse – Digenea 
Famílias – Fasciolidae Schistosomatidae 
Espécies - Fasciola hepatica Schistosoma mansoni 
 
 Os digêneos ou digenéticos são endoparasitas comuns de todas as classes de vertebrados. Alguns 
causam doenças debilitantes nos animais domésticos e nos humanos. O desenvolvimento é indireto, e o 
ciclo de vida inclue pelo menos 2 estágios infectantes, fato que dá o nome a subclasse (Digenea), significa 
“duas gerações”. Dois ou mais hospedeiros são infectados antes de se completar o ciclo. 
Estágios larvais – miracídio, esporocisto, rédias, cercárias e metacercárias 
Hospedeiros – Hospedeiro intermediário (caramujo gastrópodo) e Hospedeiro definitivo (vertebrado) 
 3 
Anatomia 
 O corpo é revestido por tegumento, que sobrepões camadas consecutivas de músculos circulares, 
longitudinais e diagonais. O tegumento exerce papel vital: proteção (especialmente contra as enzimas do 
hospedeiro); difusão de detritos nitrogenados; troca de gases; absorve glicose e alguns aminoácidos (nos 
endoparasitas). 
 A boca é circundada por uma poderosa ventosa oral muscular, que é utilizada para a fixação e 
auxilia o transporte de alimento p/ o interior da boca. Muitos tem a ventosa ventral ou acetábulo.As 
ventosas impedem o desalojamento e ajudam na alimentação. A faringe bulbosa ingere células e 
fragmentos celulares, muco, fluídos teciduais ou sangue do hospedeiro no qual o parasita se alimenta. 
 
Exemplos de vermes causadores de doenças 
 
Fasciola hepatica – os trematódeos adultos mede 2 a 3 cm de comprimento; corpo achatado em forma de 
folha; mais largo anteriormente; possuem uma projeção cônica denominada cone cefálico; faringe 
desenvolvida esôfago curto; poro genital na linha mediana longitudinal entre o acetábulo e a bifurcação 
do esôfago. cecos longos e muito ramificados; testículos (2) também bastante ramificados, ocupando o 2º 
e 3º quartos do corpo; ovário ramificado, anterior aos testículos; glândulas vitelínicas ocupando os 
campos laterais e posteriores do corpo; útero anterior aos testículos; poro genital na linha mediana 
longitudinal entre o acetábulo e a bifurcação do esôfago. Parasita os canais biliares de ovinos, bovinos, 
caprinos, suínos e outros animais inclusive o homem. 
 
Schistosoma mansoni (schisto=fenda; soma =corpo)– a mais conhecida fascíola sanguínea que produz a 
doença humana conhecida como esquistossomose, é popularmente conhecida como xistose, barriga 
d’água, mal do caramujo (pode ser uma doença letal – o alojamento dos ovos e os estágios de 
desenvolvimento podem resultar em inflamação, necrose ou fibrose). O verme adulto habita as veias 
intestinais. São dióicos, com um macho e uma fêmea permanentemente pareados por toda a vida. Um 
canal ventral (canal ginecófaro) se estende ao longo da maior parte do comprimento do macho, no 
interior do qual a fêmea mais longa e mais delgada, se encaixa. 
 
Classe Cestoda 
 
 Todas as espécies de cestoda são endoparasitas. Apresenta modificações tegumentares para o 
consumo de nutrientes. Não tem trato digestivo. O corpo é achatado dorso-ventalmente, segmentado em 
forma de fita; hermafroditas; extremidade anterior com órgão de fixação representados por ventosas, 
quase sempre armado com acúleos ou ganchos; evolução indireta (com hospedeiro intermediário). 
Tamanho de 0,5mm (Echinococcus granulosus) até 12 m (Taenia saginata) 
 
