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DIREITO DAS OBRIGAÇÕES Do Pagamento É a execução de qualquer espécie da obrigação. Conforme as palavras de Gonçalves: o pagamento paga a obrigação o escultor que entrega a estátua que lhe havia sido encomendada, bem como o pintor que realiza o trabalho solicitado pelo cliente, por exemplo. Pagamento significa, pois, cumprimento ou adimplemento da obrigação. O Código Civil dá o nome de pagamento à realização voluntária da prestação debitaria, tanto quando procede do devedor como quando provém de terceiro, interessado ou não na extinção do vínculo obrigacional. Espécies do pagamento São duas as espécies do pagamento: Direto: dinheiro cheque ou cartão Indireto: Compensação, dação de pagamento, novação, confusão, etc. Obs.: A expressão "Pagamento" poderá ter nomenclaturas distintas, as quais poderão ser: Solução, Cumprimento ou Satisfação obrigacional. Adimplemento: Extinção da obrigação quando paga corretamente. Inadimplemento: Falta de pagamento com aquilo que foi pactuado . Este pagamento pode ser feito de forma voluntária ou por meio de execução forçada. 1.2 Requisitos de validade do pagamento: Solvens: De quem deve pagar ("devedor") Accipiens: Daqueles a quem se deve pagar ("credor") •Existência de vinculo obrigacional; •Intenção de solvê-lo (animus solvendi); •Cumprimento da prestação; •a pessoa que o recebe (accipiense e solvens). Cuidado! É incorreto utilizar as expressões credor e devedor para o pagamento. O Código Civil fez isso propositalmente uma vez que outras pessoas as quais não sejam devedoras poderão efetuar a dívida .ELEMENTOS DO PAGAMENTO: •Subjetivo: As partes; • Objetivo: Conteúdo; • Prova: Demonstração da Extinção; • Lugar do Pagamento; •Tempo do Pagamento. ELEMENTO SUBJETIVO Solvens: De quem deve pagar Regra: Devedor primitivo OBS: Poderá ser pago por terceiro Terceiro: Interessado ou não interessado. •Terceiro interessado: Possui interesse jurídico na extinção da dívida: Fiador, avalista, solidariamente obrigado etc. Ele sub-roga nos direitos do antigo credor. •Terceiro não interessado: Se paga em seu nome, terá direito a reembolso. Se paga em nome do devedor não terá direito a nada. Não ocorre sub-rogação. Art. 305 do CC: O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor. Accipiens: Daqueles a quem se deve pagar Regra: Credor originário. Poderá ser credor atual um terceiro: Representante, curador, procurador. Representante: Pode ser pago aquele que for portador da quitação. Pode ser revogado. Pagamento efetuado à terceiro que não é credor: É válido ser for reconhecido pelo verdadeiro credor ou se reverteu em seu proveito. Pagamento efetuado ao credor putativo: É válido desde que provada a boa-fé do devedor. Pagamento ao credor incapaz: É só válido se provar que em benefício dele se reverteu, caso contrário é nulo. Cuidado! Como o pagamento deve ser feito a quem seja o credor naquele momento, denomina-se Credor Atual e ele pode ser herdeiro ou legatário. •ELEMENTO OBJETIVO Objeto do Pagamento: Prestação Prestação: Deve ser exatamente aquela que foi pactuada e deverá ser cumprida por inteiro se não houver acordo em sentido contrário. Da moeda nacional: Curso forçado. Proibição de pagamento com dinheiro internacional e ouro. As dívidas em dinheiro devem ser pagas em moeda nacional corrente e pelo valor nominal, proibido, portanto o pagamento com dinheiro internacional, salvo os contratos que tem por objeto uma relação de comércio internacional. Deve a prestação ser cumprida por inteiro, não sendo o credor obrigado a receber pagamentos parciais, ainda quando a soma deles represente a integral satisfação do crédito. Da Moeda Nacional •PROVA DO PAGAMENTO É a quitação: recibo, Direito do devedor de exigir do credor. É importante que possa comprovar, de modo cabal, o adimplemento, evidenciando a solução. Por essa razão, ao realizar a prestação devida, o devedor tem o direito de exigir do credor a quitação da dívida. Esta é a prova do pagamento. Elementos da quitação: -Valor expresso; -especificidade da dívida; -identificação do devedor; -tempo e assinatura do credor. Presunções de pagamento: São relativas •Devedor em posse do título: A presunção de pagamento decorrente da posse do título pelo devedor é relativa, pois o credor pode provar, no prazo legal, que o título se encontra indevidamente em mãos do devedor (casos de furto, extravio etc.). •Quotas periódicas: A quitação da ultima presume que as outras foram efetuadas, assenta-se a regra na ideia de que não é natural o credor concordar em receber a última prestação sem haver recebido as anteriores. Não é absoluta, pois admite prova em contrário. •Capital sem reserva dos juros: Presumem-se os juros como pagos. • DO LUGAR DO PAGAMENTO Deve estar estipulado no título constitutivo; Regra: Domicílio do devedor. As partes podem convencionar lugar diverso; Quando há mais de um lugar: Escolha caberá ao credor. Se