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ISLAIDE CONSELHO TUTELAR

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O PAPEL DO 
CONSELHEIRO TUTELAR 
NAS POLÍTICAS PÚBLICAS
Daiane S. Rennó
Assistente Social
Núcleo Especializado da Infância e Juventude
Defensoria Pública do Estado de São Paulo
O que devemos compreender como um Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente?
RESOLUÇÃO N°. 113 DO CONANDA, DE 19 DE ABRIL DE 2006
Articulação e integração das instâncias públicas governamentais e da sociedade civil, na aplicação de instrumentos normativos e no funcionamento dos mecanismos de promoção, defesa e controle para a efetivação dos direitos humanos da criança e do adolescente, nos níveis Federal, Estadual, Distrital e Municipal” (art. 1º). 
O Conselho Tutelar atua precisamente nesse eixo, junto com outras instâncias do poder público e da sociedade civil, tais como a Justiça da Infância e Juventude, o Ministério Público, 
a Defensoria Pública, a Segurança Pública e os 
Centros de Defesa.
DEFESA
PROMOÇÃO
CONTROLE
Eixo onde se insere a Política de Atendimento prevista no art. 86 do ECA
Caracteriza-se pela garantia do acesso à justiça, ou seja, pelo recurso às instâncias públicas e mecanismos jurídicos de proteção legal dos direitos humanos, gerais e especiais, da infância e da adolescência, para assegurar a impositividade deles e sua exigibilidade, em concreto (art. 6º - Resolução 113). 
Desafio
Saída dos direitos do plano jurídico-formal
Efetivação no campo socioeconômico
Políticas Públicas:
via de efetivação de direitos de crianças e adolescentes
Entende-se por Políticas Públicas a “linha de ação coletiva que concretiza direitos sociais declarados e garantidos em lei. É mediante as Políticas Públicas que são distribuídos ou redistribuídos bens e serviços sociais, em resposta às demandas da sociedade. Por isso, o direito que as fundamenta é um direito coletivo, e não individual”. (Pereira, citada por Degennszajh: 2009)
Garantia de acesso aos serviços 
Fiscalização dos serviços e da efetividade das ações
Subsídio de dados para formulação de políticas
Quais as principais ações do 
conselheiro tutelar junto às Políticas Públicas para a defesa de direitos de crianças e adolescentes?
Ele deve cobrar de cada esfera a parte que lhe cabe na execução dos atos que garantem individualmente a política pública de proteção infanto-juvenil
Garantia de acesso aos serviços das Políticas Públicas
Art. 136 do ECA: São atribuições do Conselho Tutelar:
I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos 
arts. 98 e 105, aplicando as medidas previstas no art. 101, I a VII;
Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:
I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
III - em razão de sua conduta.
Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança corresponderão as medidas previstas no art. 101.
III - matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental;
IV - inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e ao adolescente;
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial;
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos.
Garantia de acesso aos serviços das Políticas Públicas
Art. 136 do ECA: São atribuições do Conselho Tutelar:
II - atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas previstas no art. 129, I a VII
Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável:
I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família;
II - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
III - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
IV - encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua freqüência e aproveitamento escolar
III - promover a execução de suas decisões, podendo para tanto:
requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência, trabalho e segurança
Garantia de acesso aos serviços das Políticas Públicas
Resolução 139/11 do CONANDA:
ARTICULAÇÕES FUNDAMENTAIS PARA ACESSO AOS SERVIÇOS
Órgãos governamentais e não governamentais encarregados da execução das políticas de atendimento de crianças, adolescentes e de suas respectivas famílias: articular as ações para o estrito cumprimento de suas atribuições de modo a agilizar o atendimento.
Polícias Civil e Militar, MP, Judiciário e CMDCA: articular para que seu acionamento seja efetuado com o máximo de urgência, sempre que necessário.
CMDCA: deverá promover ampla e permanente mobilização da sociedade acerca da importância do papel do CT.