Corpo de uma solitária adulta: 
• Escólex ou escólice – região anterior adaptada para aderir ao hospedeiro, com ventosas e rostelo 
armado de ganchos para fixação na a parede intestinal. 
• Colo – é a região que une a cabeça ou estróbilo, também denominado de pescoço. É proliferativo dá 
origem ao corpo e não apresenta segmentos. Produz cada proglótide por crescimento mitótico seguido 
de uma constrição transversal. 
• Estróbilo – corpo formado por anéis denominadas proglótides ou proglotes. O número de proglotes 
varia conforme a espécie (3 a + de 4.000). As proglótides mais jovens encontram-se logo abaixo de 
colo, elas aumentam em tamanho e grau de maturidade à medida que se afastam do colo. Após a 
fecundação, simultaneamente ocorrem dois eventos nas proglótides maduras: continuação do 
processo de afastamento do colo e produção e armazenamento dos ovos no útero, passando a ser 
denominadas proglótides grávidas. 
Proglotes jovens – vem em seguida ao colo e nela os órgãos genitais ainda não estão diferenciados. 
Proglotes maduros – nela os órgãos genitais já se desenvolveram e estão em plena atividade. 
Proglotes grávidas – nela os órgãos genitais já estão envelhecidos e acham-se comprimidos pelo útero 
cheio de ovos. 
 
Tegumento 
 Exerce papel vital no transporte ativo das moléculas alimentares de vários carboidratos e 
aminoácidos (função de absorver substâncias nutritivas indispensáveis ao desenvolvimento). A membrana 
plasmática externa do tegumento apresenta microtríquios (um tipo de microvilos). 
 
Reprodução 
 Ocorre um sistema reprodutivo completo dentro de cada proglótide. A fertilização cruzada é regra 
onde houver mais de um verme no intestino do hospedeiro, mas pode ocorrer autofertilização. 
 4 
 O embrião gerado no interior do ovo denomina-se oncosfera. As solitárias parasitam o intestino 
de todas as classes de vertebrados. Exigem 1, 2 ou mais hospedeiros intermediários, que são artrópodos 
e vertebrados. 
 
Classificação 
 
Família Taeniidae – 
Espécies - Echinococcus granulosus – causa a equinococose no HD e a hidatidose no HI 
 Taenia saginata – causa a teníase no HD e a cisticercose no HI 
 Taenia solium - causa a teníase no HD e a cisticercose no HI 
 
Echinococcus granulosus 
 Adulto parasita o intestino delgado de cão doméstico e de outros carnívoros e a forma larvar (cisto 
hidático ou hidátide) é encontrado no hospedeiro intermediário (HI) Pparasitando fígado e pulmões (cerca 
de 90% dos casos) de ovinos, bovinos, suínos e acidentalmente o homem. Completamente desenvolvido, 
mede 4 a 6mm de comprimento por 0,6mm de largura. Escólex com rostelo armado de 30 a 40 acúleos 
dispostos em duas coroas. Estróbilo constituido de 3 a 4 proglotes. 
 A forma larvar denominada de Cisto Hidático ou Hidátide depois de completamente desenvolvida, 
mede 3 a 5 centimetros de diâmetro (podendo medir até 15cm). 
 
Taenia saginata – é cosmopolita e uma das espécies mais ocorrentes nos humanos, onde vive no intestino 
delgado. As proglotes grávidas sofrem apólise (despreendem-se do estróbilo) concontendo no seu 
interior ovos embrionados são eliminadas nas fezes e se contaminarem o pasto podem ser ingeridos por 
bovinos. Ao eclodir no intestino do HI, a oncosfera (possui 3 pares de ganchos) perfura a parede 
intestinal, onde tem acesso ao sistema circulatório venoso e depois o arterial, alojando-se no músculo 
estriado, em especial aqueles de maior atividade. Nestes locais a oncosfera se desenvolve em uma larva 
do tipo cistircerco (Cysticercus bovis), apresenatando o escólex invaginado. Se os humanos ingerirem 
carne crua ou insuficientemente cozida, o cisticerco se libera, o escólex evagina-se, fixa-se no intestino e 
inicia o processo de proglotização (formação das proglótides), transformando-se um verme adulto que 
pode conter até mais de 1000 proglótides. 
 