o contrato estabelecer mais de um lugar para o pagamento, caberá ao credor, e não ao devedor, escolher o que mais lhe aprouver. Compete ao credor cientificar o devedor, em tempo hábil, sob pena de o pagamento vir a ser validamente efetuado pelo devedor em qualquer dos lugares, à sua escolha. • DO TEMPO DO PAGAMENTO O devedor dispõe do último dia do prazo por inteiro; Nas obrigações puras: Estipulação de data - deve ser pago nessa ocasião. Nas obrigações condicionais: Cumprem-se na data de implemento da condição. Dispõe o art. 332 do Código Civil: “As obrigações condicionais cumprem-se na data do implemento da condição, cabendo ao credor a prova de que deste teve ciência o devedor”. •DO PAGAMENTO EM CONSIGNAÇÃO É efetuado mediante depósito judicial ou extrajudicial (bancário). Libera-se o devedor do liame obrigacional o qual teve por culpa de obstáculo do credor. Livra-se das conseqüências da mora. É possível a consignação de bens móveis e imóveis. É somente possível a consignação como uma obrigação de Dar; Em caso de prestações parceladas, pode o devedor continuar a depositar em um mesmo processo sucessivamente. Em caso da coisa ser indeterminada, competindo a escolha ao credor, o devedor não é obrigado a permanecer aguardando. • IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO Instituto que possibilita a escolha do que se deve pagar primeiro pelo devedor quando esse for obrigado por dois ou mais débitos com um só credor. A dívida deve possuir a mesma natureza; devem serem líquidas e vencidas. Hipóteses de Imputação: Preferências: 1º Capital e Juros: Paga-se primeiro os juros; 2º Paga-se, entre todas, a dívida mais antiga vencida; 3º Paga-se primeiro a mais onerosa, de juros ou valor. • PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO É a substituição de uma pessoa ou de uma coisa por outra. A extinção obrigacional ocorre somente em relação ao credor. Espécies: Pessoal (ativa): Substituição do credor. Sub-roga-se o novo credor no lugar do primitivo com todas garantias e direitos desse; Real ou objetiva: Substituição de uma coisa por outra com os mesmos ônus e atributos da primeira; Legal: Decorre da lei. Pagamento realizado pelo terceiro interessado. Sob-roga-se esse; Convencional: Pela vontade das partes. Terceiro não interessado que devido ao acordo paga a dívida e também sub-roga-se. • Efeitos da sub-rogação: Transferência ao novo credor de todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo. • DAÇÃO EM PAGAMENTO É o acordo de vontades entre credor e devedor, por meio do qual o primeiro concorda em receber do segundo prestação diversa da que lhe é devida. Exemplo: Substituição de dinheiro por bem móvel ou imóvel. De uma coisa pelaprestação de um fato etc. O Poder Público é proibido de fazer dação em pagamento. • NOVAÇÃO Cria-se uma nova relação jurídica. É uma forma de pagamento indireto em que ocorre a substituição de uma obrigação anterior por uma nova diversa da primeira. Principal característica: Extinção da dívida principal com todos acessórios e garantias, salvo estipulação em contrário. Se houver acordo com a continuidade das garantias: haverá uma novação parcial. Não é satisfatória imediata. Pode recair sobre objetos e sobre os sujeitos. Ela não se presume, deve ser pactuada. Ambas obrigações, tanto a anterior quanto a nova devem ser válidas e lícitas. A intenção de novar ainda poderá ser expressa ou tácita (quando prevista em clausula contratual anterior). • Espécies de Novação Objetiva: Altera-se o objeto da prestação; Subjetiva: Alteração dos sujeitos da relação. Se for dos credores, diz-se que é ativa; devedores: passiva. Subjetiva Ativa: Deve haver o consentimento de todos os sujeitos. Subjetiva Passiva: Por Expromissão (necessidade do consentimento somente do credor); Por Delegação (necessário o consentimento de todos). • COMPENSAÇÃO Ocorre quando duas ou mais pessoas forem ao mesmo tempo credoras e devedoras umas das outras, extinguindo-se a obrigação até o valor equivalente. É necessário que elas sejam: a) certas quanto a existência e determinadas quanto ao valor; b) Vencidas ou atuais que podem ser cobradas; e c) Constituídas por coisas substituíveis. Classificação Quanto a origem: Compensação legal: Decorre coercivamente da lei; Convencional: Acordo de vontade entre as partes; Judicial: Por determinação do Juiz. Quanto a extensão: Plena: Envolve a totalidade da dívida; Restritiva: Totalidade de uma e Parcial de outra. CONFUSÃO Extingue a obrigação desde que na mesma pessoa se confunda as qualidades de credor e devedor. Não tem o condão de colocar fim a solidariedade, a qual permanecerá intocada. Espécies: Total Parcial REMISSÃO DE DÍVIDAS É o perdão declarado pelo credor ante o seu devedor. Pode ser declarada sobre a dívida inteira ou parte dela. Possui natureza contratual. Espécies: -Total -Parcial -Expressa -Tácita -Presumida
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