Subsídio de dados para formulação de Políticas Públicas
Art. 136 do ECA: São atribuições do Conselho Tutelar:
IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentária para planos e programas de atendimento dos direitos da criança e do adolescente
RESOLUÇÃO 139/11 DO CONANDA
Poder Executivo: fornecer ao CT os meios necessários para a sistematização de informações relativas às demandas e deficiências na estrutura do atendimento à população de crianças e de adolescentes, tendo como base o SIPIA ou equivalente.
CT: encaminhará relatório trimestral ao CMDCA, ao MP e ao juiz da VIJ com síntese dos dados referentes ao exercício de suas atribuições, bem como as demandas e deficiências na implementação das Políticas Públicas;
Órgãos públicos responsáveis pelo atendimento de crianças e adolescentes: auxiliar o CT na coleta de dados e no encaminhamento das informações relativas às demandas e deficiências das políticas públicas ao CMDCA.
Fiscalização dos serviços e da efetividade das ações das Políticas Públicas
Art. 95 do ECA: As entidades governamentais e não-governamentais referidas no art. 90 serão fiscalizadas pelo Judiciário, pelo Ministério Público e pelos Conselhos Tutelares.
Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção das próprias unidades, assim como pelo planejamento e execução de programas de proteção e sócio-educativos destinados a crianças e adolescentes, em regime de:
I - orientação e apoio sócio-familiar;
II - apoio sócio-educativo em meio aberto;
III - colocação familiar;
IV - acolhimento institucional; 
V - liberdade assistida;
VI - semi-liberdade; 
VII - internação
ATENÇÃO!!!
Alguns equívocos na atuação dos conselheiros apontadas pela pesquisa “Conhecendo a Realidade” – CEATS/FIA - 2007
Resolver problemas de disciplina na escola: 87%
Fiscalizar sistematicamente bares, boates: 70%
Determinar concessão de guarda: 26%
31% dos Conselhos Tutelares declararam nunca ou raramente tomar conhecimento das resoluções do CONANDA
Conselheiro tutelar não é policial, 
não é técnico, 
não é juiz! 
Conselheiro tutelar é o zelador dos direitos da criança e do adolescente!
CONSELHO TUTELAR NÃO É ÓRGÃO DE REPRESSÃO!
Questões importantes à prática
A atuação do Conselho Tutelar deve ser voltada à solução efetiva e definitiva dos casos atendidos com o objetivo de desjudicializar, desburocratizar e agilizar o atendimento prestado às crianças e adolescentes
Proibição na conduta dos conselheiros tutelares: exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício da função
As decisões do CT proferidas no âmbito de suas atribuições e obedecidas as formalidades legais, têm eficácia plena e são passíveis de execução imediata, sob pena da prática de infração administrativa se não for cumprida pelo destinatário
Portanto, qual a única maneira de defender direitos nas Políticas Públicas sendo um conselheiro tutelar?
Conhecendo leis, políticas e normativas nacionais para bem requisitar, fiscalizar e ampliar serviços!
Alguns documentos nacionais referenciais para a atuação:
Resoluções
+ Legislações
da Assistência Social, Saúde e Educação, especialmente
Destaque para as Resoluções Nº 113/06 e 139/11
“ (...) o total de notificações feitas aos Conselhos Tutelares, verifica-se que o desrespeito aos direitos da criança e do adolescente por parte do Estado é significativamente menor do que as notificações feitas contra violações cometidas presumivelmente por pais, responsável ou pelas próprias crianças e adolescentes”.
Andrade, J. E. “Conselhos Tutelares: sem ou cem caminhos?”, 2010.
Como situar essas violações no âmbito sociopolítico e fortalecer a atribuição da exigibilidade dos direitos 
frente ao Estado? 
OBRIGADA!
Daiane S. Rennó
dsrenno@defensoria.sp.gov.br
Defensoria Pública do Estado de São Paulo
Núcleo Especializado de Infância e Juventude
Tel.: (11) 3101-0155 – ramal 289

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