Taenia solium – difere na T. saginata por ter como HI os suíno, o escólex da larva cisticerco gerada no HI 
apresenta rostelo aramado de ganchos (Cysticercus cellulosae) e pela possibilidade da larva cisticerco 
também ser gerada no seu hospedeiro definitivo (homem), localizando-se no tecido conjuntivo 
subcutâneo, no olho, no cérebro, no coração e outros órgãos. 
 
Principais diferenças entre Taenia saginata e Taenia solium 
 
Caracteres Taenia solium Taenia saginata 
Escólex Globoso, c/ rostelo armado com 
dupla fileira de ganchos 
Quadrangular, s/rostelo, s/ acúleos 
Colo curto Longo 
Proglotes • ramificações uterinas pouco 
numerosas (tipo dendrítico) 
• saem passivamente com as fezes 
• possuem de 800 a 1.000 anéis 
• Alcançam até 3m de comprimento 
• ramificações uterinas muito 
numerosas (tipo dicotômica) 
• saem ativamente no intervalo 
das defecações 
• possuem + 1.000 aneis 
• alcançam até 8m de 
comprimento 
Hospedeiro 
Intermediário normal 
suíno Bovino 
Larva madura Cysticercus cellulosae (apresenta 
rostelo armado de ganchos). 
Cysticercus bovis (não apresenta 
rostelo). 
Capacidade de levar a 
Cistercercose humana 
Possível Não comprovada 
Longevidade no 
hospedeiro 
Até 3 anos +- 10 anos 
 5 
2 - ASQUELMINTOS (FILO NEMATODA) 
 
Introdução 
 
 São um grupo heterogêneo de animais marinhos e de água doce. A maioria dos asquelmintos de 
vida livre é de animais vermiformes pequenos. Os cílios são utilizados para a locomoção em vários 
grupos, mas nos que tem cutícula espessa, predominam as formas musculares de locomoção. O corpo é 
composto de poucas células. 
 Embora a parte anterior do corpo porte a boca e os órgãos sensoriais, não há uma cabeça bem 
formada. A cutícula pode estar ou não presente. As glândulas adesivas em números variados são 
características demuitas espécies. O trato digestivo é um tubo completo, possui uma boca e um ânus, e 
quase sempre encontra-se presente uma região faringeana especializada. São dióicos, na maioria. 
 O grupo dos asquelmintos engloba 8 filos, dentre eles o Filo Nematoda (vermes redondos). 
 
Filo Nematoda (Nematodos, Nematódeos) 
 
Introdução 
 Os nematodos, chamados vermes redondos, são animais largamente disseminados e numerosos 
(+12.000 sp descritas). Os nematodos de vida livre são encontrados no mar, na água doce e no solo, e 
existem muitas espécies parasitas. Estão presentes desde regiões polares até os trópicos em todos os 
tipos de ambientes (desertos, altas elevações, profundidades oceânicas). 
 As espécies parasitas exibem todos os graus de parasitismo e atacam virtualmente todos os grupos 
de plantas e animais. Esse filo é um dos mais importantes dentre os grupos de animais parasitários, pois 
contém numerosas espécies que infestam as colheitas alimentares, os animais domésticos e o homem. 
 
Estrutura externa 
 Os nematodos tem um corpo não segmentado, cilíndrico, daí o nome vermes redondos. Uma 
cutícula envolve o corpo e reveste a faringe e o intestino posterior. A boca localiza-se na extremidade 
anterior e é circundada por lábios (3 nas espécies terrestres e parasitárias) e órgãos sensoriais de vários 
tipos (coroa radiada ou franjeada). A região posterior dos machos é enrolada e das fêmeas é distendida; 
em algumas espécies o macho a extremidade posterior se alarga formando uma verdadeira asa, 
denominada bolsa copuladora que é sustentada por feixes musculares, denominados de raios bursais. 
Essa bolsa serve para fixar o macho à fêmea durante a cópula. 
 
Parede corporal 
 A cutícula dos nematodos é mais complexa que a da maioria dos outros asquelmintos. Tem 3 
camadas principais. O crescimento nos nematodos é acompanhado por 4 mudas cuticulares, a cutícula 
velha separa-se da epiderme subjacente (ecdise) e é secretada uma nova cutícula. A muda não ocorre 
mais após o verme torna-se adulto. 
A epiderme (também chamada hipoderme, por esta abaixo da cutícula), é geralmente celular. A 
epiderme secreta a cutícula, armazena nutrientes, porta fibras de ligação que ligam a musculatura à 
cutícula. 
A pseudocele dos nematodos é pequena ou inexistente na maioria das sp de vida livre. Quando 
presente, a cavidade estende-se da musculatura até a parede intestinal e circunda os órgãos 
reprodutivos. O fluido funciona como um hidrostato 
 
Nutrição 
 Extremamente variada com espécies carnívoras e fitófagas. 
 A boca dos nematodos pode ter as mais variadas formas, abre-se em uma cavidade bucal (estoma) 
que é um pouco tubular e é revestida por uma cutícula. A superfície cuticular da cavidade bucal 
correlacionam-se aos hábitos alimentares, pode apresentar cristas, bastões, dentes e lâminas. 
• Dentes – típicos dos nematodos carnívoros (prende os lábios na presa e faz uma incisão nela com o 
dente. O conteúdo da presa é então bombeado para fora pela faringe). 
• Estilete cuticular longo – presente nas espécies que se alimentam das células vegetais (herbívoro). 
Usado para puncionar e penetrar nas paredes celulares. 
 
A cavidade bucal leva a uma faringe tubular e revestida com cutícula. A faringe pode conter bulbo 
muscular (agem como bombas e trazendo o alimento da boca para o interior do intestino). Estão 
presentes glândulas que produzem enzimas digestivas. 
A partir da faringe, um longo intestino tubular (composto por uma única camada de células epiteliais) 
estende-se por todo comprimento do corpo. Estão presentes valvas que impede que o alimento seja 
forçado para fora (regurgitado). Um reto curto revestido de cutícula conecta o intestino ao ânus. 
 6 
 
Sistema nervosos e órgãos sensoriais 
 O cérebro é um anel nervoso circunfaringiano. A partir do cérebro se estendem os nervos 
anteriores (p/ órgãos sensoriais) e posteriormente temos: os nervos dorsais, laterais e ventrais que 
correm dentro de cordões longitudinais. 
 Os principais órgãos sensoriais dos nematodos são: 
• Papilas (labiais e cefálicas) – projeções da cutícula nos lábios e na cabeça. São mecanorreceptores. 
• Cerdas – são alongadas tanto no corpo como na cabeça, são receptoras de tato. 
• Anfídeos – são invaginações cuticulares cegas (em forma de bolsa ou tubulares), localizadas na cabeça 
e tem função quimiossensorial. 
• Fasmídeos – localizadas na região caudal, é um par de glândulas unicelulares, que se abrem 
separadamente em cada lado da cauda. 
 
 Reprodução 
 A maioria dos nematodos é dióica, mas os hermafroditas não são incomuns. Os machos são 
frequentemente menores que as fêmeas, e a parte posterior do macho pode enrolar-se como um gancho 
ou alargar-se em um auxílio copulatório em forma de leque, chamado bolsa copulatória (bursa). 
 O sistema reprodutor pareado abre-se em um poro único, a cloaca (nos mahos) e geralmente a 
vulva nas fêmeas. As gônadas tubulares são pareadas. Na cópula, a parte posterior curva do nematodo 
macho geralmente enrola ao redor do corpo da fêmea na região da abertura genital. 
Nos machos as espículas (espículos) copulatórias, são quitinizados geralmente em número de dois, 
podendo estar envoltos em uma bainha, da qual podem ser projetados. A bainha geralmente é lisa, mais 
pode ser espinhosa. Os espículos são órgãos de sensibilidade e de fixação durante a cópula, abrem o 
conduto genital feminino (gonóporo feminino) durante a transmissão do esperma no interior da vagina. 
Os espermatozóides da grande maioria dos nematodos são peculiares por não terem flagelos, alguns 
movem-se de maneira amebóide. 
 A fertilização ocorre no útero e o óvulo fertilizado secreta uma membrana espessa, que endurece 
para formar a parte interna da casca. A parede uterina secreta a camada externa da casca. A superfície 
externa dos ovos dos nematodos é esculpida de maneira específica para cada espécie. Podem-se 
identificar os ovos que são eliminados nas fezes dos hospedeiros. Os ovos podem ser eliminados da forma 
não embrionados ou já contendo um embrião, que biologicamente é denominado de larva de 1º estágio- 
L1 . Existe ainda fêmeas que eliminam L1, denominadas de microfilárias. 
 Os ovos são eliminados em quantidade variável, podendo estar ou não embrionados. Apresenta 
três envoltórios: membrana interna impermeável, membrana quitinosa (contínua ou c/ opérculo) e 
membrana externa (secretada pela parede uterina). No desenvolvimento pós-embrionário a larva sofre 
quatro mudas sucessivas (L1→L2→L3→L4→L5) para atingir o estágio adulto. A diferenciação sexual 
somente será possível quando a larva atingir a forma adulta (no hospedeiro final). 
Os nematodos parasitos que completam sua evolução em um só hospedeiro, são denominados 
monoxenos e os que exigem mais de um hospedeiro, são denominados heteroxenos. 
 
 O período larval (L1 até L5) ocorre em dois momentos: o primeiro fora do hospedeiro definitivo, 
podendo ser de vida livre (solo) ou no HI, passando pelos estágios L1, L2 e L3 e, o segundo no hospedeiro 
definitivo, passando pelos estágios L4 e L5. Aqueles nematódeos em que a L3 é gerada no solo, dentro ou 
fora do ovo, são denominados monoxenos e seus hospedeiros definitivos se infectam por ingestão da L3 
(Ex. Ascaris lumbricoides, Enterobius vemicularis, Trichiuris trichiura e Ancylostoma duodenale) ou 
através da pele (Ancylostoma duodenale e Strongyloides stercoralis). Os nematódeos em que L3 é 
encontrada em HI, são denominados heteroxenos e seus hospedeiros definitivos se infectam pela por 
ingestão do HI ou pela inoculação da L3 por artrópodes hematófagos (Ex. Wuchereria bancrofti). 
 As larvas infectantes ao penetrarem no hospedeiro definitivo, por via oral ou pela pele, podem 
realizar migrações antes de fecharem o ciclo, passando pelo fígado, coração direito, pulmões, traquéia, 
faringe, estômago e intestino (Ex. Ascaris lumbricoides) ou migrando pela pele,coração direito, pulmões, 
traquéia, faringe, estômago e intestino (Ex. Ancylostoma duodenale) ou ainda migrando pela pele e 
atingindo vasos sanguíneos e linfáticos (Ex. Wuchereria bancrofti). 
 
 
 7 
Sistemática de alguns nematodos de importância econômica e médica 
 
• Nematodos Ascaróides = Lombrigas 
Ordem: Ascarididea 
Família: Ascarididae 
 Gêneros: Ascaris e Toxocara 
• Nematodos Ancilóstomos 
Ordem: Strongylidea 
Família: Ancylostomatidae 
 Gêneros: Ancylostoma e Necator 
• Nematodos Oxiurídeos = Oxiúros 
Ordem: Oxyuridea 
Família: Oxyuridae 
 Gêneros: Oxyuris e Enterobius 
• Nematodos Filarióides = Filárias 
Ordem: Filariidea 
Família: Dipetalonematidae 
 Gêneros: Wuchereria 
• Nematodos Triquinelóides 
Ordem: Trichuridea 
Família: Trichuridae e Trichinellidae 
 Gêneros: Trichuris e Trichinella 
 
 
Principais doenças causadas por nematodas no homem 
 
NEMATODA DOENÇA INFESTAÇÃO 
Ascaris lumbricoides Ascaridíase Ingestão de água e alimentos 
contaminados por ovos infectivos (L2 ou 
L3) 
Ancylostoma duodenale Amarelão ou opilação Penetração de larvas infectantes pela 
pele e mais raramente pela ingestão 
Necator americanus Amarelão ou opilação Penetração de larvas pela pele e mais 
raramente pela ingestão 
Wuchereria bancrofti Filariose ou elefantíase Transmissão de larvas infectantes pelo 
mosquito Culex 
Enterobius vemicularis Enterobiose ou oxiurose ou 
tuchina 
Ingestão de água ou alimentos 
contaminados por ovos infectivos e mais 
raramente pode ocorrer a retroinfecção 
Trichiuris trichiura Triquiurose Ingestão de água ou alimentos 
contaminados por ovos infectivos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 8 
 
 
Fig.1 - CICLO EVOLUTIVO DA Fasciola hepatica 
 
 
 
 
1. os vermes adultos vivendo nos canais biliares de ruminantes, eliminam ovos que misturam-se a bílis, 
chegam ao intestino e são eliminados junto com as fezes; 
2. os ovos no ambiente aquático, geram um embrião denominado miracídio; 
3. o miracídio penetra no caramujo (Hospedeiro Intermediário-HI), passam pelos estágios larvais de 
esporocisto, rédias e cercarias; 
4. as cercarias abandonam caramujo e se encistam nas vegetações aquáticas, passando a ser chamadas 
metacercárias; 
5. as metacercárias são ingeridas pelos ruminantes (hospedeiros definitivos), passando pelo estômago 
desencistam, chegam ao intestino, perfuram a parede do órgão, atingem a cavidade abdominal e 
dirigem-se para o fígado. 
6. Neste órgão, os vermes fecharão o ciclo nos canais biliares e posteriormente iniciam novo ciclo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Fig. 2 – Ciclo evolutivo do Schistosoma mansoni 
 
 
 
 
 
 
1. das 3 espécies de Schistosoma, apenas a S. mansoni ocorre no Brasil, vivendo nas vênulas do sistema 
porta (Fígado). As fêmeas, acasaladas ou não, atingem a circulação da parede intestinal e deposita seus 
ovos que são eliminados nas fezes. No ambiente aquático, os ovos embrionam gerando no seu interior o 
miracídio; 
2. o miracídio eclode do ovo e nada em direção do caramujo (HI); 
3. penetração do miracídio nos tecidos do caramujo; 
4. o miracídio gera o segundo estágio larval denominado esporocisto que passa por duas gerações 
(esporocisto I e esporocisto II); 
5. as cercárias são geradas pelo esporocistao II, liberam-se do caramujo e nadam livremente; 
6. cercarias infectam o Hospedeiro Definitivo (HD)penetrando na pele; 
7. durante a penetração na pele a cercaria perde a cauda e passa a ser chama da esquistossômulo; 
8. o esquistossômulo pela circulação chega ao coração direito, pulmões, coração esquerdo e fígado; 
9. no fígado, migram para as vênulas do sistema porta e tornam-se adultos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Fig. 3 – Ciclo evolutivo da Taenia solium e Taenia saginata 
 
 
 
 
 
 
 
1. os cestódeos Taenia solium e Taenia saginata, adultos, vivendo no intestino delgado, liberam 
proglótides grávidas ou mesmo ovos que já apresentam o embrião denominado oncosfera (caso as 
proglótides grávidas desintegrem durante a passagem pelo intestino); 
2. no ambiente, os bovinos e suínos (HI) se infectam ingerindo os ovos embrionados ou as proglótides 
grávidas; 
3. a oncosfera eclode, penetra na parede intestinal, atinge a circulação e migra, passando pelo coração 
direito, pulmões, coração esquerdo e, pela circulação geral distribui-se pela musculatura, onde a 
oncosfera gera um cisticerco; 
4. o homem (HD) se infecta ingerindo carne ou vísceras crua ou mal cozidas infectas com cisticerco de 
Taenia contendo escólex invaginado; 
5. no intestino do homem o cisticerco evagina seu escólex e inicia o processo de proglotização (formação 
dos proglotes) tornando-se adultos (6). 
 
 
 
 
 
 
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Fig. 4 – Ciclo evolutivo do Ascaris lumbricoides 
 
 
 
 
 
 
1. vermes adultos no intestino delgado; 
2. as fêmeas eliminam ovos fertilizados ou não fertilizados (sem capacidade de dar continuidade ao ciclo) 
que saem nas fezes; 
3. processo de embrionamento dos ovos com formação da larva de 1º estágio (L1) que permanecem no 
interior do ovo e mudam para o estágio infectante; 
4. homem se infecta ingerindo ovos contendo a larva infectante ; 
5, 6 e 7. larva infectante ao chegar no intestino delgado, penetra em sua parede (5), passa para a circulação, 
vai ao fígado, coração direito, pulmões (6), passa para os bronquíolos, brônquios, traquéia, faringe e é 
deglutida (7), chega ao seu habitat (intestino delgado), torna-se um adulto macho ou fêmea (1) 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Fig 5 – Ciclo evolutivo do Ancylostoma duodenale 
 
 
 
 
 
 
 
1. fêmeas vivendo no intestino delgado do homem eliminam ovos não embrionados nas fezes; 
2. larva rabditóide (L1) gerada no interior do ovo, eclode e permanece nas fezes; 
3. larva filarióide (larva infectante, L3) que foi gerada após duas mudas (L1 para L2 e L2 para L3); 
4. larva infectante (larva filarióide) infecta o HD através da pele; 
5. adultos no pequeno intestino (intestino delgado) do homem, gerados após a L3 ter realizado o Ciclo de 
Looss (pele→coração direito → pulmões → bronquíolos → brônquios → traquéia → faringe → 
deglutição → esôfago → estômago → intestino delgado) e competada as mudas de L3 para L4 e L4 
para L5 (esta já um adulto jovem). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Fig. 6 – Ciclo evolutivo do Enterobius vermicularis 
 
 
 
 
 
 
1. ovos na região perianal, depositados pelas fêmeas (os ovos podem embrionar em 4 a 6 horas, gerando a 
L1 (estágio infectante) 
2. os ovos contendo larvas infectantes são ingeridos pelo homem ; 
3. larvas infectantes eclodem do ovo no intestino delgado e dirigem-se para o ceco (região do intestino 
grosso) para completar o ciclo, gerando machos e fêmeas. As fêmeas grávidas migram para a região 
perianal (normalmente durante a noite) para depositar seus ovos que ficam aglutinados por uma 
substância gelatinosa. 
 
Obs.: o homem pode se infectar pela ingestão de ovos que contaminam alimentos e água (auto-infecção 
externa), pela mãos contaminadas com ovos ou larvas (auto-infecção interna) e mais raramente pela 
retroinfecção (caso as larvas eclodam dos ovos ainda na região perianal e assim as larvas infectantes podem 
migrar para o ceco e tornarem-se adultas). 
 
 
 
 
 
 
 
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Fig. 7 – Ciclo evolutivo do Trichuris trichiura 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. ovos não embrionados eliminados pelas fezes; 
2 , 3 e 4. processo de embrionamento dos ovos (4. ovo com a larva infectante, L1); 
5. ovos infectantes ingeridos, liberam L1 no intestino delgado; 
6. no ceco (região do intestino grosso) as larvas infectantes sofrem quatro mudas (L1→ L2 →L3→ L4→ 
L5). As L5maturam sexualmente para gerar machos e fêmeas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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